"FIRMITAS, UTILITAS et VENUSTAS" (Tríade Vitruviana)



sábado, 30 de abril de 2011

CIDADES QUE DIMINUEM - SHRINKING CITIES

Novidade no Blog. Na coluna à sua direita voce encontrará agora uma seção dedicada às incríveis "CIDADES QUE DIMINUEM". Lá voce inicialmente encontrará links com filmes sobre as tristes situações urbanas (urban decay)  de Detroit e Flint, nos EUA, hoje cidades decadentes, em função da globalização e outros motivos. Vamos buscar outras cidades em situações semelhantes para profundas reflexões. NOVIDADE também na seção "ALTA TECNOLOGIA" com a incrível proposta do trem chinês sem paradas nas estações para embarques e desembarques de passageiros. Veja.

quarta-feira, 27 de abril de 2011

CIDADE, TÉCNICA E POLÍTICA

José Antonio Lemos dos Santos

     Normalmente pensamos que as cidades são fenômenos naturais como a chuva e os rios. Temos a falsa impressão de que quando o homem surgiu na face da Terra as cidades já existiam esquecendo que na verdade a cidade é uma invenção humana, fruto de seu desenvolvimento. Aliás, a maior e mais bem sucedida das invenções. Com ela surge a Civilização. Como invenção, a cidade é um objeto artificial, isto é, construído pelo homem, e como objetos construídos as cidades guardam uma dimensão técnica que lhes é inalienável, em especial depois do Renascimento e da Revolução Industrial. Hoje as cidades não podem prescindir da técnica, em especial da ciência do Urbanismo. Nela está a chave do desafio maior do século XXI que são as cidades. Sem ela, temos o caos urbano que desafia o mundo e ameaça a Civilização.
     Por outro lado, nas sociedades de fato civilizadas - as democráticas - a cidade é um objeto que não tem só um dono e nem é construída por uma só pessoa. A cidade tem milhares de donos e construtores, seus cidadãos, cada qual com direitos sobre ela, indivíduos que só têm sentido e expressão no exercício do seu coletivo, que é a cidadania. A compatibilização desses direitos ou a solução desse legítimo jogo (ou conflito) de interesses reforça o imperativo das técnicas do planejamento urbano e do urbanismo, mas também determina para as cidades sua segunda dimensão, do mesmo modo inalienável, que é a dimensão política.
     Para a cidade a técnica e a política são como duas pernas imprescindíveis ao seu correto e salutar desenvolvimento como equipamento a favor do bem estar e da evolução de seus cidadãos. Nem a técnica pode determinar sozinha, caso em que cairíamos na tecnocracia de triste lembrança, nem a política pode decidir sozinha, pois assim abrimos mão dos avanços técno-científicos imprescindíveis à construção da cidade, abrindo caminho aos caos. São objetos enormes, de grande complexidade, verdadeiros organismos vivos, extremamente sensíveis para o bem e para o mal, impossíveis de serem controlados empiricamente, pelo “achismo” ou pela força dos mais poderosos ou do berro ou do grito. E o desenvolvimento sem controle resulta no caos, reproduzindo no organismo urbano os processos cancerígenos que podem chegar à metástase, alastrando por todos os setores da cidade. É o que infelizmente assistimos nas cidades dos países atrasados, muito especialmente nas cidades brasileiras e na nossa Grande Cuiabá. As cidades retratam o nível de civilidade de um país. Não adianta fingir.
     As decisões sobre as cidades devem ser políticas, isto é, decididas pelos seus verdadeiros donos, os cidadãos, e para isso existe a democracia. Só que estas decisões devem se dar sobre alternativas técnicas produzidas por profissionais tecnicamente competentes e legalmente habilitados. A política e a técnica ainda serão parceiras na construção cotidiana das cidades, que exige controle técnico rigoroso e constante, com planejamento, gerenciamento e retro-alimentações, sob leis democraticamente estabelecidas. Qual o futuro de uma metrópole de 1 milhão de habitantes que não conta nem com 10 técnicos graduados em urbanismo nos quadros de servidores efetivos de suas prefeituras? Menos de 1 para 100 mil habitantes! A recente criação do Conselho de Arquitetura e Urbanismo – CAU é um marco de esperança nesta situação. Em nível local, a audiência pública programada para hoje por iniciativa do CREA-MT também é um sinal da necessidade de mudanças urgentes. São chances históricas para a técnica deixar a atual posição marginal e subserviente, resgatando sua verdadeira importância como protagonista na construção das cidades.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

História da Indústria Automobilística Nacional

Veja na seção "Sites Interessantes" a História da Indústria Automobilística Nacional, com filmes de Jean Manzon que registram a própria história da nossa mobilidade, entre outras precisodidades. Veja na coluna à direita, rolando para baixo na décima seção. Comentários são bem-vindos.


Abs José Antonio

terça-feira, 19 de abril de 2011

CUIABÁ, ONDE A COPA AVANÇA

José Antonio Lemos dos Santos


     O artigo da semana passada acabou abatido pelo “fogo amigo” da Copa do Pantanal. A intenção era escrever sobre os benefícios que a Copa já está trazendo para Cuiabá e região, mas o fogo intenso da artilharia “amiga” na semana atingiu o texto e o artigo descambou para um nível que não estava à altura dos leitores. Resolvi poupá-los e tento refazê-lo agora de uma forma mais objetiva e civilizada.
     Sendo a menor das cidades dentre as sedes da Copa do Mundo de 2014, justamente por isso Cuiabá é uma das cidades que tende a ser mais beneficiada pelo extraordinário evento mundial. Qualquer investimento terá efeito significativo no perfil urbanístico e econômico da cidade. Uma cidade historicamente marginalizada por investimentos do governo federal, vê-se agora como um dos focos do mais importante compromisso internacional do país, cujo descumprimento trará enormes prejuízos à imagem que se quer mostrar ao mundo do Brasil como uma das potências planetárias emergentes. Aos olhos do mundo o Brasil tem que cumprir seus compromissos referentes à Copa.
     Além dos investimentos públicos, a Copa tem o poder de atrair grandes investimentos privados. Ao contrário do que vem acontecendo, ou melhor, do que não vem acontecendo com os compromissos dos poderes públicos federal, estadual e municipais (Cuiabá e Várzea Grande), o evento já vem carreando para Cuiabá empreendimentos privados importantes e é neste campo que a Copa avança. Como não registrar a implantação de duas fábricas de cimento no vale do Cuiabá, uma no próprio município de Cuiabá e outra em Rosário Oeste? Não tenho os números de cabeça, mas os dois empreendimentos juntos devem envolver em curto prazo cerca de R$ 800,0 milhões e mais de 2 mil empregos. É pouco? Pode não ser para São Paulo, Belo Horizonte e outras cidades maiores que a nossa, mas para Cuiabá e região certamente trata-se de benefícios consideráveis e não podem passar despercebidos.
     Como não comemorar a reativação das obras de ampliação do segundo maior shopping do estado, paralisadas há alguns anos e sem perspectivas de reativação? Não tem relação com a Copa? É claro que tem e o mesmo vale para a notícia da instalação de um novo e grande empreendimento do gênero, programado para a avenida Miguel Sutil. Devem ser destacados ainda os empreendimentos do setor hoteleiro. Fora os planejados, só na mesma avenida Miguel Sutil três novos empreendimentos hoteleiros, dois dos quais em fase de conclusão e outro já concluído. Na avenida do CPA, mais dois empreendimentos com obras em pleno andamento, sendo um deles um grandioso projeto que se encontrava paralisado há décadas. Cinco hotéis em uma cidade como São Paulo pode não significar nada, mas para Cuiabá representa muito.
     O grande problema está nos projetos a cargo dos governos, que não avançam, dando a impressão de que tudo está parado e em sério risco de contaminar todo o processo. Não sei se serve como consolo para nós cuiabanos, mas isso vale para o Brasil inteiro. Aliás, a Copa já deu para o Brasil um diagnóstico cruel, mas verdadeiro, mostrando que este país que queremos tão moderno e dinâmico está na verdade enredado em uma poderosa teia nada republicana, trançada com os fortes fios de uma burocracia cada vez mais barroca, corporativa e incompetente, reforçada por uma corrupção epidêmica e um sistema político marcado pela mais nefasta forma de politicagem que se tem notícia na história do país. Este é o verdadeiro quadro que a Copa está expondo ao mundo e a nós brasileiros. A realização da Copa implica em livrar o país desta poderosa teia. Se conseguir será seu maior legado. Se não, nem Copa, nem BRIC, nem nada. Só a conta e a vergonha, vexame globalizado.

domingo, 17 de abril de 2011

FÓRUM DE BRASÍLIA

Veja ao lado, na seção "Projetos de Referência", o Fórum do Meio Ambiente de Brasília, primeiro certificado LEED no Centro Oeste. Projeto de Zanettini Arquitetura e Sandra Henriques. Comentários são bem-vindos.

sábado, 9 de abril de 2011

SOBRE O CONSELHO DE ARQUITETURA E URBANISMO - CAU

COMUNICADO Nº 1  - ABEA - (Enviado em 08/04/2011)

Este documento da ABEA destina-se a informar aos cursos de Arquitetura e Urbanismo do Brasil o andamento das atividades que estão sendo desenvolvidas com a finalidade de implantar o CAU/BR

Antiga aspiração dos arquitetos e urbanistas brasileiros, a Lei Federal nº 12.378/2010, que cria o Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil – CAU/BR e os Conselhos Estaduais, em regime federativo, foi sancionada pelo Presidente Lula no dia 30 de dezembro e publicada no Diário oficial da União no último dia do ano de 2010.

A lei definiu o período de um ano como transição para a implantação desta nova autarquia federal e as bases para a desvinculação dos arquitetos e urbanistas junto ao sistema Confea/Creas.

Dentro desta nova autarquia profissional, os artigos 56 e 57 da Lei estabelecem que a Coordenadoria das Câmaras de Arquitetura dos Creas, trabalhando em participação com as entidades nacionais dos arquitetos e urbanistas, deve organizar a primeira eleição para o CAU/BR e os CAUs Estaduais, fixando prazos para a eleição e fixando também que 90% dos valores arrecadados pelos Creas neste ano de 2011 dos profissionais arquitetos e urbanistas sejam depositados em conta especial para fazer frente às despesas com a eleição e com a transição.

Desde início do ano, nossas entidades, que haviam se organizado constituindo o Colégio Brasileiro de Arquitetos – CBA passaram a intensificar suas atividades. São cinco as entidades, por ordem alfabética de suas siglas: a ABAP - Associação Brasileira dos Arquitetos Paisagistas; a ABEA – Associação Brasileira de Ensino de Arquitetura e Urbanismo; a AsBEA – Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura; a Federação Nacional dos Arquitetos – FNA e o Instituto dos Arquitetos do Brasil – IAB.

Simultaneamente, no âmbito do Confea, os Conselhos Regionais elegeram os coordenadores das Câmaras de Arquitetura que, em reunião realizada em Brasília, elegeram seu Coordenador Nacional.Com este evento, ocorrido entre os dias 23 e 25 de fevereiro de 2011, iniciou-se formalmente o período de transição previsto na lei do CAU.

Para agilizar os trabalhos, a Coordenadoria Nacional das Câmaras Especializadas de Arquitetura, em reunião conjunta com o CBA, organizou cinco Grupos de Trabalho que, compostos pelos coordenadores das câmaras estaduais e por representantes das entidades nacionais. Os grupos, assim formados, são: GT1 –Regimento do Processo Eleitoral; GT2 – Recursos Financeiros; GT3 – Regulamentação, Normatização e estrutura administrativa; GT4 – Comunicação e GT5 – Tecnologia da Informação.

Nova reunião foi efetivada, em Brasília, nos dias 17 e 18 de março, quando efetivamente os GTs iniciaram seus trabalhos. A atividade dos GTs segue em andamento, e está convocada nova reunião geral, em Brasília, para a discussão e aprovação dos resultados, nos dias 14 e 15 de abril.

Paralelamente a estas atividades dos Grupos, reuniões tem sido efetuadas entre as entidades, com a Presidência do Confea, com a consultoria jurídica do CBA, visando sempre agilizar os trabalhos de modo a que o CAU/BR e os CAUs estaduais possam estar instalados e iniciar o atendimento aos profissionais no início do próximo ano.

Problemas diversos surgem, com a apresentação de questões de diferentes naturezas e, muito deles infelizmente, com visível propósito de atrasar ou até buscar inviabilizar o funcionamento de nosso conselho. Por esta razão, a ABEA decidiu enviar este comunicado ao conhecimento das escolas e cursos de arquitetura e urbanismo, para que possam acompanhar o esforço que vem sendo desenvolvido no sentido de cumprirmos com nossa missão.

A ABEA tem representantes nos cinco GTs e trabalha junto ao CBA, intensamente, para podermos, todos juntos, iniciar o ano de 2012 com os Conselhos de Arquitetura e Urbanismo funcionando.

Solicita, portanto aos dirigentes dos cursos que levem estas informações a seus professores e estudantes e recomenda que não se deixem influenciar por eventuais notícias ou informações que podem surgir, tumultuando o trabalho em andamento.

A ABEA compromete-se também a continuar informando aos colegas das instituições de ensino a evolução dos trabalhos, agendas e demais informações pertinentes ao CAU para que estejam bem informados e aptos, no devido momento, a participar do processo eleitoral e a se integrar em nosso novo Conselho.


Atenciosamente,

ABEA - Associação Brasileira de Ensino de Arquitetura e Urbanismo.

www.abea-arq.org.br

abea.arq.urb@gmail.com

terça-feira, 5 de abril de 2011

CUIABÁ 300-8

José Antonio Lemos dos Santos


     Comemorar os 292 anos de Cuiabá é festejar uma cidade que brotou entre as pepitas da beira de um corguinho que, de tanto ouro que tinha, era chamado pelos nativos bororos de Ikuiebo, o córrego das estrelas. E o córrego das estrelas desaguava em um belo rio, num lugar de grandes pedras onde se pescava com flecha-arpão, e que por isso se chamava Ikuiapá. E a cidade floresceu bonita e se chamou Cuiabá, transformando-se na célula-mater do oeste brasileiro, mãe original de tudo o que veio a suceder na região, mãe de cidades e de estados.
     No breve tempo que durou o ouro, levado quase todo para a Europa, Cuiabá chegou a ser a mais populosa cidade do Brasil. O ouro acabou rápido e seu destino seria o das cidades-fantasmas garimpeiras não fosse a localização mágica, centro do continente, em terras à época espanholas, cuja expectativa de riqueza interessava Portugal. Então o Papa decide que o limite entre as duas coroas não seria mais definido por Tordesilhas, mas pela posse das terras. E Cuiabá sobrevive ao fim do ouro como bastião português, apoio e defesa dos interesses lusos e dá seu primeiro salto de desenvolvimento, o da sobrevivência.
     Logo Portugal criou a Capitania de Mato Grosso com sua sede instalada em Cuiabá enquanto era construída a futura capital, Vila Bela. Por dois séculos sobreviveu à duras penas, quando voltou a ser capital, período heróico que forjou uma gente brava, sofrida mas alegre e hospitaleira, capaz de produzir um dos mais ricos patrimônios culturais do Brasil, com vultos e proezas que merecem ser melhor tratadas e destacadas na história oficial brasileira. Como um astronauta contemporâneo, vanguarda humana na imensidão do espaço, ligado à nave apenas por um cordão prateado, assim Cuiabá sobreviveu por séculos, solta na vastidão centro-continental, ligada à civilização apenas pelo cordão platino dos rios Cuiabá e Paraguai.
     Até que na década de 60 a cidade vibra novamente, transforma-se no “portal da Amazônia” e em pouco tempo sua população decuplica. Foi o salto da quantidade, a expansão necessária como base à ocupação da Amazônia meridional, a qual se deu sem a menor preparação e sem qualquer apoio da União, que lhe era devido pela importante função estratégica que desempenhava. Sozinha e sem recursos próprios, no centro de uma região que apoiava e promovia, mas que ainda não dispunha de recursos, Cuiabá explodiu em todos os sentidos, em dinamismo, em desenvolvimento, mas também no rompimento de sua estrutura urbana, despreparada para tão grande e súbita demanda.
     No alvorecer do novo milênio, Cuiabá está em seu terceiro salto de desenvolvimento, agora o salto da qualidade. Não é mais o centro de um vazio. Ao contrário, polariza uma das regiões mais dinâmicas do planeta, que ajudou a construir e que hoje não apenas lhe cobra o apoio, mas também a empurra para cima cobrando sempre mais, em um sadio e maduro processo de simbiose regional ascendente.
     A oito anos de sua data mais significativa, o tricentenário, Cuiabá vive o melhor momento de sua história, impulsionada pelo desenvolvimento regional e turbinada como uma das sedes da Copa do Mundo de 2014. Nos seus 292 anos, mais do que reverenciar o passado e festejar o presente, é forçoso cuidar melhor do futuro. A Copa é um estratagema do Bom Jesus de Cuiabá para forçar nosso olhar para frente, para o positivo e o construtivo, um choque de adrenalina e capacitação, tentando nos colocar, cidadãos, políticos e dirigentes, à altura da cidade que temos. Só assim será possível prepará-la para a Copa e para a festa dos trezentos anos, que também já está bem aí. A cidade deu saltos de desenvolvimento, a cidadania ainda não.
(Publicado pelo Diário de Cuiabá em 05/04/2011)

segunda-feira, 4 de abril de 2011

NOVA SEÇÃO - "LIVROS ON-LINE"

Veja à direita, a nova seção "LIVROS ON-LINE" no link "O FUTURO DAS CIDADES, Júlio Moreno" uma visão sintética da história do urbanismo feita por um jornalista em um livrinho (em tamanho) de pouco mais de 50 páginas.  Eu achei muito legal. Se gostar, aproveite. Pode mandar um comentário.

sábado, 2 de abril de 2011

Viagens pelo mundo.

Veja à direita, na seção "Sites de inteesse" o link "Viagens e Imagens".  As principais cidades do mundo na ponta de seus dedos. Eu achei muito legal. Se gostar, aproveite. Pode mandar um comentário.


Abs José Antonio

sexta-feira, 1 de abril de 2011

MELHORES DA DÉCADA

A revista ARCOWEB  selecionou os melhores projetos da década. Veja na seção "Projetos de referência" (lado direito, rolando para baixo) o Forum de Cuiabá entre os melhores projetos da década. O que voce acha? E as demais escolhas?