"FIRMITAS, UTILITAS et VENUSTAS" (Tríade Vitruviana)



terça-feira, 25 de março de 2014

A NAVE POUSOU

Foto: EdsonRodrigues/Secopa

José Antonio Lemos dos Santos

     Duas semanas atrás ao chegar em casa à noite fui à varanda e me surpreendi com a Arena Pantanal resplandecente em seu primeiro teste de iluminação. Tenho a regalia de uma ótima vista da cidade e nela a Arena me permitindo acompanhar sua construção desde o início. Com todo respeito ao também belo Verdão demolido, é claro que ao ver maravilhado a Arena iluminada pela primeira vez, bati logo uma foto que por deficiência do fotógrafo saiu tremida, mas, sem querer, expressando bem a emoção do momento, logo postada em meu blog.
     Tratei sempre a Arena Pantanal como uma espaçonave intergalática prestes a pousar em Cuiabá. Finalmente pousou linda, cintilante, como um objeto totalmente novo acomodando-se na malha de luzes noturnas da cidade. Agora recebe seus últimos ajustes para os inestimáveis voos que a justificaram pela imensidão das potencialidades mato-grossenses no espaço globalizado do esporte, da cultura, da educação, do turismo e, até, da saúde e da segurança públicas. O esporte é uma das formas mais sublimes de expressão da vida e, investir no esporte é investir na vida saudável, pois o corpo é sua principal ferramenta, sem espaço para as drogas e outros descaminhos, raízes da violência, do crime e da degradação humana. Além disso, o futebol é uma das mercadorias mais valorizadas e consumidas no planeta, um mercado de trabalho que fascina os jovens acenando-lhes como um caminho de realização profissional e pessoal, o único realmente competitivo diante das tentações fáceis do mundo do crime. Mente sã em corpo são.
     Mas para essa nave voar e trazer seus benefícios é preciso antes entendê-la e aprender pilotá-la. Não mais um estádio de futebol, mas uma arena multiuso como as que se instalam hoje pelo planeta, um novo tipo de edifício resultante das demandas e possibilidades técnicas do mundo moderno com o avião a jato, a internet, a fibra ótica e a TV via cabo e satélite. A arena moderna é filha do tempo atual, irmã das lan houses. São complexas plataformas midiáticas globais para eventos que extrapolam o interesse local e chegam ao nível da audiência planetária, como numa Copa do Mundo ou num show do Rolling Stones. Sua viabilidade está em plateias nacionais ou mundiais através de direitos de transmissão, publicidade e pacotes de viagens, não mais só pelas bilheterias locais. Assim, transforma-se também em poderosa ferramenta de promoção das potencialidades dos locais onde se instala. Um inovador instrumento de política de desenvolvimento.
     Só que se trata de uma estrutura grande, sofisticada e cara. Para administrá-la será preciso uma estrutura especializada e, no caso da Arena Pantanal, seria ideal que fosse gerida em conjunto com o Ginásio Aecim Tocantins. Sua gestão deve trabalhar tendo como pano de fundo as potencialidades atrativas naturais do Pantanal, Amazônia e cerrado no centro do continental, bem como as paisagens artificiais “high-tech” das “plantations” e campos criatórios mato-grossenses, disputando pelo Brasil e o mundo a agenda internacional de eventos esportivos, culturais e de negócios, com um ano ou dois de antecedência.
     O mundo hoje é midiático, globalizado e plano. Só é periferia quem quer. Quem não estiver na vitrine global, não existe, morre. As arenas estão sendo inventadas e construídas para colocar um país, uma cidade ou região aos olhos do mundo, fazendo seu marketing, mostrando o que tem a oferecer ao planeta. E Mato Grosso tem muito a oferecer. Será preciso aproveitar as experiências semelhantes já desenvolvidas no mundo e as que começam a surgir no Brasil. Aqui mesmo em Cuiabá já existe a experiência do SEBRAE com o Centro de Eventos do Pantanal, que poderia ser um bom começo neste grande desafio da Arena Pantanal. 

(Publicado em 25/03/2014 pelo Diário de Cuiabá)

sábado, 15 de março de 2014

A ARENA DE MINHA JANELA

Veja na foto tirada agora, dia 15/04/14 às 18h:15, com o meu celular da Arena iluminada, certamente em um de seus primeiros testes, senão o primeiro, de iluminação com todos ou boa parte de seus refletores. Show. A foto é péssima, mas fica como um registro.

Foto José Lemos

terça-feira, 11 de março de 2014

LISTAS OCULTAS

José Antonio Lemos dos Santos

     Que me perdoem de novo os especialistas em política, mas, como qualquer cidadão incorporo a majestade do eleitor, principal agente da democracia, a quem deve sempre preocupar os destinos de sua cidade e da nação. Assim, deixo um pouco as obras da Copa, as questões regionais e urbanas para abordar outra vez um assunto que me incomoda há muitos anos e que tem a ver com a tão necessária Reforma Política. Refiro-me às eleições proporcionais, ou melhor, a forma como ela é praticada no Brasil, que me parece desvirtuar as intenções de voto do cidadão. É comum se ouvir que o cidadão não sabe votar e que é dele a culpa pelos políticos que o país tem e, em consequência, pela qualidade dos governantes de nossas cidades. Coitado. Desrespeitado e maltratado, paga a conta e ainda leva injustamente a culpa.
     Como todos sabemos, no Brasil temos dois tipos de eleições, as majoritárias e as proporcionais, e é importante que existam as duas. Nas majoritárias vence o candidato que tiver mais voto. É simples e todo mundo sabe em quem está votando. Nas proporcionais já não é tão simples assim. O cidadão escolhe um candidato e seu voto pode eleger outro, muitas vezes até eleger um que ele não queria ver eleito. Nas eleições proporcionais o objetivo é eleger a divisão proporcional do poder político entre as diversas correntes partidárias representadas nas listas de candidatos de cada partido, proporção esta expressa no número de cadeiras parlamentares que cada corrente conquistar. Estas cadeiras são ocupadas pelos candidatos mais votados em cada corrente, os quais, na maioria das vezes não são aqueles escolhidos diretamente pelo eleitor. Por isso os mandatos das eleições proporcionais são dos partidos e não dos candidatos. Esta é a beleza das eleições proporcionais, mas também seu grande mal entre nós.
     Em suma, o eleitor pode escolher um bom candidato e eleger sem querer outro do mesmo partido ou coligação a qual pertence o candidato escolhido. O eleito pode até ser um que o eleitor quisesse banido da vida pública. E é o que geralmente acontece, pois as listas dos candidatos discriminadas por partido ou coligação não são mostradas aos eleitores, deixando o eleitor sem saber quem seu voto pode eleger de fato. As listas de candidatos dos partidos são montadas habilmente pelos seus caciques de forma a garantir suas próprias eleições ou de seus escolhidos, não necessariamente os da vontade do eleitor. Do eleitor eles só querem as cadeiras. Por que esse sistema não é bem explicado ao povo? Por que as listas não são divulgadas claramente? Enquanto isso, prevalece à falsa ideia de que as eleições proporcionais são iguais às majoritárias e, assim, as coisas continuam como estão com o povo sendo enganado no seu próprio voto, elegendo e legitimando muitos daqueles que não gostaria de ver reeleitos.
     As eleições proporcionais são importantes desde que devidamente explicadas, e, muito especialmente, desde que mostrando ao eleitor a lista de candidatos que seu voto pode de fato eleger. Podia ser no verso dos “santinhos” dos candidatos, em vez das usuais imagens de santos, calendários, receitas ou escudos de times de futebol. É fácil culpar o eleitor pela qualidade de nossas bancadas, se não lhe é dado saber em quem de fato está votando. A publicação massiva das listas discriminadas dos candidatos, da mesma forma como é feita a divulgação dos nomes dos candidatos, seria uma boa e fácil providência enquanto a Reforma não vem. Com ela o eleitor veria que junto a seu candidato escolhido pode ter outro ou outros que ele não quer eleger, mas que na maioria das vezes ganha a cadeira com seu voto de boa fé. Aí os partidos pensariam muito antes de colocar alguns nomes em suas listas. 
(Publicado em 11/03/2014 pelo Diário de Cuiabá, Midianews, RepórterMT, JornalOeste)

segunda-feira, 10 de março de 2014

ENTREVISTA NO HIPERNOTÍCIAS

HiperNotícias/Mike Toscano

Veja no link abaixo entrevista dada por mim no site HiperNotícias (link abaixo)  respondendo a perguntas desafiadoras. Falo sobre o momento da cidade, perspectivas, efeitos da Copa, planejamento, etc..

http://www.hipernoticias.com.br/TNX/conteudo.php?sid=180&cid=33867

quarta-feira, 5 de março de 2014

A ARENA DE MINHA JANELA

Veja como estava a Arena Pantanal vista de minha varanda no dia 4 de março de 2014. Estão sendo envelopados os pórticos com algum tipo de membrana branca. Dá para notar que a área do entorno imediato à Arena já está em fase final, com gramados e palmeirinhas. Não dá para ver mas, por dentro o gramado já recebeu as traves com o sistema eletrônico de confirmação se a bola entrou ou não, bem como começam a ser feitas as marcações e a instalação dos refletores. Os telões estão instalados. Segue a instalação das cadeiras, ainda com 12 mil instaladas. Compare com a maquete ao final das postagens e mande seu comentário. Veja:

Foto José Lemos


 Dá para comparar com a situação a 1 ano atrás (04/03/13):

Foto José Lemos
                                                                                    

E com 2 anos atrás, dia 4 de março de 2012, momentos de mais dúvidas que certezas.   Veja:
Foto: José Lemos






Era para ficar pronta em outubro de 2013. Foi prorrogado para dezembro, depois para janeiro de 2014, agora para março, com inauguração ainda em março. O primeiro grande jogo Mixto x Santos pela Copa Brasil, no dia 02/04/2014. Depois Luverdense x Vasco, pela série C do Campeonato Brasileiro, no dia 09/04. Confira com a maquete para ver se está indo tudo certo:


terça-feira, 4 de março de 2014

SÍMBOLOS E MONUMENTOS

RenêDiozG1

José Antonio Lemos dos Santos


    No último dia 23 de fevereiro o Governo do Estado e a Mitra 

Arquidiocesana entregaram restaurados os relógios e os sinos da 

Basílica do Bom Jesus de Cuiabá. Com os relógios já funcionando a 

alguns dias, os sinos voltaram a badalar às 10h:30 daquela manhã, 

depois de 20 anos. As torres também teriam sido reformadas por dentro 

permitindo visitas agendadas ao campanário e à cripta, a qual, como 

poucos sabem, guarda os jazigos de vultos históricos, como Paschoal 

Moreira Cabral, Miguel Sutil e Dom Aquino. Não fosse a Copa, sabe 

quando isto teria acontecido? Nunca. À bem da verdade lembro que na 

administração José Meirelles foi feita uma reforma patrocinada pela 

colônia sírio-libanesa, doadora dos relógios originais. Porém, durou 

pouco, pois a aparelhagem exige manutenção especializada permanente 

que tem custos, problema que espero ter sido equacionado desta vez. 
RenêDiozG1


     Todas as cidades têm símbolos e monumentos que as marcam, seus 

cartões-postais. Podem ser naturais ou construídos, religiosos, 

públicos, comerciais. Nova York foi marcada por muito tempo pelo 

Empire State, São Paulo pelo edifício do Banespa. Paris tem a Torre 

Eiffel, e o Rio o Cristo Redentor e o Pão de Açúcar. O carinho com que 

cada um desses ícones é tratado em cada cidade expressa de imediato 

aos visitantes o grau de civilidade de seus habitantes, medido pelo 

carinho com que os cidadãos cuidam de sua própria cidade. Os ícones 

urbanos interessam a todos. Já pensaram a estátua do Cristo Redentor 

caindo aos pedaços? No caso de um elemento menor como um relógio 

público numa igreja matriz, numa estação ferroviária ou obelisco, pode 

até ser que seu funcionamento nem chame tanta atenção de um visitante 

como chamaria seu eventual estado de abandono. Uma fonte ou chafariz 

abandonados como depósito de água podre e lixo, marcará para sempre em 

negativo aquela cidade e sua gente na memória do visitante.

     Representando as potencialidades turísticas de todo Mato Grosso, 

Cuiabá está a 100 dias de receber a Copa e com ela milhares de 

turistas, tendo sua imagem distribuída para o mundo todo. Não dá para 

errar. É preciso destacar e mostrar bem as coisas que nos são caras e 

belas. Em junho do ano passado fiz um artigo festejando a iluminação 

do belíssimo Redentor da Igreja do São Gonçalo no Porto, com seus 

3,6m, colocado sobre um globo lá no alto do campanário, a 36 metros 

de altura. É uma obra arquitetônica exemplar que encanta a todos, 

independente de religião, e merecia um tratamento daquele. Mas, na 

outra noite a iluminação já havia sumido. Não valeu o artigo elogioso.

     Agora novas esperanças com os relógios da Matriz revitalizados, 

bem como com a reforma que também está sendo feita na Igreja do Bom 

Despacho. Que esta forma de cuidar os ícones da cidade se alastre 

para outros de seus pontos queridos. Ainda nos monumentos religiosos 

destacaria as Igrejas do Rosário, da Guadalupe e da Boa Morte, a 

Presbiteriana da 13 de Junho, a Mesquita do Morro da Luz e o Grande 

Templo. A lista seguiria com o conjunto formado pela Praça da 

República e Jardim Alencastro e seus principais edifícios, em especial 

os Palácios da Instrução e Alencastro, com a fonte luminosa à sua 

frente. Iria além com o Centro Geodésico, o obelisco do Cinquentenário 

da Retomada de Corumbá na Praça do Porto, o Museu do Rio e o Aquário 

Muncipal, a Estação de Satélites do INPE, o Parque Mãe Bonifácia, 

a Praça das Bandeiras e os painéis de Humberto Spindola no Palácio 

Paiaguás. Tudo bem arrumado, sinalizado, seguro e iluminado, com 

calçadas e bocas-de-lobo íntegras e limpas, quem sabe até interligados 

por um programa de city-tour que há tanto tempo Cuiabá merece. E que 

assim permanecesse para sempre, com nossa eterna cobrança. Amém.

(Publicado em 04/03/2014  pelo Blog do José Lemos) 


Veja no link abaixo os velhos sinos sendo badalados novamente. Mas com badalos
pós-modernos: 
http://www.mt.gov.br/sala-de-imprensa/tv-paiaguas/sinos-e-relogios-da-igreja-matriz-de-cuiaba-voltam-a-funcionar-apos-20-anos/104973

sábado, 1 de março de 2014

UMA NOITE EM 67

franciscopetros.blogspot.com

     Para os que viveram essa época é bom rever este belíssimo documentário. Emocionante. Para os que não viveram é muito bom ver a história viva rompendo paradigmas de fato e sem blá-blá-blás. Mais do que um festival de música, mais do que belas músicas, mais do que simples artistas, a história sendo construída com palmas, vaias, participação. Beleza.
Veja no link abaixo:

http://www.youtube.com/watch?v=FOsXaaW4Pkk