"FIRMITAS, UTILITAS et VENUSTAS" (Tríade Vitruviana)



quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

2016, O ANO NECESSÁRIO

uol- charge Mariano

José Antonio Lemos dos Santos

     O arquiteto e urbanista em sua essência tem que ser antes de tudo otimista e esperançoso. Otimismo e esperança são características inseparáveis a quem baseado no presente trabalha com o futuro, aquilo que ainda não existe, sempre na perspectiva de que um dia venha a existir. Não pode ser aliado do pessimismo e da desesperança, senão, qual a graça em trabalhar o futuro? Entretanto, refletir sobre 2016 e as perspectivas para 2017 coloca a prova qualquer estoque de otimismo e de esperança. É pouco o esforço que faço a cada artigo para escoimar os aspectos negativos e ficar só com os positivos, como o trabalho de um garimpeiro apurando o cascalho para ficar só com o que é precioso.
    2016 foi um ano duríssimo. A lembrança que não me foge à cabeça é a de um furúnculo. Lembram de furúnculo? Palavra feia que não se fala mais e era tão comum na minha infância. As crianças do meu tempo tiveram pelo menos um. Não se podia comer alimentos “quentes”, que hoje corresponderiam a “muito calóricos” e, então eram proibidos chocolate, manga e, até, bocaiuva! Inchava, doía, mas o pior era o tratamento feito em casa mesmo: espremer para sair o pus, enfiar no buraco uma gaze, colocar um emplastro quentíssimo, mercúrio cromo ou iodo banhando tudo e depois encher com um pó famoso na época. Por fim, muita gaze e esparadrapos, concluindo a obra. Demorava semanas. A dor e a aflição no tratamento eram terríveis, mas, absolutamente necessário enfrentar. E tinha um tipo pior ainda de furúnculo que era chamado de “antraz”. Barbaridade! A notícia boa é que nunca soube de alguém que tenha morrido dessas coisas, só agora no Google.
     2016 foi um ano duríssimo no qual o Brasil começou a tratar o mal que o atormenta a décadas, séculos talvez, o furúnculo da corrupção, que, lhe rouba energias que deviam ser dirigidas ao bem-estar e à qualidade de vida de seu povo. Como nos humanos o tratamento é cruel, aflitivo e doloroso, dando ideia de não acabar nunca. Mas é necessário e tem que ir até o fim, como nos antigos furúnculos. O pior, porém, é que os furúnculos lá no fundo tinham um tal de “carnegão” que precisava ser extirpado totalmente, senão não curava de verdade e voltava. O emplastro quente era para “puxar” o tal carnegão para cima e, à medida que ia subindo a técnica continuava sendo espremer até sair tudo, por isso o tratamento demorava tanto.
     No caso do Brasil, não há dúvida que chegamos ao “carnegão”. Ou será que não? Faz tempo que falamos ter chegado ao fundo poço, e no entanto, o poço sempre era mais profundo. Mas agora parece que atingimos o cerne, o núcleo duro do poder político corrompido, do carnegão nacional. O tratamento é aflitivo, cruel e demorado, mas necessário e tem que ir lá no fundo usando o emplastro quentíssimo das delações premiadas para depois espremer à medida que o mal aflore até extirpá-lo na totalidade, em todos os setores e todos os partidos, espremidos com as unhas poderosas da Justiça.

     Em 2016 o bem e o mal vieram juntos. O maior mal nacional foi a descoberta unânime do estágio avançado do furúnculo da corrupção no país, que sempre foi de existência conhecida, mas ninguém supunha sua real extensão, por sinal ainda desconhecida em sua totalidade. O bem maior foi que a nação não teve medo de enfrentar a crueldade da cura, e parece disposta a levá-la até o fim, ainda que existam setores poderosos que pretendam interrompê-la. Que o Brasil continue seu tratamento por mais cruel e sofrido que seja, arrancando o carnegão até as raízes. Só assim restará a esperança de um Brasil novo e em dias melhores para nossos filhos, netos e gerações futuras. Ainda que dura, esta é a mensagem possível de otimismo e esperança para 2017.
(Publicado em 30/12/16 pelo MidiaNews, PáginaDoEnock, NaMarra,Arquitetura Escrita, PoconéOnLine, BlogDoLúcioSorge, JornalDoNorteAraguaia, em 31/12/16 pelo DiárioDeCuiabá, em 02/01/17 pelo CAU-MT, ...)

COMENTÁRIOS:
No MidiaNews:
JOSÉ GONÇALVES  30.12.16
"Pois é sr. José....tem uns inocentes que só descobriram isso agora....eu ja sabia disso a muitos governos atras."

sábado, 17 de dezembro de 2016

A CIDADE E O NATAL

noticias.uol.com.br

José Antonio Lemos dos Santos

     Ainda refletindo sobre Civilização, Cidade e Cidadania é fácil ver que o conceito de Liberdade também é visceralmente ligado a estas três gêmeas inseparáveis. Peguei o tempo em que a liberdade de um terminava onde começava a do outro. Mas o mundo evoluiu e todos nos transformamos com ele. As melhores tendências do mundo atual apontam para uma visão de inclusão, compartilhamento e sustentabilidade. Hoje seria mais correto dizer que a liberdade de um não mais termina, mas se complementa na liberdade do outro. Não mais a liberdade solitária, mas a liberdade solidária. Ou somos todos livres ou não somos livres.
     O Natal celebra o nascimento de Jesus Cristo que veio para religar o homem a Deus, como Maomé, Buda e outras figuras grandiosas, conforme seus seguidores de fé. Aliás, essa “re-ligação” com o divino está na origem da palavra “religião” e é o mais importante estágio da evolução humana, mesmo que o homem ainda evolua muito. Religado a Deus o homem pensa no outro como irmão e que a felicidade está na comunhão, comum-união de todos na grande família divina. A felicidade solidária, não solitária. Amar o próximo como a si mesmo e a Deus sobre tudo.
     A cidade é uma invenção humana, a maior e mais bem sucedida delas. Um objeto artificial que é construído numa construção permanente. Importante é que se trata de uma construção coletiva, feita no dia-a-dia com o trabalho de cada cidadão, que por isso é seu verdadeiro dono. A cidade é do cidadão, célula da cidadania. Ele constrói a cidade com sua casinha, do casebre à mansão, com seu estabelecimento comercial, da pequena borracharia aos grandes empreendimentos. E a cidade é construída para ser o lócus das múltiplas relações urbanas, sendo justamente a convivência lado a lado dessas diversas relações, na integração e no conflito de seus diferentes interesses que surge a fantástica sinergia das cidades que faz a Humanidade dar saltos de desenvolvimento cada vez mais rápidos ao longo da História. A cidade é a unidade dessa diversidade e por isso é solidária. Ou pensamos um no outro, do passado, do presente e do futuro, ou perecemos como seres urbanos, como civilizados.
     Como no conceito de Liberdade, a cidade de cada um não mais termina onde começa a cidade do outro, elas se complementam. A cidade de um embeleza ou enfeia, ajuda ou atrapalha a cidade do outro, pois não existe uma cidade para cada um, a cidade é uma só, ainda que percebida pelas pessoas de maneira diferente, de acordo com o uso individualizado. A cidade é uma só e de todos, da cidadania, ou não é de ninguém e começa a morrer. É a expressão máxima da comunhão do espaço na grande obra destinada ao bem de todos. É o bem comum a ser compartilhado, convivido por todos. E aí ela é divina. Talvez por isso as cidades ficam especialmente belas no Natal.
     A grave crise das cidades no mundo, em especial Cuiabá e Várzea Grande só será resolvida quando a cidadania retomar a cidade como sua, seu maior bem, feita por ela e que tem as autoridades públicas como seus funcionários para coordenar e promover essa grande obra. Não basta mais cada um fazer sua parte e, muito menos, apenas esperar El-Rey. Além de fazer nossa parte, temos direito a que o outro faça a parte dele, de acordo com o projeto comum firmado nas leis urbanísticas, no Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano que, por isso, deve ser técnica e democraticamente elaborado. Construir a cidade, além de cada um fazer bem sua parte, é participar ativamente, apoiar, discutir, criticar, aplaudir e cobrar. Só ou em grupo. E já existem bons sinais nesse sentido. Além da cidade de cada um, há sempre a cidade do outro. Nada mais cristão, nada mais natalino.
(Publicado em FolhaMax em 17/12/16, na Página do Enock e no MidiaNews em 18/12/16, em 21/12/16 no HiperNoticias, no Diário de Cuiabá (Cuiabá e o Natal), no dia 23/12/16 no TribunaMT, ...)
COMENTÁRIOS
Na Página do Enock:
Osmir  24/12/16
"Acorda Zé, enquanto estivermos sendo administrados por esses incompetentes e despreparados, continuaremos sendo uma cidade desordenada , suja ,mal cuidada,e o que é pior saqueada em todas gestões. Fale sobre flores"!

Vicente Araújo  25/12/16
"Osmir será sempre um pontinho fora da curva. Sua metralhadora giratória (em sentido figurado) está sempre matraqueando contra as opiniões dos técnicos e especialistas, como se soubesse de tudo e dominasse os conhecimentos de todas as ciências e ofícios. Trata-se de uma mente doentia (em seu viés fascista, antidemocrático e autoritário) ou apenas um saudosista das ditaduras militares que solaparam a América Latina e o mundo (filho tardio do militarismo golpista)? Ora, Osmir, acerte esse passo com sua contemporaneidade ou viverá para sempre nesse serviço sujo de atormentar os ambientes democráticos e republicanos, sempre com suas opiniões deseducadas, grotescas, marcadamente estúpidas e desaforadas. Osmir porventura imagina que a sociedade brasileira e suas instituições seja uma grande caserna a céu aberto? Osmir imagina que seus maus modos e rudeza poderão calar as pessoas? Cala a boca Magda, digo, Osmir… ou fale construtiva e educadamente para ser recebido como um verdadeiro camarada! Com esses seus modos será sempre tratado como um infiltrado nas fileiras democráticas! Creio que até Papai Noel está de saco cheio com você!"

quarta-feira, 14 de dezembro de 2016

"TEXTÃO"

A imagem pode conter: 2 pessoas, pessoas sorrindo, pessoas em pé
Arquiteta Silvana Zeni e arquiteto Márcio Barreto




Silvana Valério Zeni

     "TEXTÃO"...PORQUE NÃO??? Poucos lerão mesmo...Caramba como é gostoso saber que estou no caminho certo, começo a imaginar que falta pouco para eu encontrar o caminho das pedras...
     Nos últimos dias 12 e 13 tive a oportunidade de comprovar isso, por falta de atenção minha quase perdi o evento que nós Arquitetos e Urbanistas somos agraciados pelo CAU/MT nesta época do ano, datas que comemoramos nosso dia, mas enfim quando é surpresa boa, tem uma gosto todo especial também. No primeiro dia conheci pessoalmente os arquitetos Dani Magero e Bruno Capanema, e pude certificar pela palestra dada por eles, que são profissionais realmente comprometidos com sua missão, que é no meu entendimento, de mostrar o caminho do empreendedorismo aos profissionais da arquitetura, caminho este que deveria, e acredito que em breve será obrigatório nas faculdades, pois saímos da faculdade sabendo projetar, mas não preparados para o mercado de trabalho.
     Ainda equiparadamente a satisfação de participar da palestra dos idealizadores “Arquitetos de Sucesso”, Dani e Bruno, conheci o jornalista mais conhecedor de arquitetura do que muitos e muitos arquitetos, somente falta a ele, acredito (vai saber) saber projetar e o diploma de Arquiteto e Urbanista, pois Raul Juste Lores deixou a todos boquiabertos da riqueza de conhecimento da Arquitetura e Urbanismo no mundo, inclusive no Brasil. Não vejo a hora, dele lançar seu livro, se, em uma palestra ele destilou em nossa veia, tamanho conhecimento, imagine em seu livro. 
     No Segundo dia de palestras, fui apressadamente sem conferir os palestrantes, chegando la percebi que o tema era algo que eu “possivelmente já entendia”, tema este que era “O RRT como instrumento de valorização da arquitetura e urbanismo”. Ministrada pelo arquiteto Claudemir José de Andrade, um pouco desatenta, mas ali me esforçando para me concentrar, pois sei que sempre aprendemos mais, quando é um tema que “possivelmente” conhecemos. Por sorte acordei, e percebi que na minha cara estava o meu currículo, a comprovação técnica dos meus trabalhos, o Acervo Técnico. Como assim ele estava ali o tempo todo, mas em meu “ponto cego”, foi esclarecedor, a visão de taxa da RRT se caiu naquele momento e veio em mente que em varias vezes me peguei olhando oportunidades de trabalho em que se exigia Acervo Técnico, e eu acreditava, não ter ainda. Que delicia, começar listar ali mesmo, meus trabalhos destes dois anos de formada, e descobrir que poderia ter feito mais de dez RRTs, e ainda mais feliz em descobrir que ainda posso fazê-los, comprovando a autoria dos meus projetos e estudos preliminares...eu que acreditava que não tinha feito metade do que poderia ter feito nesses poucos anos de formada, descobri que estou satisfeita com os trabalhos até agora realizados. 
     Palestrantes seguiram e todos interessantíssimos, na área de ensino, como a Arquiteta Andreia Arruda Canavarros, a experiência relatada através de inúmeros projetos Urbanísticos do arquiteto Jorge Mario Jauregui, realizados nas favelas do Rio de Janeiro, projetos estes que inspiraram e firmaram ainda mais o meu “eu Urbanista”, criei varias idéias na mesma hora, inspirada nos slides que estava vendo, e por fim um profissional que já havia trocado mensagens pelo Facebook , inclusive me candidatando a discípula dos seus métodos, o arquiteto Marcio Barreto, o reconheci e não perdi tempo, o abordei e passamos boa parte do coffee break conversando sobre os métodos inovadores de abordagem do mercado de trabalho, que em apenas três anos já é uma referencia entre os profissionais de todo Brasil, inclusive, a culpa é dele por eu ter ficado sem os salgadinhos “mais saudáveis”...pensei: “Vou ficar com fome”, mas quem disse que o que nos move, o que nos inspira, que é o aperfeiçoamento do conhecimento, do nosso amor pela arquitetura não alimenta, confesso que agora três horas após o termino do evento, estou comendo algo, somente por habito, porque estou ainda satisfeita, estou ainda degustando as experiências, que gentilmente os grandes profissionais que o CAU/MT nos presentearam, sou grata, imensamente, pela recarga de energia, que nesse momento tão delicado em que no mundo e no Brasil passamos. Estou tão motivada com a profissão, como no primeiro dia de aula na faculdade.     
      Ainda agradecendo, não posso deixar de citar, que um dos palestrantes, me confidenciou que seus professores eram “elitistas” que não o motivaram a fazer arquitetura para todos, eu respondi: Nossa que sorte eu tive, pois tive excelentes professores, e citei alguns, como Jose Antonio Lemos SantosCassia Abdallah, , Ademar PoppiVera BaggettiLuiz Claudio BassamJosé Maria Andrade , etc. Sei que não citei todos os excelentes professores que tive e peço perdão, é presente a lembrança do brilho no olhar, o interesse em nos fazer entender o que é Arquitetura e Urbanismo de verdade, eles me motivam até hoje...e tenho a honra hoje de ser pra sempre aluna e colega deles, vivendo no mesmo tempo, aprendendo ainda com eles, sou realmente grata, me sinto renovada para o novo ano que esta chegando, acreditando ainda mais, que é possível fazer a diferença, na vida de quem mais precisa de Arquitetura e Urbanismo, OS MENOS ABASTADOS!!!

terça-feira, 13 de dezembro de 2016

A CIDADE E AS LEIS

MPE

José Antonio Lemos dos Santos

     No último artigo relembrei que Civilização, Cidade e Cidadania nasceram juntas, xipófagas inseparáveis, uma não vive sem a outra e sem elas retroagimos à Barbárie. Citei o caseiro Francenildo Santos do caso Palocci de 2006, o técnico Hígor Guerra do VLT em 2011 e o ex-ministro da Cultura Marcelo Caleri de agora, 2016, como bastiões da Civilização nesta sociedade que cada vez mais se barbariza, ainda que sabendo que como eles existem anônimos muitos milhões de outros verdadeiros cidadãos por este Brasil afora. Entretanto, poderia e deveria também ter citado o Ministério Público Estadual como um destes baluartes na figura do promotor Carlos Eduardo Silva, sempre atento aos já corriqueiros deslizes na aplicação da legislação urbanística.
     A razão principal do Ministério Público é fazer as leis serem cumpridas, fortaleza da Civilização e das cidades, gêmeas que não sobrevivem sem as leis. Como poderiam conviver no espaço urbano milhares, milhões de cidadãos sem normas, estatutos, leis para ordenar essa convivência? O próprio Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano, o projeto da cidade, determinado pela Constituição Federal, é expresso em leis que precisam ser cumpridas, senão as cidades degringolam. Pois bem, passou-me despercebido, mas no dia 29 de novembro o noticiário local trouxe matéria informando sobre a anulação pela Justiça da Lei Complementar 367 de 4 de novembro de 2014 que criava o Distrito do Barreiro Branco em Cuiabá, em atendimento à ação civil pública proposta pelo Ministério Público Estadual.
     Nada contra a criação de novos distritos, desde que tecnicamente viáveis e seguindo os ritos legais de tramitação. O problema é que a lei de criação do Distrito do Barreiro Branco vinculando sua área urbana “aos índices das Zonas de Expansão Urbana, possibilitaria que conjuntos habitacionais e outros empreendimentos imobiliários de considerável impacto ambiental e urbanístico fossem edificados no local”, conforme explicado pelo promotor Carlos Eduardo Silva. E qual o problema? É que o Plano Diretor, revisto em 2007, proibiu por 10 anos a expansão da Zona Urbana de Cuiabá, reforçando sua orientação máxima de fazer a “cidade crescer para dentro” evitando seu maior espraiamento que  gera custos operacionais elevadíssimos. Por isso as cidades hoje devem ser compactas, densas e diversificadas.
     Fora das zonas urbanas é proibido o parcelamento do solo para ocupações urbanas, conforme a Lei Federal 6766/79 e assim poderosos interesses fundiários sempre forçam a ampliação dos perímetros urbanos através de artifícios diversos, como “generosas” doações ao poder público de terras fora do perímetro. Mas em Cuiabá a criação do Distrito do Sucuri em 2011 inaugurou uma nova “metodologia” de ampliação ardilosa das Zonas Urbanas. Criaram um novo distrito limítrofe à sede do município, definindo a Zona Urbana desse novo Distrito com cerca de 400 habitantes em dimensões suficientes para “encostar” nos limites da Zona Urbana do Distrito Sede de Cuiabá, em área bem maior que os 700ha da Morada da Serra, de 120 mil habitantes.    
     Seria brilhante se esquecêssemos que o novo Distrito é parte de Cuiabá, e assim sua Zona Urbana também proibida de ampliações. O sucesso da capciosa criação do Sucuri e o mesmo tipo de motivação estimularam então a criação do Distrito do Barreiro Branco, com uso da mesma “metodologia” e tendo como pretexto melhorias na qualidade de vida da população residente naquela área, benefícios que nada tem a ver com a criação de distritos e só dependem do interesse político, o mesmo demonstrado na artificiosa criação do Sucuri e do Barreiro Branco. Mas a Justiça tarda e não falha.E é a esperança das cidades.
(Publicado em 13/12/16 pelos sites NaMarra e Arquitetura Escrita, no dia 14/12/16 pelo Diário de Cuiabá, Midianews, Norte do Araguaia, Jornal da Notícia  ...)

quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

HITLER FICOU EM PA



Não fiquem nervosos. Até o poderoso Adolf Hitler ficou em PA (Projeto de Arquitetura). Se você ainda não viu, vale a pena ver como ele se sentiu quando recebeu a notícia. Veja :

https://www.youtube.com/watch?v=TYsRuj0SAYE&feature=fvsr


terça-feira, 6 de dezembro de 2016

LEI ANULADA

cuiaba.mt.gov.br

Lei que criou Distrito em Cuiabá é declarada nula

A referida norma, conforme o MPE, afrontou o Plano Diretor da Capital


DA REDAÇÃO - ( www.midianews.com.br)
     A Lei Complementar 357/2014, que criou o Distrito do Barreiro Branco no município de Cuiabá, foi declarada nula por força de sentença judicial proferida em ação civil pública proposta pelo Ministério Público do Estado de Mato Grosso. A referida norma, conforme o MPE, afrontou o Plano Diretor da Capital que proibiu a ampliação do perímetro urbano pelo período de 10 anos, desde a sua aprovação no ano de 2007.
     “Todas as leis e atos urbanísticos do município devem ter como fundamento o Plano Diretor, não se podendo criar regras isoladas com direitos e obrigações fora do contexto urbanístico global estabelecido pelos Planos Diretores. O ato de criação do Distrito do Barreiro Branco, que se efetivou através da edição da Lei Complementar Municipal nº 367, de 04 de novembro de 2014, deu-se ao arrepio da legislação vigente, padecendo de ilegalidade”, afirmou o promotor de Justiça Carlos Eduardo Silva.
     Conforme a lei complementar nº 357, o distrito teria início na Rodovia Emanuel Pinheiro, até a Estrada da Ponte de Ferro. A área da localidade é de 1.190 ha. Ainda segundo a lei, no novo distrito seriam aplicados os mesmos tratamentos referentes às Zonas de Expansão Urbana do Município, assim como todas as diretrizes da Legislação Urbanística de Cuiabá.
     “A qualificação dada por esse ato ao Distrito do Barreiro Branco, vinculando sua área urbana aos índices das Zonas de Expansão Urbana, possibilitaria que conjuntos habitacionais e outros empreendimentos imobiliários de considerável impacto ambiental e urbanístico fossem edificados no local”, explicou o promotor de Justiça.
     Segundo ele, foi justamente por prever os impactos negativos à sustentabilidade urbana e ambiental e a pressão imobiliária por aquisição de terras baratas e sem infraestrutura no entorno de Cuiabá, que o Plano Diretor proibiu a ampliação do perímetro urbano pelo período de 10 anos desde a sua aprovação.
(Publicado pelo MidiaNews - www.midianews.com.br - em 29/11/2016)

Ver aqui no blog o artigo MUITO ALÉM DO BARREIRO BRANCO (basta ir no "buscador", acima à esquerda)  em que fazia considerações prevenindo sobre o assunto.



sábado, 3 de dezembro de 2016

FRANCENILDO, HIGOR E CALERO


José Antonio Lemos dos Santos 
www.galeria.colorir.com

     Corre à solta pelas redes sociais uma tese no mínimo temerária querendo igualar as gravíssimas e danosas façanhas dos grandes corruptos nacionais, públicos ou empresariais, de todos os partidos, com os pequenos erros cometidos pelos simples mortais pecadores. Que atire a primeira pedra ... Nesta linha entram também órgãos públicos, como a CGU, e alguns órgãos da imprensa. Outro dia vi a notícia de um concurso de redações patrocinado pelo Ministério Público de Contas de Mato Grosso com o tema “Como evitar as pequenas corrupções do dia a dia” cuja “ideia é mostrar aos jovens que a corrupção não acontece só no poder público, mas quando furamos uma fila no banco ou não levantamos no ônibus para alguém mais velho sentar, por exemplo”, como explicado na matéria.
      Seria correta a comparação? Qual o sentido em se levantar de forma tão massiva uma tese discutível como esta? Não vejo outro resultado mais imediato que não a fragilização do cidadão que neste momento cobra indignado, como nunca cobrou antes, a punição dos que lesaram e lesam os cofres públicos usando indevidamente as prerrogativas dos cargos ou mandatos que ocupam.
     A Civilização é um estágio superior de consciência do Homem onde ele se submete a mecanismos de controle sociais para que possa viver e usufruir das grandes vantagens da vida em conjunto. O homem civilizado nada mais é que o bárbaro revestido por uma carapaça de normas, regras, padrões morais, religiosos, familiares, cívicos, etc. que grosso modo poderia ser chamada de Ética. O bárbaro continua existindo, doido para deixar essa couraça diante da menor fragilidade dela, para então buscar satisfazer a qualquer preço seus instintos animais sem pensar no outro ou na sociedade em que vive, que só existem para ele na conveniência do discurso. Quanto mais completa sua formação ética mais o civilizado resiste por si só às tentações da barbárie, quanto menos completa mais vulnerável.
     Trigêmeas, Civilização, Cidade e Cidadania nasceram juntas, xipófogas inseparáveis. Uma cidade ou uma nação sem valores éticos, sem leis, ou com leis para inglês ver, é um amontoado de bárbaros, é caos que assistimos. No Brasil as cidades, a cidadania e o cidadão estão cada vez mais frágeis diante da liquidificação ou “relativização” dos valores e padrões que formam a carapaça ética civilizatória, que podem evoluir mas não deixar de existir. Muitos sucumbem ao barbarismo, porém a grande parte do povo brasileiro resiste bravamente, apesar da humilhação, da prepotência e do escárnio como tratados pelos que só visam seus interesses bárbaros, pessoais, empresariais ou de grupos, atropelando cínicos os interesses comuns.

     Saltam à memória as figuras do caseiro Francenildo que em 2006 derrubou um poderoso ministro quando, apesar das ameaças e armações feitas contra ele, trouxe à luz algumas graves “malfeitorias” que a alta autoridade andava praticando. Lembro também de Higor Guerra, técnico do Ministério das Cidades, que em 2011 deu Nota Técnica desfavorável à mudança do BRT para o VLT em Cuiabá e diante da substituição de seu Parecer no processo veio a público denunciar a irregularidade e acabou derrubando outro poderoso ministro. Por fim, cabe homenagear a figura do ex-ministro da Cultura Marcelo Calero, que outro dia, agora em 2016, também não se atemorizou e denunciou as pressões que vinha sofrendo de um colega de ministério para forçar um órgão sob sua vinculação liberar um empreendimento em favor de interesses não republicanos. E existem milhões de Caleros, Higores e Francenildos pelo Brasil afora. Não somos bandidos, vamos cobrar sim!
(Publicado em 03/12/16 pelo FolhaMax, NaMarra, Arquitetura Escrita, em 04/12/16 pelo MidiaNews, MatoGrossoNotícias, em 05/12/16 pela PáginaDoEnock, em 06/12/16 pelo HiperNotícias, em 07/12/16 pelo Diário de Cuiabá, ..)
COMENTÁRIOS
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Benedito Addôr - 06/12/2016
Só desculpem a nossa falha, ontem foi 05/12, quando teve o julgamento do auto no Conselho Superior do Ministério Público. Com 63 anos de idade, já estou dentro do Estatuto do Idoso, e posso errar datas. Foi ontem, dia 05, às 9:00 horas da manhã. Tenho outro Inquérito Civil Público, no Ministério Público Federal. Espero que esse dê as respostas que formulo. Alguém tem que responder. A luta continua. Quero saber sobre a validade das Declarações do IPHAN. Afinal de contas elas prestam para que? A aplicação da Instrução Normativa, que regulamenta todo o patrimônio histórico do centro de Cuiabá., é aplicada por conveniência: quando é conveniente para o governo aplica, quando é para o cidadão, não aplica? A propaganda do VLT divulgada internacionalmente, que mostra que as casas não atrapalham a passagem do VLT, foi enganosa ou não, ou meio enganosa? Essa pode ser consultada no Youtube. Parecer que o IPHAN deu ou vai dar ainda, em 2015/2016, pode se fundamentar em projeto que ele mesmo elaborou, junto à Secopa. Eu já sei qual é esse Parecer. Nunca irá contra o projeto que eles mesmos elaboraram. Gostaria de ter acesso a outras Atas de Reunião, entre IPHAN/Secopa, para saber até onde o IPHAN participou do projeto, e se foram levantados os custos da obra. Pessoa da Secopa havia me dito, em 2012, que havia 2 projetos para a área: um com as casas que custava "x"; e outro retirando as casas, que custava de 5 a 8 vezes mais. Quantos milhões de reais dá a diferença de um projeto para outro?
Benedito Addôr - 06/12/2016
Falando no Calero, surge o IPHAN e o VLT. Quase todo mundo sabe que, desde 2012, brigo para conservar os imóveis frontais à Igreja do Rosário, na área apelidada de Ilha da Banana. Ontem, 09/12, o recurso que interpus aos autos da Inquérito Civil, foi julgado pelo Conselho Superior do Ministério Público. Confesso que, entrei com reclamação no MPE, em busca de várias respostas a inúmeras perguntas; e sai de tudo isso "boiando" ainda mais, sem saber de nada. Entre as perguntas, destacam-se: 1) o IPHAN/MT, durante anos, deu Declarações dizendo que os imóveis tinham proteção especial; fazem parte do Conjunto Arquitetônico, Urbanístico e Paisagístico de Cuiabá; e estão subordinados a Instrução Normativa que regulamenta todo patrimônio histórico da cidade. Indaguei do MPE sobre a validade dessas Declarações - Vale o que está escrito e assinado? Elas tem fé pública? Enfim prestam para alguma coisa? Qualquer declaração que a gente recebe de um Órgão Público Federal, a gente pode acreditar naquilo que está escrito e assinado? O MPE não respondeu a essa pergunta. 2) sobre a Instrução Normativa, no seu Artigo 2º (único de fala em Preservação) diz claramente que: A Preservação do conjunto arquitetônico, urbanístico e paisagístico da cidade de Cuiabá e DE SEU ENTORNO, será assegurada pela proteção, conservação, manutenção e revitalização das características culturais da cidade...indaguei do MPE se essa Instrução Normativa funciona ou não funciona, vale ou não vale, pois ela garante a preservação assegurada dos imóveis. Quem me disse isso foram vários advogados, professores de Universidade consultados, ao longo do tempo; depois de analisar me disseram que os imóveis tem proteção especial, por causa dessa Instrução. O MPE não me respondeu nada sobre isso. 3) a desapropriação da área começou em 2012, onde o governo de MT fez até uma propaganda para o mundo inteiro, que pode ser visualizada até hoje no Youtube: VLT CUIABÁ-VÁRZEA GRANDE 2012; nela demonstra que as casas nunca atrapalharam a passagem do VLT, pois a estrutura do mesmo, trilhos, etc, será construída atrás das casas, onde fica o Centro Comercial Morro da Luz. Indaguei do MPE, se um governo que faz uma propaganda mundial; e nessa parte específica, vem com outra estória, se essa propaganda pode ser considerada com "propaganda enganosa"? Questionei: O que é uma propaganda enganosa? Não tive resposta do MPE. 4) através de uma Ata de Reunião entre o IPHAN/MT e a Secopa, conseguida por integrante da Defensoria Pública, Dr. Ayr Praeiro, tomei conhecimento de que, desde 2012, em conjunto, estão elaborando um projeto para demolir as casas; agora, em 2015/2016, o IPHAN/MT disse aos Ministérios Públicos (estadual e federal), que está simplesmente dando um Parecer. Como fica esse Parecer, que será dado em cima de projeto já elaborado? Não deveria o IPHAN ser imparcial, para dar o Parecer adequado? É evidente que esse Parecer será para demolir as casas, porque assim já decidiram faz tempo, fazendo até projeto para isso. É aqui que entra a denúncia do ex-ministro da Cultura, Marcelo CALERO, teria sido o IPHAN/MT usado politicamente, em 2012? Questionei isso também ao MPE, e não obtive resposta. Agora estou procurando outro Órgão Público que tenha a capacidade de responder-me a todas essas questões; de preferência por escrito. O que sinto muito, é que, nesse imbróglio da desapropriação desnecessária dos imóveis da Ilha da Banana, já tenha até morrido gente. Em outubro/2012, a senhora Maria Rita dos Santos Rodrigues, moradora do local há mais de 40 anos, recebeu a visita do pessoal da Secopa, com a mesma estória - que a casa não era mais dela por causa do VLT; sendo hipertensa, não aguentou a pressão psicológica e teve um gravíssimo AVC, ficando imobilizada numa cama por mais de 2 anos, vindo a falecer em 2015. Depois fiquei sabendo que o Decreto do Silval, nº 1.252, de 18 de julho de 2012, pelo qual o pessoal da Secopa, começou a ameaçar os moradores de despejo, e a expulsar vários comerciantes, não abrangia os imóveis, mas sim somente o Centro Comercial Morro da Luz. Portanto uma visita desnecessária, inconveniente até legalmente, causou o gravíssimo AVC na senhora Rita. Adianta perguntar para o MPE se esse erro fatal poderia ser considerando um crime, e a família receber até uma indenização por isso? Não vou nem perguntar porque não vou obter nenhuma resposta do MPE. Aí indago aos entendidos, como a OAB/MT, para quem comunico oficialmente, com provas, todas essas denúncias? E muitas outras. Mas me indiquem um Órgão que responda até por escrito, e tome providências. Por favor.

Carlos Nunes - 09/12/2016
Puxa vida! Enquanto o Sr. Ador luta pelos seus direitos, igual um condenado, o Fantástico, na matéria Cadê o Dinheiro que estava Aqui, mostrou, o Eder Moraes dizendo que levaria de propina 5 Milhões de reais pelo VLT. Só serviu para encher os bolsos de alguns, e matar senhoras indefesas com AVC. VLT é filhote da Corrupção, e filhote cresce e dá cria, outros filhotinhos. Nessa retomada do VLT, todo mundo tem que ficar com os "olhos e ouvidos" escancarados, para ver se não vai acontecer tudo de novo - alguns vão encher os bolsos. Precisa colocar a PF para tomar conta do dinheiro, senão o Fantástico vai mostrar outro escândalo - alguém levaria não sei quantos milhões pelo VLT.

Carlos Nunes - 09/12/2016
Na pirâmide social, onde os privilegiados ficam no topo e a maioria do povo brasileiro fica na base, tem uma regra moral básica: o topo tem que dar bons exemplos, senão a base vê, e filosofa - se eles podem, porque nós não podemos. Uma cúpula que dá mal exemplo, geralmente é derrubada pela base. No processo democrático isso fácil; é só o povo aprender a votar. Infelizmente "maus brasileiros" vendem o voto para políticos corruptos. Hoje os telejornais informaram que 70 executivos da Odebrecht fizeram delação premiada, que vai derrubar uma porção de corruptos...vai ser um tal de "esse recebeu propina também"; e os acusados fugindo como o d...foge da cruz. 70 executivos da Odebrecht vão derrubar será quantos políticos? Se cada um derrubar 3, dá 210. E o Sarney na gravação disse: a delação da Odebrecht vai ser igual a uma ponta100, errou vai ser uma ponto200 ou mais. E viva os delatores premiados que ainda vão salvar o Brasil, pelas linhas tortas, mas vão. Igual aos sonegadores, que estão repatriando Bilhões, e estão salvando os municípios brasileiros. A que ponto chegou a pátria amada Brasil...depende de delatores premiados e de sonegadores.

Carlos Nunes - 10/12/2016
Essa Opinião do José Antônio foi ótima, porque mostrou 3 brasileiros que foram "estranhos no ninho" - fizeram a diferença. O Brasil está na véspera de ver surrupiarem direitos adquiridos conquistados depois de muita luta; estou me referindo à Reforma da Previdência é claro. A professora, Doutora em Economia, DENISE LOBATO GENTIL, contesta veementemente até o marketing desse governo que fala sobre o déficit estrondoso na Previdência; segundo ela é só para retirar direitos e privatizar. Ela diz que realmente as contribuições previdenciárias não cobrem as despesas; mas que entra muito dinheiro na Previdência, de outras formas: quando se constrói um prédio, um percentual sobre o valor do imóvel entra na Previdência; tem a fiscalização da Previdência que capta muito dinheiro...tudo isso entra numa conta única do governo, e é desviado para outras finalidades. Que outras finalidades são essas? Segundo o Balanço da Seguridade Social 2011/2015, analisado pela professora, a situação é a seguinte: sempre houve Superavit. Aí, vai uma pergunta básica, pelo sim e pelo não, por que não entrevistam, fazem matérias, reportagens, com essa Doutora em Economia, para ela nos explicar, tintim por tintim, que estória é essa? Entre a palavra de um Francelindo, Higor e Calero, em quem nós acreditamos, neles ou no sistema de Poder? Neles é claro, ou não? A Doutora DENISE LOBATO GENTIL era para ser chamada até pelo Congresso Nacional, para explicar tudinho. Estão prestes a retirar direitos desta gerações, e de todas as futuras gerações...nossos filhos, netos, bisnetos, tataranetos. A mais prejudicada será a Mulher Brasileira, que hoje aposenta com 60 anos, e 30 de contribuição; vai passar a aposentar com 65 anos, e se quiser ganhar "melhorzinho", terá que contribuir 49 anos - 19 anos a mais do que contribui hoje. Teria que começar a trabalhar com 16 anos, ficar 49 anos com a carteira assinada, empregada, contribuindo; isso é impossível, pois ninguém vai conseguir isso.

Carlos Nunes - 12/12/2016
Aproveitando essa matéria sobre os 3 mosqueteiros tupiniquins, Francenildo, Higor e Calero, que representam o melhor do povo brasileiro - A HONESTIDADE; e revendo algumas opiniões da professora, Doutora em Economia, DENISE LOBATO GENTIL, na internet mesmo, ficou evidente PORQUE esse governo quer fazer a Reforma da Previdência, ferrando esta e todas as outras gerações. Trata-se de um NeoLiberalismo ao cubo: primeiro faz uma PEC congelando gastos por 20 anos; depois uma Reforma da Previdência que retira inúmeros direitos do trabalhador, no que é mais sagrado, a sua Aposentadoria; e finalmente virá uma Reforma Trabalhista, que vai retirar mais direito ainda. O Valor do Trabalho vai ficar baratinho, baratinho; aí vira de fora, muitos capitalistas "selvagens" com muito dinheiro; e vão querer comprar todo mundo. Essa luta entre o Capital e o Trabalho que já estava ultrapassada, vai surgir de novo. Aí alguém pergunta: quem é o mentor de tudo isso? Um homem que veio do meio dos banqueiros, só sabe falar a linguagem para favorecer o Capital - Henrique Meirelles. Pró banqueiro vai ser uma maravilha, uma beleza, ou alguém duvida disso? Quem vão gerar os empregos futuros? Os Capitalistas é claro. Será que não tem no Brasil Economistas, que pensem em primeiro lugar no POVO BRASILEIRO? Só pensam em banqueiros, em encher o caixa do governo, rapando o bolso do povo e retirando direitos adquiridos.
Carlos Nunes - 11/12/2016
Pois é, de um lado Francenildo, Higor e Calero, que tiveram a coragem em denunciar irregularidades...de outro: primo, caranguejo, gremista, babel, angorá, polo, Ferrari, botafogo, MT(não é mato groso não) e muitos outros políticos corruptos, apelidados pelos executivos da Odebrecht. Esses, ou eram "amigos da empresa", que cobravam até mais propina para ser mais amigo ainda; ou tinham potencial para fazerem muito mais coisas, no futuro. Não se sabe qual é pior: ou esses políticos corruptos, ou a Odebrecht nessa política empresarial, de ganhar a qualquer preço, mesmo nas coisas imorais. A estória é mais ou menos como a pastora Yonara descreveu, e divulgou no Brasil inteiro: estava ela dormindo, quando dois Anjos a retiraram do corpo, e a levaram até o inferno para conhecer. Lá numa sala enorme, numa mesa comprida, estava na cabeceira o próprio d... (não é bom nem falar o nome que dá um azar danado); e chegavam muitas pessoas, que sentavam a mesa, conversavam com o d..., e saiam. E os Anjos disseram: esses também saem do corpo enquanto dormem, vem pra cá, e troca a Alma pelo poder e pelo dinheiro; vão virar funcionários do d... Vote! Salve DEUS! Graças a DEUS! Que Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, nos proteja.
Carlos Nunes - 11/12/2016
E ontem a rede Globo fez um Jornal Nacional só enfocando a delação premiada dos integrantes da Odebrecht; só de um já deu para derrubar a República inteira; e outro vai começar abrir o bico sobre o Poder no Rio de Janeiro. Agora está um bafafá, os acusados indo atrás de quem divulgou as informações para a rede Globo. Tal como o Francenildo, o Higor e o Calero, quem divulgou as informações merece receber uma medalha de herói nacional, pois desmascarou vários "lobos em pele de cordeiro". Aí, no país da inversão de valores, na certa vão punir o cara que divulgou - alguns gostariam que nós, os eleitores, os verdadeiros donos do Poder, não soubéssemos essa estória nunca. Como somos uns "donos do Poder" mequetrefes, ou não sabemos de nada, ou somos os últimos a saber; entretanto devíamos sim ser os primeiros a saber. E viva a Imprensa Brasileira! Viva a rede Globo! Que de vez em quando desce do muro, e dá uma dentro. E viva os delatores premiados que, mesmo sendo as linhas tortas, vão ajudar a salvar o Brasil. Pra eles só podemos dizer: CONTEM TUDO! MAS TUDO MESMO! TINTIM POR TINTIM. O que foi preocupante na delação da Odebrecht foi o delator dizer que existem duas formas de passar propina para político safado: ou como doação legal ao partido, ou como caixa 2. Fico imaginando lá no TSE muitas doações partidárias, que no fundo, no fundo são propinas disfarçadas...e o TSE achando que está tudo uma beleza. Não, só foram feitas para pegar obras em Licitações e Concorrências Públicas; só por isso. E um político reclamou dizendo que merecia mais dinheiro, porque era "amigo da empresa".

Carlos Nunes - 13/12/2016
Pois é, lá na Praça uma turma amigos dizia: ninguém é mais honesto no Brasil; não tem um...a gente não pode confiar em ninguém. Aí, meti o bico na conversa e disse: tem 3 brasileiros - o Francenildo, o Higor e o Calero. E completei: a maioria da povo brasileiro é honesto, trabalhador e sobrevive com 880 reais por mês. Tem uns desonestos pra burro: o primo, o caju, o caranguejo, o gremista, o babel, o angorá, o polo, o Ferrari, o botofogo, e um tal de MT (não é mato grosso não), e outros, no total dá mais de 50. No país da inversão de valores, agora querem punir quem vazou a informação da delação; querem até anular a delação, tornando-a inválida. Ora, quem vazou a informação devia receber uma medalha de patriota. Nos Estados Unidos, Jornalistas descobriram uma conversa estranha, dizendo que, espiões de um partido, haviam espionado o escritório do outro partido, no Edifício Watergate...o NIXON, só porque deu a ordem pra espionar, caiu. Aqui no Brasil, o executivo da Odebrecht detalha encontro com um tal MT, descrevendo sala, móveis, dia, horário, local, pedido de 10 MILHÕES, e querem anular a delação. Não admira que o De Gaulle, que já faleceu faz tempo, na vez que esteve no Brasil, disse: O Brasil não é um país sério. Puxa vida! Não é sério até hoje? Quando vai ser? Ainda bem que existem o Francenildo, o Higor e o Calero.



sábado, 26 de novembro de 2016

VÁRZEA GRANDE E A COPA

Imagem José Lemos

José Antonio Lemos dos Santos
Semana retrasada fui convidado pelos alunos de Arquitetura e Urbanismo da Univag para falar sobre os impactos da Copa do Pantanal em Várzea Grande. O honroso convite tinha um pouco de melindroso, pois meus caros leitores sabem que sempre fui simpático ao grande evento mundial em nossa cidade, e todos também sabemos que a preparação urbana não foi exatamente um mar de rosas ou uma operação indolor e coube a Várzea Grande sofrer os impactos negativos mais evidentes, em especial ao longo do eixo da Avenida da FEB.
     Mas o desafio tornou-se empolgante à medida avançava no assunto. Para mim a Copa do Pantanal significou a maior oportunidade de investimentos públicos e privados concentrados no tempo vistos por Cuiabá e Várzea Grande em toda sua história. É claro que estes investimentos resultaram em intervenções físicas que trouxeram muitos problemas, entretanto trouxeram também aspectos positivos que não são tão evidentes. O sapato apertado chama mais a atenção que o confortável. No caso de Várzea Grande que balanço pode ser feito? A cidade hoje está melhor ou pior que antes da Copa? Os impactos negativos saltam às vistas, já os positivos, tive que conferir pela cidade com olhos de ver, e o resultado foi bem animador.  
     Primeiro impacto positivo, o Aeroporto Marechal Rondon, o 14° do país com cerca de 3,0 milhões de passageiros/ano, está hoje com sua área triplicada, equipado com “fingers”, embarques e desembarques mais confortáveis, e amplo estacionamento. Mesmo com sua ampliação a estação de passageiros já parece no limite de sua capacidade, imaginem se hoje aquele antigo painel com a simpática arara azul continuasse limitando sua extensão.  Apesar do nosso renitente “complexo de pequi-roído” se extasiar com pesquisas que colocam o Marechal Rondon como o menos confortável entre os 15 maiores aeroportos do país, hoje ele está muito melhor que antes da Copa, o que não pode ser motivo para relaxar na cobrança da conclusão urgente de suas obras. Convém lembrar que o Marechal Rondon é a interface do mundo globalizado com Mato Grosso, uma das regiões mais dinâmicas e produtivas do planeta, o que representa uma imensa vantagem comparativa para a cidade que o abriga.
     À frente do aeroporto encontra-se o “Shopping Várzea Grande”, empreendimento privado destravado com a vinda da Copa depois de anos atrás de um tapume em ruínas. Foi inaugurado em 2015 oferecendo 3,5 mil empregos diretos e indiretos e a previsão de mais 900 vagas temporárias para o final daquele ano. Além dos empregos, elevou a autoestima várzea-grandense. E próximo ao aeroporto e ao Shopping, chegaram novos e sofisticados hotéis. Dizem que um ou outro fechou diante da duplicação de leitos na Grande Cuiabá para a Copa. O mal não está nos hotéis mas na falta da prometida política de promoção ao turismo ancorada na propaganda propiciada pelos holofotes da Copa.
     E a nova interseção do “ZeroKM”, com sua bela trincheira? E o viaduto do Cristo Rei? Faltou um retorno para o centro de Várzea Grande, assim como falta um ligando quem sai do aeroporto ao Shopping. Um dia farão. E a nova “estrada da Guarita”, agora uma avenida em pista dupla ligando o centro histórico da cidade à nova fronteira urbanística várzea-grandense? E a magnífica Mário Andreazza, também em pista dupla e características urbanas, com calçadas e as devidas sinalizações, ligada a Cuiabá por uma nova ponte e a trincheira Ciriaco Cândia, tão criticada quando em construção mas que agora nem pode ser interditada para acabamentos pois sua falta gera enormes engarrafamentos? Quanto ao VLT o negócio é concluí-lo, punindo quem merecê-lo. Para mim, apesar dos problemas, o saldo é positivo.
(Publicado em 27/11/16 peloMidiaNews, FolhaMax, NaMarra, ArquiteturaEscrita, em 28/11/16 pela PáginaDoEnock, ...)



COMENTÁRIOS:
Por e-mail

Maristela            26/11/16         22:52


"Oi José Antônio, boa noite!
Acabei de postar meu comentário para seu último artigo, mas não apareceu a confirmação do envio. Em todo caso, quero lhe dizer que escrevi agradecendo por me ajudar a ver com “olhos de ver” os benefícios que a Copa trouxe para Cuiabá e Várzea Grande. Gostei muito! Valeu! 
Grande abraço
Maristella "

No Face
Carlos Oseko    26/11/16
"VG pode e precisa deMAIS!!!"

Nanda Lopes  26/11/16
"Que matéria show em professor , realmente sofremos muito com o impacto da copa , mas também acho que não devemos chorar pelo leite derramado , mas sim erguer a cabeça e aproveitar o pouco que foi dado , que fez diferença , e que não iríamos ganham mesmo sem a copa , e isso aí "

Everaldo Araújo  26/11/16
" Isso se chama visão de futuro Jose Antonio Lemos Santos e vc sempre em todos artigos que leio faz críticas construtivas. E como apaixonado pela nossa calorosa e bela Cuiabá sonho um dia ver o VLT inaugurado que beneficiará milhares de trabalhadores e estudantes que padecem nesses ônibus a maioria sem condições de uso sem ar condicionado sem dizer nas horas que perdem nos pontos de ônibus esperando ! Vamos sonhar e cobrar nossos gestores públicos porquê se não fossem tão incompetentes com certeza o legado da Copa 2014 teria sido muito maior para Cuiabá e Várzea Grande!"



sábado, 19 de novembro de 2016

MATO GROSSO POR INTEIRO

gopantanal.com.br

José Antonio Lemos dos Santos

     O encontro em Cuiabá no dia 14 passado do governador com o ministro das Relações Exteriores um dia poderá ser considerado um marco na história do desenvolvimento de Mato Grosso, extrapolando a região de Cáceres, foco principal da reunião. Os assuntos tratados abrangeram um conjunto de temas que podem ser sintetizados numa ambiciosa política de integração continental através da Hidrovia Paraguai-Paraná, tendo como ponto de partida a Princesinha do Paraguai. Mais importante, vai reintegrar o Mato Grosso platino ao desenvolvimento estadual, reforçando a unidade geopolítica do estado ameaçada pelo projeto de isolamento ferroviário da Grande Cuiabá.
     O porto e a ZPE de Cáceres são assuntos discutidos há décadas mas parece que agora é para valer pela abrangência da abordagem, envolvendo questões de logística, segurança, comércio e relações com os países vizinhos, inclusive com a programação de um grande encontro em Cáceres, para o qual já estariam convidados os ministros da Justiça, do Desenvolvimento, da Defesa e o próprio ministro das Relações Exteriores. José Serra também convidou o governador para uma reunião em Brasília com ministros do Uruguai, Argentina, Paraguai, Bolívia e Chile, específica sobre a grave questão da segurança nas fronteiras comuns. Destaco a tese de que o desenvolvimento do Mato Grosso platino está amarrado à solução da questão da segurança na fronteira, e vice-versa. Uma coisa depende da outra.
     Da parte do desenvolvimento a reativação do porto de Cáceres com a implantação da ZPE é um ótimo começo. O porto será uma das principais portas de saída para os produtos mato-grossenses, muitos processados na própria ZPE, e será também a entrada para o desenvolvimento com as cargas trazidas pelo rio. Porém estes projetos demandam a criação da logística complementar, rodoviária, ferroviária e aeroviária. Aí entra então a retomada da ferrovia, hoje em Rondonópolis, passando por Cuiabá para chegar até Cáceres e Nova Mutum e daí aos portos do Pará e Pacífico, somando-se à FICO. Entram também a reativação do aeroporto de Cáceres, bem como, a consolidação do Aeroporto Marechal Rondon com a criação de voos internacionais, a começar pela prometida ligação com Santa Cruz de la Sierra. O aeroporto em Várzea Grande é a interface de globalização de Mato Grosso, poderosa ferramenta de desenvolvimento. Ao desenvolvimento regional ainda é fundamental que o gasoduto seja levado a sério dando-lhe confiabilidade como elemento propulsor da economia do porto, da ZPE e da Região Metropolitana do Cuiabá com vantagens econômicas e ambientais. Esse conjunto de fatores positivos viabilizariam a Região Metropolitana como um polo de verticalização da produção primária mato-grossense utilizando a mão de obra disponível em indústrias de vestuário, produtos em couro e beneficiamento de carnes, por exemplo.
     Mas não se pode pensar em desenvolvimento sem resolver a grave questão da segurança na fronteira, inviabilizada pelo poder da mais poderosa e cruel das armas inventadas pelo homem, a droga, ramificada em outros nefastos tráficos como o de veículos e armas. O Brasil vem sendo bombardeado por essa arma através da fronteira mato-grossense, arremessada em fardos por pequenas aeronaves em voos que escapam aos radares de segurança do espaço aéreo nacional. Por que não instalar em Cáceres uma Base Aérea aproveitando a pista de pouso asfaltada ali existente e ociosa? No controle da extensa fronteira, por mais zelosas que sejam as ações em terra, estas dificilmente alcançarão êxito sem um apoio ostensivo aéreo, com aviões de verdade, portadores do intimidador e vitorioso emblema da gloriosa Força Aérea Brasileira.
(Publicado em 19/11/16 pelo FolhaMax, NaMarra, 20/11/16 no MidiaNews, ArquiteturaEscrita, 23/11/16 no Diário de Cuiabá, no BlogDoValdemir, ...)
COMENTÁRIOS
Por e-mail
Cléber Lemes 19/11/16
"Parabéns Dr. José Antonio, pela excelente reportagem . Um abraço
​Cleber"

sábado, 12 de novembro de 2016

RECONSTRUIR A REPÚBLICA

             
                

José Antonio Lemos dos Santos
     A comemoração da Proclamação da República é uma oportunidade para se lembrar do grande desafio deixado aos brasileiros pelo papa Francisco quando esteve por aqui em 2013, pouco divulgado entre nós, até pela própria Igreja, talvez pela grandeza do desafio, mais provável porém pela sua inconveniência para alguns. Deveria interessar em especial aos cidadãos que, ungidos pelo voto, transformaram-se em novos políticos, vereadores e prefeitos, que trazem a esperança de transformações nas práticas públicas.
     Na perspectiva dessa mesma esperança o papa no Teatro Municipal do Rio de Janeiro disse aos brasileiros que o “futuro exige hoje a tarefa de reabilitar a Política, que é uma das formas mais altas da Caridade.” Ouvi “ao vivo” pela TV e fiquei surpreso pois, ao menos no Brasil, nada parece mais “nada a ver” com a Caridade que a política. Superada a incredulidade entendi que a “política” referida pelo papa era aquela com “P” maiúsculo, a da doação do cidadão à causa do bem comum, da coisa pública, a “res-publica” que deveria ser o objetivo maior desta nação proclamada republicana a 15 de novembro de 1889.
Imagem da capa do jornal A Gazeta de Cuiabá de 12 de dezembro de 1889 publicando notícia da Proclamação da República - armazenado no Arquivo Público de Mato Grosso - Renê Dióz G1/MT


     Infelizmente no Brasil as saúvas venceram corroendo a República e a arte nobre da verdadeira Política, que perdeu então o seu “P” maiúsculo e seu foco no bem comum. A coisa pública passou a ser tratada como um butim eleitoreiro a ser usado em função de interesses pessoais, grupais, empresariais ou partidários que se misturam a cada 2 anos nas mais esdrúxulas combinações e transações, iludindo o cidadão eleitor, que ao final paga o pato em todos os sentidos, ao perder sua nação, sua cidade, e ficar com a conta e a culpa de tudo.
     Os tempos de hoje parecem ser ideais para o resgate do desafio papal. O Brasil chegou ao paroxismo, ao fundo do poço definitivo, depois de muitas vezes ter dado a impressão tê-lo alcançado. O povo sai às ruas indignado com esta situação na qual lhe é arrancado cerca de 40% de tudo o que produz apenas para a manutenção de uma pirâmide político-administrativa de cargos regiamente remunerados, dedicada a subtrair o patrimônio público, roubo a mãos cheias, surrupio às escâncaras que vão muito além dos 40% do que lhe é imposto oficialmente. Cada dia mais escândalos que parecem sem fim. Enquanto isso, o bem-comum mingua sob a alegação de falta de recursos, as escolas desmoronam, os hospitais são insuficientes, as estradas matam, a autoridade pública se esvai na desconfiança e desrespeito que se generaliza. As imagens do sofrimento do povo nas filas, no caos diário da metástase urbana, afogados na falta de saneamento e nos preços nos mercados, são imagens de uma nação que virou fumaça. Só se salvará se resgatada pela cidadania e a tarefa inicial é a reconstrução da República, mas reconstrução urgente e de verdade, não só passar um batonzinho como querem alguns, muito menos agir no sentido inverso, como nas matreiras tentativas de se perdoar o “caixa 2”.

     Cuiabá tem ligação especial com a República. Além de ter filhos entre os líderes da Proclamação, teve Dutra como presidente, Dante como restaurador das eleições diretas e os marechais Deodoro e Floriano Peixoto como moradores antes de serem os primeiros presidentes da República. O proclamador de República inclusive casou-se aqui e Floriano foi presidente da província, orgulhoso de ter um filho cuiabano, segundo Rubens de Mendonça. A casa identificada pelo historiador Laurentino Gomes como sendo a do marechal Deodoro em Cuiabá já foi reformada, deixando a situação de abandono e ruínas denunciada por ele. Mas a República proclamada por Deodoro, mais que uma reforma, precisa ser reconstruída para ser reproclamada. E já.
(Publicado em 12/11/16 pelo site NaMarra,  ArquiteturaEscrita, no dia 13/11/15 pelo MidiaNews, no dia 14/11/16 pela Página do Enock, FolhaMax, no dia 17/11 no Diário de Cuiabá,...)

COMENTÁRIOS, 
Na FolhaMax
Zeca Tenuta 14/11/16, 11h32
"Professor, belo texto, porém, antes de culparmos a classe política pelos desmandos citados, temos que atentar para o fato de que é impossível a existência da mesma sem a fundamental participação do eleitor. Fui candidato a um cargo de vereador em Cuiabá, pois, acredito que só participando diretamente do processo eleitoral, poderia comprovar as inúmeras denuncias de compra de votos, troca de favores, compromisso com cargos etc. Pois é, a coisa é muito pior do que eu imaginava e mais triste ainda porque a iniciativa de "negociar" o voto parte, infelizmente, do eleitor. Saí do processo me sentindo um idiota, porque acreditava que a minha vida pregressa de comunitário atuante, serviria de passaporte para um desempenho melhor no pleito municipal. Frustrei por constatar que o poder financeiro decide as eleições no nosso país. E o mais desanimador é verificar que as autoridades "competentes" nada fazem para coibir esta nefasta e ilegal prática."
RESPOSTA NO FOLHAMAX 15/11/16
José Antonio Lemos dos Santos
"Prezado Zeca Tenuta. Obrigado pela honra da leitura e a gentileza do comentário. Seu eu pudesse dar um conselho seria para não desanimar. Você como cidadão tentou de boa fé, foi lá no âmago desse nosso sistema eleitoral deturpado, conheceu a triste realidade e nos traz mais um testemunho de quanto é necessária a reconstrução desta nossa República a começar pela reconstrução (não reforma para enganar o povo) do nosso sistema eleitoral perverso já em sua estrutura. Mas seus votos não foram perdidos pois ajudaram o PRP a eleger 2 vereadores que passam ter responsabilidade para com os votos que seu nome e seu prestígio deu a eles, e portanto vamos cobrá-los com toda a ênfase e aplaudi-los quando for o caso."
No HiperNotícias:
Carlos Nunes - 14/11/2016
"Só visualizo uma maneira...SE, em 2018, na próxima eleição, a gente elegesse como presidente da república SÉRGIO MORO, vice JOAQUIM BARBOSA; e renovasse todo Congresso Nacional, colocando uma outra safra de pessoas para fazer política. É como a gente pudesse ZERAR tudo, e escrever uma outra página na história do Brasil. Mas SÉRGIO MORO não será candidato, ele mesmo já informou isso; então teríamos que procurar outro ou outra brasileiro(a) para preencher essa vaga. Quem seria esse herói ou heroína? Não seriam aqueles políticos profissionais, que já ocuparam vários cargos, já foram até eleitos, e deu no que deu: uma Economia arregaçada com 12 milhões de desempregados. Deve existir, em algum lugar do Brasil, a pessoa certa; afinal de contas o país é continental. Apesar de, certa vez, um filósofo grego sair com uma lanterna procurando uma pessoa "justa e honesta", e não ter encontrado ninguém; acho que deve existir aos montes..."
José Laurentino Gomes         20/11/16
"Prezado professor José Antonio, boa noite
Li, dias atrás, o excelente artigo que escreveu sobre a Proclamação da República e a situação do Brasil hoje. A certa altura, o senhot escreve tambem que a casa onde o Marechal Deodoro teria vivivo em Cuiabá, e que vi em ruínas em 2013, acabou de ser restaurada. Sei que há controvérsia a respeito desse imóvel e não se tem certeza se seria, de fato, a casa de Deodoro. Mas a recuperaçao de uma edificio histórico no Brasil é sempre uma rara e boa noticia. Por isso, gostaria de fazer um blog sobre o assunto. O senhor saberia me dizer se alguem ou algum orgao publico teria fotografias dessa casa, antes e depois da restauração? Em caso positivo, poderia me colocar em contato?
Agradeço desde já a sua gentileza.
Um grande abraço e boa semana"



sábado, 5 de novembro de 2016

O AEROPORTO PAROU, DE NOVO!

Foto José Lemos

José Antonio Lemos dos Santos
     Algum pressentimento parece ter orientado quando na semana passada citei a linha aérea internacional Cuiabá-Santa Cruz de La Sierra como exemplo de um assunto de interesse do município estando, portanto, entre as obrigações das autoridades e lideranças municipais se
interessar, acompanhar e brigar junto às instâncias competentes por sua realização, independente de partidos ou outros interesses menores. Podia ter citado o gasoduto, a ferrovia, mas escolhi a nova linha aérea por sua importância e pela proximidade da data anunciada para sua inauguração, 5 de dezembro, sugerindo a necessidade dos prefeitos e vereadores dos municípios do Vale do Rio Cuiabá, novos ou velhos, só ou em conjunto, cobrarem o andamento do assunto antes de um possível derramamento do leite. Pois não é que o governo dias após suspendeu o contrato da obra do aeroporto, faltando 25% a ser concluída? Tomara que não atrapalhe em nada a inauguração da linha internacional, tão importante para a Baixada Cuiabana.
     Historicamente a relação dos órgãos gestores dos aeroportos no Brasil nunca foi de simpatia ou agilidade com nosso aeroporto, hoje o 14º do Brasil em passageiros. Um dos poucos grandes momentos de sua história foi no começo da década de 40 quando o governo do estado resolveu doar uma área de 700 ha para o aeroporto, decisão mais que visionária, profética, pois naquele tempo a aviação civil mal iniciava sua consolidação no Brasil. A primeira estação de passageiros só aconteceu porque a então primeira dama do Brasil, de passagem por aqui, precisou ir ao banheiro. Foi um pampeiro! Sorte, pois desse fato pitoresco saiu a primeira estação de passageiros, inaugurada em 64 com o nome de Maria Tereza Goulart, logo após mudado para Marechal Rondon. Depois disso, outra sorte foi em 2002 quando o saudoso cuiabano Orlando Boni presidiu a Infraero e suspendeu uma reforma meia boca programada para o aeroporto e determinou a execução e implantação de um projeto moderno de ampliação e um Plano Diretor para o Marechal Rondon. A ampliação começou, parou, começou, parou, e agora está parada de novo. O Plano Diretor sumiu. Fora isso, só pouco caso, incompatível com a importância da Infraero e seu quadro técnico.
     A maior chance veio com a Copa do Mundo, Cuiabá uma das 12 sedes e o aeroporto como peça fundamental. A ideia era de que nessa oportunidade o Marechal Rondon seria levado a sério. Que nada! A abertura da licitação para o projeto da ampliação só saiu em 2010, ano e meio após a escolha de Cuiabá como uma das sedes e sua ordem de serviço só 2 meses e meio depois. A licitação para as obras só em julho de 2012, 3 anos e 2 meses depois da escolha da sede, com menos de 600 dias para o início da Copa. A boa vontade com Cuiabá era tanta que a então ministra Gleise Hoffmann chegou a propor uma cobertura de lona, caso o aeroporto não ficasse pronto a tempo. Lona, isso mesmo!
     Mesmo inconcluso o Marechal Rondon melhorou muito em relação ao que era antes da Copa, graças ao governo do estado da época ter corajosamente assumido o risco de tocar as obras. Se não, nem isso estaria pronto. Qual o prejuízo sofrido por Mato Grosso, em especial Cuiabá e Várzea Grande com suas novas 15 torres hoteleiras que vieram com a Copa? Afinal, quem defende os interesses de Cuiabá e Várzea Grande? Eventualmente um deputado de Rondonópolis ou de Sinop? Tomaram nossa ferrovia, inviabilizaram nosso gás, fica assim? Quem lutará por nosso aeroporto e sua primeira linha internacional? Está difícil, hein? Com uma história de bravos antepassados será que viramos uma geração de amebas, incapazes de aprumarmos ao menos para reivindicar os próprios direitos? Ou cobrar de quem tem a obrigação de fazê-lo?
(Publicado em 05/11/16 pelo MidiaNews, no Blog do Lúcio Sorge, Arquitetura Escrita, NaMarra e em 10/11/16 pelo Diário de Cuiabá,...)

COMENTÁRIOS:
No Midianews  Carlos Nunes  05.11.16 09h30
"Não sou vidente, mas prevejo que essa tragédia vai acontecer é com o VLT - depois de abrirem a cidade toda, DE PONTA A PONTA (do Porto até o CPA e do Centro ao Coxipó), e o dinheiro minguar, acabar, porque ninguém realmente sabe o tamanho dessa crise, nem quanto tempo ela vai durar, PARA TUDO. E a cidade vai ficar toda aberta esperando o dinheiro cair do céu. Máquinas e tratores já terão mandado pró espaço tudo o que estava na frente, embaixo e nas imediações: asfalto de boa qualidade, avenidas, ruas, calçadas, canos, adutoras, rede de esgoto, rede de energia, telefônica, e muito mais. Quanto custa esse patrimônio público consolidado que vai pró espaço? Quanto custará para REFAZER tudo isso? Aí o fracasso do Silval é transferido automaticamente para o Taques - fracasso antigo o eleitor esquece, mas fracasso atual não esquece...VLT ainda vai derrubar alguns políticos, que não serão mais eleitos pra nada. Se não fizeram na época das vacas gordas, fazer agora na época das vacas magras, do dinheiro curto, da pindaíba financeira, é suicídio. Agora não tem dinheiro nem para garantir o pagamento dos servidores, depende de repasse federal, se o dinheiro chegar paga, se não chegar não paga. Ontem os telejornais (todos) mostraram a calamidade econômica no Rio de Janeiro, e o comentarista do SBT alertou: o que acontece no Rio, vai ter um efeito cascata em todo país - NÃO TEM DINHEIRO. Não podemos deixar abrirem Cuiabá DE PONTA A PONTA, porque o negócio pode piorar. O que já está ruim, pode ficar pior. Não deviam é ter deixado o Silval comprar as Composições Milionárias do VLT, sem entender bulhufas de VLT. É caro para fazer e depois para manter."

sexta-feira, 28 de outubro de 2016

LINHA INTERNACIONAL

Foto José Lemos

José Antonio Lemos dos Santos

     O que tem a ver aeroporto internacional, gasoduto, Manso, ferrovia, Porto Seco, Arena Pantanal e até o nosso queridíssimo Sol com eleições municipais, vereadores e prefeitos, conforme venho tratando nos últimos artigos? De fato, alguns questionam, parece claro que não se trata de assuntos da alçada municipal. A estes argumento que o prefeito é a maior autoridade pública municipal estando na Lei Orgânica entre suas atribuições “fiscalizar e defender os interesses do Município”. Aos vereadores cabe entre outras coisas cobrar e fiscalizar em nome do povo o cumprimento da lei. Inclusive o exercício dessa atribuição. Óbvio que existem competências administrativas e legislativas que não podem extrapolar os limites do município, mas essa história de cada um no seu quadrado só vale na música popular atual. Até ao cidadão cabe cuidar de sua cidade e lutar por ela. O que seriam “interesses do Município” citados na Lei Orgânica?
     Valendo para quaisquer dos assuntos citados no início do artigo cito por exemplo a inauguração da linha aérea entre o Aeroporto Marechal Rondon em Várzea Grande e Santa Cruz de la Sierra, Bolívia, prevista para o próximo de 5 de dezembro, a partir de articulações do governador Pedro Taques. É claro que não se trata de assunto da competência administrativa nem legislativa do governo do estado, mas como é um assunto do maior interesse para um estado centro continental, em especial para Cuiabá e Várzea Grande, o governador, com apoio de diversos segmentos da sociedade, correu atrás dos setores competentes em todas as esferas públicas e privadas, e chegou à definição da linha. Não se trata portanto apenas de mais uma linha aérea para o 14º aeroporto mais movimentado do país, mas sua primeira linha internacional com fortes possibilidades de consolidação ligando direto o centro da América do Sul a um outro país, concretizando a internacionalização do Marechal Rondon, podendo puxar outras linhas internacionais e ajudando a alavancar novas perspectivas para a economia de Mato Grosso, turismo, comércio, lazer, cultura, etc.
     A grande vocação natural de Cuiabá com sua posição central no continente é ser um grande encontro intermodal de caminhos. Basta reparar que do jogo de xadrez ao futebol, o meio do campo tem papel fundamental e é o espaço de maior movimentação. Na logística a tendência é acontecer o mesmo. Aproveitar essa potencialidade natural foi a motivação do então prefeito Dante de Oliveira, e depois como governador, buscar a internacionalização do Marechal Rondon. Como Taques, também estava fora de seu quadrado administrativo, mas no mais absoluto sentido de responsabilidade política para com os interesses do estado. Agora falta 1 mês para a inauguração prevista e tudo ficou quieto. Não se fala mais no assunto. O que estaria acontecendo?
     Certamente que a ligação internacional de Cuiabá não é um tema inócuo, mas envolve interesses de outras cidades que também pleiteiam tal privilégio. Pauzinhos podem estar sendo mexidos contra o projeto de Mato Grosso. Já   tivemos por duas vezes uma linha internacional que foram interrompidas por questões absolutamente fáceis de superar quando existe determinação política em todos os níveis para superá-las. Não seria importante neste momento a intervenção dos prefeitos da Região Metropolitana ou, ao menos dos de Cuiabá e Várzea Grande, das Câmaras Municipais, das lideranças empresariais, em especial do trade turístico? Ou vamos deixar que a oportunidade passe novamente até que um dia a vantagem comparativa natural da posição central seja usurpada e inviabilizada definitivamente por outras localidades com mais disposição de lutar pelos próprios interesses municipais e regionais?
(Publicado em 29/10/16 pelo MidiaNews, Arquitetura Escrita, em 30/10/16 pelo HiperNotícias e NaMarra, em 31/10/16 pelo Diário de Cuiabá e pela Página do Enock,...)

COMENTÁRIOS:
Por email:
José Costa Marques     23:51  31/10/16
" Excelente artigo escrito pelo Professor Arquiteto Urbanista José Antônio Lemos, com quem temos a felicidade de partilhar alguns momentos como conselheiros do CAU/MT.
O professor extrapola o campo do desenho urbano e traz uma visão macro da nossa  região e a importância de fortalecer o transporte aéreo como um dos meios para incrementar o desenvolvimento econômico do Estado, em particular os municípios de Cuiabá e Várzea Grande.
Parabéns
Arqt. Urbanista José da Costa Marques "

Na Página do Enock
Osmir     2:59 am      01/11/16
"Quem gosta de pobre fica pobre.Que fixação que tem Zé Antonio, Alfredo Menezes e Serafim com a Bolívia.Inpressionante.Deveria ter aqui era um voô para Miami,lisboa,etc.O que nos queremos com essa bosta de Santa Cruz ainda maiss da Bolivia?O PIB dela é menor que de MT!"