"FIRMITAS, UTILITAS et VENUSTAS" (Tríade Vitruviana)



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terça-feira, 1 de abril de 2014

PRAÇA DEVOLVIDA, VITÓRIA CIDADÃ

José Antonio Lemos dos Santos

     No início de agosto de 2012 o noticiário local denunciava a aprovação pela Câmara de Cuiabá de projeto de lei do executivo autorizando a venda de 4 áreas públicas localizadas nos bairros Alvorada, Cidade Alta, Jardim Vitória e Jardim Cuiabá. Bem em frente à Arena Pantanal, palco da Copa, em uma delas encontrava-se a Policlínica do Verdão, excluída do pacote pelo prefeito da época após denúncia do fato em alguns de meus artigos. O promotor de Justiça Carlos Eduardo da Silva de imediato investigou o assunto e em outubro ainda de 2012 o Ministério Público Estadual pediu à Justiça que fosse decretada a indisponibilidade dos imóveis colocados à venda, pedido atendido no último dia 25 de março de 2014 pelo juiz Rodrigo Roberto Curvo, com a anulação da Lei Municipal 5574/12, o cancelamento da venda e a determinação da devolução do valor pago pelo terreno do Jardim Cuiabá, o único que chegou a ser vendido. Claro que os demais só não foram vendidos pela repercussão que o caso alcançou.
     Sem dúvida, fatos bem sucedidos como este de defesa e recuperação do patrimônio público contra a sanha daqueles que deveriam protegê-lo, demonstram que ainda podemos ter alguma esperança no pouquinho que ainda resta da República que pensávamos estar construindo. Aqui e ali alguns homens sérios ocupando cargos que sempre deveriam ser ocupados por pessoas desse jaez, aliados a uma pequena parcela de cidadãos ativos e vigilantes que ainda não entregaram a palha e a rapadura de vez, e apoiados por uma parte da imprensa que ainda acredita ser o quarto poder das verdadeiras democracias, formam um conjunto que às vezes chega a resultados como o que acaba de acontecer em Cuiabá. Tem que ser comemorado. Parece tão pouco, mas é muito.
     As áreas públicas que pretendiam sorrateiramente alienar, são áreas que seriam subtraídas daquelas destinadas e indispensáveis à qualidade de vida do cidadão, por isso previstas nas leis de parcelamento a partir de criteriosos parâmetros urbanísticos. As áreas públicas em um loteamento são propriedades em condomínio do cidadão que adquiriu cada lote, e por extensão propriedade de todos os habitantes da cidade, e devem ter na prefeitura um fiel depositário em nome do povo, e não seu dono, com poder de fazer com elas o que bem entender. Infelizmente, as cidades, e Cuiabá em especial, vêm ao longo das décadas perdendo suas áreas destinadas às praças, áreas verdes ou equipamentos urbanos, patrimônio não só dos cidadãos de hoje, mas de seus filhos, netos e todas as gerações de descendentes que pagarão muito caro por nossa atual irresponsabilidade urbana e ambiental.
     Agiu bem o Ministério Público Estadual ao tomar imediata iniciativa no caso e a Justiça dando o justo e correto desfecho que dela se esperava. Grande também o papel da imprensa noticiando o andamento do caso, desde a estranhamente veloz tramitação na Câmara de Vereadores onde teve quem confessasse ter votado sem sequer ter lido o projeto, até agora na decisão judicial. Através da imprensa a cidadania pode expressar toda sua indignação, e teve participação decisiva agindo na cobrança de posições e impulsionando o bom resultado com a anulação da Lei e da venda realizada. Só acredito que vamos ter cidades realmente voltadas para o bem estar e a qualidade de vida de sua população quando a cidadania assumir que a cidade é sua e não de qualquer El-Rey de plantão. Quando a cidadania assumir que as autoridades são funcionários públicos, isto é, seus funcionários, e que não cabe a ninguém mais ficar esperando, mas correr atrás, cobrar, exigir, fiscalizar, propor, criticar e também ter coragem para aplaudir quando for o caso. E este é um destes. Raríssimos.
(Publicado em 01/04/2014 pelo Diário de Cuiabá, ...)

quinta-feira, 25 de outubro de 2012

VITÓRIA COMPLETA?


Parece que, depois da Policlínica, estamos próximos de salvar de serem vendidos os terrenos objeto da Lei 5574/12. Conforme matéria do GD abaixo o Ministério Público Estadual pediu a indisponibilidade dos referidos imóveis. Veja:

Quinta, 25 de outubro de 2012, 18h34
ALIENAÇÃO

MP pede indisponibilidade de imóveis em Cuiabá



Flávia Borges, repórter do GD
Em ação cautelar com pedido de liminar, o Ministério Público Estadual (MPE) pede para que seja decretada a indisponibilidade dos 4 imóveis indicados na Lei Municipal 5.574 de 3 de agosto de 2012, que autorizou a alienação dos mesmos em Cuiabá. Os lotes estão localizados nos bairros Cidade Alta, Alvorada, Jardim Vitória e Jardim Cuiabá. Para o MP, há consistentes indícios de ilegalidade na autorização de alienação destes imóveis.
O promotor de Justiça Carlos Eduardo Silva explica que após a polêmica que envolveu a concessão de autorização legal para a alienação da área onde se situa a Policlínica do Verdão, verificou-se que a mensagem na qual se solicitou a desafetação e a autorização para a venda dos lotes não foi acompanhada de levantamentos técnicos e informações que justificassem a alienação. "É necessário um levantamento mais apurado para verificar se os mencionados bens desempenham ou podem desempenhar alguma função relevante nos bairros atingidos, no que se refere a aspectos viários, ao lazer ou à instalação de equipamentos públicos", ressalta.
Segundo ele, em algumas hipóteses, é possível admitir a desafetação das áreas e sua alienação, permitindo que o poder púbico organize melhor o uso do solo da cidade e atenda aos interesses públicos. "Porém, entre alienar o bem a terceiro e implantar uma área verde, propícia ao lazer da comunidade, o poder púbico deve optar pela segunda alternativa a qual se amolda melhor aos objetivos da política urbana instituídos pela Constituição Federal de 1988, que são o de ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e o de garantir o bem estar de seus habitantes".
O promotor garante que parte do imóvel situado no bairro Cidade Alta, onde está localizada a Policlínica, provavelmente será destinado para estacionamento da Arena Pantanal, "com acesso facilitado por meio de modernas avenidas e viadutos que serão construídos, agregando valorização ao bem e, consequentemente, interesse imobiliário". O membro do Ministério Público destaca a importância de se resguardar áreas públicas nas imediações dos bairros Cidade Alta e Verdão.
"Além da notória falta de lazer dos locais, o poder público tem se utilizado da locação de imóveis para a instalação de alguns equipamentos públicos, como é o caso do imóvel alugado para o CAPS II Verdão, cujas péssimas condições de infraestrutura levaram o Ministério Público a ingressar com ação civil pública contra o município de Cuiabá", afirmou.
Ele citou, ainda, que o MP possui alguns procedimentos que analisam justamente reclamações de falta de infraestrutura urbana nas regiões dos bairros Alvorada e Jardim Vitória, os quais são desprovidos de espaços públicos para praças e equipamentos esportivos e de lazer. "Até mesmo o bairro Jardim Cuiabá, embora melhor estruturado que os demais, também não pode prescindir de uma área de um hectare situada em um dos locais mais valorizados do município e que pode abrigar importantes equipamentos públicos".
Na ação, o MP requer que, caso a Justiça acate o pedido liminar, que a decisão seja mantida até a conclusão do procedimento preparatório, que está em curso na 29ª Promotoria de Justiça de Defesa da Ordem Urbanística de Cuiabá. Além disso, o MP também requer que o município de Cuiabá repasse informações sobre o procedimento de alienação dos imóveis indicados, com cópias de avaliação dos bens e de eventual processo licitatório, já que tais informações foram sonegadas quando solicitadas. (Ascom)

terça-feira, 9 de outubro de 2012

POLICLÍNICA E ELEIÇÕES

José Antonio Lemos dos Santos

     Na quarta-feira passada recebi honroso telefonema do prefeito municipal de Cuiabá, Francisco Galindo, agradecendo-me pelo artigo do dia anterior “Policlínica à venda”. Com a simpatia que é peculiar à sua pessoa, disse-me que na tarde do dia anterior havia se reunido com seus assessores quando entenderam que o artigo tinha razão e que revogaria a lei autorizativa da venda da Policlínica do Verdão evitando que sua administração prosseguisse em um grave erro. Além da gentileza do agradecimento pessoal, o telefonema me alegrou como cuiabano, pois reconheci no gesto a perspectiva de que temos no Alencastro um prefeito com a grandeza de reconhecer um erro e corrigi-lo, condição indispensável ao cargo.
     Naturalmente, agradeci o telefonema e informei que iria comentá-lo no artigo desta terça-feira, acreditando que a importante notícia da revogação partiria da prefeitura nesse ínterim. Até porque a prefeitura havia emitido nota oficial de esclarecimento informando que não tinha intenção de vender a Policlínica, mas de ampliá-la, mesmo que essa afirmação não combinasse com a Lei 5574/12, que autoriza a venda área na qual está instalada. Além de que, na noite anterior ao artigo da semana passada, o secretário de Desenvolvimento Urbano havia reafirmado no programa Resumo do Dia a nota de esclarecimento da prefeitura. Tendo aulas todas as noites, não assisti ao programa que foi, contudo comentado por amigos que assistiram. Então, seria natural esperar alguma notícia da prefeitura informando a nova decisão.
     A notícia oficial da revogação não veio até ontem, talvez até evitando os últimos dias decisivos das eleições municipais de domingo. Não tenho motivos para não confiar no elegante telefonema do prefeito, mas confesso que preferia neste artigo estar saudando sua nobre decisão já com uma manifestação oficial publicada salvando a policlínica. Enquanto isso a Lei autorizativa continua em vigor como uma espada de Dâmocles sobre a Policlínica do Verdão. Entretanto estou confiante em que ela está salva já que o atual prefeito afirmou que irá revogar a lei que autoriza sua venda - portanto, não irá vendê-la - e nem muito menos o futuro prefeito a ser definido no próximo dia 28 iria dar prosseguimento a um erro da administração anterior. 
     Convém lembrar que a Lei 5574/12 além de autorizar a venda da área em que está a Policlínica do Verdão, autoriza ainda a venda de outras 3 áreas que reputo serem da maior importância para seus respectivos bairros. Duas delas no Alvorada e no Jardim Vitória, áreas grandes em bairros totalmente desprovidos de espaços públicos para praças, equipamentos esportivos e de lazer, ou mesmo equipamentos públicos. Qual o sentido de vender agora? O mesmo em relação à área do Jardim Cuiabá que embora melhor estruturado também não pode prescindir de uma área de mais de 1 ha de frente para a Avenida 8 de Abril, que poderia abrigar importantes equipamentos públicos dada a facilidade de acesso pela importante avenida. Ou mesmo poderia ser uma bela praça, que sempre será bem vinda em Cuiabá. Aliás, tratando-se de um loteamento, nem sei se sua venda seria legalmente possível.
     O importante é que entramos no segundo turno das eleições para prefeito de Cuiabá com o povo demonstrando neste domingo grande civilidade e amadurecimento político. Que os vereadores já eleitos correspondam à confiança com que foram ungidos pelo eleitor para serem seus funcionários na honrosa e difícil tarefa de dirigir e zelar pela coisa pública e pelo destino de nossa cidade. Além disso, que o novo prefeito a ser escolhido no próximo dia 28 tenha também, como o atual, a grandeza de reconhecer seus eventuais erros, e corrigi-los. 
(Publicado em 09/10/2012 pelo Diário de Cuiabá)

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

POLICLÍNICA À VENDA?

A partir da forma rápida e sem discussões como foi aprovada pela Câmara Municipal a nova lei de Uso e Ocupação do Solo Urbano de Cuiabá em maio do ano passado, todo cuidado seria pouco em relação à novas aprovações de leis tratando da cidade. No início de agosto deste ano o promotor Carlos Eduardo Silva informou publicamente - notícia reproduzida aqui no BLOG DO JOSÉ LEMOS no dia 04/08 - que o Ministério Público Estadual (MPE) havia instaurado procedimento para apurar a alienação de quatro imóveis do município de Cuiabá, autorizadas pela Câmara Municipal de Cuiabá no dia primeiro do mês. Passado quase 2 meses da lei autorizativa, sem nenhuma nova notícia sobre o assunto, resolvi buscar por conta própria informações sobre a quantas andava a alienação dos imóveis. Encontrei então na Gazeta Municipal a Lei n. 5574 de 03/08/2012 com as autorizações para "alienar sob a forma de venda" aqueles lotes de terras urbanas a que se referiu o promotor, com seus respectivos caminhamentos topográficos.
Aí aconteceu uma grande surpresa para quem estava interessado apenas em saber se nas alienações aprovadas constavam algumas áreas de maior utilidade às populações dos bairros: UMA DESSAS ÁREAS ABRIGA NADA MAIS NADA MENOS QUE A POLICLÍNICA DO VERDÃO!

Marcação sobre imagem do Google

Incrédulo, li e reli a Lei, busquei o Google, fui ao local para ter certeza se o que estava escrito correspondia de fato com a realidade. E corresponde. O que justificaria a prefeitura solicitar autorização e os vereadores aprovarem a alienação de um equipamento tão importante como esse? Na visita ao local ainda vi que edifício está sendo reformado com placa de obra. Não bastasse a importância de um equipamento de saúde pública de grande utilização, a Policlínica encontra-se em uma quadra onde está o MERCADO ATACADISTA que está sendo transferido para dar lugar a parte do estacionamento da Arena Pantanal, por que então a prefeitura vender? Inclusive, a Policlínica estaria nos planos da Copa do Pantanal sendo aguardada sua ampliação e modernização para apoio aos jogos da Copa na Arena. Será que a população da Cidade Alta sabe dessa decisão? Será que concorda? Fora o grande interesse especulativo de uma área contígua à Arena Pantanal, qual seria outra motivação? A prefeitura está precisando de tanto dinheiro assim a ponto de sacrificar um equipamento tão valioso para a população? Resta à prefeitura e aos vereadores darem as explicações urgentes, antes das eleições. 

2 - As outras áreas também são importantes. A do JARDIM CUIABÁ tem mais de 1 ha, praticamente colada à Avenida 8 de Abril. Será que estão sabendo dessa intenção de venda os moradores do Jardim Cuiabá, os vizinhos da área, que compraram seus lotes constando que ali seria uma praça ou um equipamento público, conforme exige a Lei Federal 6766/79? Veja abaixo. Área maravilhosa para uma praça ou um equipamento urbano público.
Marcação sobre imagem do Google

3 - A área do BAIRRO ALVORADA, é a que motivou meu interesse inicialmente por se tratar de um bairro praticamente sem praças ou áreas verdes ou outras áreas de uso público. Fica a 3 quadras da Av. do CPA. Será que a população sabe do interesse de vender da prefeitura?


Marcação sobre imagem do Google

4 - A área do JARDIM VITÓRIA é a maior de todas a 4, com mais de 1,2 ha. Trata-se também de um bairro carente de áreas verdes públicas, praças, entretanto não consegui identificar por ser contígua à ruas sem denominações e áreas não identificáveis sem informações adicionais. Mas a prefeitura certamente poderá explicar.

sexta-feira, 3 de agosto de 2012

VENDA DE ÁREAS PÚBLICAS


A história se repete. O prefeito viajou... O vereador não leu ... Desta vez as áreas são no Bairro Alvorada, Cidade Alta, Jardim Vitória e Jardim Cuiabá, todos com problemas de ausência de praças e áreas verdes.

Do Olhar Direto:

02/08/2012 - 12:02

Câmara autoriza 'venda' de 30 mil metros quadrados de áreas públicas

A Câmara Municipal de Cuiabá aprovou na manhã de hoje a autorização para a alienação e venda de quatro terrenos da Prefeitura de Cuiabá que somados totalizam 32.123,8 metros quadrados. O projeto foi enviado em caráter de urgência pelo prefeito em exercício, Fernando Biral. Chico Galindo (PTB) está de férias no Chile.

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