"FIRMITAS, UTILITAS et VENUSTAS" (Tríade Vitruviana)



terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

PLANO "C" PARA A MOBILIDADE

José Antonio Lemos dos Santos

     A implantação do VLT é o principal eixo do projeto de mobilidade para a Grande Cuiabá, que por sua vez é hoje o maior e o mais importante compromisso do estado em nível local, nacional e internacional em função da preparação da cidade para a Copa do Mundo. Pois bem, apesar de toda essa importância, dimensões e complexidade técnica, sua audiência pública se restringiu a uma manhã em Cuiabá e uma tarde em Várzea Grande, em audiências separadas, sem apresentação prévia do projeto a ser discutido. Francamente, nas minhas limitações pessoais não seria tempo sequer para compreender um projeto dessa envergadura, quanto mais para questioná-lo em suas implicações sobre a cidade e a vida dos cidadãos. Por isso não fui. Mas, pelo noticiário, vídeos mostrados pela mídia, declarações das autoridades e dos que estiveram presentes, deu para sentir que as audiências foram exitosas, com informações importantes, ainda que algumas não tenham sido boas.
     Serviu para confirmar que ainda não existe projeto técnico para o VLT, conforme já havia mostrado o edital de licitação publicado na segunda de carnaval que trouxe entre seus objetivos a contratação dos projetos necessários à execução das obras e a implantação do sistema. Portanto, não existe projeto e o que foi apresentado nas audiências seria mais uma ilustração de intenções oficiais de realização. Serviu também para mostrar pela primeira vez o governo se apresentando inseguro quanto a viabilização desse projeto no prazo da Copa do Pantanal. Nas palavras do secretário-extraordinário da Secopa o governo do estado está fazendo tudo de sua parte, “sobre-humanos esforços”, mas alerta sobre “alguns obstáculos nos corredores de Brasília” que escapam à gestão do estado. E adverte: “Então aquilo que sofrer atraso em cronograma por fator que não são inerentes ao governo do estado de Mato Grosso, nós não podemos ser responsabilizados.”
     Esta declaração do secretário é muito séria e aponta algumas questões. Uma é que a responsabilidade pelas obras da Copa em Mato Grosso é e continua sendo do governo do estado, em especial da Secopa criada só para isso. Intransferível. Responsabilidade tanto nas obras que estão indo bem, como a Arena, o sistema Mário Andreazza e outras, assim como nas problemáticas, como a do VLT. E neste projeto existe ainda a responsabilidade dobrada dos que tomaram a iniciativa de trocar o projeto do BRT, pronto, aprovado pela Assembléia e com financiamento acertado, assumindo o risco de começar um outro da estaca zero, no caso o do VLT, a três anos do início da Copa. Dentre os riscos assumidos era o de uma nova negociação com o governo federal. Se hoje encontram “obstáculos nos corredores de Brasília” é urgente que sejam denunciados quais ou quem são para que todos saibam, a presidenta Dilma possa tomar providências, e os projetos avancem, sem prejuízos para Cuiabá e a Copa que não podem sair perdendo em função de eventuais interesses menores.
     Entretanto, o que interessa aos cuiabanos são as obras, o legado de benefícios. O mais importante é que Cuiabá consiga extrair o máximo de proveito desta grande oportunidade de investimento que é a Copa do Mundo. O problema é que os eixos do VLT envolvem alguns dos projetos indispensáveis para a Copa e para a vida futura da cidade, como por exemplo o viaduto do Cristo Rei, a trincheira do Km Zero e os alargamentos em trechos da Prainha, Fernando Correia e FEB. Sendo que dificuldades começam a ameaçar o VLT, não seria o caso de já se pensar em um plano “C” assegurando que essas obras fundamentais para a cidade sejam implantadas, independente do futuro do modal?
(Publicado em 28/02/2012 pelo Diário de Cuiabá)

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

ESTATÍSTICAS VERDADEIRAS 2

ANUIDADE CAU

Pagamento da anuidade do CAU com desconto até 29/02/2012!

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Eles recomendam acessar pelo Firefox para usar todos os recurso do site.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

IMPROVISO E GAMBIARRA

SÉRGIO MAGALHÃES*

     Nos últimos 50 anos, nosso país viveu um tempo mágico. Triplicou a população, passou de subdesenvolvido a emergente, tornou-se potência em múltiplos aspectos. Incorporou dezenas de milhões à cidadania. Decuplicou a população das cidades — principal plataforma do crescimento nacional.
     Até aqui viemos. Para a frente, as responsabilidades, a democracia, a presença internacional, exigirão do Brasil outros compromissos. A estabilidade demográfica e a economia mundial sugerem que sejamos mais atentos ao que queremos e ao modo de conquistá-lo. O poeta Antonio Cícero propõe a desautomatização do pensamento para apreender. É uma boa expressão, que sugere a re-visão de mitos e modelos. Entre eles, por certo se encontra o mito de que o país só se faz com o improviso, com o jeitinho. Não há mais lugar para o desperdício e falta de transparência nas decisões.
     Os desejos demandam explicitação para que possam ser construídos coletivamente. É a explicitação que reduz a arbitrariedade e, não menos importante, a corrupção. O projeto é o instrumento civilizatório que responde a essa questão, que diz qual é a intenção de futuro e permite que antecipadamente a compartilhemos, que a dimensionemos, que a provisionemos, para que a construamos segundo o desejado. Mas o país desdenhou esse instrumento, quase desaprendeu a planejar.
     O que faremos para nossas cidades serem sustentáveis? Qual o projeto que temos para a ocupação urbana: mais expansão predatória? E para a mobilidade? Quais são as redes de transporte a implantar? A
que custo? Quais são os projetos para nossas águas urbanas e para o saneamento? Nas cidades, a falta de projeto (logo, de debate) encobre as assimetrias entre agentes urbanos e induz os governos a pressões unilaterais e desproporcionais de interlocutores mais bem posicionados. A falta de projeto também pode levar a obras ou programas superados em conceito ou oportunidade.
     Veja-se o programa Minha Casa, Minha Vida. Após décadas sem política de habitação e sem debate, quando o governo resolve contrapor-se à crise, para criar emprego e expansão industrial, adota o modelo do antigo BNH, superado desde os anos 1980. Foi um improviso, paradoxalmente déjà vu. O MC,MV merece um projeto contemporâneo, social e urbanisticamente relevante.
     E os aeroportos? Sabe-se que são anacrônicos, arquitetônica e funcionalmente. Desconhecem-se autorias e custos das gambiarras sucessivas que desqualificam essas portas do país. Agora, alguns serão privatizados. Há determinação quanto a projetos e sua qualidade?
     Elaborar projetos pressupõe definir conceitos, fazer escolhas, indicar procedimentos — e, em quase todos os casos, intervir no espaço da cidade, influir nos limites do público e do privado, criar novas relações sociais, econômicas e políticas.
     Em artigo publicado no GLOBO, a propósito da queda do edifício Liberdade, o professor J. M. Wisnik sugere que a causa da ruptura poderia ser o que chama de “gambiarra carioca”: “no Rio, a gambiarra parece ser o próprio fundamento para o funcionamento das coisas.”
     Receio que tal avaliação seja restrita: seria ótimo para o país que a gambiarra fosse apenas no âmbito carioca — seria mais fácil enfrentá-la. Mas há evidências para considerar que ela é mais ampla, e que é o país que clama por uma revisão de “cultura”, do improviso para a programação, para a prevenção, para o
projeto.
     A falta de projeto pode levar a danos irreversíveis, como ocorreu no Liberdade, de belo nome e triste destino, provavelmente vítima da gambiarra de que fala Wisnik. É o responsável pelo nono andar quem afirma que as decisões de obra foram tomadas pela contadora da empresa. Voltada à tecnologia moderna, a empresa estava desatenta aos seus limites profissionais. Infelizmente não é caso isolado. Como a imprensa publicou, passarela construída pelo Metrô do Rio, na Cidade Nova, teria sido, em parte, concebida pelo então presidente da companhia, um banqueiro. Muito próxima, foi construída uma ponte para os trens da mesma empresa, a qual leva o laurel de uma das obras mais feias da cidade. Quem a projetou? Como foi considerado o interesse público de preservar o ambiente paisagístico de um trecho importante da metrópole?
     É o projeto que permite antecipar o fato e levar à reflexão coletiva. Mas tais questões não se resolvem com o Estado monitorando cada passo. É uma tarefa do Estado, das instituições e dos cidadãos. Cada ação nossa tem responsabilidade coletiva. As sociedades que se democratizam compartilham valores para além do obrigatório.
     Talvez tenhamos nos acostumado com a ausência de projeto e do consequente debate. Mas será necessário retomá-los como prática em todas as escalas, do urbano ao edilício, seja no âmbito público, seja no privado. Lembremos: é da plataforma das cidades que se projeta o desenvolvimento do país.

*SÉRGIO MAGALHÃES é arquiteto.
(Artigo publicado em O Globprojeto, edilício, urbano,o, no dia 11/02/2012)

sábado, 25 de fevereiro de 2012

CATEDRAL DE CÓRDOVA

Com um clique no link abaixo (enviado pelo professor Poppi)  faça uma agradável visita virtual à belíssima catedral espanhola.

http://www.catedraldecordoba.es/visita/index.html

ESTATÍSTICAS VERDADEIRAS 1

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

RISCOS DA IMOBILIDADE

José Antonio Lemos dos Santos


     Entendemos que dentre as grandes vantagens da Copa para Cuiabá, a maior de todas é a chance de uma inédita concentração de investimentos públicos e privados na cidade. Tão grande que mesmo que se realize bem menos do que o projetado já será muito mais do que se poderia prever para as próximas décadas, em especial da parte dos cofres públicos. A iniciativa privada vem respondendo bem com um número recorde de obras no ramo imobiliário, fábrica de cimento, ampliação de shopping, resort e diversos novos hotéis. E poderia ser muito mais se houvesse correspondência por parte dos governos, ao menos em termos de transmitir confiança no desenvolvimento dos projetos de suas responsabilidades, que afinal, são os maiores, os estruturantes e definidores da cidade para o grande evento. É triste, mas já saltamos da situação preocupante para a de grande preocupação e agora chegamos à situação de alarme quanto às intervenções públicas relativas a alguns dos projetos aguardados como os maiores legados da Copa.
     Pelo que foi noticiado, as audiências públicas sobre o VLT realizadas na semana passada em Cuiabá e Várzea Grande – uma de manhã, outra à tarde - pouco acrescentaram à realizada no início do mês de setembro passado. Na do ano passado não tinha projeto. Nas audiências de agora foi apresentado como sendo o anteprojeto do VLT para Cuiabá um conjunto de pranchas sobre imagens do Google, sem identificação de responsabilidade técnica, com antigas perspectivas do BRT alteradas para o VLT e nenhum indicativo das soluções para os principais problemas de sua inserção na malha urbana, como por exemplo, o problema do transbordo de passageiros na Prainha sem desapropriações. Em resumo, ainda não existe o projeto técnico para o nosso VLT, tão cobrado na reunião de setembro. Se houvesse, teria sido mostrado.
     Não há como deixar de temer o prazo que resta até a Copa. Pior é que no eixo do VLT encontram-se algumas das intervenções que considero fundamentais para o funcionamento da cidade e que sem o dinheiro desta Copa ficarão na dependência de outra para serem feitas. Ainda que não houvesse VLT, BRT, metrô ou o que fosse, essas obras terão que ser feitas. Por ordem de importância para mim a primeira é o viaduto do Cristo Rei. Outra são as estações da Prainha e a do Porto, esta no local do Atacadão e adjacente ao futuro Fifa Fan Park. A seguir colocaria o alargamento da Fernando Correia da ponte do Coxipó até a saída para Santo Antonio e o alargamento da Prainha próximo ao Morro da Luz, que só podem ser resolvidos com desapropriações. Por fim a trincheira do Quilômetro Zero, na interseção da FEB com a 31 de Março.
     O temor maior é que com uma eventual inviabilização do projeto do VLT, Cuiabá perca também essas obras essenciais que vêm juntas. O secretário da Secopa, já buscando preservar o governo do estado de futuras responsabilidades, insinua com “obstáculos nos corredores de Brasília”. De fato o governo vem tocando obras importantes, como o Verdão e a Mário Andreazza, já licitou as da Miguel Sutil e promete lançar logo os Centros de Treinamento, a Avenida do Barbado e o Fan Park. Mas, no frigir dos ovos, três projetos são essenciais para a Copa. Uma vez prometidos, o povo passa a ter direito a todos eles. Um, que está indo bem, é o estádio. Os outros dois me alarmam: o aeroporto, que nem foram licitadas as obras de sua estação de passageiros, e a mobilidade urbana cujo tronco principal são os dois eixos do VLT, que nem projeto têm até agora. Sem esses eixos, ou com eles em obras durante a Copa, pára tudo, a cidade se imobiliza. E a mobilidade urbana é uma das exigências básicas da FIFA desde o início.
(Publicado pelo Diário de Cuiabá excepcionalmente em 23/02/2012)

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

GREEN WALL

Caixa Forum, Madri
Ia colocar no título "Paredes Verdes" mas achei que não chamaria tanta atenção daqueles que ainda não conhecem essa técnica desenvolvida por Patrick Blanc, se é que alguém ainda não a conheça.

Veja no link

 http://www.youtube.com/watch?v=1yEgiQS1rRk&feature=related 

as ótimas possibilidades não só externas, mas internas também. Parece inventada para as empenas cegas do poente de Cuiabá. Além do resultado plástico apropriado para uma cidade que quer continuar sendo a CIDADE VERDE, haveria um ganho significativo em termos de conforto ambiental e na redução do consumo de energia. Sua difusão por aqui seria importante, como no exemplo do Hotel Odara, em Cuiabá. E aí poderia ser tratada como JARDIM-DE-PAREDE ou de PAREDE VERDE, por que não?

Por enquanto, melhor em inglês GREEN WALL ou VEGETATION WALL (prefiro a primeira). 
                                                    Musée du Quai Branly, Paris, em edifício de Jean Nouvel
                                                                                   BHVHOMME, Paris 

                                                                       Odara Hotel, Cuiabá

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

AS ÚLTIMAS AUDIÊNCIAS SOBRE O VLT


Veja na seção COPA DO PANTANAL (aqui na coluna do lado direito) dois vídeos referentes às audiências públicas sobre o VLT realizadas em Cuiabá e Várzea Grande no dia 16/02. A destacar a fragilidade dos estudos apresentados, sem identificação de responsabilidade técnica e sem indicaçao de soluções, ao menos em estudo preliminar, para os principais problemas de inserção na malha viária urbana, tal como o transbordo de passageiros na Prainha sem desapropriações. Segundo o Midianews, o edital de licitação do dia 17/02 e publicado na segunda feira (20/02) prevê que a empresa vencedora ficará responsável pelos projetos.  Ainda segundo o Midianews o objeto do edital é o seguinte:
                   “Contratação de empresa para a prestação de serviços técnicos especializados de engenharia, arquitetura e sistemas ferroviários para a elaboração dos projetos básicos, executivos e as built, realização das obras, obtenção das licenças ambientais e fornecimento de sistemas e material rodante para implantação dos corredores estruturais de transporte coletivo na Região Metropolitana do Vale do Rio Cuiabá – RMVRC, no modal Veículo Leve sobre Trilho – VLT”.

                  No vídeo da audiência de Cuiabá , destacam-se as palavras do secretário da Secopa:

                  "Eu tenho a missão dada pelo governador Silval Barbosa de entregarmos esta obra antes do evento Copa do Mundo, ou seja, antes de junho de 2014. Estamos fazendo acima de nossa capacidade, até sobre-humanos esforços. Agora, temos encontrado alguns obstáculos nos corredores de Brasília que fogem à governabilidade, fogem à vontade do estado, fogem à gestão do estado. Aquilo que sofrer atraso em cronograma por fator que não são inerentes ao governo do estado de Mato Grosso, nós não podemos ser responsabilizados." (transcrição minha)

                 Parece que o secretário prevê problemas e já defende o governo do estado de responsabilidades sobre eventuais atrasos ou problemas maiores na realização daquele que é esperado como o maior legado do grande evento internacional. Mais que preocupante.
(Os vídeos estão também no site do governo do estado de Mato Grosso http://www.mt.gov.br/
                .

domingo, 19 de fevereiro de 2012

A REVOLUÇÃO DO GRAFENO

lixoeletronico.org/node?page=3

Para quem ainda não conhece, veja no link abaixo o fantástico novo material chamado GRAFENO recentemente descoberto (2004), 100 vezes mais resistente que o aço, muito mais leve, transparente, melhor condutor que o silício, e que está destinado a promover uma nova revolução tecnológica. Inclusive na arquitetura, por exemplo, em divisórias translúcidas, superesistentes que podem se transformar em opacas ou transformadas em telas com paisagens à escolha, ou mesmo utilizadas como telas de computadores.


Seus descobridores os jovens cientistas russos Andre Geim e Konstantin Novoselov receberam o Nobel de Física 2010. Teria sido o prêmio mais rápido dado pela Academia Sueca.

                                                        http://www.mundoeducacao.com.br/fisica/grafeno.htm
Interessante ressaltar que um deles antes de ganhar o Nobel, havia ganho o IgNobel que é uma brincadeira com o Nobel, que premia as descobertas mais idiotas. No youtube e nos sites especializados existem inúmeras matérias sobre as possibilidades de aplicação desse material.  Fantástico. Recomendo.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

MERCOSUL EM CUIABÁ

José Antonio Lemos dos Santos

     Quase não foi percebida a notícia da reunião do dia 8 passado no Ministério das Relações Exteriores, do governador Silval Barbosa e o senador Pedro Taques com o embaixador José Ferreira Simões tratando da viabilização da “Cúpula do Mercosul 2012” em Cuiabá. Ótima iniciativa, corajosa, de larga visão pública, compatível com aquilo que já é Mato Grosso no contexto nacional e em especial com a posição mágica centro-continental de Cuiabá que hoje pode e deve reivindicar eventos desse nível. Mesmo que não consiga o intento, importante é não fugir às boas lutas com medo de perdê-las. Assim foi na disputa por uma das sedes da Copa. Quase impossível, mas vitoriosa. Pena não ser sempre assim, disputando todas as chances. Lamentável, mas a cultura política tradicional não é de entrar em bolas divididas; espera que outros entrem, torce contra e, se tudo der certo, aí corre para sair na foto.
     Dentre as muitas potencialidades de Cuiabá, uma das mais ricas em oportunidades é sua localização central do continente sul-americano, identificada pelo Marechal Rondon com o marco do Centro Geodésico da América do Sul. Para aqueles que ainda não sabem, o Marechal Rondon foi um dos homens mais admirados do planeta. Só para dar uma idéia de sua dimensão, foi indicado ao Nobel da Paz por Einstein. Só. Não recebeu o prêmio, pois faleceu logo após a indicação, e o Nobel até então não podia ser póstumo. É indiscutível o privilégio das posições centrais, do futebol ao jogo de xadrez, assim como na geopolítica. Além do valor simbólico da posição central exata e das interferências místicas favoráveis que muita gente boa acredita acompanhar tais posições, existem também vantagens mais pragmáticas e objetivas. Todas elas devem ser aproveitadas ao máximo pelo governantes, pois significam emprego, renda e qualidade de vida.
     Iniciativas com este tipo de visão não podem passar despercebidas, merecem registro e elogios. Como seria diferente se esta posição central no continente fosse um atributo de Goiânia, Campo Grande, e o futuro. Mesmo sem o prestígio internacional de um Rondon Curitiba, ou de qualquer uma das poucas cidades do país com estruturas institucionais de inteligência urbana para pensar o presente sacramentando em tijolo e concreto sua posição estratégica, estariam explorando ao máximo essa extraordinária riqueza. Se fosse assim, muitos de nós daqui de Cuiabá já teríamos ido lá visitar um centro de cultura continental ou uma festa popular de integração dos povos do continente, deixado nosso dinheirinho com eles e voltado fazendo propaganda da cidade. Seus aeroportos seriam hubs continentais e promoveriam campanhas de atração de empresas em função das vantagens comparativas do lugar central. Se Curitiba fosse o centro da América do Sul, ela já teria encontrado um jeito de ser a capital do Mercosul.
     São sempre bem vindas as raras iniciativas que envolvam Cuiabá em suas dimensões plenas. Com o risco de esquecer algumas lembro de Dante com a 1ª. Festa Sulatina e a luta pela internacionalização do aeroporto; Vuolo e Iglésias com o projeto da Ferronorte como grande sistema ferroviário centro-continental; os irmãos Lacerda e a FIEMT com a saída para o Pacífico; Maggi e Bonilha com a Copa do Pantanal; Maggi com sua expedição ao Chile e a decisão de transformar a antiga sede da Assembléia Legislativa em um centro cultural sul-americano, abortada pela invasão do espaço pelos vereadores da época. Agora são Pedro Taques e Silval propondo a “Cúpula do Mercosul 2012” em Cuiabá. Isso é puxar a cidade para cima, é promoção para Mato Grosso, marketing urbano, emprego, renda e qualidade de vida para nossa gente.
(Publicado pelo Diário de Cuiabá, Midianews, Hipernotícias, Turma do Êpa e Página do Enock em 14/02/2012)

domingo, 12 de fevereiro de 2012

MAR DE XARAÉS DE VOLTA!

Veja que brincadeira inteligente encontrada no Blog do Copola (link abaixo). Diziam os antigos que até teve um mar e se chamava Xaraés. Mas Deus é justo na distribuição dos atributos às cidades e retirou o nosso mar. Cuiabá com mar, seria covardia. eh eh

sábado, 11 de fevereiro de 2012

O AVANÇO DA ARENA PANTANAL

Veja no link abaixo a situação das obra da Arena Pantanal em 01/02/2012.

http://www.youtube.com/watch?v=FLTtNp-R01A&feature=related

Aqui no Blog, na coluna à esquerda dá para comparar com filmes da situação em datas anteriores.

DICIONÁRIO ILUSTRADO DE ARQUITETURA, E. Busden

Veja no link abaixo um precioso dicionário de Arquitetura, encontrado no GOOGLE BOOKS:

http://books.google.com.br/books?id=XKS9BwoQLbwC&pg=RA2-PT32&lpg=RA2-PT32&dq=paraline+desenho&source=bl&ots=ZKwg6tb4y4&sig=AJj2C2PWSpSU4Ado1DCddowOfaI&hl=pt-BR&sa=X&ei=50w2T9aPM9KWtwf-t7jMAg&sqi=2&ved=0CCEQ6AEwAA#v=onepage&q=paraline%20desenho&f=false

O link está disponível aqui no Blog do José Lemos também na nova seção (à direita do Blog) denominada DICIONÁRIOS DE ARQUITETURA.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

A COPA EM CUIABÁ

José Antonio Lemos dos Santos

     Mês passado no artigo sobre as primeiras tragédias urbanas de verão deste ano passei a alguns leitores a falsa idéia de ser contra a Copa. Muito pelo contrário, sou a favor dela como venho repetindo em quase uma centena de artigos específicos, principalmente por Cuiabá ser uma de suas sedes. Torci e continuo torcendo pelo seu sucesso tanto durante os jogos quanto pelo seu legado positivo de qualidade de vida para Cuiabá e Mato Grosso. A Copa vai forçar o funcionamento civilizado de outros setores como a Saúde, Educação e Segurança e mostra que o país tem recursos para tudo, desde que exista decisão de fazer. Naquele artigo quis dizer que a Copa expôs ao mundo e a nós mesmos que o país está encalacrado em um modelo político-administrativo enrolado, perdulário, corrupto e incapaz. Mas o mal não está na Copa e sim no fato que ela denuncia, isto é, o país preso nesse modelo caro e paralisante que já sentíamos sofrendo na pele.
     Vivíamos, porém, a ilusão de que bastava escolher alguém capaz e bem intencionado que as coisas andariam. Mas a Copa mostra que a situação vai além das boas intenções, que é bem mais grave e mesmo o melhor dos governantes não se desvencilharia do emaranhado burocrático em que nos metemos ao longo dos anos a pretexto de combater a corrupção – que campeia mais solta do que nunca. Para atender projetos com datas inflexíveis, como a Copa ou a prevenção às tragédias anuais de cada verão, a única saída está em artifícios como o Regime Diferenciado de Contratações, um jeito legal de descumprir a lei. Para o resto do verão deste ano o jeito é rezar, pois de novo passou mais um ano e nada avançou de consistente em relação às nossas cidades e suas áreas de risco. Uma realidade absurda que a Copa nos mostra cruamente. Bons dirigentes continuam sendo condição básica da administração pública, mas para conseguirem governar terão primeiro que romper esse cipoal jurídico, político, burocrático, tributário, eleitoral, etc., que segura o país e paralisa os governos. A Copa apenas vem mostrando o grau de incapacidade institucional a que chegamos, da qual não é a causa. Este o primeiro benefício da Copa ao país e, mesmo que fosse só por isso, sua realização já valeria a pena.
     Ainda sobre a Copa, há algumas semanas desenvolveu-se uma discussão sobre os méritos de Cuiabá para sediar a Copa do Pantanal, uma discussão extemporânea, absurda e inconseqüente neste altura do campeonato. Ainda que doam muitos cotovelos, Cuiabá foi escolhida pela FIFA e é uma das sedes da Copa 2014, pronto e acabou. Merecia? Sim, como merecem todas as cidades brasileiras. Está preparada para ser? Não, assim como nenhuma cidade brasileira. É claro que existem cidades urbanisticamente mais avançadas, mas ainda assim muito distantes de estarem prontas para um evento desse porte. No caso da Copa do Pantanal a disputa teve como condição a existência do Pantanal limitando-se a Cuiabá e Campo Grande, ficando de fora outras belas cidades brasileiras que também mereciam, mas não tinham o Pantanal. É claro que nenhuma das duas está preparada. Campo Grande está na frente em termos de gestão urbana, o que nem meu renitente bairrismo cuiabano me impede de invejar. A grande diferença foi que Cuiabá sacou logo a importância da Copa, e se preparou melhor para a escolha, conseguindo mostrar suas vantagens como plataforma turística para as múltiplas belezas naturais deste rico centro continental. Hoje o importante é fazer, driblar as dificuldades e preparar a cidade para a Copa e para seu futuro, com qualidade e retidão. Mais que problema, um desafio.
(Publicado pelo Diário de Cuiabá em 07/02/2012)

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

A ARENA DA MINHA JANELA

O estágio das obras da Arena Pantanal vista de minha janela no dia 03/02/2012.
Compare com a situação 1 mês antes, dia 04/01/2012.


Ou a 6 meses atrás, dia 04/08/2012.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

DOMÓTICA

     Especial para quem ainda não conhece a Domótica:

"O termo domótica, é uma fusão da palavra latina domus (casa) e do moderno robótica. A domótica, que também pode ser referenciada por expressões como "smart building", "intelligent building", "edifícios inteligentes", é um novo domínio de aplicação tecnológica, tendo como objetivo básico melhorar a qualidade de vida, reduzindo o trabalho doméstico, aumentando o bem estar e a segurança de seus habitantes e visa também uma utilização racional e planejada dos diversos meios de consumo. A domótica procura uma melhor integração através da automatização nas áreas de segurança, de comunicação e de controle, e gestão de fluídos."

     O texto acima foi extraído do link do Departamento de Informática da Universidade Estadual de Maringá (UEM) que trata do assunto e que vale a pena ser visto na íntegra, pois a Domótica parece ser uma tendência irreversível, que cada vez mais deve ser e interesse dos arquitetos. Basta clicar o link abaixo:

http://www.din.uem.br/ia/intelige/domotica/index.htm

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

VOU-ME EMBORA P'RO PASSADO

AGORA COM IMAGENS DA ÉPOCA:

http://www.youtube.com/watch?v=k5DcQeeS-68

Jessier Quirino em versão especial para:
1- aqueles que não viveram aqueles tempos;
2 - aqueles que viveram e já esqueceram;
3 - aqueles que viveram, curtiram muito e agora insistem em dizer que são da geração pós-Xuxa eh eh.