"FIRMITAS, UTILITAS et VENUSTAS" (Tríade Vitruviana)



sábado, 28 de janeiro de 2017

AQUÁRIO MUNICIPAL

portal2014

José Antonio Lemos dos Santos

     Às vésperas do dia 5 de fevereiro quando se comemoraria os 17 anos do Aquário Municipal de Cuiabá, impossível não lembrar um pouco da história daquele equipamento público, em especial, por conta do projeto Orla do Porto em desenvolvimento pela prefeitura municipal, iniciado na administração anterior. Um dos equipamentos urbanos mais queridos da população, sendo inclusive adotado como um dos cartões postais da cidade, o Aquário é um dos projetos que mais me agradou, desde sua elaboração até a continuidade de visitação intensa nos seus primeiros 10 anos, quando ainda era bem tratado, com a alegria das crianças, surpresas diante dos peixes colocados bem à altura de seus olhos ou disputando a ração que jogavam no tanque externo. Satisfação estendida aos semblantes dos pais e mães, avos e avós, acompanhantes extasiados com a felicidade de seus pequenos, ou mesmo encantados com a visão de uma espécie que, mesmo adultos, ainda não tinham conhecido ao vivo, cuja beleza plástica nunca haviam percebido a não ser na panela como protagonista de muitas das maravilhas da culinária cuiabana. Um passeio que também era uma aula para crianças e adultos.
catracalivre

     O aquário entusiasmou todos desde que surgiu a ideia. O então prefeito Roberto França iniciando seu primeiro mandato aprovou a proposta da primeira revitalização da Beira-Rio e do Porto que vinha das administrações anteriores, mas entendeu que no projeto do Museu do Rio faltava o personagem principal, o peixe. Determinou então que fosse projetado um aquário anexo, onde pudessem estar expostas todas as espécies de peixes do rio Cuiabá e pantanal. O tempo era escasso pois os recursos tinham prazo para aplicação e as referências para de projeto estavam sempre além do que podia a prefeitura. Com o arquiteto Ademar Poppi chegamos a um partido arquitetônico exequível para as condições e em agradável harmonia com o Museu neoclássico e o próprio rio que lhe dava sentido. Durante alguns anos o Aquário de Cuiabá foi referência para projetos similares de pequeno porte em outros estados.
     E depois do projeto, a construção e a maratona para coleta dos exemplares de todas as espécies da bacia pantaneira que iriam ocupar o aquário. No dia da inauguração o professor doutor Francisco Machado ainda mergulhava no Pantanal atrás de um certo camarão e uma espécie de acará que faltavam. A poucas horas da inauguração o prefeito trazia pessoalmente de seus tanques de criação as piraputangas e pacus. Ao mesmo tempo técnicos e funcionários do antigo IPDU produziam os últimos detalhes, tudo sempre com a presença de Teruo Izawa, o anjo do Aquário, que nunca deixou seus peixes, muitas vezes sem ganhar nada, sem jamais receber o justo e merecido reconhecimento da prefeitura.
     Milhares de pessoas estiveram na inauguração do Aquário, que recebeu em seus primeiros 10 anos mais de 1 milhão de visitantes. Sua manutenção nunca foi equacionada na prática, apesar de idealizado como uma estrutura autossustentável junto ao Museu do Rio, sustentabilidade que viria da venda de lembranças relacionadas ao rio e sua cultura, como chaveiros, bonés, camisetas, fotos, livros diversos e CDs, etc., e de parcerias com as secretarias de educação do município e do estado em troca do baita equipamento educativo disponibilizado. Buscou-se ainda as faculdades de veterinária da cidade. Faltou definição do órgão municipal que se responsabilizasse pela continuidade de funcionamento do Aquário e insistisse na sua sustentabilidade. Agora o antigo Aquário Municipal é envolvido por um projeto maior, mais ambicioso, ainda em execução. Que seu sucessor lhe esteja à altura, aprenda com seus erros e vá além propiciando também muitas alegrias e conhecimentos aos turistas e à população cuiabana de todas as idades.




sábado, 21 de janeiro de 2017

O PALÁCIO DOS ESPORTES

FotoRodrigoBarros2017

José Antonio Lemos dos Santos

     Quem não se preocupa com a situação atual da Arena Pantanal de mais de R$ 600,0 milhões, reconhecida internacionalmente como um dos mais importantes exemplos de arquitetura contemporânea no mundo e escolhida como a mais funcional de todas as arenas da Copa 2014 pela crônica esportiva estrangeira presente no evento? Além da falta de interesse demonstrada pelas autoridades responsáveis, há também a indefinição de qual o destino socialmente útil e sustentável dar a ela, solução não encontrada para nenhuma de suas coirmãs, inclusive o Maracanã, a tida como a mais viável delas.
     A chegada ao governo do estado do ex-prefeito Wilson Santos e de Leonardo Oliveira, jovem de ótimo DNA político e promissora carreira, ambos entusiastas do futebol cuiabano, bem como a posse do prefeito Emanuel Pinheiro que prometeu retomar o projeto “Bom de Bola, Bom de Escola” animam-me a trazer em linhas gerais uma ideia que matuto a algum tempo sobre o assunto. Ela se baseia na visível voracidade com que a população frequenta os parques públicos cuiabanos, antigos e novos, e, muito em especial, a praça da Arena Pantanal, onde crianças, jovens e menos jovens, individualmente ou em grupos, desfrutam de espaço abundante para a prática de atividades físicas. Chama a atenção famílias reunidas em quadriciclos com reboques, sorrindo, brincando, deixando de lado um pouco o sedentarismo mortal da trinca sofá, refrigerantes e TV. Quanto isso custa aos poderes públicos? Ou melhor, quanto esses equipamentos públicos economizam aos cofres públicos só em termos de saúde, por exemplo? O custo apenas das doenças cardiovasculares no Brasil é estimado na ordem de 1,74% do PIB! Transportando rusticamente essa proporção para Cuiabá teríamos um custo de R$ 310,0 milhões ao ano, metade da Arena Pantanal por ano. Só em uma doença! E a baixa capacidade respiratória e muscular, somada ao sedentarismo aumentam em 3 a 4 vez
es a prevalência desses males.
     O esporte é uma das formas mais sublimes de manifestação da vida. Vida é saúde, e o esporte é o cultivar da saúde e a fruição da vida em plenitude. O esporte, em especial o futebol no Brasil, não é mais coisa de vagabundo como alguns ainda pensam. Trata-se de uma das principais alternativas às drogas, crime e violência para nossos jovens, bem como aos hospitais, remédios e o túmulo precoce aos adultos. A ideia é transformar a Arena Pantanal no Palácio dos Esportes. Mantida a prioridade para o futebol - reservados espaços para os clubes contarem suas histórias, venderem seus materiais e ingressos, bem como espaços para os visitantes da Arena, com exposições e palestras sobre o grande edifício e o antigo Verdão - a Arena Pantanal abriria todo o seu espaço restante para abrigar os demais esportes, com suas federações, ligas, academias, oficinas, lojas de materiais esportivos. A própria Federação de Futebol poderia estar lá, desocupando a antiga Praça Benjamin Constant a ser reurbanizada à altura do Sesc Arsenal e do Dutrinha revitalizado.
     Articulada aos COT’s, Mini-Estádios e projetos como o “Bom de Bola Bom de Escola” a Arena funcionaria como o esteio de um grande programa de esportes, mas também de saúde, educação e segurança pública, que se estenderia progressivamente para todo o estado. Lá ficariam esportes compatíveis com o espaço, como o boxe, judô, Karatê, tênis de mesa, xadrez, ginástica olímpica e muitos outros. A Arena teria assim uma utilização nobre, sustentável e socialmente correta, mantida com uma adequada taxa de utilização dos usuários baseada no seu custo de manutenção e complementada com recursos do estado como investimento multisetorial de amplos resultados, não como subsídio.
(Publicado em 21/01/17 pelos sites Arquitetura Escrita e Página do Enock, em 22/01/17 pelo MidiaNews, em 22/01/17 no FolhaMax ..)
COMENTÁRIOS (Fora do Blog)
MidiaNews
JOSÉ GONÇALVES 22/01/17:
"frequento a arena pantanal e moro proximo....vou deixar registrado uma coisa aqui: se as autoridades reponsaveis não tomarem uma atitude urgente a arena no prazo de dois anos vai se tornar uma sucata, o que tem de veiculos circulando e estacionando em pisos que teriam que serem melhor cuidados, com caminhões que vão levar equipamentos batendo em arvores e postes de iluminação, batendo nas telas de proteção e destruindo as mesmas, com tendas que para serem fixadas fazem buracos no piso que depois entra agua e vai formando buracos, com pessoas que levam animais que ficam defecando por onde pessoas fazem caminhada.....tem uma serie de medidas que tem que serem adotadas e que se não forem daqui ha pouco tempo aquilo vai virar sucata."

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

PRÊMIO INTERNACIONAL

 
archdaily

      A arquiteta JULIANA DEMARTINI ganhou o Premio Internacional de "Tesis de Investigación 2016, La Vivienda Social, Innovación y Tecnologia", tendo sua tese de Doutorado escolhida como a Melhor Tese de Doutorado pelo Instituto del Fondo Nacional de la Vivienda para los Trabajadores (INFONAVIT), a Universidad Nacional Autónoma del Mexico (UNAM)  e o Programa Universitário de Estudios sobre la Ciudad (PUEC). A tese denominada "Assessoria Técnica Continuada: desafios e possibilidades para Implementação de um Programa Público para as Expressões do morar" foi escolhida por um Juri formado por profissionais de alto nível (Mestres e Doutores).
     A tese foi desenvolvida junto à UFRJ e a arquiteta premiada é mato-grossense de Sinop, graduada pela UFMT, tendo sido professora da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Cuiabá (UNIC) e hoje é professora concursada da UNEMAT em Barra do Bugres, Mato Grosso.

Ler mais em:
http://www.puec.unam.mx/guest-book/noticias-puec/resultados-del-premio-internacional-de-tesis-de-investigacion-2016-la-vivienda-social-innovacion-y-tecnologia/570

domingo, 15 de janeiro de 2017

A SEGUNDA PROVA


campinews.blogspot.com

José Antonio Lemos dos Santos

     No artigo anterior dedicado aos novos vereadores, falei em “vaiar e aplaudir quando for o caso” os políticos e logo entre amigos surgiu o argumento muito comum de que não se deve aplaudi-los quando fazem o correto porque estariam fazendo apenas sua obrigação e ganham bem para isso. Penso diferente já que no conjunto da participação consciente do cidadão o aplauso pode ser tão crítico quanto a vaia, esta crítica como desaprovação e o aplauso como apoio. É óbvio. E os políticos precisam estar em evidência, para o bem ou para o mal, afinal, hoje no império do marketing e quando a classe é tão mal avaliada, mais do que nunca prevalece a máxima ”falem mal, mas falem de mim”. Ou não? Mas os políticos são também tipo focas, adoram aplausos, e ficar em evidência com aplauso é muito melhor, é claro.
     Aventei também que a primeira prova de fogo dos novos edis em Cuiabá seria uma firme rejeição ao aumento imoral de seus salários perpetrado na legislatura anterior ao apagar das luzes do ano que passou. Para muitos uma afronta à Lei de Responsabilidade Fiscal, ou, de qualquer forma imoral dada a situação crítica de dificuldades pela qual passam o Brasil e os brasileiros. Se agride o princípio da Moralidade é também ilegal, dá no mesmo. Pois não é que como grata surpresa nesta semana a Câmara pediu ao Executivo a devolução do ato do aumento para seu cancelamento? Em um rasgo exemplar de cidadania entenderam o que toda Cuiabá e o Brasil entendem, isto é, não dá para um pequeno grupo que já ganha bem, ter seu salário aumentado quando mais de 12 milhões de brasileiros estão desempregados e outros estão a meses sem receber passando necessidades. Enfim, os novos vereadores parecem ter chegado com seus desconfiômetros ligados fazendo com que os veteranos ligassem também os seus. Viva! Palmas para eles!
     Ao vencer com brilho esta primeira prova de fogo, estaria a nova Câmara confirmando a validade da aposta dos eleitores na renovação e na esperança? Seria precipitado já acreditar em sinais de uma nova política para Cuiabá? Claro que é. Para tal a Câmara ainda terá que enfrentar muitas provas. Um leão da velha política a cada dia. E assim foi, nem bem se comemorava a primeira vitória logo apareceu outra fera. A velha legislatura que havia aprovado o imoral aumento sob o bimbalhar dos sinos e fogos das festas de fim de ano, ao mesmo tempo aprovou uma outra lei, que já foi sancionada pelo atual prefeito, criando um total 481 cargos comissionados em substituição aos anteriores 798, extinguindo 317, cerca de 40% do total anterior cumprindo recomendação do TCE para adequação às exigências da LRF. Até aí uma boa medida, mesmo que junto tenha vindo um reajuste na discutível Verba Indenizatória para R$ 4,2 por mês por vereador. Viva!
     Mas numa análise mais acurada chega-se a que cada vereador terá direito a 17 assessores de sua livre escolha por 4 anos! A maioria das secretarias da prefeitura não dispõe de um quadro desse. Pior, é assustador pensar que antes da redução cada vereador teria direito a mais de 30 assessores. Será que um vereador precisa desse tanto de assessores, mesmo os atuais 17? Ou seria só a confirmação de que na velha política, ao invés de gabinetes na verdade são montados comitês eleitorais para trabalhar por 4 anos às custas do cidadão para reeleger ou permitir novos voos aos que deveriam só bem representar o povo? É claro que o vereador precisa de assessores, mas nem tantos, e nem todos de livre provimento. Após vencer com brilho sua primeira prova de fogo, virá da nova Câmara outra boa surpresa, com uma redução ainda maior nesses números excessivos? Sim, se a cidadania continuar mexendo o doce da indignação e da cobrança. Esperar não basta.
(Publicado em 14/01/17 pelos sites NaMarra, FolhaMax, em 16/01/17 pelo MidiaNews, ...)

COMENTÁRIOS EM SITES NOTICIOSOS: 
No FolhaMax
Carlos Nunes 15/01/17
"O primeiro teste para essa nova Câmara Municipal de Cuiabá e Várzea Grande chegou rápido. Trata-se do pedido do Secretário de Cidades aos prefeitos para isenção de impostos pró VLT, onde cerca de 200 MILHÕES DE REAIS, deixarão de entrar nos Cofres das Prefeituras. Esse dinheiro ia pra Saúde, pra Educação Básica, pra Creches, e outras coisas mais essenciais para o povo. O que será que o nobres vereadores pensam disso? O caso agrava mais ainda quando o Secretário diz no mídiannews, que o VLT terá um prejuízo anual de 38 MILHÕES DE REAIS, que serão cobertos por incentivos estaduais. Em resumo: o VLT só vai funcionar se houver isenção fiscal municipal e subsídio estadual. Puxa vida, vão fazer um negócio que só dá prejuízo? Nem demanda suficiente de passageiros tem ainda, pois, segundo estimativa do IBGE, agora que Cuiabá tem 580 Mil Habitantes. Querem comparar a cidade de Cuiabá com o Rio de Janeiro - lá tem mais de 6 Milhões de Habitantes. No final começa com isenção de impostos de 200 Milhões; prejuízo de 38 Milhões, e isso cresce igual bola de neve montanha a baixo; o negócio vai acumulando e fica inviável nos próximos anos...até o prefeito ou governador futuro dizer: não tem mais isenção de imposto, nem incentivo estadual mais...aí, o negócio para. Quando contaram para um senhor bem humilde sobre o VLT; depois de matutar sobre o assunto, embaixo de um pontinho de ônibus, caindo aos pedaços, da periferia...esse senhor que não é doutor, mas tem a escola da vida, arrematou: VLT? NÃO VAI FUNCIONAR! É MUITO COMPLICADO! Acho que é só para cidade onde a verba esteja sobrando aufa, e não faltando a beça."


quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

MORRE CARLOS BRATKE

Foto Leonardo Colosso/FolhaPress

     No último dia 9 faleceu em São Paulo o arquiteto e urbanista Carlos Bratke que nasceu em São Paulo no dia 20 de outubro de 1942, tendo se formado pela Faculdade de Arquitetura da Universidade Mackenzie, no ano de 1967, e posteriormente feito pós-graduação (1969) em Planejamento e Evolução Urbana, pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo. Fez parte de várias Diretorias do IABsp, 1º Vice-presidente nas gestões de 1988/1989 e 1990/1991, Presidente na gestão de 1992/1993 e Conselheiro Superior de 1994 a 2005.
     Tem diversos projetos em Cuiabá dentre os quais os edifícios multifamiliares GENESIS, DOMUS AUREA, DOMUS MÁXIMA  e o CENTRUSTOWER da foto abaixo:

                                             Foto João Gabriel Sales/José Augusto Figueiredo

Leia mais em
 http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2017/01/1848397-arquiteto-da-berrini-carlos-bratke-morre-aos-74-anos-em-sao-paulo.shtml

sábado, 7 de janeiro de 2017

MEXER O DOCE

Foto Douglas Agum       internet  

José Antonio Lemos dos Santos

     Nunca as coisas são fáceis, mas a cada passagem de ano a gente deseja a vinda de coisas boas para todos, como se elas acontecessem por si só. Nestas ocasiões vivemos a ilusão da esperança. Esperançosos esperamos o bom velhinho, a fada madrinha ou El-Rey trazer de bandeja tudo aquilo que desejamos. O ambiente festivo, de abraços, sorrisos, compras, comilanças e bebelanças ajuda a esquecer que os desejos não se realizam assim e que para acontecerem é preciso correr atrás, pôr a mão na massa, contando com a indispensável ajuda lá de cima, é claro.
     Este ano de 2017 desperta nos brasileiros muitas perspectivas, como esperanças nas quais em verdade não se espera muito, apesar da enorme necessidade de acontecerem. Não é para menos. Depois de seculares decepções a cidadania se divide dentro de cada cidadão entre a passiva e antiga resignação pelas coisas a seu favor não acontecerem e a crescente vontade de fazer com que aconteçam. Cansada de ser enganada, vilipendiada por interesses escusos que só lhe diz respeito naquilo que lhe é subtraído, roubado às escâncaras, junta as forças da indignação com a força das novas ferramentas que a modernidade oferece como a comunicação instantânea das redes sociais, e-mails e whatsapps, já testadas na organização de poderosas manifestações públicas. Este ano novo traz muitas esperanças, mas, a maior delas é que o povo já sabe que só esperar não basta, é preciso mexer o doce, protagonizar a história, participar conscientemente, aglutinar, cobrar, criticar, apoiar, vaiar e aplaudir quando for o caso. Desta esperança maior abre-se no ano um leque de possíveis focos para a atenção cidadã.
     A prioridade máxima seria concluir o processo de extração até seu último vestígio do maldito carnegão da corrupção que maltrata o país, sem nunca menosprezar os poderosos adversários, aqueles que usarão de todo seu estoque de malandragem para tudo de novo terminar em pizzas. Se não for extraído inteiro, terá sido tudo em vão e a praga brotará novamente, talvez com mais forças. Junto, focar na mãe de todas as reformas, a reforma política, buscando que seja verdadeira, estabelecendo no mínimo que as eleições proporcionais permitam ao eleitor saber quem poderá eleger de fato com seu voto, mostrando as listas, como acontece nos países democraticamente civilizados, e não como aqui, apenas um truque para manutenção dos caciques políticos.
     No caso de Cuiabá, atenção especial merecem os novos vereadores, a maioria deles com sérias e limpas intenções, mas já sob fogo cerrado da velha guarda para que entrem nos velhos esquemas. O apoio ostensivo da cidadania é importante para que resistam e sem digladiar entre si formem um bloco dos novos para enfrentar as fortes e ardilosas pressões do passado indesejável, contando com o apoio de seus eleitores, mesmo daqueles que não elegeram diretamente seus escolhidos, mas outros através do voto de legenda. A firme rejeição ao imoral reajuste de seus salários seria a primeira prova de fogo.

     Nesta superficial prospecção de prioridades para a cidadania em 2017, no caso da Grande Cuiabá há que se exigir a conclusão das obras da Copa, paralisadas por motivos até hoje não muito claros, como no caso da Arena, o aeroporto, trincheiras ou mesmo o VLT. E mesmo conclusão das outras obras inconclusas que não são da Copa, como o Hospital da UFMT, o Pronto Socorro, duplicação da Cuiabá-Rondonópolis, a ferrovia passando por Cuiabá e subindo até Nova Mutum e agora a Orla do Porto e o Parque das Águas. E muita atenção para que não se repita nas prefeituras a velha prática de um governo desconstruir as obras de seu antecessor. Assim talvez seja preparado em 2017 o melhor presente para os 300 anos de nossa cidade: uma nova política. É sonhar muito?
(Publicado em 07/01/17 pelos sites FolhaMax, MidiaNews, ArquiteturaEscrita, BlogDoLúcioSorge, NaMarra, em 08/01/17 pela PáginaDoEnock, em 09/01/17 pelo CAU-MT, em 10/01/17 pelo Diário de Cuiabá, ...)


sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

LEONARDO BENEVOLO (1923 -2017)



italianostraroma.blogspot.com.br

"Ontem, 05 de Janeiro de 2017, faleceu aos 93 anos de idade o arquiteto Leonardo Benevolo.

Leonardo Benevolo foi uma das figuras mais representativas de toda a história da arquitetura italiana (sobretudo da história da crítica e planejamento urbano), um profissional sempre atento aos problemas e possíveis novos horizontes da cidade.

Benevolo estudou arquitetura na Universidade de Roma, onde se graduou em 1946. Ensinou história da arquitetura no Ateneo, e depois nas Universidades de Florença, Veneza e Palermo. Seus escritos -- principalmente o livro História da Arquitetura Moderna, publicado nos anos 60 -- foram disseminados e traduzidos para muitos idiomas, rendendo ao arquiteto fama internacional a ponto de ser reconhecido hoje em dia como um dos historiadores mais ilustres da arquitetura e urbanismo. " Archdaily.

Leia mais em http://www.archdaily.com.br/br/803007/falece-o-arquiteto-italiano-leonardo-benevolo


Uma das minhas maiores referências em Arquitetura.