"FIRMITAS, UTILITAS et VENUSTAS" (Tríade Vitruviana)



terça-feira, 28 de janeiro de 2014

DA COPA AO TRICENTENÁRIO

José Antonio Lemos dos Santos
     O presente é o futuro que acabou de passar e virou passado. Rapidão, a Copa do Mundo já passou em termos de planejamento. Tudo o que tinha que ser feito ou dava para ser feito já devia ter sido planejado. Se ainda não foi tem que sê-lo já, mas atrasado. Agora é executar, concluir, fazer os acabamentos, treinar procedimentos, testar sistemas, e fazer a festa da melhor maneira possível, agregando o máximo que o grande evento possa trazer para a cidade e sua gente.
     Ainda que nos limites de seus cronogramas, existem diversos projetos que avançam a tempo da Copa, sem que por isso deixem de preocupar. Mas ainda tem diversos outros, essenciais ao funcionamento da Copa, que vão exigir dos cuiabanos muita cobrança às autoridades para que fiquem prontos a tempo. Destes, lembro os Centros Oficiais de Treinamento. Sem eles as seleções não terão onde treinar nos dias que permanecerão na cidade. O estágio de suas obras atemorizam. Só para a grama ficar em condições é preciso 90 dias. Situação de alarme, também na Avenida da FEB e seu viaduto com a Orlando Chaves. Ao menos esse trecho tem que estar tinindo de bonito para a chegada dos visitantes. Seu ritmo de obras também apavora. Preocupa ainda o Fan Park, bela criação da Fifa para deixar um amplo espaço urbano como lembrança positiva da Copa nas cidades onde acontece, a ser usado depois como parque ou generosa praça de eventos e lazer. Até agora nada. Sem cobrança dura, vai ficar uma área malemá coberta com brita, como nos estacionamentos improvisados da maioria de nossas grandes festas públicas. Poeira, desconforto e vergonha. A cidade tem direito a essa lembrança urbanística. Quanto ao mais singular potencial turístico da cidade, até hoje não vi nada referente ao Centro Geodésico. Só Cuiabá tem. Embora não essencial à Copa os turistas adoram esses lugares únicos, e seria imperdoável aos cuiabanos não exibi-lo com orgulho.
     Mas o planejamento vive do futuro e a Copa já é passado. Tenho repetido que essa bem vinda Copa foi um artifício do Bom Jesus de Cuiabá para sacudir e sintonizar seus conterrâneos no novo tempo de desenvolvimento que sua terra vive, preparando-a para o Tricentenário, a grande efeméride cuiabana no século. O pique de transformações trazido pela Copa não pode parar com a conclusão do evento, pois, na verdade esse é o pique da cidade que hoje centraliza uma das regiões mais dinâmicas e produtivas do planeta, e não vai parar. O diferencial da Copa é que ela trouxe o desafio de investimentos públicos e privados em valores jamais vistos pela cidade, concentrados em curto e improrrogável prazo, e não mais cairão do céu. O próximo desafio é mantê-los em patamares próximos, pois a cidade e o estado ainda demandam grandes investimentos, recursos que o mato-grossense produz com sobra e tem direito de exigir. Mostrando que quando se quer, faz, a Copa destruiu o antigo álibi da pobreza, desculpa sempre usada pelas autoridades brasileiras para deixar de fazer o que o povo precisa.
     Para manter o pique é preciso uma nova meta que seja de todos, com prazo fixo e improrrogável como foi a Copa. E essa nova meta salta da história, o Tricentenário de Cuiabá, com letra maiúscula das efemérides, em 2019, daqui a apenas 5 anos. É preciso gerar uma nova matriz de responsabilidade não com a FIFA, mas do cuiabano com sua cidade e do mato-grossense com sua capital. Restará ainda muita coisa da Copa a ser concluída, e muitos novos projetos para desenvolver e executar até tricentésimo aniversário. Nenhum presente será melhor para Cuiabá em seus trezentos anos do que ela própria elevada a novos patamares de urbanismo e civilidade, arranjo iniciado 10 anos antes, em 2009, assim que a cidade ganhou a sede da Copa do Pantanal.
(Publicado em 28/01/2014 pelo Diário de Cuiabá, Midianews, RepórterMT, Página do Enock, Blog do José Lemos, ...)



O pres

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

AS OBRAS DA COPA

E.Rogrigues/Secopa/Midianews

Veja a situação das obras da Copa em Cuiabá, inclusive o Aeroporto Marechal Rondon todo coberto, mesmo a parte mais clara que é a parte nova. A ministra pode ficar com a lona dela.  Obras que Cuiabá jamais veria, nem nas próximas décadas, virando realidade. Senti falta ainda das muito úteis pontes do São GOnãlo e do Jardim da Palmeiras. Confira no link: 

http://g1.globo.com/mato-grosso/fotos/2014/01/confira-como-estao-obras-da-copa-na-grande-cuiaba.html

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

O TRIMILIONÉSIMO PASSAGEIRO II

G1.globo.com

José Antonio Lemos dos Santos

     Em artigo de outubro de 2013 calculei a chegada do trimilionésimo passageiro anual do Aeroporto Marechal Rondon para o finzinho do ano, mas ele não veio. Errei por menos da metade de um dia de movimento do aeroporto. Faltaram 4321 passageiros. Ou seja, se 2013 tivesse mais meio dia, o Marechal Rondon chegaria ao patamar dos 3 milhões de passageiros por ano. Paciência, se não atingiu essa marca exata, ela será alcançada em 2014 bem antes do fim do ano. Contudo, na prática em termos de dimensionamento trata-se de um aeroporto da faixa de 3,0 milhões de passageiros/ano. Um décimo de ponto percentual a menos não diminuirá a importância deste momento do desenvolvimento de Cuiabá e do estado. Passou o Santa Genoveva da linda Goiânia, tem certo o dobro do movimento da invejada Campo Grande e está colado ao de Manaus. 
     Qual a importância de insistir nesses números? O privilégio de dispor de um aeroporto de categoria internacional preparado para atender com conforto e segurança suas demandas do momento e do futuro é hoje um dos fatores essenciais para o nível de inserção de uma cidade na cadeia produtiva global. Mato Grosso está inserido na escala mundial da produção agropecuária e Cuiabá tem o papel central nessa cadeia produtiva. Aparentemente é essa a posição do prefeito Mauro Mendes quando adota como uma de suas prioridades a defesa e promoção de Cuiabá como a capital do agronegócio. E nessa linha, o aeroporto com sua rede logística de acessibilidade regional é um dos equipamentos mais importantes para o funcionamento de todo o sistema. 
     Polo articulador da rede urbana de uma das regiões mais dinâmicas e produtivas do planeta, este é o papel regional de Cuiabá que lhe assegura as possibilidades de desenvolvimento sustentável. Trata-se de uma vantagem comparativa extraordinária que vem sendo objeto de ambições geopolíticas regionais, legítimas desde que transparentes, que se articulam e avançam dissimuladas com eficiência e velocidade. O desvio da produção do médio norte para Goiás a partir de Lucas e a pretendida amputação da ferrovia em Rondonópolis são lances muito bem engendrados nessa grande jogada visando à asfixia logística de Cuiabá. A exclusão do trecho rodoviário Rondonópolis-Rosário Oeste do processo de concessão privada para as obras de duplicação, deixando a cargo da conhecida ineficiência do poder público através do DNIT é parte do jogo. E o Marechal Rondon só está recebendo essa acanhada ampliação por causa da Copa, senão ia para as calendas também. O prefeito está certo. Cuiabá precisa tomar as iniciativas de seu interesse e que são também do interesse deste Mato Grosso unido e campeão. 
     A marca dos 3 milhões de passageiros/ano é a indicação de que o aeroporto de Cuiabá é um dos maiores e dos que mais crescem no Brasil. Sem dúvida é preciso que o foco se volte para a conclusão em tempo hábil da ampliação que está sendo feita para a Copa, mas sem perder de vista que o processo de desenvolvimento de Cuiabá e Mato Grosso vai muito além da Copa e que a atual ampliação não atenderá sequer o movimento atual do aeroporto quanto mais as demandas regionais futuras imediatas. É preciso ao mesmo tempo resgatar o Plano Diretor elaborado pela própria Infraero para o Marechal Rondon no qual estão previstas uma nova estação de passageiros voltada para o Cristo Rei e inclusive uma nova pista. Nesse sentido é fantástico o exemplo de visão de futuro dos que na década de 40 tiveram a coragem de destinar na Cuiabá de então mais de 700 hectares à ainda incipiente aviação comercial. Era muita confiança no desenvolvimento do estado e da aviação. Tinham a visão correta do futuro. Profetas. Quantos hoje teríamos essa visão? Para chamar de “elefante branco” sim, aliás, muitos. 
(Publicado em 21/01/2014 pelo Diário de Cuiabá)

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

LÂMPADAS INCANDESCENTES, ADEUS

autossustentável.com


FIM DAS LÂMPADAS INCANDESCENTES NOS EUA.

Grande invenção do século XIX, é impossível pensar o mundo de lá para cá sem as lâmpadas incandescentes. Inventada pelo gênio de Thomas Alva Edison, seu desenho até hoje é o símbolo da boa idéia. A partir deste ano estão proibidas a fabricação e a importação das lâmpadas incandescentes nos EUA. No Brasil a proibição já começou desde por faixa de consumo e vai até 2016.
Veja no link abaixo um bom resumo sobre a história e alternativas para o futuro:

http://noticias.terra.com.br/ciencia/infograficos/lampada/

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

VIVA O BLOG!

Nesta semana o BLOG DO JOSÉ LEMOS superou a marca dos




                                    4.000 acessos no mês!



MUITO BOM.


              Agradeço a vocês!

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

VISITA FOTOGRÁFICA À ARENA

SecomMT

Visite com o GloboEsporte as obras da Arena Pantanal e veja como as coisas estão indo. Clique no link:

http://globoesporte.globo.com/mt/fotos/2014/01/fotos-um-mes-da-entrega-arena-pantanal-apressa-obras.html 

terça-feira, 14 de janeiro de 2014

LONA?

José Antonio Lemos dos Santos

     Graças à sua localização estratégica no centro da América do Sul Cuiabá tem por vocação natural ser um grande encontro de caminhos em nível do estado, do país e do continente. Assim como no xadrez e no futebol, os lugares centrais são importantes também no planejamento regional e urbano, bem como na geopolítica. Daí que tenho acompanhado a questão da logística dos transportes em todos os seus modais em relação a Cuiabá e Mato Grosso pelo menos desde a década de 70. Especial atenção era dada ao transporte aeroviário, tendo sido incluída no Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano de Cuiabá de 1992 a internacionalização do aeroporto Marechal Rondon como uma de suas prioridades. Depois o extinto Aglomerado Urbano no final dos anos 90 que acompanhou de perto o andamento das obras do aeroporto, alertando para as perspectivas de sua paralisação, que infelizmente veio a ocorrer, com graves prejuízos para Cuiabá e Mato Grosso. 
     Como um dos projetos essenciais para a Copa do Pantanal, a atenção para o Marechal Rondon agora é redobrada, já que se encontrava paralisado desde o início da década passada quando foi inaugurada a metade da estação de passageiros, então projetada no seu total para 1,0 milhão de passageiros/ano. A história da má vontade e pouco caso oficiais para com nosso aeroporto é antiga, gerando até a pitoresca história com a primeira dama do Brasil que lhe deu seu primeiro nome, Maria Tereza Goulart. Com a Copa a moagem com nosso aeroporto foi ao paroxismo até chegarmos à situação em que nos encontramos. Cuiabá ganhou a sede da Copa, mas até hoje muita gente e muitos altos escalões pelo Brasil afora ainda não engoliram o fato. Vão tocando o assunto mais por obrigação do que por vontade. 
     De 2009, ano da escolha de Cuiabá, para cá escrevi dezenas de artigos sobre a preparação do Marechal Rondon para a Copa, inclusive um com o título Molecagem já em fevereiro de 2011. Neles e no noticiário da época dá para relembrar o quanto foi difícil chegar ao ponto em que estão as obras do aeroporto hoje. Enrolaram na licitação do projeto, no projeto e na licitação da obra. Resumindo a ópera, o projeto foi entregue em julho de 2012 e só em dezembro foi concluída a licitação para as obras e dada a ordem de serviço. Tivemos 3 anos e 7 meses da escolha de Cuiabá até a ordem de serviço e nesse período aconteceu de tudo, erros, anulações, revisões, até erro de endereço, situações absolutamente incompatíveis com a grandeza da Infraero e a capacidade de seu corpo técnico. Assim, restaram 1 ano e 5 meses para as obras, exigindo das autoridades atenção redobrados desde então. 
     A coisa só andou de fato após mudança na direção da Infraero, troca na superintendência local e a entrada do governo do estado na execução da obra. É visível que as obras deslancharam e seguem aceleradas, dentro do cronograma segundo a Infraero. Justamente nesta hora a ministra do planejamento vem falar em “erguer uma estrutura de lona” para caso o aeroporto não seja concluído a tempo, mesmo com o aeroporto já coberto. Não sabia? Justo ela como “comandante da força-tarefa” criada pela presidente Dilma para garantir a realização da Copa no Brasil? Ainda há muito para fazer, mas ainda dá tempo. Se for preciso acelerar mais, que busquem condições para maior aceleração e este deveria ser o papel da ministra neste momento. E não aventar uma alternativa indigna para qualquer cidade brasileira, em especial para uma das sedes da Copa 2014, exposta aos olhos do mundo. Ela deve saber que "lona" não existe mais em soluções destinadas a abrigar pessoas ao menos desde a década de 60 com a tragédia do circo em Niterói. Se fosse com Campo Grande ou Curitiba, trataria da mesma forma? Duvido! 
(Publicado em 14/01/2014 pelo Diário de Cuiabá)

domingo, 12 de janeiro de 2014

PRÁ QUE LONA?

12/01/14                                                                                  Foto: José Lemos

Estive no Aeroporto Marechal Rondon na sexta feira passada e vi que o aeroporto já está coberto, mas estava sem máquina para fotografar. Hoje depois da Corrida de Reis fui ao aeroporto e fiz a foto que ilustra esta postagem. Não dá para entender por que a preocupação dias antes da ministra do Planejamento do Brasil em "erguer uma estrutura de lona" para o aeroporto de Cuiabá. A "comandante da força-tarefa" criada pela presidenta Dilma para "coordenar os trabalhos e garantir a realização da Copa do Mundo", deveria arranjar meios para aceleração das obras e de fato "garantir a realização da Copa do Mundo" em condições dignas, que é sua obrigação. Não aventar essa solução de última que desrespeita Cuiabá. Ela é bem informada e deve saber que "lona" não existe mais em soluções destinadas a abrigar pessoas ao menos desde a década de 50 com o incêndio do circo em Niterói. O ex-presidente Lula não garantiu que se fosse preciso iriam trabalhar em 3 ou até 4 turnos, sábados e domingos? A Infraero não diz que está no cronograma? Tem muito para fazer mas ainda dá tempo, e é visível que as obras estão em ritmo acelerado. Mas se precisar acelerar mais, que acelere. Quem mandou inventar? Nossos excelentíssimos representantes municipais, estaduais, federais e nossa lideranças empresariais devem cobrar a todo momento essas providências do governo, batendo duro em cima deste que é um dos dois projetos essenciais para o sucesso da Copa do Pantanal. O outro é a Arena, é claro. 

sábado, 11 de janeiro de 2014

A LENDA DA ESPECULAÇÃO IMOBILIÁRIA

Luis Augusto Pereira de Almeida, diretor da FIABCI/Brasil

     Com grande frequência, leio, escuto e observo severas críticas ao mercado imobiliário. Ora dizem que está pouco se importando com as cidades; ora o classificam como um segmento de especuladores, insensíveis aos problemas da população.
Não sei bem onde e quando surgiu tamanha animosidade contra o setor, mas se trata de uma imagem muito distante da realidade dos fatos e da atividade, cuja atuação precisa ser melhor analisada.
É necessário esclarecer que o estigma da especulação imobiliária brota de uma interpretação equivocada da antiga e irrevogável lei da oferta e da procura no movimento de compra e venda de imóveis. O cálculo é simples: quanto mais unidades habitacionais puderem ser construídas num terreno e quantos mais empreendimentos puderem ser edificados em uma região, mais competitivos serão os seus preços unitários. O contrário também é verdadeiro.
Quem define o que, quanto e onde pode ser construído numa cidade é o poder público, através de planos diretores, nos quais zoneamentos e normas de uso e ocupação são definidos. Neste quesito, nosso histórico foi sempre marcado por políticas de ocupação restritivas, de baixo aproveitamento do solo. Em São Paulo, já chegamos a ter coeficientes de aproveitamento de 17 vezes o tamanho do terreno (Edifício Martinelli). Hoje, nosso coeficiente chega, no máximo, a quatro vezes.
As empresas imobiliárias dimensionam cada projeto a partir dessas regras, somando os valores da compra do terreno e da realização da obra. O total é dividido pelo número de lares ou escritórios cuja construção a lei permite em cada terreno. Chega-se, assim, a um custo unitário, ao qual se soma o lucro, determinando-se o preço final. O raciocínio também é válido para cada bairro e para cada cidade como um todo: nas localidades em que se pode construir pouco, os preços sobem; onde ainda é possível realizar empreendimentos em maior número, os preços são mais competitivos. Se leis impedem ou restringem a ocupação, os imóveis serão cada vez mais caros e exclusivos. Fala-se em bolha imobiliária, mas o que na verdade existe é uma escassez cada vez maior de terrenos para moradia, trabalho e entretenimento, causando uma valorização crescente.
Em todo esse processo mercadológico não se configura a especulação, cujo verbete no Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa tem a seguinte definição: “Negócio em que uma das partes abusa da boa fé de outra”. Obviamente, tal pecha não se aplica a quem empreende sob os ditames legais e tampouco a um mercado que atende à demanda da habitação, mantém milhões de empregos, recolhe impostos vultosos e cuja cadeia produtiva, a da construção civil, representa quase 12% do PIB brasileiro.
Há outro fator que também tem impacto nos preços, na satisfação dos ocupantes do imóvel e, claro, na imagem do mercado imobiliário: a qualidade da infraestrutrura urbana e dos serviços. Locais bem servidos nesses itens têm procura maior e, portanto, valores mais altos, além de um grau maior de satisfação das pessoas. Porém, quando falta isso, parece já ter transitado em julgado na opinião pública que a culpa, mais uma vez, é do mercado imobiliário. Ora, o setor não é o responsável por construir avenidas, pontes, viadutos, parques públicos, metrô, corredores de ônibus, trens, estrutura de atendimento médico-hospitalar, escolas e unidades policiais.
Como se vê, o que na realidade incomoda o cidadão e o faz pensar que a culpa é do setor imobiliário é o fato de as cidades crescerem sem planejamento, de ser cada vez menor o número de áreas disponíveis e mais restritivas as regras de uso e ocupação e de ficarem muito aquém da demanda os investimentos públicos em infraestrutura, cuja evolução não acompanha a expansão das cidades. Tal descompasso é mais acentuado nas grandes áreas metropolitanas.
A título de exemplo, tomemos a cidade de São Paulo, que cresce, todos os anos, cerca de 65 mil habitantes. Este contingente demanda moradia, escolas, transportes, água, esgoto, segurança, atendimento médico-hospitalar, comércio, serviços e entretenimento. Esta conta de investimentos públicos e privados não pode ser ignorada e precisa ser quitada todos os anos, sob pena de ocorrer um desequilíbrio crescente e piora na qualidade da vida.
Mesmo com o mercado imobiliário aquecido nos últimos cinco anos, não temos dado conta do déficit habitacional brasileiro, que ainda beira as seis milhões de unidades. Entretanto, muito pior é o nosso desempenho em investimentos e obras de infraestrutura em geral. Caracas, na Venezuela, com 3,1 milhões de pessoas, possui igual extensão de metrô (74 km) que o município de São Paulo, que tem população 3,7 vezes maior, de 11,44 milhões de habitantes (Seade – Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados).
Se maior adensamento, prédios altos e mais comércio e serviços fossem ruins, Nova York dificilmente seria o destino turístico mais procurado no mundo. Inclusive pela maioria de nós, brasileiros. Por que lá então é tão bom e aqui a crítica é geral? E é bom anotarmos que Nova York é 40% mais adensada do que São Paulo. Simples, porque a Big Apple é dotada de farta infraestrutura urbana, que propicia um crescimento sem traumas.
Que bom seria se morássemos perto de casa, se não tivéssemos de tirar o carro da garagem; se pudéssemos ir a pé ao shopping, ao supermercado, à escola ou fazer jogging no parque público do bairro. E tudo isso sem medo de ser assaltado. Aposto que, ao vender seu imóvel, você o precificaria em, no mínimo, 15% a mais.

(Publicado em 21/12/2013 pelo Portal Fator Brasil)

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

SAGRADA FAMÍLIA DE GAUDI

gaudidesign

Gaudi, a Arquitetura em seu extremo, tocando as bordas do delírio técnico e artístico. Reveja neste belo vídeo de pouco mais de 3 min, ao som da Ave Maria de Schubert cantada por Celine Dion:

http://www.youtube.com/watch?v=43DoArF9hgI


quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

A LENDA DO ARQUITETO

Efrain Cordero*
www.blogdagazetaweb.com.br


Dizem que são seres mágicos, que podem construir casas, cidades e mundos de papel onde rapidamente se pode viver neles.

Conta lenda que não dormem, fazendo de sonhos realidade.

Que ninguém os vê trabalhando de dia, somente de noite, fabricamos ideias com papeis para que na manhã seguinte estejam terminados e durem pela vida inteira.

Dizem também que medem entre 1,50 e 1,90 de altura, mas que suas obras alcançam o céu.

Que podem respirar ideias e expelir realidades pela boca.

Que fabricam gigantes em escalas.

Tem o poder de converter papel em concreto, vidro ou metal.

Por isso pensam que são donos da pedra filosofal.

Mas isto é apenas uma lenda. Se alguém por ventura encontrar algum deles, se recomenda segurar firme para que não escape, pois são seres mágicos, pouco vistos, e nem sempre reconhecidos.


*Nota do BlogDoJoséLemos - Postei esta lenda no ano passado e podia tê-la postado antes, mas queria saber o nome do autor. Por sua beleza na descrição perfeita de muitos e muitas colegas, e até alunos, decidi então postá-la mesmo sem saber, mas pedindo ajuda a quem por acaso soubesse o autor  para que seu nome fosse colocado junto ao título do texto. Encontrei agora o nome do autor em alguns sites que também republicaram a lenda. É o que se encontra acima, sob o título.  Mas não tenho maiores informações sobre ele. Se alguém souber peço que me informe. 

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

ARENA PANTANAL É DESTAQUE EM REVISTA CIENTÍFICA


Publicação é referência em construções sustentáveis na América Latina


DA ASSESSORIA                                        (Publicado em Midianews em 06/01/2014)

Comprometido com a sustentabilidade, com a responsabilidade socioambiental e com a requalificação urbana de Cuiabá, assim foi descrito o projeto arquitetônico da Arena Pantanal em um artigo veiculado na edição de dezembro da revista Hábitat Sustentable, publicação científica chilena da Universidad del Bío-Bío, referência em construções sustentáveis na América Latina. 
O texto é assinado pelo arquiteto e urbanista Rodrigo Tóffano, mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Edificações e Ambiental (PPGEEA) da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), e pelo Prof. Dr. José Manoel Henriques de Jesus, que foi o seu orientador na dissertação de mestrado sobre a Arena Pantanal, pesquisa que foi noticiada no site da Secopa em março de 2013. 
“Depois de alguns meses de espera o nosso artigo foi publicado nessa importante revista latino-americana e passa a ser ainda mais expressivo porque o primeiro jogo da Copa do Mundo em Cuiabá terá o Chile, seleção que enfrentará a Austrália no dia 13 de junho”, comemorou Tóffano. 
Intitulado “Copa 2014 - diretrizes de sustentabilidade na concepção do projeto do novo verdão, a Arena Pantanal, em Cuiabá-MT", o artigo apresenta uma análise de 10 ações de sustentabilidade empregadas no estádio: ambiente urbano e paisagístico; transportes; racionalização da água; conservação e reuso da água; fontes renováveis de energia; demanda minimizada de energia; materiais ecológicos; resíduos e reciclagem; conforto ambiental passivo; e conforto ambiental ativo. 
Entre os pontos observados, destacam-se a economia de aproximadamente 40% do consumo de água, em comparação com uma edificação semelhante, redução de 20% de uso energético, reaproveitamento de 24 mil m³ de concreto e alvenarias do estádio demolido e o uso de madeiras e tijolos cerâmicos certificados. 
“Elenco como positivos também a busca pelo melhor aproveitamento da iluminação natural e da ventilação cruzada, que favorecem a eficiência energética, a concepção da forma arquitetônica mais arejada e permeável, a criação de microclimas com vegetação, a utilização de espelhos de água e, ainda, o posicionamento da edificação e do campo, protegidos da insolação mais forte em razão de uma envoltória com brises metálicos, associada a uma membrada vazada com tratamento termoacústico”, comentou o arquiteto e urbanista. 

Projeto 
Com capacidade para cerca de 44 mil torcedores, a Arena Pantanal foi concebida a partir de modernos conceitos de funcionalidade e sustentabilidade. O projeto já recebeu vários prêmios, inclusive um internacional e foi elogiado por instituições ligadas à arquitetura nacional. 
O novo Verdão é um exemplo de construção ambientalmente sustentável desde a sua concepção. O Governo do Estado fez questão de encomendar um projeto que atendesse as exigências do selo LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), um sistema de certificação de edificações americano para verificar e atestar a qualidade ambiental de um empreendimento. 
O entorno do estádio, área com mais de 300 mil m², contará com passarelas, uma praça com áreas de lazer, pista de caminhadas, atividades esportivas, espelho d'água, lanchonetes, restaurante e muito verde. 
“A Arena Pantanal reflete uma preocupação do Governo de Mato Grosso de tornar o Estado mais competitivo e incluído na dinâmica nacional de desenvolvimento”, finalizou Tóffano.

Nota do Blog do José Lemos: O site da revista chilena é: http://www.habitatsustentable.cl/

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

UMA AGENDA PARA 2014

Olhardireto

José Antonio Lemos dos Santos

     O ambiente de extremo dinamismo e produtividade vivenciado por Mato Grosso e Cuiabá, amplificado pelos investimentos públicos e privados trazidos pela Copa, que destaquei de maneira tão entusiasmado e otimista nos artigos de fim de ano, de forma alguma pode ser entendido como o final de um processo bem-sucedido e um convite à acomodação em algum berço esplêndido que sequer existe. Evidente que a geração de riquezas expressada na liderança nacional da produção agropecuária, no crescimento do PIB, saldos comerciais, renda per capita, etc., é apenas uma etapa de um processo cujo fim deve ser a melhoria da qualidade de vida do povo que produz todo esse sucesso com seu trabalho, empreendedorismo, confiança e sacrifícios. 
     É importante festejar o sucesso econômico e a geração de um excedente produtivo que permita ir além da simples subsistência. É a produção de um excedente de riquezas que permite acrescentar qualidade de vida a uma população. A produção é básica e deve ser festejada sim. Ainda mais o trabalhador mato-grossense, patrão e empregado de todos os pontos da cadeia produtiva, que conseguiram a proeza de transformar uma terra que aos míopes parecia improdutiva em uma das regiões mais produtivas do planeta, apesar de todas as dificuldades, da falta de apoio dos governos em termos de pesquisa, logística, serviços de saúde, educação, etc.. É um milagre, o milagre do trabalho. Acho que Cuiabá como principal polo dessa fantástica cadeia produtiva deveria até organizar uma grande festa anual da produção mato-grossense.
     A riqueza produtiva exuberante e tão visível nos engarrafamentos que provoca nos principais canais de exportação do país dá por fim ao tradicional discurso da pobreza que sempre funcionou como um álibi para os maus políticos quando se tratava de levar qualidade de vida à população. Agora não. Somos ricos com superávits mensais de mais de US$ 1,0 bilhão, em crescimento do PIB, nos importantes investimentos para a Copa, VLTs, BRTs, etc. Riqueza tem, quando se quer aparece, quando se quer faz, é a grande lição da Copa. Só que enquanto a produção da riqueza é necessariamente coletiva, o seu compartilhamento além das quireras é Político, com “P” maiúsculo, e só se dará através da cobrança construtiva e positiva da sociedade, objetiva e eficiente, através de suas organizações empresariais, profissionais e comunitárias diversas, impulsionadas pela participação constante da cidadania. Produzir é difícil e deve ser festejado, mas transformar a produção em qualidade de vida justa e sustentável é muito mais difícil e tem que vir da cobrança e do interesse cidadão. Não mais esperar El-Rey ou entrar na ladainha da politicagem enganadora e corrupta. 
     Daí a necessidade de se imaginar uma agenda da cidadania para Cuiabá e Mato Grosso, que deve ser pensada junta, pois não existiria este Mato Grosso unido e campeão sem sua capital e nem esta Cuiabá dinâmica e vibrante, jovem tricentenária, sem este Mato Grosso forte. A tarefa é ampla diante da velocidade das transformações do momento e do imenso futuro que se vislumbra cheio de perspectivas e potencialidades. É estratégico pensar 2014 à luz de pelo menos três horizontes de aproximações: no futuro imediato visando à otimização da Copa do Pantanal, no curto prazo tendo como referência as comemorações do Tricentenário, daqui a 5 anos, e a médio e longo prazos, consolidando Mato Grosso e Cuiabá em termos da sociedade justa, sustentável e com elevados padrões de vida, que todos sonhamos. E tudo passa pelas nossas ações ou omissões neste 2014 recém iniciado, que promete grandes emoções. Criticar, cobrar, também aplaudir e comemorar. Mas isso tudo não cabe em um só artigo. Viva 2014! 
(Publicado em 07/01/2014 pelo Diário de Cuiabá)

sábado, 4 de janeiro de 2014

A ARENA DE MINHA JANELA

Veja como está a Arena Pantanal vista de minha varanda hoje, 4 de janeiro de 2014, mais ou menos 7:00 h.  Dá para ver a membrana que fará a proteção solar das fachadas já comparecendo como o elemento plástico unificador das quatro arquibancadas do edifício. Compare com a maquete ao final das postagens e mande seu comentário. Veja:

Foto José Lemos


                                                                                    

Dá para comparar com a situação a 1 mês atrás, dia 4 de dezembro de 2013. Como aquele dia amanheceu meio nublado, a foto é de 12:30 h.  Veja:


Foto: José Lemos

E dá para comparar com a situação a exatos 2 anos atrás, momento de mais dúvidas que certezas. Confira:

040112                                                                                           Foto José Lemos

E a 3 meses atrás, em 04/10/2013, os guindastes gigantes ainda estavam presentes na obra:


Foto: José Lemos

Ou em  4 de julho de 2013:  
Foto: José Lemos




Era para ficar pronta em outubro de 2013. Foi prorrogado para dezembro e agora para janeiro de 2014, agora para fevereiro, com inauguração em março. Confira com a maquete para ver se está indo tudo certo:

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

TRINCHEIRA DO SANTA ROSA

Veja a situação das obras da Trincheira do Santa Rosa  hoje pela manhã (02/01/14), primeiro dia útil do ano. Foi liberado o tráfego na parte superior (rotatória) e na alça de conversão à direita para a Miguel Sutil para quem vem do Ribeirão do Lipa, conforme a foto do mês passado já indicava. Veja à esquerda o supermercado Extra em fase final de instalação e veja também à esquerda da foto que o leito da parte inferior da trincheira parece ter chegado ao nível definitivo. Confira:

Foto FCLS
  Veja a rotatória liberada:

Foto FCLS

Foto FCLS

Compare com a situação do mês passado (07/12/13):
Foto FCLS

Dá para comparar também com o final do mês de outubro (31/10/13):
                                                                                                              Foto FCLS

E no início de setembro (01/09/13):
01/09/13                                                                                                 Foto FCLS
                                                                                                                                                                                      

Compare a situação  a pouco mais de  7 meses, entre 31/05/13 e hoje:

31/05/13                                                                    Foto FCLS