"FIRMITAS, UTILITAS et VENUSTAS" (Tríade Vitruviana)



sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

A GRANDE RODOVIA TRANSOCEÂNICA


A propósito do meu artigo postado ontem sobre a BR- 163 veja importante artigo do arquiteto e urbanista, professor Gabriel de Mattos, publicado em 11/10/2002 no Diário de Cuiabá e na Revista do IGHMT Vol. 61 - 2003.  Ele fala na ligação do Atlântico ao Pacífico a partir de Ilhéus, porém passando por Cuiabá e Cáceres.


A GRANDE RODOVIA TRANSOCEÂNICA
Gabriel de Mattos

            Estuda-se nos livros de Geografia que em Mato Grosso situa-se o Centro da América do Sul(na capital, Cuiabá), além do centro do Brasil (no município de Barra do Garças). Bela situação se buscamos aparecer com o nome em certos anuários ou manuais.
            No entanto, um CENTRO é definido como um ponto equidistante de dois outros, por onde se passa na metade do caminho entre os dois extremos. De fato, se não se passa de um extremo a outro, bem... aquele ponto não é um centro, mas algo como um espaço perdido entre um lugar onde as coisas acontecem e um grande vazio.
            É muito engraçado que a população de Mato Grosso, quando deseja ver o mar, não tenha um grande problema: Qual deles?
            Claro, se o Oceano Pacífico está tão distante quanto o Oceano Atlântico, porque não ficar em dúvida?
            É que, na prática, o país ainda não teve a coragem de olhar para dentro, em todos os aspectos. Ainda ficamos olhando para o mar, vendo a África e achando que ali está o primeiro mundo, a Europa...
            O brasilianista Mathew Shirts, há alguns anos atrás, escreveu uma crônica no Estadão, explicando que seu país natal, os Estados Unidos, é de fato uma grande rodovia, uma extensa rodovia ligando os oceanos Atlântico e Pacífico. E que isso é que fez daquele país um laboratório de descobertas, pois uma boa ideia que nascesse no meio dela (ou nas pontas) pegava a rodovia e ia testar se aquele negócio dava certo em outro lugar. E mesmo se alguém do lugar de origem menosprezava ou censurava a ideia, pegava-se a estrada e ia-se tentar em outro lugar.
            Exemplos? O cinema nasceu na costa leste, logo controlado pela figura carismática de Thomas Edison, que no entanto não pensava sequer no cinema de média metragem. Apertados no leste? O cinema pegou a rodovia e foi até uma cidadezinha lá no oeste, uma certa Hollywood. O resto é história.
            Boas idéias como uma lojinha que funcionava das 7 da noite às 11, quando todo mundo parava às 6 da tarde? A seven-eleven foi uma das primeiras franquias a ganhar a rodovia. Um hotel com o mesmo padrão de uma ponta a outra? A rede Hollyday Inn usou o marketing do conhecido para também ocupar a beira da rodovia. E, chegando a um exemplo indiscutível: hamburguers sempre iguais durante toda a viagem? McDonalds de oceano a oceano.
            Sem falar nas dezenas de concorrentes desses pioneiros, definindo um cenário de efervescência criativa interna, que moldou um padrão que resiste na maioria dos outros países. Chegando a um panorama de globalização.
            E é assim que vejo uma grande Rodovia, uma grande rodovia cruzando o centro da América do Sul. Não um caminho asfaltado, mal cuidado, sem acostamento, não. Uma Grande Rodovia, três pistas de Oeste para Leste, três outras de Leste para Oeste, espaços generosos aos lados, onde a criatividade brasileira vai implantar suas idéias.
Uma estrada que nasce lá na Bahia, no porto de Ilhéus, cruza o norte das Minas Gerais, entra em Goiás, passa no sonho modernista que é Brasília; Goiás de novo e entramos em Mato Grosso. Barra do Garças, Primavera do Leste, Cuiabá, Cáceres; chegando à Bolívia, cruzando a Cordilheira dos Andes. Como nós não queremos pouco: grandes viadutos e/ou túneis sobre e sob, entre as montanhas. E ali, próximo ao maior de todos, o Pacífico, uma abertura, um entroncamento: ao norte o Peru, porto de Arequipa; ao sul o Chile, porto de Arica.
            Não se trata simplesmente de “saída para o Pacífico”, significa ligar o Continente, fisicamente, de fato, apesar e acima de tratados.
            Claro que é uma idéia que dá medo. Não é algo que se possa confiavelmente prever os efeitos. É claro que algumas reações virão de quem tem medo de crescer, como os economistas que tem medo do consumo (entenda-se: acesso de todos aos bens produzidos), ou dos que preferem disputar um espaço exíguo do qual já ocupam lugares de destaque a confiar numa genuína lei de mercado que tanto pregam e tanto temem, a qual pode ampliar o espaço a ser ocupado. Não é para quem acredita em monopólios, em dominar e controlar; é muita coisa diferente que está envolvida.
            E também trata-se de uma Globalização de fato, não mera abertura para importar badulaques de quem, em troca, taxa tudo que nós produzimos. É uma via de comércio, a ser ocupada por “sacoleiros” se as leis não acompanharem a aceleração da economia. Um desafio para quem deseja criar o seu próprio negócio: está difícil aqui, vamos para mais longe, a rodovia permite, a rodovia é a perspectiva.
            E é coisa para já, para os novos governos de 2003. Para começar uma conversa entre Mato Grosso, Minas Gerais, Bahia, Goiás e Distrito Federal. Um papo com o Chile, já começado há uns anos atrás, e negociações com Peru e Bolívia.
            Um dos efeitos que se pode prever (e que Mato Grosso já pode começar a trabalhar) é o Eixo Norte-Sul, passando por Cuiabá e chegando ao norte a Sinop e Santarém e ao sul a Mato Grosso do Sul e outros países do Mercosul. Um continente integrado, um caminho para o desenvolvimento. Mercoeste, Merconorte.
            É valido lembrar que a libertação das colônias espanholas, no século XIX,visava criar os Estados Unidos da América do Sul? Será que alguns líderes políticos atuais estariam interessados em resgatar um sonho, em entrar para a História?  A História do Século XXI?
Isso é coisa para estadista, para quem busca dividir a História em antes e depois de sua atuação, por merecimento e produção, como Getúlio e Juscelino, e não para quem joga com o certinho, sem sobressaltos, buscando o respeito dos tolos, dizendo que não fez mais porque era impossível mesmo (que se vai fazer?...).
Não é o futuro, é o Presente que está aí: o novo século é uma estrada aberta.
_____________
Gabriel de Mattos é arquiteto e urbanista, professor universitário, Mestre em Educação, escritor e vice-presidente do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso. Este artigo foi publicado no jornal Diário de Cuiabá de 11/10/2002.



quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

BR-163, CORREDOR CONTINENTAL

José Antonio Lemos dos Santos


Basta olhar o mapa sul-americano para entender a potencialidade
da BR-163 em termos de estratégia logística para o continente. Quando
concluída, a rodovia ligará Santarém no Pará a Tenente Portela no
Rio Grande do Sul, integrando o Brasil de norte a sul. Contudo, sua
importância não está limitada a seu leito carroçável, pois ao norte
ela chega aos portos amazônicos de Itaituba e Santarém e ao sul acessa
o porto de Cáceres, chegando por águas platinas ao Paraguai, Argentina
e Uruguai. Com estas características e mais a especialíssima condição
de passar pelo exato centro da América do Sul em Cuiabá, a rodovia
impõe-se potencialmente como o mais natural caminho integrador centro-
longitudinal sul-americano, predispondo-se como base para um grande
corredor intermodal de transporte do continente em futuro próximo.
     A história da BR-163, a Cuiabá-Santarém, é bem conhecida e
sofrida no dia-a-dia pelos mato-grossenses. Inaugurada em leito
de terra há 36 anos até hoje não foi concluída em asfalto, porém
seu eixo inspirou à época de sua criação a antevisão do futuro
grandioso do centro do continente, com a proposição de mega-projetos
como o da Ferronorte, integrando por ferrovia Mato Grosso ao Pará,
São Paulo, Minas, Espírito Santo, Rondônia, Acre, do Atlântico ao
Pacífico, do Amazonas ao Prata. A visão dos saudosos Vuolo e Iglésias
virou concessão federal e é a mesma que ano passado foi devolvida
parcialmente pela ALL à União. São da mesma época os projetos da saída
para o Pacífico via San Mathias, da Ecovia do Paraguai com porto e ZPE
em Cáceres, bem como o Distrito Industrial de Cuiabá, desenhando um
eixo longitudinal capaz de organizar em forma de espinha de peixe as
demais rodovias e ferrovias a leste e a oeste de Mato Grosso, mesmo as
previsíveis como as variantes ferroviárias até Cáceres, a ligação ao
Peru por Tangará, Diamantino ou Lucas, e até a atual FICO.
     A formulação do complexo rodovia-ferrovia-hidrovia, apoiado
pela internacionalização do aeroporto de Cuiabá resultava de uma
visão extraordinária do futuro que profetizava com exatidão toda a
grandeza do desenvolvimento regional que acontece hoje. A Cuiabá-
Santarém firmou-se como a coluna vertebral de Mato Grosso e ajudou a
transformar o estado no maior produtor agropecuário do país e uma das
regiões mais produtivas do mundo. Imagina quando estiver concluída em
sua multimodalidade, transportando para os portos de norte, sul, leste
e oeste do Brasil e do mundo a produção mato-grossense, facilitando
a distribuição aos brasileiros do sul-sudeste dos produtos da Zona
Franca de Manaus e até da China. Principal, trazendo o desenvolvimento
e a qualidade de vida a todos os mato-grossenses através dos insumos e
bens de consumo com tarifas reduzidas, tarifas mais baratas não apenas
em dinheiro, mas também em perdas ambientais e de vidas humanas,
preço maior de dor e sofrimento pago hoje pelos mato-grossenses por
uma logística de transporte totalmente defasada em relação ao atual
dinamismo econômico e tecnológico de Mato Grosso.
     De janeiro a outubro de 2012 Mato Grosso produziu um superávit
de 10,44 bilhões de dólares na balança comercial brasileira, 60% do
superávit brasileiro no mesmo período, o terceiro do país! Isto é, de
cada 3 dólares que entrou no país, quase que 2 foram trazidos pelo
suor e trabalho do povo mato-grossense, vencendo dificuldades imensas
dentre as quais a calamitosa situação das estradas. Em função de tudo
o que vem produzindo para o Brasil, Mato Grosso hoje tem condições não
só de continuar projetando seu extraordinário futuro, mas, sobretudo,
de exigir tudo o que precisa e tem direito para seguir seu destino e
vocação de grande celeiro de alimentos do mundo.

(Publicado na Edição Inaugural da Revista RODOVISTA - Novembro de 2012)

terça-feira, 25 de dezembro de 2012

A CIDADE E O NATAL

José Antonio Lemos dos Santos

     Venho do tempo em que se ensinava que a liberdade de um terminava onde começava a do outro. De lá para cá o mundo evoluiu muito, ou pelo menos se transformou e, mesmo que não quiséssemos, todos nos transformamos com ele. A vivência, a leitura, a conversa com os amigos ensinam que as melhores tendências do mundo atual apontam para uma visão de inclusão, compartilhamento e sustentabilidade. Melhor se diria hoje que a liberdade de um não mais termina, mas se complementa na liberdade do outro. Não mais a liberdade solitária, mas a liberdade solidária. Ou somos todos livres ou não somos livres.
      O Natal celebra o nascimento de Jesus Cristo que veio para religar o homem a Deus, como Maomé, Buda e outras figuras grandiosas, conforme seus seguidores de fé. Aliás, a palavra “religião” vem de “religar”, expressando justamente essa “re-ligação” divina, o mais importante estágio da evolução humana, não importa o tanto que o homem ainda venha evoluir. Religado a Deus o homem começa a pensar no outro como irmão e  que a felicidade está na comunhão, comum-união de todos na grande família divina. A felicidade solidária, não mais solitária. Amar o próximo como a si mesmo e a Deus sobre todas as coisas.
      O que tem ver a cidade com isso? A cidade é uma invenção humana, a maior e mais bem sucedida delas. Um objeto artificial que é construído, numa construção permanente. Porém, importante é que se trata de uma construção coletiva, feita no dia-a-dia com o trabalho de cada cidadão, que por isso é seu verdadeiro dono. A cidade é do cidadão, célula da cidadania. Ele constrói a cidade com sua casinha, do casebre à mansão, com seu estabelecimento comercial, da pequena borracharia aos grandes empreendimentos. E a cidade é construída para ser o lócus das múltiplas relações urbanas, sendo justamente a convivência lado a lado dessas diversas relações, na integração e no conflito de seus diferentes interesses que surge a fantástica sinergia das cidades que faz a Humanidade dar saltos de desenvolvimento cada vez mais rápidos ao longo da História. A cidade é a unidade dessa diversidade e por isso é solidária. Ou pensamos um no outro, do passado, presente ou do futuro, ou perecemos como seres urbanos.
      Como no conceito de liberdade, sua irmã gêmea, a cidade de cada um não mais termina onde começa a cidade do outro, elas se complementam. A cidade de um embeleza ou enfeia, ajuda ou atrapalha a cidade do outro, pois não existe uma cidade para cada um, a cidade é uma só, ainda que percebida pelas pessoas de maneira diferente, de acordo com o uso individualizado. A cidade é uma só e de todos, da cidadania, ou não é de ninguém e começa a morrer. É a expressão máxima da comunhão do espaço na grande obra destinada ao bem de todos. É o bem comum a ser compartilhado, convivido por todos. E aí ela é divina. Talvez por isso as cidades ficam especialmente  no Natal.
      A grave crise das cidades no mundo, em especial Cuiabá e Várzea Grande só será resolvida quando a cidadania retomar a cidade como sua, seu maior bem, feita por ela que tem as autoridades públicas como seus funcionários para coordenar e promover essa grande obra. Não basta mais cada um fazer sua parte e, muito menos, apenas esperar El-Rey. Além de fazer nossa parte, temos direito a que o outro faça a parte dele, de acordo com o projeto comum firmado nas leis urbanísticas que, por isso, devem ser democráticas. Construir a cidade, além de cada um fazer bem sua parte, é participar ativamente, apoiar, discutir, criticar, aplaudir e cobrar. Só ou em grupo. E já existem bons sinais nesse sentido. Além da cidade de cada um, há sempre a cidade do outro. Nada mais cristão, nada mais natalino. Feliz Natal a todos!

terça-feira, 18 de dezembro de 2012

ARQUITETOS, AEROPORTO E O TIMÃO

José Antonio Lemos dos Santos

     A grande vitória do Corinthians neste domingo trazendo o caneco do Mundial de Clubes fez lembrar um saudoso tio, de Corumbá, são-paulino de carteirinha e também torcedor do antigo Corumbaense de Tachí, Lara e Garrafinha, time que chegou a dominar o futebol de Mato Grosso pré-divisão e que deixou saudades. Lembro-me dele explicando à gurizada a simplicidade do futebol. Com uma bola na mão, explanava que aquilo era uma bola, que era feita de couro, que vinha da vaca, que a vaca gostava de grama e que por isso a bola tinha que rolar pela grama e não gostava de ser chutada para o alto. Quem esqueceria uma lição assim? O Corinthians me fez lembrá-la. Apesar de não ser corintiano, foi uma partida antológica contra um grande adversário, na qual o Timão devolveu à Europa a dura lição que recebemos do Barcelona ano passado. Mesmo nos momentos mais difíceis a bola não deixava o tapete verde e rolava pela grama de pé em pé, livre de chutões, com jeito de uma vaquinha feliz apreciando sua relva predileta. Pois é, enquanto isso para nós de Cuiabá, sede da Copa do Pantanal, o gramado do Dutrinha mais parece um campo de obstáculos onde a bola não pode desfilar suas graciosas trajetórias, prejudicando assim nossos times que começam a se organizar, mas ficam sem as vantagens do mando de campo nas disputas nacionais e estaduais que participam.
     Parabéns também aos arquitetos e urbanistas pelo seu novo dia, comemorado pela primeira vez no dia 15 de dezembro passado, não por coincidência, dia do nascimento de Oscar Niemeyer. O principal desafio do planeta hoje são as cidades e grande parte dos problemas urbanos no mundo, em especial em Cuiabá, deve-se à ausência do Urbanismo, pela exclusão do técnico especialista na projeção dos espaços dos quadros e das decisões públicas. Com a criação do CAU – Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil - que também completa seu primeiro ano de existência, espera-se a correção desta situação. Ao CAU não basta cumprir a hercúlea tarefa de implantar sua estrutura administrativa em nível de um país continental, mas também enfrentar a mais difícil delas que é a reinserção do profissional arquiteto e urbanista na posição social que lhe compete no quadro da ampliação e requalificação do espaço habitado no Brasil, dos edifícios às cidades e regiões. Parabéns ao CAU e seus dirigentes pelos avanços já conquistados.
     Por fim, mais um parabéns, agora à Secopa e à Infraero. Finalmente foi concluída a licitação para as obras do Aeroporto Marechal Rondon e, mais extraordinário ainda, na mesma semana foi dada a Ordem de Serviços para início dos trabalhos. Enfim um procedimento digno de elogios nesse longo processo da ampliação do principal aeroporto de Mato Grosso. Sei que para alguns não fizeram mais que a obrigação. Sim, mas no Brasil cumprir as obrigações com qualidade e em tempo hábil é absolutamente incomum nos setores públicos e merece elogios, em especial deste escrevedor apaixonado por sua terra e que por anos não larga os pés dos responsáveis por essa obra. Apesar do grande atraso, ainda dá tempo e as obras enfim começarão para conclusão em dezembro de 2014. E é importante a conclusão nesse prazo para permitir que alguma seleção ainda possa adotar Cuiabá como local de adaptação ao calor brasileiro, já que nesse ponto Cuiabá é imbatível com seu calor escaldante e sadio. Nenhum lugar seria melhor para a adaptação rápida de uma seleção de países de clima frio ao calor tropical. Dois a três meses de uma seleção se preparando em Cuiabá significam ocupação de hotéis, restaurantes, mídia, enfim, vale muito dinheiro na forma de empregos e renda para a população. Campo Grande e Goiânia estão de olho. E eu também. Mãos à obra!

(Publicado pelo Diário de Cuiabá em 18/12/2012)

sábado, 15 de dezembro de 2012

COLUNA NIEMEYER

Em homenagem aos 105 anos de nascimento de Oscar Niemeyer acabo de criar aqui no BLOG um espaço dedicado só a ele que espero ir acrescentando sempre mais links relativos ao grande arquiteto. Encontra-se aqui no canto superior direito do Blog. Conto com colaborações através de indicações de links. Chama-se COLUNA NIEMEYER e o primeiro link faz uma visita de 360 graus na Catedral de Brasília e no Memorial da América latina, além de trazer outras informações organizadas pelo site G1 da Globo. Comentários, como sempre, serão bem vindos.  
Abs José Antonio

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

TEXTO PARA PENSAR

NINGUÉM GOSTA DE ARQUITETURA


Arquiteto André Huyer

Exceto nós, arquitetos. Este é nosso maior problema para o exercício da profissão. Como sobreviver fazendo a
lgo que ninguém se interessa? Ninguém se importa? Ninguém conhece? Atendendo às encomendas de nossos clientes, quantos trabalhos resultarão dignos de serem publicados em revistas ou exposições de arquitetura? Mas, porque só há duas ou três revistas de arquitetura no Brasil? E quantas exposições de arquitetura ocorrem regularmente no Brasil, fora a Premiação Anual do IAB do Rio de Janeiro?

Simples: somente arquitetos gostam de arquitetura. Se as pessoas que não são arquitetos apreciassem arquitetura, teríamos muito mais revistas e exposições! Não me refiro a revistas de decoração disfarçadas de arquitetura. Você conhece algum leitor de "Projeto Design” ou de "Arquitetura e Urbanismo"que não seja arquiteto?

Este desinteresse do leigo pela arquitetura talvez possa ser explicado pelo desconhecimento generalizado do que seja arquitetura. Quantas vezes por dia os arquitetos são chamados de engenheiros? Ou de decoradores? Já querer que o leigo saiba quais as atribuições profissionais do arquiteto, bem, aí realmente é querer demais. Mesmo porque tem muito arquiteto que também desconhece, e vai correndo chamar um engenheiro se tiver uma obra para encarar. Por que não procura um colega arquiteto se não tiver segurança de tocar uma obra?

E por aí prosperam os equívocos. Você vai à uma repartição pública, e lá está: "Assessoria de Engenharia'; "Departamento de Engenharia'; "Setor de Engenharia'; etc. Eles por acaso fazem barragens? Fazem pontes? Fazem estradas? Fazem túneis ou portos? Não. Fazem projetos arquitetônicos, fazem edificações/fazem layouts de interiores. Mas a maioria é chamado de departamento de engenharia, poucos são os departamentos de arquitetura.

Bem, daí quando tem um concurso para quadro de pessoal, adivinhem... claro, só tem vaga para engenheiro, como o concurso que o BRDE está fazendo agora. Ou, quando tem vaga para arquiteto, os engenheiros ainda têm o dobro do nosso número de vagas - como no concurso do Ministério Público, ano passado.

Mas a cultura que nos desfavorece não termina aí. Se o enfoque é positivo/o termo empregado é "serviços de engenharia" (lei das licitações 6888/93). Se o enfoque é negativo, aí são "barreiras arquitetônicas”;as grandes vilãs nas normas técnicas de acessibilidade. Por que não barreiras de engenharia ou de decoração?

Então, enquanto o público ainda tiver a expectativa de que façamos engenharia predial decorativa, pouco nos resta. Questões caras para nós, como entorno urbano, coerência, modernismo x pós-modernismo, visão de conjunto, etc., só nos trarão angústias, frente ao desinteresse e repulsa dos nossos clientes.

Só que temos nossa parcela de culpa pela perpetuação deste estado das coisas. Primeiro que, nós arquitetos, não damos a devida importância à "conquista do mercado'; Qual a promoção mais temerária que uma entidade declasse pode querer promover? Um curso de marketing? A frequência é mínima, se não for nula. Cursos e eventos que tratam de questões profissionais congêneres idem.Já outros cursos/de assuntos até banais para qualquer arquiteto, ou o extremo oposto, excessivamente específicos, sempre há pencas de arquitetos para se aprofundarem (ou afundarem), em matérias que pouco retorno prático trarão. Segundo, a falta de auto-estima pela carreira.Quantos colegas trabalham em departamentos de engenharia, que muitas vezes nem engenheiro tem, e nunca fizeram nada para, pelo menos, mudar o nome na placa de identificação na porta? E quantas vezes nos chamam de engenheiros e não corrigimos os interlocutores?

Para que os outros gostem de arquitetura, é preciso que nós, arquitetos, além de gostarmos de arquitetura, também tenhamos orgulho de sermos arquitetos.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

NIEMEYER

                                                                     UOL/Folhapress

José Antonio Lemos dos Santos

     Sempre haverá o que falar sobre Niemeyer, apesar do tanto que foi dito e escrito sobre ele e sua obra, em especial nas homenagens por ocasião de seu falecimento na semana passada. Homem pleno, extrapolou as múltiplas dimensões do ser humano. Niemeyer foi muito mais que um arquiteto, ainda que o melhor do mundo no século passado e neste, o “escultor do espaço” para Vinicius de Moraes. Apesar de ser imensa sua arte, como homem foi muito maior que ela. Sempre haverá uma lição a extrair de Niemeyer, de suas obras, de sua vida. 
     Focando na Arquitetura, das muitas lições de Niemeyer já cantadas e decantadas por todos, resumo algumas que mais profundamente marcam minha formação e o conteúdo de minhas aulas. A primeira vem da sua relação prazerosa com a arquitetura. Para ele o trabalho não era um sacrifício. Tanto que já hospitalizado e às vésperas dos 105 anos que não completaria, teria cobrado dos médicos sua liberação alegando ter trabalho no escritório. Não liberado, ainda assim teria reunido sua equipe no hospital para discutir detalhes de alguns projetos. Embora não se possa dizer até que ponto esta postura seja a causa de sua longevidade, ela é com certeza uma das condições básicas para o sucesso em qualquer área de atividade humana. Aliás, creio que ele enquanto espécie humana tenha aberto um novo limite de longevidade, não só lúcida e produtiva, mas em altíssimo padrão de excelência.
     Destacava que Arquitetura é antes de tudo criatividade e audácia. Dizia que podiam gostar ou não de sua obra, mas jamais poderiam dizer ter visto uma igual. Ensinava que, amparado nas bases da lógica estrutural, longe do exibicionismo contemporâneo da arquitetura do espetáculo, o arquiteto haverá que ser sempre audacioso tecnicamente, forçando a expansão dos limites da tecnologia construtiva, sempre em busca daquela beleza arquitetônica útil e necessária, que encanta e faz feliz àqueles que por ela passam, independente de classe social, religião, cor partidária, time favorito ou raça. 
     Niemeyer percebeu que a maleabilidade do concreto veio nos libertar dos traços e ângulos retos a que nos prendiam as características dos materiais pré-industriais e nos ensinou então com palavras e obras que a forma natural do concreto é a curva. Fazê-la bem são outros quinhentos. Por fim, o Desconstrutivismo demoliu de vez o império do ortogonalismo, abrindo um universo de novas e surpreendentes formas. Mas Niemeyer vai além e sua obra supera o falso dilema forma/função, restaurando a verdade dialética de dois termos de uma relação que se informam mutuamente a partir da finalidade do espaço a ser trabalhado. Aqui ele foi o maior de todos ao conseguir captar as formas sugeridas pelas determinações técno-funcionais de cada projeto, e expressá-las com seu gênio em formas escultóricas inéditas, belas, mágicas, elevando cada uma de suas obras ao nível da poesia e da mais pura arte. Para ele a Beleza também era uma função. E assim, entre suas obras, projetou as mais belas igrejas contemporâneas, mesmo não acreditando em Deus. Mas este é um assunto que a esta altura já deve ter sido resolvido lá em cima com o Chefe. 
     Na maior das lições, lembrou que o arquiteto é também um cidadão político comprometido com a construção de uma sociedade melhor e mais justa para todos. Bem sucedido na profissão e mesmo já idoso, Niemeyer jamais aceitou o fato da grande maioria da população estar excluída dos avanços e dos benefícios que a humanidade alcançou ao longo da História com o trabalho de todos, em todas as áreas, inclusive na Arquitetura. E resumiu a forma com que encarou o mundo: “o importante é a vida, os amigos, este mundo injusto que devemos modificar”. 
(Publicado em 11/12/2012 pelo Diário de Cuiabá)

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

O MESTRE II


Bela homenagem do aluno (todos nós ainda somos alunos de Oscar Niemeyer - e seremos sempre) Francisco de Assis.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

O MESTRE



              OSCAR NIEMEYER   15/12/1907 - 5/12/2012


                 Igrejinha da Pampulha       http://www.youtube.com/watch?v=WM488tabXXw
                                  Casa das Canoas                         http://www.youtube.com/watch?v=6oPcYoWlGV4





                                             .........

A ARENA DE MINHA JANELA

Passando a marca dos 50% das obras, veja como está a Arena Pantanal vista de minha varanda hoje dia 5 de dezembro de 2012:



Foto: José Antonio

Dá para comparar com a situação no mês passado (04/11/12):

Foto: José Antonio


Ou no início do ano (14/01/12):

Foto: José Antonio




Confira com a maquete para ver se está indo tudo certo:

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

OS CHINESES E A FERROVIA

José Antonio Lemos dos Santos


     Cuiabá vive o melhor momento econômico de sua história. O que antes era apenas uma perspectiva teórica, hoje salta aos olhos do mais obtuso paralelepípedo esquecido sob o asfalto da Cândido Mariano, mas ainda não é percebido por setores governamentais, em especial as prefeituras de Cuiabá e Várzea Grande que insistem em não projetar e gerenciar a cidade para esse futuro formidável que já brota intenso e forte. Cuiabá por séculos apoiou a ocupação, defendeu e vem promovendo o desenvolvimento da vasta região que centraliza e que hoje é uma das mais produtivas do planeta. Até outubro passado Mato Grosso carreou para a balança comercial brasileira mais de 10,0 bilhões de dólares de superávit! Impulsionadora da região e ao mesmo tempo impulsionada por ela, Cuiabá está exuberante com centenas de obras públicas e privadas bem vindas a nos complicar o trânsito e a encher o ar com a poeira do progresso, com inaugurações e lançamentos de grandes empreendimentos, hotéis lotados, empregos sobrando e comércio bombando. 
     Na semana passada, além dos milhares de jovens atletas participantes das Olimpíadas Escolares, Cuiabá e o governador Silval Barbosa receberam a visita de uma delegação da China que veio confirmar o interesse daquele país na construção da ferrovia Rondonópolis-Cuiabá-Santarém, reafirmando a viabilidade do eixo da BR-163 e o antigo projeto da Ferronorte como futuro corredor continental multimodal de transporte, passando pelo centro do continente, ligando os portos amazônicos e platinos e chegando aos do Atlântico. Trata-se da ferrovia mais viável do mundo. Muito mais que a grandiosa, necessária e urgente esteira exportadora de grãos, essa ferrovia é um caminho de ida e volta. Além de levar aos portos exportadores a imensa produção mato-grossense, a ferrovia deixará no mercado interno parte significativa dessa produção que fica no Brasil. Servirá ainda de opção para escoamento da produção da Zona Franca de Manaus e mesmo como rota alternativa para os produtos chineses penetrarem o continente. Mais importante, porém, é que a ferrovia abastecerá as cidades mato-grossenses com as mercadorias e insumos que hoje chegam pelas rodovias caras, ambientalmente danosas, ceifadoras de vidas e produtoras de mutilados quando isoladas, sem o apoio de outros modais.
     Uma das mais importantes notícias para o mato-grossense, afinal, a ferrovia já está praticamente em Rondonópolis, perto de Cuiabá e a 760 Km de Sinop pelo traçado da Ferronorte, e nesse trecho servirá diretamente Rosário, Nobres, Nova Mutum, Lucas e Sorriso, todas aguardando ansiosas a chegada dos trilhos para aumentar a competitividade produtiva e a segurança das rodovias. E de Sinop ao norte, um outro colar de cidades importantes serão beneficiadas. Pelos atuais projetos governamentais o norte de Mato Grosso seria atendido só pela FICO, que precisa sair do “zero” em Goiás para chegar a Lucas após 1400 Km de percurso. O lógico é fazer primeiro o trajeto que atraiu os chineses, mais curto, barato e ambientalmente mais conhecido, por isso tudo mais rápido, como pede a urgência logística. 
     As novas concessões ferroviárias no Brasil permitirão o compartilhamento dos trilhos por diversas empresas, e os terminais específicos para o agronegócio não impedirão outros para outros tipos de cargas em intervalos menores. Talvez até de passageiros. Empresas diferentes trabalhando com cargas diferentes em terminais próprios, esse é um modelo que permite ampliar os benefícios diretos das ferrovias a um número maior de municípios, com menores fretes, aumentando a acessibilidade da população a bens e serviços, elevando sua qualidade de vida. E é para isso que deve servir o progresso. 
(Publicado em 04/12/2012 pelo Diário de Cuiabá)

terça-feira, 27 de novembro de 2012

CUIABÁ EM FESTA

José Antonio Lemos dos Santos


     Já comentei em artigo anterior que o esporte em seu sentido mais verdadeiro é uma das formas mais elevadas de celebração da vida, uma das expressões em que a vida se manifesta de forma mais intensa. O principal requisito para a prática esportiva é a vida saudável, e quem quiser ser esportista tem que cuidar da saúde. Daí porque entendo que investir em esporte é uma das alternativas mais eficazes de se investir em saúde. É claro que os investimentos na cura ou recuperação da saúde são prioritários, mas é muito mais barato e melhor investir na promoção e manutenção da saúde através dos esportes e outras práticas do que na cura das doenças. É fácil imaginar que a cada real investido na promoção dos esportes, de forma séria e bem planejada, corresponda uma redução de gastos em quantia bem superior ao investido. E os efeitos diretos e indiretos de bons programas públicos de incentivo aos esportes chegam também a outras áreas como Educação, Cultura e Segurança Pública, no mínimo.
     Assim, se esporte é saúde e saúde é vida, Cuiabá está cheia de vida, pelo menos nas últimas semanas. A cidade que em sua preparação respira e transpira a Copa do Pantanal está em festa, pois desde domingo passado sedia as Olimpíadas Escolares, o maior evento nacional na modalidade envolvendo mais de 6 mil pessoas, entre atletas, técnicos, profissionais diversos de apoio, dirigentes, observadores nacionais e internacionais, estudiosos, imprensa especializada. A abertura no Ginásio Aecim Tocantins foi um espetáculo, os hotéis estão lotados e o Centro de Convenções, transformado em Centro de Convivência, fervilha em alegria e juventude. E dizer que o palco maior do evento, o Ginásio Aecim Tocantins ainda é tido por alguns como um “elefante branco” apesar de ter viabilizado eventos como este e outros de grande porte e qualidade, tais como jogos da Liga Mundial de Vôlei, Copas América de Vôlei masculino e feminino, Copa América de Basquete feminino, Campeonato Pan-americano de Karatê, e ainda alguns jogos avulsos das seleções nacionais de vôlei e futebol de salão.
     Mas a festa esportiva em Cuiabá começou ainda no domingo anterior com o Mixto conquistando a Copa Mato Grosso, título importante para o único sobrevivente dos times tradicionais da cidade. Claro que o nosso renitente e persistente complexo de capacho vem logo dizer que o título não vale nada, que Cuiabá não tem nenhum time na série “A” e outras bobagens que seriam esquecidas caso o título não fosse ganho por algum time da cidade. Aí valeria, em especial para dizer que o futebol cuiabano acabou, que está perdendo para o interior, desconhecendo que Mato Grosso desenvolveu muito, sendo natural o surgimento de grandes equipes em outras belas e poderosas cidades do estado. Para o mixtense, o Mixto é o melhor time do mundo, independente da série em que participe. Dentro do campo, o futebol cuiabano e mato-grossense só é ruim para quem não vai ao estádio.
    Fechando a semana passada com chave de ouro, o Cuiabá Arsenal levou a melhor sobre o Coritiba Crocodiles, e é bicampeão brasileiro de futebol americano. Foi uma grande festa no Dutrinha lotado. Esse é o grande produto do esporte em suas diversas modalidades: a juventude levando longe de forma positiva o nome de Cuiabá e Mato Grosso, o melhor marketing urbano, levando também com suas taças e medalhas o exemplo para milhares de outros jovens seguirem a trilha da saúde e da vida, livrando-se das garras das drogas, dos crimes e de outros descaminhos.

(Publicado em 27/11/2012 pelo Diário de Cuiabá)

sábado, 24 de novembro de 2012

HOJE É DIA DO BI

Um dos dois será bicampeão brasileiro de futebol americano. O Cuiabá foi campeão em 2010 e o Coritiba foi campeão ano passado. Vamos ao Dutrinha hoje às 18 hs torcer para que o Cuiabá Arsenal seja o bicampeão brasileiro, com bastante moral para ser uma das atrações da Arena Pantanal a partir de 2014. Força Cuiabá Arsenal!

terça-feira, 20 de novembro de 2012

AEROPORTO, ATÉ QUANDO?

José Antonio Lemos dos Santos

Imagem copiada de www.meupalco.com.br


     Pois não é que o novo atraso na licitação para as obras do aeroporto Marechal Rondon cobrado no artigo da semana passada deveu-se a outro erro da Infraero? No fim deste mês completarão 3 anos e meio da definição de Cuiabá como sede da Copa do Pantanal e até hoje a Infraero não concluiu a licitação para as obras de ampliação do aeroporto, com uma sucessão de atrasos injustificáveis para uma das maiores e mais competentes empresas aeroportuárias do mundo e uma das obras fundamentais para a Copa 2014, o mais importante projeto do país em termos de visibilidade internacional. O resultado da licitação era aguardado para o início deste mês e foi adiado para esta semana. Mais uma vez o motivo seria problemas no projeto entregue pela Infraero à Secopa, segundo o secretário do órgão. Nada tão surpreendente no histórico do tratamento que a Infraero sempre deu ao principal aeroporto mato-grossense, antes e depois da Copa. A expectativa local era de que o grande evento mundial trouxesse para Cuiabá e Mato Grosso afinal um aeroporto digno de seu dinamismo e importância como o estado líder na produção agropecuária do país que sempre lhe foi negado. 
Situação Atual  Imagem: PINIweb

     Qual o quê! Convém não esquecer que, já com muito atraso, a primeira entrega do projeto do aeroporto estava prevista para setembro de 2011 e foi adiada para março de 2012 e depois para junho, já sob alegação de necessidade de correções técnicas, e, enfim, entregue em início de julho. A Secopa providenciou a imediata licitação para as obras, contudo logo revogada em agosto para outra correção de erros nas planilhas do projeto. Corrigidos supostamente os erros, abriu-se nova licitação com homologação esperada para início de novembro, o que não aconteceu, pois foi adiada de novo para esta semana. De novo sob alegação de erros nas planilhas entregues pela Infraero. Tais erros são inconcebíveis numa empresa do porte e competência da Infraero. Supô-los seria um desrespeito ao seu quadro técnico. Ainda pode existir alguma dúvida quanto à existência de interesses no mínimo estranhos nesse processo? 
     Faltam 569 dias para o primeiro jogo da Copa e o aeroporto tem que estar pronto no mínimo 90 dias antes do início do evento, em condições de receber as equipes técnicas preparatórias para as questões de imprensa, segurança, e mesmo, das seleções que possam escolher Cuiabá para seu período de aclimatação ao clima tropical brasileiro, gerando um movimento adicional para os hotéis, restaurantes, o turismo de um modo geral, um dos grandes ganhos esperados para Cuiabá e Mato Grosso, ameaçado pelos atrasos nas obras do aeroporto. Até quando esperar? Até realmente não dar mais tempo para a execução da obra? Na verdade, em condições normais, não haveria mais tempo, entretanto, ainda daria considerando a situação especial da Copa com o regime do RDC e a possibilidade do brasileiro trabalhar em 3 turnos, sábados, domingos e feriados, conforme aventou o ex-presidente Lula quando perguntado sobre a vergonha que passaria o Brasil perante o mundo na hipótese de não dar conta de cumprir com o comprometido internacionalmente ao assumir a Copa 2014. Temo que tal esforço não aconteça se depender só da Infraero, com o agravante de que não há mais tempo para novos testes sobre as intenções da empresa para com o aeroporto de Cuiabá. Agora só com uma manifestação clara das forças vivas da sociedade mato-grossense, em especial da cuiabana e várzea-grandense e dos setores mais diretamente interessados, seus prefeitos atuais e os eleitos, sacudindo seus representantes no Congresso Nacional para buscar junto à presidenta Dilma uma nova postura efetiva da Infraero. Do jeito que as coisas ficaram, só assim. 
(Publicado em 20/11/2012 pelo Diário de Cuiabá)

terça-feira, 13 de novembro de 2012

CADÊ O AEROPORTO? III

José Antonio Lemos dos Santos
     
     
     Seria dispensável falar sobre a importância de um aeroporto internacional de grande porte para qualquer cidade do mundo. Contudo ainda tem muita gente em Cuiabá, inclusive nos altos escalões, pensando tratar-se de um equipamento comum a qualquer cidade. Talvez por sua localização privilegiada central na cidade pelo qual todo mundo passa todos os dias, muitos se acostumaram e pensam erradamente tratar-se de um equipamento comum. Não é. Os aeroportos de grande porte são equipamentos fundamentais neste mundo globalizado, não só para cargas, mas, em especial como ferramenta de conexão entre as pessoas individuais, oficiais ou corporativas. Quanto mais os indivíduos e o planeta se globalizam virtualmente, mais é necessário o contato direto interpessoal bem como os espaços e equipamentos que propiciam tais encontros. Os aeroportos são e serão cada vez mais vantagens comparativas extraordinárias entre as cidades no mundo. 
     No exato centro continental, para Cuiabá e Mato Grosso o avião e o aeroporto são mais especiais ainda. Já no final dos anos 40, época em que o máximo que chegava por aqui eram os antigos DC-3, se tanto, homens com extraordinária visão de futuro destinaram os 700 hectares onde está hoje o Aeroporto Internacional Marechal Rondon. Fantásticos visionários! Hoje Cuiabá dispõe de um dos aeroportos melhor situados urbanisticamente e com área suficiente para firmar-se como um dos principais “hubs” aeroviários no continente, atraindo grandes empresas e gerando empregos e renda para a cidade e para o estado. 
     Entretanto, a grandiosa visão de futuro de nossas autoridades públicas parece ter ficado naquele passado remoto. O extraordinário desenvolvimento da cidade e do estado vem exigindo há décadas constantes e sucessivas ampliações e melhorias em nosso aeroporto, as quais só acontecem defasadas, após demandas fortemente reprimidas. Este ano, por exemplo, o movimento de passageiros deve beirar o 3,0 milhões e o Marechal Rondon convive com uma estrutura projetada na década de 90 para 1,0 milhão de passageiros/ano, cujas obras ficaram pela metade, paralisadas em 2004. A socos e pontapés foi feito ano passado um puxadinho para o desembarque. Chegamos a perder para Campo Grande uma linha internacional com a Bolívia pela falta de uma sala de 4x7 metros! Vergonha! Agora chegou a Copa do Mundo, um projeto nacional com o qual se esperava que afinal Cuiabá e Mato Grosso teriam um aeroporto digno e contemporâneo ao seu desenvolvimento. Qual o que! 
     Após 3 anos e meio da escolha de Cuiabá como uma das sedes da Copa, até ontem a Infraero não havia concluído a licitação das obras da estação de passageiros, prometida na última vez para início do mês de novembro. Nesse período tratei do assunto em quase 40 artigos, metade dos quais específicos. Molecagem, sabotagem e outras expressões menos publicáveis foram compartilhadas com muitos leitores indignados em relação a essa que é uma das 3 obras indispensáveis à realização da Copa do Pantanal. O senador Blairo Maggi, o ex-governador visionário que trouxe a Copa para Mato Grosso, poderia incluir o assunto na agenda de sua noticiada audiência com a presidenta Dilma, que talvez não saiba o que está acontecendo com o aeroporto. Agora faltam apenas 576 dias para o início da Copa e ainda dá tempo, porém agora só em 3 turnos, sábado e domingo, como aventado em caso de necessidade por Lula, quando ainda presidente. O senador poderia também incluir na sua agenda o trecho ferroviário de Rondonópolis a Cuiabá e daqui a Lucas, bem menor que a FICO, assim como a duplicação rodoviária até Posto Gil, não só até Rondonópolis. E viva o Cuiabá Arsenal, mais uma vez na final do campeonato brasileiro de futebol americano! 
(Publicado em 13/11/2012 pelo Diário de Cuiabá)

sábado, 10 de novembro de 2012

RUMO AO BI BRASILEIRO


Foto Caroline Pilz Pinnow


Cuiabá Arsenal volta a campo neste sábado, contra o Botafogo Espectros

Os dois times nunca se enfrentaram e chegaram a semifinal nacional depois de vencerem todas as partidas que fizeram na competição. Hoje às 18 hs no Dutrinha.




Leia mais em: http://globoesporte.globo.com/mt/noticia/2012/11/cuiaba-arsenal-volta-campo-neste-sabado-contra-o-botafogo-espectros.html

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

DIA MUNDIAL DO URBANISMO


ARTIGO PUBLICADO EM  8 DE NOVEMBRO DE 2011




José Antonio Lemos dos Santos
(Charge do professor arquiteto José Maria de Andrade)

     A cidade constitui a maior, mais complexa e mais bem-sucedida das invenções do homem. Surgida há 5 mil anos, com ela surge a civilização transformadora e aceleradora da evolução humana. De lá para cá o mundo foi se urbanizando e a partir de 2008 a população global urbana supera a população rural, com muitos países com percentuais superiores a 80%, como o Brasil.
     Na história da cidade a grande mudança foi com a Revolução Industrial. Até então ela não fora questionada, ainda que tenha enfrentado importantes crises em seu desenvolvimento. Com a industrialização, a urbanização acelera e as cidades se desequilibram gravemente, exigindo controle e intervenções em seu desenvolvimento. Surge então a ciência do Urbanismo, que evolui e supera a etapa do urbanismo modernista da Carta de Atenas, passa pelas experiências pós-modernistas do Novo Urbanismo, e chega a uma nova Revolução, a da informática e da globalização, com os desafios da compatibilidade ambiental, da inclusão e das possibilidades das cidades inteligentes, verdes e sustentáveis.
     De extrema complexidade, a cidade é comparável a um organismo vivo em dimensões imensas, que vão das pequenas vilas até as megalópoles, chegando a centenas ou milhares de quilômetros quadrados com dezenas de milhões de habitantes. A cidade é um enorme recipiente, articulado regionalmente, onde acontecem as relações urbanas em toda sua múltipla diversidade. Sua função é permitir que tais relações aconteçam da melhor forma com sustentabilidade, conforto, segurança e, sobretudo, justiça. Ajudá-las no cumprimento desta função é o objetivo do Urbanismo.
     Em evolução contínua, o Urbanismo reflete a complexidade de seu objeto de trabalho e abrange os diversos campos de conhecimento que a cidade envolve. O urbanista não é mais um especialista, mas um generalista voltado a entender o organismo urbano com um todo. Não se pode tratar os problemas da cidade sem antes tratar da cidade com problemas. O urbanista precisa saber um pouco de tudo para enxergar o todo, e, em especial, saber que esse conhecimento é quase nada sem a companhia das diversas especializações técnicas nas múltiplas facetas da cidade.
     8 de novembro é o Dia Mundial do Urbanismo, criado em 1949 para uma reflexão global sobre o assunto. As cidades de novo vivem uma Revolução com as perspectivas da informática, do ciberespaço, e a iminência do colapso com a água, lixo, transportes, poluição, energia, emprego, uso do solo e segurança. As cidades falhando, a civilização explode. O problema maior do século XXI são as cidades. Inaceitável que no Brasil o Urbanismo e o urbanista sejam tão desconsiderados. Como pode uma cidade como Cuiabá ter nos quadros de sua prefeitura apenas seis arquitetos? E quantos dedicados ao Urbanismo? Como pode Cuiabá extinguir seu órgão específico de planejamento urbano? Como pode uma nova lei de Uso e Ocupação do Solo Urbano ser aprovada por unanimidade em apenas um dia de tramitação na Câmara de Cuiabá? E a marginalização dos urbanistas na preparação da cidade para a Copa? A falta do Urbanismo asfixia as cidades brasileiras, estressando, mutilando e matando seus cidadãos. Mas ainda são os locais da diversidade e da inovação. Crise é risco e oportunidade, e a crise urbana é o grande desafio global e local. Ao lado da aparentemente inevitável tragédia urbana global está a oportunidade da reinvenção urbana em busca de cidades mais justas, seguras, sustentáveis e humanas.
(Publicado pelo Diário de Cuiabá e Blog do José Lemos em 08/11/2011)

terça-feira, 6 de novembro de 2012

UM GRAMADO PARA O DUTRINHA


José Antonio Lemos dos Santos

     O esporte em seu sentido mais verdadeiro é uma das mais elevadas formas de celebração da vida, tanto nas vitórias como nas derrotas, ambas faces de uma mesma moeda. Seu requisito básico é a máxima vitalidade exigindo assim práticas saudáveis de vida, bem como espírito coletivo, competitividade, determinação, disciplina, enfim, os tantos aspectos que devem moldar o caráter positivo dos povos. Agregador da educação e da integração cultural, o esporte hoje vai além do aspecto lúdico ou de lazer, sendo também uma das atividades comerciais mais rentáveis no mundo, portanto uma alternativa concreta de trabalho, emprego e renda em especial para a juventude.
     Dentre os esportes, o futebol é aquele com maior número de aficionados a ponto de tornar-se também um poderoso instrumento de marketing global para países, regiões e cidades. Quando Dutra, o presidente cuiabano, trouxe a Copa de 50, já pensava em mostrar ao mundo através dela que o Brasil deixara de ser rural e avançava nos rumos da industrialização e da modernidade. Assim o esporte, e o futebol em particular, por uma série de razões, deve ser tratado hoje como coisa séria, assunto de Estado, em especial como poderoso instrumento educativo e de formação dos jovens. Para Mato Grosso e Cuiabá essa concepção é mais clara, dada a proximidade do trecho de fronteira mais vulnerável do Brasil, que expõe a juventude local aos poderes do tráfico internacional e às macabras tentações das drogas com suas garras cruéis de criminalidade e violência. Creio que é nesse sentido que Cuiabá sedia este mês as Olimpíadas Escolares com milhares de jovens brasileiros em um espetáculo vital que merecia melhor promoção, principalmente entre as escolas de todo o Estado.
     O cuiabano sempre teve um grande xodó pelo futebol, talvez pelo clima que impõe atividades em espaços abertos. Acertadamente em Cuiabá as sucessivas administrações municipais desenvolvem importantes projetos na área tais como o Miniestádios, Bom de Bola-Bom de Escola, Pixote, Peladão e assim, a par de oferecer uma ótima alternativa de lazer para a juventude, a prefeitura implanta um verdadeiro canteiro de craques. Esses jovens atletas que surgem precisam ter clubes onde desenvolver suas potencialidades como profissionais. Na falta, muitos vão para outros estados e países. Outros não têm a mesma sorte, às vezes simplesmente por não estar no lugar certo na hora certa. Para muitos destes, a alternativa é a frustração e o descaminho.
     A prefeitura avançaria ainda mais nessa área apoiando os clubes profissionais de futebol de Cuiabá. Do jeito que está é como dar boa formação técnica aos jovens, mas não fomentar a instalação de empresas para empregá-los. Bastam o apoio institucional e logístico e a manutenção do único estádio da cidade, o Dutrinha, adquirido pela prefeitura sob a alegação de que seria reformado. Até hoje, nada. Finda a temporada 2012, este é o momento certo para reformar o gramado, hoje a mais urgente carência do futebol cuiabano. Com autoridade de quem vai ao estádio em quase todos os jogos, para mim o péssimo estado do gramado eliminou o Mixto na série “D”, quase fez o mesmo com o Cuiabá na “C” e com o próprio Mixto domingo passado, prejudicando os times locais em todas as competições estaduais e nacionais de que participam. Jogar em casa aqui é desvantagem. Arrumar o gramado é urgente e barato, ainda mais para uma sede de Copa. O sucesso dos nossos times abre chances para craques locais de carne e osso, vizinhos de bairro, gente como a gente. Precisamos de mais Bogés, Fernandos e Pererecas, ídolos daqui nos quais a juventude possa se espelhar para seguir o caminho do esporte e da vida saudável, longe das drogas e dos crimes.



domingo, 4 de novembro de 2012

A ARENA DE MINHA JANELA

Passando a marca dos 50% das obras, veja como está a Arena Pantanal vista de minha varanda hoje dia 4 de novembro de 2012:

Foto: José Antonio

Dá para comparar com a situação no mês passado (04/10/12):

Foto: José Antonio

Ou no início do ano (14/01/12):

Foto: José Antonio




Confira com a maquete para ver se está indo tudo certo:

sábado, 3 de novembro de 2012

JACQUES TATI NO SESC ARSENAL HOJE

Sesc Arsenal
MOSTRA TATI POR INTEIRO
03 a 11/11 - CineSesc - Entrada Franca




Mostra "Tati por inteiro": Exibição das obras do cineasta francês Jacques Tati e um documentário sobre sua vida e obra.

PROGRAMAÇÃO:

 03/11 - Sábado 

19h- Lançamento da “Mostra Tati por Inteiro” 

        Meu tio (Mon oncle. 1956. 116 min. P/BP).  

04/11 - Domingo

18h30 - As férias do sr. Hulot (Les Vacances de Monsier Hulot. 1953. 104 min., P/B)  

06/11 – Terça-feira

19h - Tempo de Diversão (Playtime. 1967. 114 min., P/B)  

07/11 - Quarta-feira

19h - As Aventuras do sr. Hulot no trânsito louco (Trafic. 1971, 93 min. P/B)  

08/11 - Quinta-feira

19h -  Parada (Parade. 1974, 85 min., P/B)  

Dia 09/11 – Sexta-feira

19h - Carrossel da Esperança (Jour de fête. 1949. 77min. P/B)  

10/11 - Sábado

19h - Cuida da sua esquerda (Soigne ton gauche.  1936. 12min. P/B) 

19h15 -  A escola dos carteiros (L'Ecole des facteurs. 1947.15min P/B) 

19h35 - Curso noturno (Cours du soir. 1947. 15min. P/B)  

11/11 - Domingo

18h30 - Tati: Seguindo os passos do sr. Hulot (Tati sur les pas de Monsieur Hulot. Sophie Tatischeff. 1986. 52 min., Documentário em cores) 

terça-feira, 30 de outubro de 2012

NOVO PREFEITO, NOVA CIDADANIA

José Antonio Lemos dos Santos

     Como se repete a cada dois anos, domingo passado tivemos a grande festa da democracia no Brasil, agora com a eleição dos novos prefeitos nas 50 cidades brasileiras que ficaram dependentes do segundo turno nestas eleições municipais de 2012. As eleições democráticas são antes de tudo um amplo processo de reflexão da sociedade sobre seu presente e seu futuro, reafirmando ou corrigindo rumos e concluindo com a escolha daqueles que serão responsáveis por sua condução nos próximos anos. Trata-se de momento especial em que a sociedade debruça sobre seus problemas e potencialidades, avalia os caminhos a seguir e, sobretudo, amadurece seus conceitos sobre a democracia, ajudando a aperfeiçoá-la. Não há derrotados ou perdedores, só vencedores. 
     Nas minhas não poucas eleições já vividas arrisco-me a dizer ter sido esta a mais madura de todas, naturalmente com muitos detalhes a corrigir e até alguns erros grosseiros como aquela falha de comunicação da própria Justiça Eleitoral no primeiro turno que forçou a suspensão da apuração dos votos em Cuiabá por algumas horas. No mais tivemos de um modo geral um show de civismo por parte da população, seja ao longo dos comícios e debates, seja na tranquilidade do pleito, das apurações e das comemorações pós-eleitorais. Tive a impressão de que mesmo a escolha dos candidatos se deu de forma mais amadurecida no Brasil inteiro, por exemplo, com a significativa redução de sensibilidade aos apelos de figuras midiáticas como ex-jogadores, artistas, radialistas e apresentadores de TV que tradicionalmente disparavam como os mais votados em todas as eleições. Parece que enfim começamos a perceber a diferença de atribuições entre as funções. Mesmo na eleição majoritária pode ser notada uma maior cautela, uma espera maior para definição, sem aquele oba-oba imediato semelhante a torcidas de futebol, muito característico das eleições do passado.
     Cuiabá teve talvez, em seu conjunto, o melhor grupo de candidatos a prefeito de sua história. Chegaram ao segundo turno um político e um empresário de grandes qualidades e inovadores em suas áreas. Foi eleito Mauro Mendes, já temperado pelo fogo de duas eleições, e agora com o mérito de suplantar na escolha popular a Lúdio Cabral uma nova figura na política local, carismático e dono de uma performance exemplar na Câmara de Vereadores. O novo prefeito assume Cuiabá no melhor momento de sua história, com a responsabilidade de ajudar a prepará-la e conduzi-la sob o foco dos holofotes de uma Copa do Mundo, bem como de encaminhar os preparativos para o Tricentenário, seu mais significativo evento no século. Caberá a ele o papel de maior autoridade municipal, líder condutor de Cuiabá na solução de seus problemas e, principalmente, no desenvolvimento de todas as imensas potencialidades que o futuro lhe oferece como lugar central de uma das regiões mais dinâmicas e produtivas do planeta. Não só consertar os problemas da cidade do passado, mas corrigi-los à luz da construção da cidade do futuro. Não só cuidar das responsabilidades do âmbito municipal, mas cobrar os direitos de Cuiabá nas instâncias em que estiverem. O aeroporto, o gás, a ferrovia, o Porto-Seco, a duplicação rodoviária até Rondonópolis e Posto Gil, projetos fundamentais ao futuro de Cuiabá, não podem continuar abandonados politicamente. 
     a escolha do prefeito é a ponta do iceberg eleitoral. O mais importante é o amadurecimento cívico que os processos eleitorais trazem com a reflexão da sociedade sobre seu destino. Mais que um novo prefeito, parece surgir enfim uma nova cidadania, menos passiva, que aplaude, propõe e ajuda as autoridades, mas que também critica, cobra e fiscaliza. Boa sorte Cuiabá, e que venha o futuro!