"FIRMITAS, UTILITAS et VENUSTAS" (Tríade Vitruviana)



quinta-feira, 27 de setembro de 2012

POLICLÍNICA À VENDA?

A partir da forma rápida e sem discussões como foi aprovada pela Câmara Municipal a nova lei de Uso e Ocupação do Solo Urbano de Cuiabá em maio do ano passado, todo cuidado seria pouco em relação à novas aprovações de leis tratando da cidade. No início de agosto deste ano o promotor Carlos Eduardo Silva informou publicamente - notícia reproduzida aqui no BLOG DO JOSÉ LEMOS no dia 04/08 - que o Ministério Público Estadual (MPE) havia instaurado procedimento para apurar a alienação de quatro imóveis do município de Cuiabá, autorizadas pela Câmara Municipal de Cuiabá no dia primeiro do mês. Passado quase 2 meses da lei autorizativa, sem nenhuma nova notícia sobre o assunto, resolvi buscar por conta própria informações sobre a quantas andava a alienação dos imóveis. Encontrei então na Gazeta Municipal a Lei n. 5574 de 03/08/2012 com as autorizações para "alienar sob a forma de venda" aqueles lotes de terras urbanas a que se referiu o promotor, com seus respectivos caminhamentos topográficos.
Aí aconteceu uma grande surpresa para quem estava interessado apenas em saber se nas alienações aprovadas constavam algumas áreas de maior utilidade às populações dos bairros: UMA DESSAS ÁREAS ABRIGA NADA MAIS NADA MENOS QUE A POLICLÍNICA DO VERDÃO!

Marcação sobre imagem do Google

Incrédulo, li e reli a Lei, busquei o Google, fui ao local para ter certeza se o que estava escrito correspondia de fato com a realidade. E corresponde. O que justificaria a prefeitura solicitar autorização e os vereadores aprovarem a alienação de um equipamento tão importante como esse? Na visita ao local ainda vi que edifício está sendo reformado com placa de obra. Não bastasse a importância de um equipamento de saúde pública de grande utilização, a Policlínica encontra-se em uma quadra onde está o MERCADO ATACADISTA que está sendo transferido para dar lugar a parte do estacionamento da Arena Pantanal, por que então a prefeitura vender? Inclusive, a Policlínica estaria nos planos da Copa do Pantanal sendo aguardada sua ampliação e modernização para apoio aos jogos da Copa na Arena. Será que a população da Cidade Alta sabe dessa decisão? Será que concorda? Fora o grande interesse especulativo de uma área contígua à Arena Pantanal, qual seria outra motivação? A prefeitura está precisando de tanto dinheiro assim a ponto de sacrificar um equipamento tão valioso para a população? Resta à prefeitura e aos vereadores darem as explicações urgentes, antes das eleições. 

2 - As outras áreas também são importantes. A do JARDIM CUIABÁ tem mais de 1 ha, praticamente colada à Avenida 8 de Abril. Será que estão sabendo dessa intenção de venda os moradores do Jardim Cuiabá, os vizinhos da área, que compraram seus lotes constando que ali seria uma praça ou um equipamento público, conforme exige a Lei Federal 6766/79? Veja abaixo. Área maravilhosa para uma praça ou um equipamento urbano público.
Marcação sobre imagem do Google

3 - A área do BAIRRO ALVORADA, é a que motivou meu interesse inicialmente por se tratar de um bairro praticamente sem praças ou áreas verdes ou outras áreas de uso público. Fica a 3 quadras da Av. do CPA. Será que a população sabe do interesse de vender da prefeitura?


Marcação sobre imagem do Google

4 - A área do JARDIM VITÓRIA é a maior de todas a 4, com mais de 1,2 ha. Trata-se também de um bairro carente de áreas verdes públicas, praças, entretanto não consegui identificar por ser contígua à ruas sem denominações e áreas não identificáveis sem informações adicionais. Mas a prefeitura certamente poderá explicar.

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

FERROVIA PARA LEVAR E TRAZER

José Antonio Lemos dos Santos

     Sempre que falamos em ferrovia em Mato Grosso sempre pensamos na ferrovia para levar, quase nunca na ferrovia para trazer, talvez pela nossa história de país colonizado, de cidade colonizada, onde tudo produzido era sugado pelos colonizadores. Cuiabá produziu muito ouro e todo ele foi sugado para fora do Brasil sem deixar nada de consolidado aqui. Esse ouro, junto com o de Minas e de Goiás acabou indo para a Inglaterra, ajudando a financiar a Revolução Industrial. Cuiabá só sobreviveu ao fim do ouro pelo fato de ser o último bastião português além de Tordesilhas, em pleno território então espanhol. Cuiabá resistiu e aqui permaneceu solitária como zelosa guardiã, célula-mater da ocupação de todo o imenso oeste brasileiro, e hoje é o polo de apoio de uma das regiões mais dinâmicas do planeta.
     Todos os caminhos têm ida e volta, os de ferro também. E Cuiabá por estar no exato centro continental consolidou-se com um grande encontro de caminhos e sua vocação natural é o de transformar-se em breve no grande entroncamento intermodal central do continente. Mato Grosso é o maior produtor agropecuário do Brasil, sua produção ajuda a alimentar o país e o mundo. Tem carga e muita carga para o consumo interno nacional e para exportação. É claro que essa produção tem que deixar o estado e ir aos centros consumidores no país ou fora dele. Aliás, este constitui o principal gargalo do desenvolvimento ainda maior da agropecuária mato-grossense: a sua logística de transportes. Por ser um estado centro-continental fica distante dos portos para a exportação e dos principais centros consumidores do país e suas condições atuais de monomodalidade no transporte rodoviário reduz a competitividade de seus produtos com fretes e perdas elevadas, além da degradação ambiental e destruição de vidas humanas nas incríveis “roletas-russas” que viraram nossas rodovias. A questão dos transportes em Mato Grosso tem que ser resolvida urgente.
     Cabe, porém, perguntar: por que produzimos? Por que o mato-grossense produz tanto e cada vez? Certamente pelo desejo de elevar sua qualidade de vida. É claro que todos nós produzimos para ter mais acesso às comodidades, aos bens e serviços que o mundo moderno disponibiliza, produzidos na sua grande maioria em outras regiões do Brasil e do mundo. Infelizmente eles ainda não são transportados pela internet e ainda chegam até nós pelos mesmos caminhões que levam nossa produção. Também sai caro, poluí e mata. Daí a importância da ferrovia de trazer, muito embora esta não se viabilize sem a de levar. Arrisco-me a dizer, entretanto, que a ferrovia de trazer seja a mais importante, pois é ela quem traz a qualidade de vida para o povo, objetivo final da produção e principal viés de qualquer tipo desenvolvimento.
     Por isso a ferrovia em Mato Grosso deve ser pensada tanto para levar a produção como para trazer o desenvolvimento a todos os mato-grossenses. Jamais apenas uma esteira transportadora de grãos. E para que a ferrovia distribua o desenvolvimento por todo o estado ela tem que passar por Cuiabá e Várzea Grande, o maior polo consumidor e distribuidor do estado, subindo a seguir o eixo da BR-163 até Santarém, espinha dorsal do estado, com derivações a leste e oeste, como a FICO, ou variantes para Tangará, Diamantino e para Cáceres. A ferrovia vai baixar o custo dos fretes para a saída dos produtos mato-grossenses, mas também baixará os custos dos insumos para a indústria e a própria agropecuária, e, principalmente, aumentará a oferta com preços reduzidos dos diversos bens e mercadorias a serem consumidos pela população mato-grossense, melhorando em muito sua condição de vida, o verdadeiro desenvolvimento. Esta é a ferrovia que interessa.

(Publicado em 25/09/2012 pelo Diário de Cuiabá)

sábado, 22 de setembro de 2012

COT UFMT

 
21.09.2012 | 15h56 - Atualizado em 21.09.2012 | Midianews
 
COT da UFMT passa por avaliação do Crea;
licitação será em outubro

Projeto foi elogiado como o melhor já visto até o momento

 
 

 
LISLAINE DOS ANJOS-DA REDAÇÃO Midianews
Previsto para ser licitado até o final do mês de outubro, o COT (Centro Oficial de Treinamento) da UFMT (Universidade Federal de Mato Grosso) teve seu projeto de implantação analisado, nessa semana, por membros do Crea-MT (Conselho Regional de Engenharia e Agronomia de Mato Grosso).

O projeto foi apresentado pelo arquiteto e professor da UFMT, José Afonso Portocarrero, que esclareceu detalhes do projeto e recebeu contribuições sobre acessibilidade às pessoas com deficiência.
 
 

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

SEMINÁRIO NO SEMINÁRIO


Um importante evento a ser prestigiado principalmente pelos arquitetos e alunos de Arquitetura. Para quem não conhece, uma ótima oportunidade de conhecer o edifício do antigo Seminário da Conceição, aula de Arquitetura. De lambuja dá para visitar a igreja  do Bom Despacho, outra aula de Arquitetura, e o Museu de Arte Sacra.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

ELEIÇÕES, AEROPORTO E FERROVIA


José Antonio lemos dos Santos


     Pela terceira vez este ano lembro o artigo de fevereiro do ano passado intitulado “Molecagem”, que já expressava naquela época toda a minha preocupação com o atraso na ampliação do Aeroporto Marechal Rondon para a Copa do Mundo de 2014 e a Copa das Confederações que ainda era pretendida por Cuiabá. Na ocasião criticava o adiamento da entrega do projeto, então previsto para setembro de 2011, para março de 2012. Achava excessivo o prazo de mais de ano para a elaboração de projeto de ampliação de uma estação de passageiros que afinal nem é tão grande assim. Nesse artigo do ano passado já aventava a possibilidade de sabotagem contra Cuiabá como sede da Copa e até contra a própria presidenta Dilma, líder maior do grande evento.
     Cerca de 1 ano depois fiz outro artigo criticando um novo adiamento da entrega do projeto, agora de março para meados de junho, sob alegação de necessidade de correções. E na ocasião da entrega, que só aconteceu com novo atraso em julho, fiz novo artigo saudando a tão esperada entrega e a expectativa da imediata licitação em ritmo de RDC para início das obras. Só que até fins da semana passada o processo licitatório não havia sido concluído e no último domingo, ao invés de sair seu resultado veio a notícia da revogação da licitação do aeroporto. Segundo o secretário da Secopa seria pela necessidade de “revisões” no orçamento entregue pela Infraero, isso após quase 2 anos elaborando o projeto. O que dizer? Depois do “Molecagem” usado no artigo do ano passado, a vontade foi usar agora como título um palavrão bem expressivo para toda a indignação pelo desrespeito com que a Infraero vem tratando Mato Grosso e Cuiabá, uma das sedes da Copa do Mundo. Em consideração aos caros leitores e leitoras usei um título elegante, deixando o palavrão a critério de cada um.
     Resumo da ópera: após quase 3 anos e meio de Cuiabá ter sido escolhida como uma das sedes da Copa, até hoje a Infraero não conseguiu licitar a obra de ampliação do aeroporto da cidade. E faltam 600 dias! Não se trata de problema técnico, incompatível com a qualidade dos corpos técnicos da Infraero e da empresa que elaborou o projeto. Isso é sabotagem mesmo. Só pode ser coisa de gente graúda na Infraero, que já está lá há mais tempo e que até hoje não aceitou o fato de Cuiabá ter sido escolhida como uma das sedes da Copa 2014. Sempre é bom lembrar que o aeroporto, junto com a Arena e a avenida ligando os dois, é um dos projetos sem o qual a Copa se inviabiliza, mesmo que a cidade esteja toda pintada em ouro. Isso é sério, faz tempo que acompanho o assunto independente de eleições, mas as eleições existem justamente para o povo avaliar como os governos tratam as coisas públicas.
     Sem dúvida o aeroporto e a ferrovia devem ser cobrados pelos eleitores nestas eleições. São projetos fundamentais para o futuro do estado e para a cidade. Não se trata de oportunismo político, não sou candidato. E foi o governo federal que cortou o trecho ferroviário até Cuiabá e agora revoga com o estado a licitação de seu aeroporto em pleno processo eleitoral. Não dá para passar sem protesto, não somos amebas. O aeroporto e a ferrovia têm sim que ser bandeiras de todos os cidadãos, entidades representativas, setores produtivos e principalmente dos políticos com mandatos ou candidatos, mesmo os da situação, no caso destes para ir a Brasília cobrar de seus parceiros as providências corretivas, ou então defender sem tergiversar o absurdo corte da ferrovia ou a brincadeira da Infraero com o aeroporto. A única arma do cidadão é o voto, que só pode ser usado em períodos eleitorais. Sem ferrovia, sem voto. Sem aeroporto, também. 

(Publicado em 18/09/2012 pelo Diário de Cuiabá, PáginaÚnica, Midianews, BlogdoJoãoBosquo, PáginadoEnock)

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

EXPANSÃO URBANÍSTICA DE MOSCOU

PiniWeb   12/Setembro/2012


Rússia apresenta projeto vencedor para expansão de Moscou


Planejado em volta de lagos, novo distrito de 155 km² abrigará 1,7 milhões de pessoas
Aline Rocha

PINIWEB

O grupo Capital Cities Planning Group (CCPG), formado pelas empresas de arquitetura e engenharia Gillespies, John Thompson & Partners e Buro Happold, venceu a competição do melhor projeto de expansão da cidade de Moscou, na Rússia.


No início deste ano, o governo da Rússia havia anunciado que iria dobrar o território da cidade para torná-la uma capital competitiva. Para isso, foi lançada uma competição internacional entre 10 times com diversos escritórios de arquitetura do mundo. Os grupos deveriam elaborar planos para a expansão da cidade de Moscou e para a construção de uma nova capital federal.

Leia mais em http://www.piniweb.com.br//construcao/urbanismo/russia-apresenta-projeto-vencedor-para-expansao-de-moscou-267664-1.asp

sábado, 15 de setembro de 2012

VISITAS À ARENA


O projeto TÔ NA ARENA, desenvolvido pelo governo do Estado por meio da Secopa, abre a oportunidade para alunos de escolas de ensinos Médio e Fundamental, estudantes do ensino técnico, universitários e grupos comunitários conhecerem o andamento da principal obra em Cuiabá para a Copa do Mundo da FIFA Brasil 2014™.

PROCEDIMENTOS PARA A VISITA

As visitas às obras da Arena Pantanal poderão ser feitas por quaisquer grupos: comunidade, associações, estudantes de ensino fundamental e médio, estudantes do ensino técnico e do ensino superior, etc.

O atendimento será planejado de acordo com faixa etária do grupo agendado, sendo que apenas os maiores de 18 anos poderão percorrer pontos estratégicos do canteiro de obras devido às normas de segurança. 

AGENDAMENTO DE VISITAS
O agendamento de visitas deve feito por mensagem ao e-mailtonarena@secopa.mt.gov.br.

Informações necessárias para agendamento:
Instituição 
* Turma
 
* Nível de ensino
 
* Faixa etária dos participantes
 
* Quantidade de participantes
 
* Objetivo da visita
 
* Dados do responsável pela visita (nome, telefones e e-mail)
O cadastro pode ser individual também. Nesse caso, a pessoa deve deixar seus dados para ser inclusa em grupos a serem formados a partir das inscrições individuais. 

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

A ARENA MAIS SUSTENTÁVEL


Midianews - 12.09.2012 | 11h20 - Atualizado em 12.09.2012 | 17h15
Estudo aponta Arena Pantanal como o estádio mais sustentável
EdsonRodrigues/Secopa
Cuiabá receberá oito seleções e sediará quatros jogos do Mundial
DA REDAÇÃO
A Arena Pantanal foi escolhida, dentre as 12 cidades-sede da Copa do Mundo de 2014, como o estádio mais sustentável do Mundial, por concentrar o menor volume de emissão de dióxido de carbono equivalente, totalizando apenas 37,70 t CO2, durante os quatro jogos que serão disputados na capital mato-grossense.

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

BAIRRO ALVORADA

Assunto do interesse de quem mora ou tem patrimônio no Bairro Alvorada, na vizinhança do Concil ou mais especificamente no Loteamento Senhor dos Passos ( atrás do Supermercado Modêlo - Miguel Sutil).

terça-feira, 11 de setembro de 2012

SEM FERROVIA, SEM VOTO

Porto de Setúbal
Terminal de Campo Grande
















     José Antonio Lemos dos Santos

     Logo no início desta campanha eleitoral o governo federal lançou o Programa de Investimentos em Logística (PIL) com seus projetos rodoviários e ferroviários para o Brasil nos próximos anos, deixando de fora a ferrovia para Cuiabá, projeto secular dos cuiabanos. Não adianta tapar o sol com peneira, é um fato, basta ir aos sites oficiais: o traçado da Ferronorte foi cortado em Rondonópolis faltando cerca de 200 Km para chegar a Cuiabá e 560 Km para chegar a Lucas. Pior, foi trocado por um outro de 1200 Km ligando Lucas (e depois Sapezal) a Goiás, com araguaias e xingús no caminho, desviando de Cuiabá e redirecionando o desenvolvimento de Mato Grosso para o estado vizinho, num autentico sequestro de lesa pátria mato-grossense. Como querer que Cuiabá se alinhe com quem não está alinhado com ela? 
     Tal troca é uma agressão não só aos cuiabanos, mas a todo o povo trabalhador mato-grossense, patrão ou empregado, do norte ou do sul, que há anos sofre todos os dias as perdas econômicas, ambientais e de vidas por falta dessa ferrovia. É, para mim, um tiro no pé do candidato do governo à prefeitura da capital mato-grossense e também uma traição à presidenta em seu importante programa, contaminado maquiavelicamente por interesses menores nos projetos em Mato Grosso.
     O corte da ferrovia em Cuiabá e a simultânea criação da FICO faz parte de um conjunto de ações articuladas que se desdobram há algum tempo e conduzem a uma nova divisão do estado, deslocando as centralidades regionais de Sinop para Lucas e de Cuiabá para Rondonópolis. Desse plano faz parte um processo de asfixia logística de Cuiabá: a duplicação da rodovia não avança (só de Rosário para cima), o aeroporto até ontem não teve concluída sequer a licitação para suas obras - mais de três anos após Cuiabá ter sido escolhida como sede da Copa! - e a ferrovia foi cortada. É natural cada um lutar por sua terra, desde que não sabote a terra do vizinho conterrâneo, ainda mais Cuiabá, a célula-mater do oeste brasileiro.
     Ao lançar seu grandioso programa logístico em pleno período eleitoral o governo federal certamente deseja que ele seja objeto dos debates eleitorais. Então, a nenhum cidadão ou candidato pode ser negado o direito de debatê-lo, a favor ou contra. No Paraná aconteceu a mesma coisa com o PIL, e o governo do estado ao invés de tergiversar exigiu e marcou reunião em Brasília para rever o assunto, enquanto os produtores protestam: “O Paraná não pode entregar todo o sistema de ferrovias e produção a outro Estado”. E aqui pode?
     Polo regional de uma das regiões mais dinâmicas do planeta ou uma futura Ouro Preto do agronegócio, essas são as alternativas para Cuiabá na discussão sobre a ferrovia. É um assunto de profundo interesse municipal para Cuiabá e Várzea Grande e é vital que seja enfrentado nestas eleições. Diz diretamente à vida de cada cidadão local, seus descendentes e patrimônios. Cuiabá é o grande encontro de caminhos que faz de Mato Grosso o estado de maior sucesso econômico do país. Sua ligação ferroviária é viável desde o antigo GEIPOT nos idos de 70, por que não seria agora? Mesmo que toda a exportação saia pelo norte, ainda assim mais da metade da produção de Mato Grosso – que é muito - fica no Brasil, passa e passará por Cuiabá, a não ser que essa carga seja desviada para Goiás, como querem. A carga que viabiliza a ferrovia de ida, viabiliza a ferrovia de volta para trazer o abastecimento de Mato Grosso com insumos, bens e serviços diversos com fretes e preços reduzidos, elevando a qualidade de vida de todos os mato-grossenses, não só dos cuiabanos. Por isso os trilhos chegarão a Cuiabá, ainda que alguns poderosos trabalhem sorrateiramente contra. 
(Publicado em 11/09/2012 pelo Diário de Cuiabá, Blog do João Bosquo, VGNotícias, PortalBrasilTransportes)




















quarta-feira, 5 de setembro de 2012

A ARENA DE MINHA JANELA

Veja como estão as obras da Arena Pantanal vistas de minha varanda ontem dia 4 de setembro de 2012:
Foto: José Antonio

Dá para comparar com a situação no início do ano (14/01/12):

Foto: José Antonio


Ou no mês passado:
Foto: José Antonio

Confira com a maquete para ver se está indo tudo certo:






terça-feira, 4 de setembro de 2012

O CAVALEIRO DA UTOPIA

José Antonio Lemos dos Santos

     Inexorável, todos vamos e ele também se foi. Semana passada perdemos o Coronel Meirelles, um grande homem, um turbilhãode ideias e projetos, polo gerador de perspectivas, animação e juventude,apesar da idade. Para muitos o “pai da BR-163”. Prefiro tê-lo como “o cavaleiroda utopia”, como vi chamá-lo Moisés Martins, não das utopias fantasiosas, mas dasutopias edificáveis, a serem construídas, constantemente perseguidas, como aprópria 163 ou a democracia brasileira. Sua morte é ocasião para lembrá-lo, não como homenagem, que ele não gostava muito, mas como um justo e devido reparo quea cidadania cuiabana ficou lhe devendo em vida enquanto homem público.
     É fácil falar muito sobre o Coronel. Difícil é falar pouco. Só o genial projeto da Ecomoradia, a casa a ser paga com mudas,premiada nacionalmente, daria um livro. Com ele também aprendi que os espaços para funcionarem precisam ser vivos, ter alma. A ausência resulta nos tantos projetos perfeitos que não funcionam, belos espaços urbanos mortos e degradados,ou os tais “elefantes brancos”. Nesse caso, a alma é o interesse que um projetodeve despertar nas pessoas enquanto produto final público. Para ele não bastavaa verba, por maior que fosse, mesmo com projeto técnico pronto e de graça. Sem gente capaz de brigar por ele ou a quem pudesse interessar como bem público, também não lhe interessava. Quando se tratava de algo importante para a cidade ele próprio arregaçava as mangas junto com Dona Zulmira e a assistência social para motivar os possíveis interessados, como aconteceu com a Usina de Lixo de Cuiabá, a Feira do Porto e o Shopping Popular, importantes realizações de sua administração. 
     Assim também ele pensava a cidade, quedeveria ter alma, um povo que se interessasse e brigasse por ela. Areconstrução desse espírito começaria nas vizinhanças, bairros, regiões atéchegar à cidade como um todo, através das chamadas “comunidades solidárias deautogestão”, cada uma lutando por seu pedaço sem perder a visão da totalidade. O ideal seria que à frente de cada associação de moradores houvesse quatromastros com as bandeiras do país, do estado, da cidade e do bairro. Para tantofez a atual Lei do Abairramento e regionalizou a cidade. Tinha consciência deque esta sua visão o colocava em rota de colisão com a estrutura política tradicional e faria com que sua administração fosse um constante embate político. Como foi.
     Uma das mais marcantes lembranças foi desua surpresa ao abrir seu primeiro holerite como prefeito. Secretário degoverno, assisti, só ele e eu, ao seu espanto: “Mas como? Eu vou ganhar tudoisso?! O maior salário não é para ser o do presidente da República?”. Doespanto à ação, foi à Justiça contra seu próprio salário, depositando em juízoo valor que considerava excedente. Só recebeu depois de muitos anos quando a Justiça declarou-se incompetente para julgar o caso. Talvez a única autoridadeneste Brasil a tomar uma atitude desta. Ainda que em Cuiabá poucos soubessem, oassunto foi editorial em O Globo e acompanhada pela imprensa em várias partesdo país.
     O “cavaleiro da utopia” se foi, mas deixou sementes concretas. A maior delas, ao menos em dimensão física, é aCuiabá-Santarém, a BR-163, espinha dorsal de Mato Grosso e o grande eixointegrador do estado. Veio para cá com o 9°BEC para implantá-la e cumpriu suamissão. Cabe a nós continuá-la, com o asfalto em toda sua extensão e a ferrovia paralela reforçando sua estrutura, de Cuiabá a Santarém. Como no Brasil asgrandes obras públicas terminam recebendo o nome de alguém, então por que nãosonhar com a Cuiabá-Santarém denominada “Rodovia Coronel Meirelles”. Ninguém seria mais merecedor.