"FIRMITAS, UTILITAS et VENUSTAS" (Tríade Vitruviana)



quinta-feira, 31 de maio de 2012

TRAVESSIA CORRETA (3)

Ainda sobre a travessia correta do cidadão, nosso grande professor Zé Maria nos dá mais uma mostra de sua arte como chargista. Muito bom. Um privilégio para o Blog do José Lemos.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

TRAVESSIA CORRETA (2)

A EVOLUÇÃO DO CIDADÃO. 

A veia chargista do nosso grande professor arquiteto José Maria Andrade não deixaria passar a oportunidade de nos brindar com fino seu senso de humor sobre a foto do cidadão atravessando a rua na chuva (abaixo). 

Brilhante. E ainda tem outra vindo por aí.

terça-feira, 29 de maio de 2012

O CUIABANO QUE TROUXE A COPA

                            Dutra o primeiro a subir a rampa do Maraca.  (Foto extraída de jblog.com.br)      


José Antonio Lemos dos Santos

Toda cidade é um centro produtor, só que a produção de uma cidade vai muito além da produção econômica. Seu principal produto é a sua gente e a qualidade de seu povo deveria ser a melhor medida de seu sucesso. Por isso as cidades lembram seus vultos como modelos para reproduzi-los em todas as áreas. Nos meus tempos de grupo escolar, estudávamos suas vidas para aprender com eles e respeitá-los, e através deles, respeitar nossa gente, a boa cepa de onde surgiram.

No último dia 18 devíamos ter reverenciado Dutra, o cuiabaninho vendedor de bolos do Mundéu que chegou a presidente da República. Filho de viúva de veterano da Guerra do Paraguai, pobre, sem nenhuma ajuda saiu daqui lavando pratos nas lanchas e trens que o levaram a um colégio militar, e de lá chegou à Presidência da República e à História do país. Foi e venceu, mantendo forte influência na política brasileira até o fim da vida. Um orgulho nacional, cujo aniversário passou despercebido em sua própria terra. Nem em artigo meu como faço anualmente. Optei em cobrar as obras do Aeroporto Marechal Rondon. Mais de três anos – 3 anos! - após Cuiabá ter sido escolhida como uma das sedes da Copa, até hoje a Infraero não aprontou sequer o projeto para a ampliação do aeroporto! Até parece que a Infraero não quer Cuiabá sediando a Copa do Pantanal.

Mas o aniversário de Dutra não pode passar em branco. Injustiçado pela história oficial, sua vida pública inicia como Ministro da Guerra, onde ficou por 9 anos – o ministro mais duradouro - onde criou a FEB e depois, com o apoio dos oficiais vitoriosos contra as ditaduras nazifacistas, forçou a queda do ditador Getúlio. E de ministro foi a presidente pelo voto do povo, tendo sido um dos mais importantes pelas inovações que trouxe ao Brasil. De imediato convocou a Constituinte organizando a volta do país à democracia. Eleito para um mandato de seis anos curvou-se à nova Constituição aceitando os cinco anos que estabelecia, mesmo sendo presidente e o militar mais poderoso do país. Aos que temiam a volta de Getúlio e queriam que ficasse mais um ano, respondeu: “nem um minuto a mais, nem um minuto a menos do que manda o livrinho”. Virou “o homem do livrinho”, da Constituição mais democrática que o Brasil já teve, assinada por ele. 


Dutra introduziu o planejamento no Brasil com o Plano SALTE e criou o CNPq, cuja Lei de criação é tida com a Lei Áurea da tecnologia brasileira. Implantou o conceito de Produto Interno Bruto e pavimentou a primeira grande estrada no Brasil, a Via Dutra. Criou o Instituto Rio Branco, base da qualidade de nossa diplomacia, e a CHESF. É dele também a criação do Estado Maior das Forças Armadas e da Escola Superior de Guerra, fundamento da inteligência estratégica nacional. Criou ainda os sistemas SESI, SESC e SENAI, e durante seu governo foi inaugurada a TV no Brasil. Ficou com a culpa do fechamento do Partido Comunista, na verdade uma decisão do STJ, e por isso e por ter fechado os cassinos desagradou à esquerda, matriz dos historiadores, jornalistas e artistas da época, e foi jogado ao ostracismo.
                                   Dutra assina Decreto de criação do Sesi. (sesisp.org.br)
Foto viadutra.com.br

Fato importante para Cuiabá como uma das sedes da Copa do Mundo de 2014, foi o cuiabano Dutra quem trouxe para o Brasil a primeira Copa do Mundo, em 1950. Queria mostrar ao mundo um Brasil novo, com grandes cidades, que deixava de ser rural e se industrializava. Construiu o Maracanã, o maior do mundo, um dos motivos da paixão nacional pelo futebol. Uma das promessas iniciais da Copa do Pantanal foi a criação do Memorial Dutra, uma justa e oportuna homenagem a um presidente tão importante para todos os brasileiros em sua terra natal. Um projeto que não pode ser esquecido pelos cuiabanos. 

(Publicado em 29/05/2012 pelo Diário de Cuiabá, Midianews, Hipernoticias, Blog do João Bosquo, Página do Enock, Varanda Cuiabana, Brasilocal, RepórterMT,)
                                                           


sábado, 26 de maio de 2012

A DISCIPLINA "PROJETO DE ARQUITETURA"


Em homenagem aos professores e professoras das disciplinas de Projeto de Arquitetura. Ela é complicada mesmo e não é só aqui e nem é só de hoje. Voces são ótimos. Veja no link abaixo que pode gerar problemas sérios. É para rolar de rir.

http://www.youtube.com/watch?v=TYsRuj0SAYE&feature=fvsr

PS - Esta homenagem vai para os alunos e alunas também, é claro.

quinta-feira, 24 de maio de 2012

NÓS, MOTORISTAS


Esses caras da Disney são demais. A melhor expressão do que são os motoristas no século XXI já estava nesse desenho de 62 anos atrás. Uma delícia para todos rirem, até os bikers e as bikers que quando deixam a magrela  tomam o volante de um carro e também se transformam em Willers! Veja no link abaixo:

terça-feira, 22 de maio de 2012

PLANEJAMENTO E CIDADANIA

José Antonio Lemos dos Santos

Cidade é coisa séria e precisa ser levada a sério. Ela é a maior e mais bem sucedida invenção do homem. Como invenção humana, ela é construída e tem uma dimensão técnica, porém, como construção coletiva ela tem também uma dimensão política. Essas duas dimensões lhe são inalienáveis. A cidade não pode ser conduzida só tecnicamente ou só politicamente. Não dá para andar numa perna só, qualquer que seja ela, a não ser para o desastre. Como objeto em constante construção, toda cidade deve ter ainda um plano diretor sem data de conclusão, mas focado em um horizonte de planejamento de 20 a 30 anos, que se distancia à medida que nos aproximamos dele.

Cuiabá e a grande maioria das cidades brasileiras foram dominadas pela política, justo pela pior de suas vertentes, a política eleitoreira, aquela que devia ser apenas uma ferramenta de busca pela vontade democrática, mas que virou uma praga nacional. Com a complacência dos cidadãos leigos e especialistas, as cidades foram dominadas e deixaram de ser uma finalidade da política, passando a ser um meio, um balcão de negócios eleitoreiros no qual os planos, as leis e as normas passam a ser ou um estorvo ou excelentes oportunidades de negociação quanto a “flexibilidades” na sua aplicação. Enquanto o horizonte da política urbana é de no mínimo 20 anos, o horizonte da política eleitoreira é de 2. Projetos com mais de 2 anos de maturação não interessam e o planejamento atrapalha porque limita o campo de barganha eleitoreiro. Por isso o Sistema de Desenvolvimento Urbano de Cuiabá criado pela Lei Orgânica do Município em 89 foi desativado, culminando com a extinção do IPDU e a truculenta aprovação da nova lei do Uso e Ocupação do Solo, a principal lei da cidade, no ano passado.

Felizmente algumas cidades do Brasil conseguiram escapar dessa teia poderosa e perversa. Conseguiram montar um sistema de gestão urbana técnico e participativo, articulado e eficiente, que se consolidou à medida que os frutos foram sendo produzidos, ganhando a confiança, adesão e defesa crescentes da população. Sem querer simplificar, essa é a grande diferença de Curitiba, Vitória, Goiânia, e Campo Campo-Grande, entre outras poucas. O duro é lamentar que Cuiabá começou a montar algo semelhante ao mesmo tempo que Campo Grande tendo na época o tricentenário como horizonte de planejamento, 30 anos à frente, e que as coisas evoluíram até bem, mesmo nas administrações adversárias que se sucederam, produzindo de forma democrática, técnica e participativa os principais planos e leis da cidade, projetos de grande porte e instrumentos de controle. A maioria dos projetos da Copa é originária daquela época, ainda necessários, mas com 10 anos ou mais de proposição. Só que aqui em Cuiabá a situação reverteu e a cidade institucional foi descolada da cidade real, justo quando esta passa pelo seu momento econômico mais rico em oportunidades, enriquecido ainda mais com a Copa do Pantanal.

As cidades são do cidadão ou não são cidades. A cidadania precisa voltar a se sentir dona da cidade, que não é do prefeito, vereadores, governador ou presidente da república, funcionários públicos a seu serviço visando o interesse público, a res-publica. A República precisa ser reproclamada. Ainda bem para Cuiabá que veio a Copa para nos chutar o traseiro. Por causa dela hoje discutimos o futuro, projetos, obras, discussões em busca de uma cidade que queremos não só grande, mas uma grande cidade, bela, gostosa, justa, verde, feliz, sustentável e rica em oportunidades para seus habitantes. Em vez de esperar El-Rey, a cidadania se mobiliza apaixonada por sua cidade, propositiva, crítica, ativa e militante. Esse é o caminho.


(Publicado em 22/05/2012 pelo Diário de Cuiabá)

domingo, 20 de maio de 2012

O PATO E O ABRIGO DECORADO


Silvio Colin*

    O par binário do“pato” e do “abrigo decorado” parece ter surgido incidentalmente na obra de Venturi e Scott Brown, e gradativamente foi adquirindo importância, até tornar-se um mote bem definitivo de oposições, um dos mais conhecidos da arquitetura ocidental da segunda metade do século XX.
      Leia o restante em:

 http://coisasdaarquitetura.wordpress.com/2012/02/24/o-pato-e-o-abrigo-decorado/



* Silvio Colin possui graduação em Arquitetura e Urbanismo pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo UFRJ (1970), é doutor em Teoria e História (PROARQ-FAU-UFRJ -2010) e professor adjunto da Universidade Federal do Rio de Janeiro no Departamento de Projeto de Arquitetura. É escritor, autor de dois livros: Uma Introdução à arquitetura e Pós-modernismo. Repensando a arquitetura, além de diversos artigos publicados em periódicos da área. Sua dissertação de mestrado no Proarq, 1999 foi A Poética da Arquitetura Pré-moderna no Rio de Janeiro e sua tese de doutorado, no mesmo programa foi A poética das diferenças na obra de Robert Venturi e Denise Scott Brown. Esta última recebeu recentemente do CREA o Prêmio Oscar Niemeyer.









sábado, 19 de maio de 2012

MARAVILHAS DE MATO GROSSO

Mel e girassol

Veja no link  http://g1.globo.com/videos/mato-grosso/t/mt-rural/v/florada-do-girassol-traz-vantagens-para-a-producao-de-mel/1954040/   um belíssimo vídeo sobre a produção de mel acoplada à produção de girassol em Campo Novo do Parecis. Se voce não se interessar pelo extraordinário avanço tecnológico na agricultura mato-grossense, aproveite então as imagens dos vastos campos de girassol em plena florada. As abelhas ajudam na polinização e estimulam também florada do girassol. Verticalização gera renda e oportunidades em municípios do estado. Além das atrações da natureza mato-grossense, os campos de girassol de Mato Grosso podem também desencadear o turismo rural no estado, com os campos de algodão, de soja, as grandes criações de gado.









ESTILOS NA ARTE

(Enviado por Abílio Brunini)

quinta-feira, 17 de maio de 2012

CASAS BRASILEIRAS

                                       Residência em Jacarepaguá (Reidy e Portinho) - http://casasbrasileiras.wordpress.com/

Veja que ótimo site sobre extraordinários exemplos da arquitetura residencial brasileira. Muito a conhecer, muito a aprender:                     http://casasbrasileiras.wordpress.com/

quarta-feira, 16 de maio de 2012

TRAVESSIA CORRETA

                                                                 www.midianews.com.br
Nestes tempos em que a mobilidade urbana é tão discutida e cobrada, a foto do Midianews registra cidadão cuiabano fazendo a travessia viária da forma correta, isto é, utilizando a faixa de pedestre. Note que em dia chuvoso,  evita aquela perigosa correria para não se molhar, utilizando o guarda-chuvas adequado - muito embora com com perímetro de cobertura insuficiente para o diametro abaixo a ser protegido. 

terça-feira, 15 de maio de 2012

CADÊ O AEROPORTO?



José Antonio Lemos dos Santos


     Dos muitos projetos importantes viabilizados pela Copa para Cuiabá e Várzea Grande, três são essenciais para o funcionamento do grande evento. O primeiro é a Arena Pantanal, principal palco da festa, cujas obras estão indo bem segundo as notícias oficiais. Outro é o aeroporto, porta de entrada por onde chegarão os visitantes que virão torcer por suas seleções e aproveitar para conhecer as belezas pantaneiras, amazônicas e do cerrado. A terceira é a mobilidade, em especial a Avenida da FEB, ligação viária entre o aeroporto e a Arena, sem a qual a Arena fica isolada. A avenida da FEB integra o pacote de obras do VLT, cuja licitação prevê para hoje, dia 15, a abertura dos pacotes das empresas concorrentes à elaboração dos projetos, execução das obras e implantação dos serviços. Tomara que o processo de licitação flua e permita que do pacote do VLT ao menos as obras dessa avenida tenham início breve. Aliás, a prefeitura de Várzea Grande parece não confiar no início dessas obras tão cedo, tanto que está trocando agora os postes e luminárias do canteiro central da avenida.
     O caso do Aeroporto Marechal Rondon parece mais preocupante pois ao longo da história, para dizer o mínimo, a união não tem sido muito atenciosa para com o nosso aeroporto, antes e depois da Infraero existir. A única exceção foi com o saudoso cuiabano Orlando Boni que assumiu a presidência da Infraero em 2002 e determinou a substituição da reforma meia-boca que então estava programada para a estação, por um projeto decente para 1 milhão de passageiros/ano, o dobro do movimento em 2002. Elaborou inclusive um Plano Diretor para o aeroporto com previsão da construção de um novo terminal voltado para o Cristo-Rei. Após deixar a presidência da empresa a obra foi paralisada, posteriormente retomada e depois concluída pela metade. Descontado o “puxadinho”, esta é a situação de atendimento até hoje, para um movimento de 2,5 milhões de passageiros no ano de 2011.
     Quem conhece o pitoresco episódio da década de 60 envolvendo a então primeira-dama do país e que culminou com a construção aqui em Várzea Grande da primeira estação de passageiros considerável como tal, sabe o quanto tem sido complicado os avanços em termos do nosso principal aeroporto. Depois da primeira-dama, foi preciso a sorte de um cuiabano assumir a Infraero, ainda que sua obra tenha ficado pela metade, e agora estamos contando com a sorte grande de Cuiabá ter sido escolhida como uma das sedes da Copa do Mundo 2014. Todos esperam que agora venhamos ter um aeroporto realmente à altura do seu movimento e de ser a principal porta de entrada de um dos estados mais belos e produtivos do Brasil, campeão nacional na agricultura e na pecuária.
     Qual o que! Cuiabá foi escolhida como sede em maio de 2009 com prazo exíguo para sua preparação e só em 3 de novembro de 2010 - um ano e meio depois da escolha – um ano e meio depois! – foi aberta pela Infraero licitação para o projeto da nova estação, com prazo de um ano para elaboração dos projetos básico e executivo. E o tempo passando. Só em 21 de janeiro do ano seguinte foi dada a Ordem de Serviço para os projetos – um mês e meio depois! E o tempo passando. Agora no final de março finalmente foram entregues os projetos, com 2 meses de atraso. E o tempo passando. Era para acreditar que de imediato seria lançada a licitação para as obras. Qual o que! Hoje, 15 de maio de 2012, 1 mês e meio após a entrega dos projetos executivos e a 2 anos do início da Copa do Pantanal, até hoje a Infraero não lançou a licitação para as obras da nova estação de passageiros. E não se fala nisso. E o tempo passando. Afinal, quem vai cobrar da Infraero esses sucessivos atrasos em relação às obras do Aeroporto Marechal Rondon?
(Publicado em 15/05/2012 pelo Diário de Cuiabá)

sábado, 12 de maio de 2012

MARCA ULTRAPASSADA

Graças ao seu interesse o BLOG DO JOSÉ LEMOS acaba de ultrapassar a marca dos 20 mil acessos!
Viva!!!
Um presentaço do arquiteto professor José Maria.

A GRANDE INVENÇÃO


 Finíssima esta.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

RODÍZIO EM CUIABÁ


                                               Esse Fred é muito bom!

quarta-feira, 9 de maio de 2012

ENTREVISTA COM CALATRAVA

Foto PiniWeb

Veja uma resposta de Santiago Calatrava quando perguntado sobre a importância do desenho a mão livre em su entrevista à PiniWeb, esta semana.

Você faz desenhos à mão livre. Na primeira apresentação pública do Museu do Amanhã, em 2010, você fez desenhos em aquarela ao vivo para explicar o projeto. Em um mundo cada vez mais digital, quando muitos alunos só desenham com computadores, como vê a importância do desenho à mão livre para conceituar e desenvolver projetos?


Se não fosse capaz de falar, eu desenharia. Se você não pode se comunicar com alguém porque fala uma língua diferente, então provavelmente faria um desenho ou se comunicaria por gestos. Imagine que desenhar é como falar. O desenho ainda carrega uma outra qualidade, não apenas a de condensar as ideias, mas também a intuição, que é sublimada pelo gesto. O gesto é muito importante. Pense na arquitetura de Oscar Niemeyer, você pode praticamente defini-la como um gesto: a Igreja da Pampulha, o Palácio da Alvorada. Com apenas duas ou três linhas, Niemeyer praticamente condensa a essência de um edifício. É a força do desenho: não é apenas uma linguagem, mas ele condensa as intenções. Essa é a mensagem que passaria a um estudante de arquitetura: desenhe, desenhe. É como aprender a falar, no momento em que começa, passa a falar melhor. Simplesmente não tenha receio. E nunca abandone, se realmente quiser ter um certo conforto na linguagem do desenho.






Só para tomar gosto e ver o resto em:

http://www.piniweb.com.br//construcao/arquitetura/pedro-rivera-entrevista-santiago-calatrava-no-rio-de-janeiro-258172-1.asp

terça-feira, 8 de maio de 2012

ESTADO UNIDO DE MATO GROSSO

José Antonio Lemos dos Santos


     Tempos atrás li ou ouvi a expressão que tomo emprestado como título deste artigo comemorativo pelos 264 anos de Mato Grosso, que deveria ser melhor festejado a cada dia 9 de maio. Mato Grosso ano a ano se consolida como um dos estados brasileiros mais produtivos e lucrativos em termos de geração de divisas para o Brasil. Neste, abre o primeiro trimestre batendo seu recorde na geração de empregos, com um saldo positivo de quase 20 mil novas vagas, num incremento de 5,3% sobre as vagas do ano passado. Para se ter uma ideia da importância deste desempenho, no mesmo período o país teve uma queda de 24%!


     Outra notícia extraordinária mostra que neste primeiro trimestre Mato Grosso gerou um saldo na em sua balança comercial no valor de US$ 2,5 bilhões, superior aos US$ 2,4 bilhões gerados por todos os outros estados da federação juntos! Todos os outros juntos! Ano passado no mesmo período o superávit mato-grossense foi de US$ 1,7 bilhão. Nos últimos 3 anos o estado gerou mais de 30% do saldo comercial brasileiro anual, isto é, de cada 3 dólares arrecadados como divisa pelo Brasil, 1 foi produzido por Mato Grosso. Para este ano é esperado que essa proporção suba ainda mais. São números tão grandes que anualizados dariam para construir algumas ferrovias ligando Itiquira a Sinop, passando por Rondonópolis, Cuiabá e Lucas, ou duplicar algumas vezes a rodovia no mesmo trajeto, sem marginalizar ninguém. Por ano! E quantas escolas, hospitais, moradias, centros culturais e esportivos?
     Para chegar a esta posição Mato Grosso contou com o trabalho de sua gente e a extensão e diversidade produtiva de seu território. Consolidou-se como maior produtor nacional de algodão, de milho, girassol e soja, superando ano passado a barreira das 20 milhões de toneladas. Este ano um quarto da produção nacional de grãos será de Mato Grosso. Também é um dos maiores produtores de ouro, diamantes, madeira, álcool, biodiesel, e tem o maior rebanho bovino do país com quase 30 milhões de cabeças. Absoluto, é o maior produtor agropecuário brasileiro. Neste trimestre que começa o ano já é o quarto maior estado exportador do país, só perdendo para São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais deixando para trás economias tradicionais com o Paraná, Rio Grande do Sul e o Pará, forte exportador mineral.
     Desde que foi criado em 1748 por d. João V, Mato Grosso tem participação importante na história do país, sempre só no seu isolamento centro-continental. Indo inicialmente do atual Mato Grosso do Sul até ao Acre, Mato Grosso expandiu os limites de Tordesilhas e depois conseguiu a proeza de defender e consolidar todo este imenso território como terras brasileiras, com muita bravura e sacrifícios de seus filhos. Comemorar os 264 anos de Mato Grosso é antes de tudo cobrar da União tudo aquilo a que o estado tem direito e, sobretudo, homenagear a grandeza do cidadão trabalhador mato-grossense de todos os tempos e recantos do estado – autônomo, patrão e empregado - aquele que de fato faz o sucesso de Mato Grosso, apesar das dificuldades, do desamparo dos governos e do descaso de seus representantes políticos. A riqueza existe e Mato Grosso hoje é rico graças à força e determinação do trabalho de sua gente. Além de ajudar as contas nacionais é preciso que a riqueza produzida aqui retorne em benefícios concretos como rodovias, ferrovias, hidrovias, serviços públicos de qualidade e competentes cuidados ambientais. O sucesso de Mato Grosso é a força de um Estado trabalhador, unido na sua diversidade e com as dimensões e condições exatas exigidas pelo século XXI, o século da internet, da TV a cabo, do asfalto, do avião a jato. Ainda que tenha muito a consertar, Mato Grosso é para ser imitado e aplaudido.
(Publicado em 08/05/2012 pelo Diário de Cuiabá)




segunda-feira, 7 de maio de 2012

O PLANEJAMENTO DO PASSADO

(Matéria do Diário de Cuiabá em 06/05/12)

Crise de infraestrutura porque passa a cidade pode acabar impulsionando mudanças e correções de rumo

José Antônio Lemos, arquiteto: a hora de mudar é agora

Geraldo Tavares/DC



RODRIGO VARGAS
Da Reportagem

     Em 2014, a Copa do Mundo. Em 2019, a festa dos 300 anos. Idas, vindas e atropelos no caminho já demonstraram que, em termos de planejamento urbano, Cuiabá não estava preparada para aproveitar ao máximo as oportunidades do primeiro evento.
     Resta tempo, porém, para escrever uma nova história em direção ao tricentenário. A opinião é do arquiteto e urbanista José Antônio Lemos dos Santos, que vê na crise atual como um marco impulsionador de mudanças e correções de rumo.
     Segundo ele, a percepção das carências de infraestrutura e a necessidade de planejamento, hoje generalizada na população, já pode ser contabilizada como um dos legados da Copa. “Eu sou animado com a Copa, acho que irá dar certo, mas o grande benefício foi fazer a gente discutir o futuro, cobrar projetos e pensar a cidade”, afirma.
     Santos avalia que a escolha da cidade entre as 12 sedes pela Fifa ocorreu em um momento em que a estrutura de planejamento urbano da era “desmantelada institucionalmente”. “A cidade real, pujante e dinâmica, que vive o melhor momento econômico de sua história, descolou-se da cidade institucional, que está num estágio absolutamente incompatível e arcaico”, avalia.
     O símbolo deste momento, diz o arquiteto, foi a extinção do Instituto de Planejamento e Desenvolvimento Urbano (IPDU), determinada pelo prefeito Chico Galindo no ano passado. “Toda a cidade do porte de Cuiabá tem que ter um órgão de planejamento específico para tratar do desenvolvimento urbano e do futuro da cidade”, avalia. A transferência das funções do antigo instituto para a Secretaria de Desenvolvimento Urbano (SMDU) foi, na opinião de Santos, um “retrocesso de 35 anos”.
“Um órgão de planejamento não pode ser da administração direta. O dia-a-dia fica mordendo o pé do secretário, cobrando soluções imediatas. O futuro é sempre empurrado para depois”.
     O engenheiro civil Archimedes Pereira Lima Neto, assessor do Crea/MT e diretor da seccional mato-grossense da Associação Brasileira da Engenharia Civil (Abenc/MT), concorda com a avaliação. Segundo ele, o planejamento urbano de Cuiabá foi “sucateado”. “Com a Copa, tivemos a oportunidade de ter acesso a grandes investimentos. Mas, como não havia planejamento integrado, o que vemos até agora são ações pontuais, desvinculadas de um plano de desenvolvimento”, diz.
     O engenheiro cita o caso do VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), cuja ausência de um projeto detalhado não permite prever como o sistema irá se integrar à política de transporte público de Cuiabá e Várzea Grande. Lima Neto diz “acreditar muito” na possibilidade de avanços até a Copa, mas avalia que os resultados ficarão aquém do que era possível. “O caminho correto é planejar, fazer bons projetos e só então buscar o dinheiro. Por aqui, infelizmente, ocorreu o inverso”.
     Segundo o arquiteto Lemos dos Santos, quando se planejava o futuro da cidade na década de 1980, o horizonte era apenas o marco dos 300 anos. A vinda da Copa do Mundo, diz ele, “foi um estratagema de Bom Jesus de Cuiabá”. “A Copa veio para nos dar um choque de adrenalina. Um empurrão necessário para que possamos preparar a cidade para o tricentenário. Este é o grande benefício que a Copa já fez”.

REFORMA PROFUNDA - Recém-conduzido à pasta do Desenvolvimento Urbano, o secretário Sílvio Fidélis nega que a estrutura de planejamento urbano da Capital tenha sido prejudicada com a extinção do IPDU. “Não houve perdas, e sim a continuidade em um bom trabalho de planejamento urbano. A SMDU possui toda a estrutura que o IPDU possuía, com todos os técnicos, cargos e funções e ganhou mais uma diretoria, a de gerenciamento urbano”, diz.
Segundo ele, o antigo instituto foi de “extrema importância na reformulação do planejamento urbano” e cumpriu seus propósitos, apesar de um problema crônico de estrutura física e de equipamentos.
“[Isso] levou a atual gestão a reestruturar o setor até que uma reforma mais profunda pudesse ser implementada”, afirma o secretário.

     O corpo técnico da SMDU tem atualmente 43 arquitetos e engenheiros. Fidélis diz que um concurso público abriu 10 novas vagas no setor e que a prefeitura fará ainda um “cadastro de reserva” para futuras contratações. “Com as ações atuais de ampliação da estrutura e número de técnicos haverá, sim, avanços a serem percebidos pela sociedade”, diz o secretário.
     Sobre as atuais dificuldades de Cuiabá em termos de infraestrutura, Fidélis diz ver avanços na política de planejamento urbano. "O planejamento urbano vem evoluindo em Cuiabá e, a cada gestão, a função do urbanista ou do planejador da cidade vem se fortalecendo”. (LEIA MAIS SOBRE ESSE ASSUNTO NA PÁGINA B3)









domingo, 6 de maio de 2012

CÁCERES, A CIDADE DAS BICLETAS

                                                                              Foto  TVCA

Atenção militantes da mobilidade, amantes da bike, veja a bela reporgem da TV Centro América mostrando a "capital nacional da bicicleta". Um costume a ser promovido (com projetos de qualidade para uma infra-estrutura de apoio) e espalhado para o estado:

http://g1.globo.com/videos/mato-grosso/t/todos-os-videos/v/no-coracao-do-pantanal-cidade-tem-mais-de-uma-bicicleta-por-habitante/1933874/

sábado, 5 de maio de 2012

EVOLUÇÃO DE CUIABÁ EM CROQUIS

Veja o excepcional trabalho do colega arquiteto Geovany Jessé registrando a evolução da cidade de Cuiabá:



                                                                                Cuiabá 1790



                                                                                                               Cuiabá 1914



                                                                              Cuiabá 1957




                                                                                                               Cuiabá 2002

sexta-feira, 4 de maio de 2012

A ARENA DE MINHA JANELA

Veja como estão as obras da Arena Pantanal vistas de minha varanda hoje dia 5 de maio de 2012.
                                              Foto José Lemos

Dá para comparar com a situação no início do ano:
                                                                                      Foto José Lemos

E a do mes passado:
 

quinta-feira, 3 de maio de 2012

AS OBRAS DE CAMPO GRANDE

                                              http://tccampogrande.blogspot.com.br/2010/09/orla-morena.html



José Antonio Lemos dos Santos


     No último domingo o Diário de Cuiabá trouxe provocante matéria mostrando o avanço das obras públicas em Campo Grande nos últimos três anos, tornando inevitável a comparação com a preparação de Cuiabá para sediar a Copa do Pantanal em 2014. Comparações como esta sempre mexeram com os brios de lá e de cá, principalmente dos cuiabanos, e é bom que isso aconteça de vez em quando, como parece ter acontecido agora, pela quantidade e teor dos comentários despertados.
     Diante do comparativo adverso, só lamento que a grande maioria dos comentários adote uma postura de passividade com a situação, mesmo que em direções aparentemente opostas. Uma turma exagera nas deficiências, esquece as vantagens e vaticina que a cidade não tem jeito graças aos maus políticos e sempre será assim. Outra turma prefere exagerar as virtudes da cidade e se apega a uma bela realidade fantasiosa, sem reconhecer a procedência das críticas. Para as duas posições não há o que fazer, justificando uma cômoda passividade cívica. Ainda bem que não são unanimidade. Na cidade já existem grupos ativos que vão atrás de seus direitos como cidadãos, dentre os quais a qualidade de vida urbana e uma administração pública competente. Como exemplo cito o movimento “Ciclovias Já!” que no último fim de semana junto com o projeto “Cidade para Pessoas” realizou com enorme sucesso sua Bicicletada, protestando em favor da inclusão das ciclovias nos projetos da cidade, em especial nos projetos da Copa. Que os brios revolvidos com o exemplo de Campo Grande multipliquem movimentos como estes. Não mais esperar El-Rey, mas ir atrás do que é de direito.

     Aliás, seguindo neste perigoso exercício de “psicanálise urbana”, diria que o desempenho de Campo Grande tem também muito a ver com a sacudida nos brios que os campo-grandenses viveram quando perderam a sede da Copa. O povo ficou “mordido”, decepcionado com a perda, para eles surpreendente. Para muitos a culpa foi de suas autoridades que subestimaram Cuiabá como adversária. A partir desse revés, os campo-grandenses ao invés de ficarem se culpando, resolveram dar o troco da melhor maneira, estreitando ainda mais o forte e invejável pacto que sempre tiveram com sua cidade, ampliando seus instrumentos de gestão urbana, investindo em estrutura técnica, no planejamento, fiscalização das leis e execução das obras sistematicamente projetadas por seu órgão de planejamento urbano. Só podia dar coisa boa.
      Porém, apesar de fundamental nem só de cidadania vive uma cidade. É preciso uma estrutura institucional que a acompanhe, organizando seu presente e preparando seu futuro em função do bem comum. Essa é de fato a grande lição de Campo Grande, Curitiba, Vitória, Goiânia e todas as aquelas poucas cidades que conseguiram sair deste imenso faroeste urbano nacional. As cidades precisam de uma Política Urbana estruturada e respeitada, como determina a Lei Orgânica de Cuiabá, com um sistema de planejamento sistemático e contínuo, apoiado em órgão técnico e conselho específicos, que assegurem a gestão democrática da cidade. Quando veio a Copa, mas independente dela, Campo Grande tinha um pacote de obras pronto para aquele momento da cidade. E souberam aproveitar com merecimento seu ministro em Brasília (agora dois). Em Cuiabá, a cidade institucional foi descolada da cidade real, viva, dinâmica em seu melhor momento econômico. Chegou a Copa e os projetos disponíveis eram os de 10 anos atrás, gerados no IPDU, esvaziado nos últimos anos e finalmente extinto no ano passado. Cuiabá perdeu tempo com a identificação, atualização e preparação dos projetos. Agora prontos, é hora de executar e da cidadania apoiar e cobrar. Mesmo que no limite, ainda dá tempo. Ainda mais com os nossos brios feridos.

(Publicado excepcionalmente em 03/05/12 pelo Diário de Cuiabá, Midianews, Hipernotícias, ODocumento, BrasilLocal, RepórterMT, BlogdoJoão Bosquo, AraguaiaDigital, BomDiaMatoGrosso, TurmadoÊpa)

quarta-feira, 2 de maio de 2012

BICICLETADA CUIABÁ


Arcau Fau Unic

Veja no link abaixo o sucesso da BICICLETADA em Cuiabá, na última sexta feira, dia 27 de abril. Uma forma pacífica, bonita e saudável  de protestar por uma cidade melhor:

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