"FIRMITAS, UTILITAS et VENUSTAS" (Tríade Vitruviana)



segunda-feira, 27 de novembro de 2017

OS TRILHOS DO BOM SENSO

ferroviablogspot.com

José Antonio Lemos dos Santos
     No dia 23 de novembro passado durante o fórum “Ferrovia e Integração dos Modais” em Nova Mutum foi defendida a extensão da ferrovia de Rondonópolis até Nova Mutum, passando por Cuiabá, que já devia ser realidade a muito tempo. No evento estiveram presentes autoridades de peso no assunto como o governador do estado e os presidentes do BNDES, e da companhia ferroviária e de logística brasileira (Rumo). Todos entusiasmados. O prefeito de Nova Mutum, Adriano Pivetta, promotor do evento, é claro, esteve presente, porém foi inquietante a ausência dos prefeitos de Cuiabá, Várzea Grande e Rondonópolis, eles que deveriam estar entre os maiores interessados.
     Enfim um passo concreto no sentido da extensão da ferrovia em Mato Grosso, ela que parou em Rondonópolis, a meu ver por excesso de ambições regionais divergentes que acabaram se inviabilizando uma à outra. Um grupo queria e ainda quer a ferrovia partindo de Sinop para os portos amazônicos, outro queria e ainda quer levar de Lucas para os litorais do Pacífico e do Atlântico, outro levar de Água Boa para Curuçá no Pará, cada um puxando a sardinha para seus interesses locais, sem ver o estado como um todo. Ora, se não há recursos para viabilizar uma só dessas alternativas, quanto mais para três? O único ponto convergente entre essas propostas era a interrupção dos trilhos em Rondonópolis excluindo Cuiabá e Várzea Grande da malha ferroviária brasileira como forma de enfraquecer o maior polo urbano do estado, forçando a criação de condições geopolíticas favoráveis a uma futura nova divisão territorial de Mato Grosso.
     E assim, os trilhos ficaram parados em Rondonópolis, com o produtor, a economia e o meio ambiente perdendo, e vidas sequeladas ou ceifadas por uma logística defasada com a produção mato-grossense. Diante de um quadro dramático como este como insistir no abandono de uma possível ligação de 460 Km em ambiente já totalmente antropizado, sem xingus, araguaias ou Himalaias a vencer, entre Nova Mutum e o maior terminal ferroviário da América Latina em Rondonópolis? As alternativas são entre 1.000 e 1.500 km em ambientes carentes de maiores estudos sobre impactâncias ambientais ou indígenas. Como insistir?  Enfim o bom senso parece estar chegando aos trilhos.
     Por certo a chegada dos trilhos a Nova Mutum não será a solução definitiva para a logística estadual, pois Mato Grosso é um estado centro-continental com potencial para produzir várias vezes o que já produz e sempre demandará novos caminhos em todas as direções e em todos os modais. Outra vantagem da priorização dessa ligação é que ela não é incompatível ou excludente com quaisquer das propostas em discussão. Chegando os trilhos a Nova Mutum de imediato poderão prosseguir para Lucas, Sinop e os portos amazônicos. Ou virar a Oeste para Porto Velho, o porto do Madeira e os do Pacífico, ou virar a Leste para Goiás passando por Água Boa e sua bifurcação para o futuro porto de Espadarte no Pará.
     Mato Grosso vai precisar de muitos caminhos para levar sua produção e trazer o desenvolvimento para sua gente trabalhadora que não merece continuar nesse sofrimento apesar de tão produtiva para o Brasil. A tão prometida linha aérea para a Bolívia, por exemplo, a quantas anda? Importante que este processo resgatado pelo governador Pedro Taques e trazido a público pelo fórum promovido pelo prefeito Adriano Pivetta, incorpore também as lideranças empresariais, comunitárias e políticas rondonopolitanas e do Mato Grosso platino, em especial, de Cuiabá e Várzea Grande. Mas, de todo jeito, é muito bom ver nossos trilhos voltarem a seguir as trilhas do bom senso.

domingo, 26 de novembro de 2017

HORA DE CONSTRUIR

José Antonio Lemos dos Santos


     Passadas as eleições e definidos os últimos recursos pendentes, é hora de voltar a trabalhar pela construção efetiva do CAU no Brasil e em Mato Grosso. Viva! Vamos lá minha gente!

terça-feira, 21 de novembro de 2017

REPÚBLICA, SIDNEY E BRUNA VIOLA

ImagemTribunaOnLine

José Antonio Lemos dos Santos
     Ia escrever sobre nossa finada República na passagem de mais um aniversário de sua proclamação a 15 de novembro. Torci para que nesse dia acontecesse algum sinal de saudade cidadã pela falecida, de lamento pelo seu passamento e desse choro surgisse algum brado pela sua reproclamação, agora forte e renovada, ela que sempre se mostrou fraca, mero joguete nas mãos dos poderosos. Mas nada. República, “res-publica”, coisa pública, interesse do povo, bem comum, nada mais distante das atenções de nossa pátria atual onde cada autoridade vive pensando em si, em seu patrimônio, em seu grupo ou quadrilha. Triste, mas em vez de algum lamento ou brado, apenas o silêncio passivo e resignado do gado nos bretes. Enfim, morreu a mais antirrepublicana das repúblicas, e parece que sem deixar saudades. Morreu assim como viveu, desconhecida e, como tal, ninguém chorou ou gargalhou pelo seu desaparecimento. República Porcina, a que foi sem nunca ter sido. 
     Fugindo ao baixo astral, busquei no noticiário temas positivos que ainda existem, mesmo que raros, sufocados por alguma espécie de fascínio especial que as notícias ruins ou dirigidas exercem sobre as mídias. Encontrei a sensacional conquista do Grammy Latino pela conterrânea Bruna Viola no dia 16 em Las Vegas, Estados Unidos. A conquista da cuiabaninha tem algo de especial para os cuiabanos e mato-grossenses pelo apego que demonstra por suas raízes, falando alto que é mato-grossense, contando com orgulho sua história e trazendo gravado em sua viola favorita a bandeira de Mato Grosso para todo mundo ver. E foi buscar na tradicional viola de 10 cordas, meio marginalizada no chamado sertanejo chic ou universitário, e no modão de viola as fontes de sua arte. Toca demais seu instrumento, é muito bonita, tem ótima dinâmica de palco, muita empatia com o público em seus shows e ainda por cima, canta muito, exímia nos rebuscamentos, floreios e revolteios, que a viola permite, levando a alegria com cheiro de terra, autêntica. Além de sua arte encantadora, o Grammy da Bruna Viola é mais um prêmio dado por ela aos seus conterrâneos.
     Já o dia 17 passado trouxe a notícia de mais um terrível sequestro em Cuiabá, solucionado no dia seguinte com o estouro do cativeiro, liberação da pessoa sequestrada e prisão dos bandidos, graças a competência, dedicação e arrojo das Polícias Civil e Militar de Mato Grosso, ainda que enfrentando dificuldades de todos os tipos e que são do conhecimento e indignação públicos. Esta notícia, má em princípio, traz em seu desfecho a atuação vitoriosa dos policiais envolvidos no caso arriscando suas vidas para o cumprimento da missão. E traz também a comprovação da existência de pessoas, ou grupos de pessoas dentro de segmentos profissionais, como no caso destes policiais, para os quais o foco ainda é o bem comum, pelo qual arriscam a vida cotidianamente sem medir consequências pessoais ou familiares. Em especial o policial Sidney Ribeiro dos Santos, o herói representativo de todo o heroísmo de sua corporação em defesa do maior bem comum de qualquer República, a vida de um cidadão.
       Durante a operação houve troca de tiros e o policial Sidney recebeu um tiro no rosto estando ainda em estado muito grave no momento em que escrevo. Todos que admiraram sua bravura concreta e desprendimento, torcem hoje e oram pelo seu restabelecimento pleno. Em ações como as de Sidney e seus companheiros, em gestos como o da Bruna com sua bandeirinha de Mato Grosso na viola ainda pode ser vislumbrada a esperança de que um dia uma nova República seja proclamada, agora de baixo para cima, verdadeira e forte porque criada e cuidada pelo povo, razão e sentido de sua existência.


segunda-feira, 13 de novembro de 2017

JOAQUIM MURTINHO

Foto MidiaNews/Alair Ribeiro

José Antonio Lemos dos Santos   
     “Quem morre em Cuiabá, morre para sempre”, mais ou menos assim se referiu Estevão de Mendonça à peculiaridade cuiabana de esquecer seus vultos, os quais além de morrerem de corpo morriam pelo esquecimento. E ainda morrem. Mais que morto, o finado é esquecido na memória de seus conterrâneos, “mortinho da silva”. Confirmando o pai de Rubens de Mendonça, a prefeitura de Cuiabá emplacou um retumbante “Joaquim Mortinho” na sinalização oficial da rua que homenageia o grande estadista brasileiro Joaquim Murtinho. O erro foi reconhecido e a placa corrigida, não sem antes deixar registrada em fotos e redes sociais as digitais de nossa atual ignorância histórico-cultural que aumenta assustadoramente a cada dia. Logo a terra de Dom Aquino.
     No próximo 7 de dezembro caberia uma homenagem mais digna ao grande cuiabano nascido nesse dia em 1848. Um desagravo talvez. Foi engenheiro civil e médico homeopata, professor da Escola Politécnica, Deputado Federal, Senador, Ministro da Viação e da Fazenda. Para Rubens de Mendonça, foi o maior estadista e financista brasileiro da primeira república. Muitos só o conhecem em nome de escolas ou ruas, aqui(?), no Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Campo Grande, ou como nome de cidades em Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. Seu prestígio era tal que uma vez Dom Pedro II, Imperador do Brasil, um dos governantes brasileiros mais cultos, assistindo a uma palestra dele sobre homeopatia quis questioná-lo, recebendo a sugestão de que quando "tivesse ímpetos de assistir a uma defesa de tese que Sua Majestade não entenda, deixe-se ficar em casa e leia uma página de Spencer".
     Mudaram os tempos e mudaram muito as relações de respeito entre a autoridade política e a autoridade técnica. Hoje qualquer político ou preposto de quinto escalão ou menos acha que pode ignorar o especialista propondo ele próprio sobre questões técnicas que não entende, como na questão urbana. Imagine se não fossemos uma República e ainda tivéssemos imperadores. Felizmente, ainda existem os bons técnicos, como Murtinho, convictos da importância de sua responsabilidade técnica e social.
     Pioneiro da homeopatia no Brasil foi, porém, como Ministro da Fazenda que Murtinho ficou na história. Lembro Joelmir Betting em artigo de 1984 na Folha de São Paulo: “O saneamento da moeda nacional começou com a presença mágica do ministro Joaquim Murtinho (a partir de 1899). Murtinho só não é apostila nas escolas de economia do mundo ocidental porque nasceu no Brasil, teorizou no Brasil, e não em algum reduto da aristocracia acadêmica nos dois lados do Atlântico Norte.”
     Diz mais: “Mal empossado no cargo de chanceler do Tesouro, que ele chamava de “monarca dos entulhos”, Joaquim Murtinho disparou um vigoroso “pacote” econômico, politicamente atrevido: a palavra de ordem era a de acabar, em rito sumário, com a especulação financeira do setor bancário”, e segue, “Murtinho entendia que o Brasil da virada do século não podia tolerar uma economia meramente escritural, era preciso promover o refluxo da poupança nacional do mercado de papéis e de divisas para o mercado de produtos e de serviços.” A inflação foi quase a zero gerando o “pânico bancário” de 1900, com o sistema financeiro “experimentando uma quebradeira em cascata”, diz Betting.
     Aprendi com meu pai, que foi bancário orgulhoso em sê-lo, a reconhecer o valor dos bancos, mas, amargando seus juros, portas giratórias, e o número crescente de taxas exorbitantes, concluo esta homenagem ainda com Betting: “O “czar” Murtinho lavou as mãos enluvadas: que se quebrem todas as casas bancárias, desde que se salvem todas as fábricas, empórios e fazendas...”. Dá para esquecer?

quarta-feira, 8 de novembro de 2017

DIA MUNDIAL DO URBANISMO

Bandeira do Urbanismo
José Antonio Lemos dos Santos
     A cidade constitui a maior, a mais complexa e bem-sucedida das invenções do homem. Surgida há 5 mil anos, com ela veio a civilização que acelera a evolução humana. De lá para cá o mundo foi se urbanizando e a partir de 2008 já é mais urbano que rural.
     Com a Revolução Industrial a cidade viveu sua maior inflexão até os dias atuais. Até então ela não fora questionada, mesmo tendo enfrentado enormes crises em seu desenvolvimento. Com a industrialização, a urbanização acelera e as cidades se desequilibram gravemente, exigindo controle e intervenções em suas evoluções. Surge então a ciência do Urbanismo, que evolui e supera a etapa do urbanismo modernista da Carta de Atenas, passa pelas experiências pós-modernistas e chega à revolução da eletrônica, da internet e da globalização, com os desafios da compatibilidade ambiental, da inclusão e da busca pelas cidades inteligentes, verdes e sustentáveis.
     De extrema complexidade, a cidade é comparável a um organismo vivo em dimensões imensas, que vão das pequenas vilas até as megalópoles ou às megarregiões urbanas, chegando às centenas de quilômetros quadrados com dezenas de milhões de habitantes. A cidade é um enorme recipiente, articulado regional e globalmente, onde acontecem as relações urbanas em toda sua múltipla diversidade. Sua função é permitir que tais relações aconteçam da melhor forma com sustentabilidade, conforto, segurança e, sobretudo, justiça. Ajudá-las no cumprimento desta função é o objetivo do Urbanismo.
     Em evolução contínua, o Urbanismo reflete a complexidade de seu objeto de trabalho e abrange os diversos campos de conhecimento que a cidade envolve. O urbanista não pode ser um especialista, mas um generalista voltado a entender o organismo urbano com um todo. Não se pode tratar os problemas da cidade sem antes tratar da cidade com problemas. O urbanista precisa saber um pouco de tudo para enxergar o todo, e, em especial, saber que esse conhecimento, embora indispensável, é nada sem a companhia das diversas especializações técnicas nas múltiplas facetas da cidade e da problemática urbana.
     Como me lembrou o colega Altair Medeiros, e como comemoro em artigos quase todos os anos, 8 de novembro é o Dia Mundial do Urbanismo, criado em 1949 para uma reflexão global sobre o assunto. As cidades de novo vivem uma inflexão profunda diante da revolução dos satélites, das fibras óticas e da internet que acena com perspectivas inimagináveis desconstruindo conceitos fundamentais como tempo, espaço e distância, agora na realidade fantástica do ciberespaço, mas ainda atolada no drama da iminência do colapso com a água, lixo, mobilidade, poluição, energia, emprego, fome, moradia e segurança. Mesmo com tantas perspectivas extraordinárias, o problema maior do século XXI são as cidades. E as cidades falhando, explode a civilização.
     Inaceitável que no Brasil o Urbanismo e o urbanista sejam tão desconsiderados. Como podem existir cidades sem órgãos técnicos especializados que a estudem contínua e sistematicamente, mostrando à cidadania opções para suas perspectivas de desenvolvimento? Ainda mais nestes tempos de grave crise urbana geral refletida por exemplo em sua mobilidade. A ausência do Urbanismo asfixia as cidades brasileiras que estressam, mutilam e matam. Mas ainda são os locais da diversidade e da inovação. A criação em 2010 do Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU) e a Resolução 51/13 são esperanças. Crise é risco e oportunidade. Junto à possibilidade da tragédia está a chance da reinvenção urbana em busca de cidades mais justas, seguras, sustentáveis e humanas. E da própria reinvenção do homem.

segunda-feira, 6 de novembro de 2017

MARAVILHAS EM RISCO (2)

Campo Novo do Parecis (MidaNews)

José Antonio Lemos dos Santos
     O presente é o futuro que chegou rápido, passou depressinha e virou passado. Ainda me lembro lá por 77 ou 78 em um banco à frente a de um hotel de madeira em Sinop ainda embrionária, conversando com o saudoso dr. Fernando Sarmento, ele então técnico da Funasa e eu da Sudeco. Flamenguista doente, enquanto ouvia um jogo de seu time entre os chiados de um Transglobe, já falava da iminência da febre amarela silvestre chegar às cidades brasileiras. Pois, não é? Ela está aí.
     Se 4 décadas passam rápido para um jovem sessentão como eu, imagina para as cidades, que a princípio nascem eternas embora haja tantas “cidades-fantasma” pelo mundo. Aqui em Mato Grosso não as conheço. Sei de algumas estagnadas vivendo um momento de reinserção na lógica produtiva da rede urbana mato-grossense. Muito ao contrário, a rede urbana do estado vem bombando com a explosão produtiva do agronegócio e toda sua cadeia produtiva, desde o serviço médico de alta especialização na capital até os fardos enrolados de algodão nos campos à espera do transporte. Voltamos neste artigo às belas cidades originárias do agronegócio que temo possam não repetir o mesmo bem sucedido desempenho destes seus primeiros aproximadamente 40 anos de existência em termos de padrões urbanísticos e de qualidade de vida.
Sinop (HiperNotícias)
     No artigo anterior lembrei o óbvio de que as cidades não nascem “no pé”, elas são uma invenção do homem e, portanto, objetos técnicos construídos cotidianamente pelos seus moradores. Precisam de um plano para chegarem a um conjunto harmônico. Justamente por terem o planejamento inicial das colonizadoras, ainda que comercial, as nossas maravilhas tiveram um grande diferencial favorável. Nasceram bem-nascidas. Mas os planos sempre têm um horizonte de durabilidade, por isso precisam ser contínuos para que esse horizonte siga sempre avançando mantendo a validade do planejamento. Nossas maravilhas estão no limite do que foi planejado por seus idealizadores e, com o gerenciamento técnico das colonizadoras sendo substituído pelo gerenciamento político, as estruturas técnicas de planejamento e controle originais não mais existem para dar continuidade ao sucesso alcançado. Elas agora crescem ao sabor da política e é preciso voltar a pensar tecnicamente o futuro das cidades, como os pioneiros fizeram.
Campo alagado (DeOlhoNoTempo)

     Cidades com histórico de desenvolvimento acelerado e alto potencial para seguir nesse mesmo ritmo ou maior, não podem esperar 10 anos para rever seus Planos Diretores de Desenvolvimento Urbano, prazo máximo determinado pelo Estatuto da Cidade. Elas têm que ser planejadas, monitoradas e avaliadas a cada dia, em busca da cidade sustentável, compacta, densa e diversificada preconizada pelo urbanismo contemporâneo. 10 anos podem ser uma eternidade irreversível para elas. O espraiamento urbano tem que ser evitado, sob pena das gerações futuras arcarem com elevados custos operacionais per capita por conta de onerosas e subutilizadas redes de água, energia, pavimentação, transporte, coleta de lixo, etc. em especial nas cidades em sítios planos. Estas, com seus problemas de escoamento de águas e esgotamento sanitário que precisam ser equacionados desde já, devem evitar a ampliação das áreas urbanas e a consequente ampliação das bacias de drenagem usando instrumentos como os da edificação compulsória, IPTU progressivo e até a verticalização. Adensar evitando vazios intersticiais, parece ser um objetivo valioso a ser resgatado dos colonizadores. Basta dar uma olhada no Google Earth para observar loteamentos, condomínios e até ocupações irregulares a quilômetros dos centros históricos. O exemplo dos pioneiros deve ser seguido, agora urbanisticamente, pensando a cidade daqui a 40 anos. Passa rapidinho.
(Publicado em 06/11/17 pela FolhaMax, em 07/11/17 pelo Diário de Cuiabá, Midianews, PáginaDoEnock, ArquiteturaEscrita,....)