"FIRMITAS, UTILITAS et VENUSTAS" (Tríade Vitruviana)



terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

QUEM DEFENDERÁ A FERRONORTE?

cargapesada.com.br

José Antonio Lemos dos Santos

     Não dá para acreditar quando alguém diz que quer resolver um problema de extrema urgência e elevados custos, mas ao invés de escolher a solução mais viável, rápida e barata prefere outra com o dobro das dimensões, custos e dificuldades. É o caso da logística em Mato Grosso, que vem causando pesadas perdas à produção e ao ambiente, e, em especial, perdas de vidas humanas. Com toda essa urgência não dá para comparar os 560 Km da continuidade da Ferronorte de seu terminal operante em Rondonópolis até Lucas do Rio Verde, com os 1200 Km da FICO de lá até a inoperante Norte-Sul e o inexistente porto de Ilhéus. 
     Na verdade, por trás dessa questão da ferrovia estão em jogo dois projetos de futuro para Mato Grosso. Por um a ferrovia passa por Cuiabá, e pelo outro busca-se afastar o norte do sul mato-grossense, com Cuiabá no meio, isolada. Como Cuiabá é o maior reduto eleitoral do estado, esse jogo não pode ser aberto e tem sido habilmente dissimulado por seus defensores. O primeiro projeto, a Ferronorte, tem quase 5 décadas e a cada ano é mais atual, mostrando a grande visão de seus idealizadores, os saudosos senador Vicente Vuolo e o professor Domingos Iglesias. Seu traçado vai até Santarém pela espinha dorsal do estado, a BR-163, com uma variante para Porto Velho e Pacífico, comportando outras extensões como para Cáceres, e mesmo para a Fico. Uma ferrovia de fato para todo o estado, reforçando a integridade geopolítica que faz de Mato Grosso um estado otimizado e o de maior sucesso produtivo no país hoje. Uma ferrovia para levar e também trazer o desenvolvimento, não apenas uma esteira exportadora de soja.
     O outro projeto surgiu com o avanço do agronegócio no estado e a afirmação política de algumas de suas lideranças. Por ele a Ferronorte para em Rondonópolis e é complementado com a Fico, cortando o estado horizontalmente ao norte, sequestrando nossas cargas e empregos para Goiás e Rondônia. Basta lembrar do mapa do Estado para entender a intenção de dividir a economia mato-grossense, deslocando artificialmente o centro geopolítico do estado de Cuiabá para dois polos, Lucas e Rondonópolis, forçando uma futura divisão do próprio estado. Quase todo o Mato Grosso platino fica excluído, inclusive Cuiabá e Cáceres com todas as potencialidades de seu porto e ZPE.
     O problema deste projeto oficial é a Grande Cuiabá, o maior centro de carga de ida e volta do estado. Um terminal ferroviário em Cuiabá, ligado a Cáceres, Lucas, Porto Velho e aos portos do Pará inviabilizará o terminal de Rondonópolis como o maior do estado, indispensável ao pretendido deslocamento geopolítico ao sul. Daí a necessidade de se isolar Cuiabá. Já o projeto da Ferronorte ficou órfão politicamente sem o senador Vuolo e Dante. Quem a defenderá hoje? Difícil. A Fico hoje foi abraçada pela classe política que trabalha por ela com um eloquente e covarde discurso de fingimento e omissão em relação à Ferronorte, em especial aqueles que não cresceram com o estado e para os quais a única chance de sobrevida política é reduzir Mato Grosso às suas próprias mediocridades. Mudos! Para estes a logística, a população e o produtor são secundários, só lhes interessa mais poder, mais cargos públicos, tudo pago pelo povo. 
     A Ferronorte não exclui a FICO, o inverso sim. Mas pode até ser as duas. Em 70, na ligação asfáltica de Cuiabá o dilema era se seria por Goiânia ou Campo Grande. Foram feitas as duas e foi um sucesso. Mas hoje enquanto nos calamos o projeto excludente avança. Quem defenderá a Ferronorte, a continuidade do atual Mato Grosso, unido, enxuto e campeão, contra a ideia de rasgá-lo em dois ou mais, de volta ao fim da fila federativa, de novo sem poder, sem vez e sem voz? 
(Publicado em 25/02/2014 pelo Diário de Cuiabá, Blog do José Lemos, ...)

domingo, 23 de fevereiro de 2014

OS RELÓGIOS DA MATRIZ

Foto José Lemos

Quem diria! Mais um milagre da Copa. Os relógios e os sinos da Catedral de Cuiabá funcionando e acertados. A inauguração será hoje, dia 23/02/14 às 9h:00. O principal relógio de uma cidade é um símbolo para ela. Pode estar em um templo religioso, uma estação ferroviária, um obelisco, ou outro lugar destacado. Seu funcionamento pode até nem ser tão importante para a vida dos cidadãos nem chamar tanta atenção do visitante, mas o seu abandono, seu desleixo salta aos olhos como uma expressão da falta de carinho dos habitantes para com sua cidade.

Foto José Lemos

Sem a Copa, sabe quando veríamos esta cena com os relógios funcionando? Eu não sei. Nosso desafio é que não deixemos que seja abandonado de novo, cobrando que outros símbolos da cidade sejam revitalizados e mantidos dignamente.
Sem reduzir meus aplausos à restauração já feita, falta agora dar um trato geral no edifício. Veja na foto abaixo as ferragens expostas em uma das torres.
Foto José Lemos

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

A COPA E O CENTRO DA AMÉRICA

viagem.uol

José Antonio Lemos dos Santos

     Desde que surgiram em 1851 com a Exposição Universal de Londres, os grandes eventos internacionais objetivam promover a venda de alguma coisa. Na época era fazer uma mostra da produção da indústria inglesa, reunindo em um só lugar produtos, produtores e consumidores de todo o mundo. A grande atração acabou sendo o próprio edifício onde se realizou o evento, o Palácio de Cristal, de dimensões jamais vistas, todo em estrutura metálica e vidro, abrindo caminho para a nova arquitetura que mais tarde se consolidaria como Arquitetura Modernista. Quando Dutra, o presidente cuiabano, construiu o Maracanã e trouxe a Copa do Mundo de 1950, seu objetivo era mostrar ao mundo um novo país que deixava de ser rural começando a ser industrializado, apto a receber as atenções dos investidores internacionais. 
     Agora ao estender a Copa 2014 para o Pantanal e Amazônia o Brasil buscou mostrar ao mundo as belezas desses ecossistemas e promover seu potencial turístico em nível internacional, objetivo, aliás, que parece ter sido marginalizado pelos próprios gestores da Copa. Em comparação às obras da mobilidade urbana, tão importantes para Cuiabá, pouca coisa foi desenvolvida no turismo. Sorte é que as atrações naturais de Mato Grosso são tão poderosas, que mesmo marginalizadas nas atenções oficiais, elas mesmo se promovem, aliás, como sempre fizeram. Nesta reta final para o grande evento, fundamental é que os governos não atrapalhem e que invistam ainda no que puder ser feito em termos segurança, informação e conforto ao turista. É o que dá! 
     Além do Pantanal, Mato Grosso tem as belezas naturais do Cerrado e da Amazônia, assim como – por que não? - as belezas das paisagens artificiais das grandes plantações e dos grandes campos criatórios, ricos em capital, tecnologia e polêmicas, sérias e não sérias, como as que sempre acompanham os avanços pioneiros. Porém, dentre todas as joias turísticas de Mato Grosso a de maior potencial é o centro geodésico da América do Sul, que, no entanto, não é lembrada nas programações para a Copa. O centro do continente sul-americano só existe um, está aqui e precisa ser explorado como gerador de empregos, renda e cultura. De quebra ainda leva junto o nome de Rondon, pantaneiro reconhecido mundialmente como um dos maiores vultos da história humana, que identificou e demarcou aquele lugar mágico. Por falar em Rondon, não dava para preparar alguma referência lá no local onde nasceu, talvez na parte já levantada de seu memorial em Mimoso? 
     Voltando ao centro da América do Sul, não temos o direito de negar a um turista que vem lá do outro lado do mundo ao menos a informação de que ele esteve no centro exato de um continente e a possibilidade de registrar essa sua presença em uma foto certificada a ser pendurada em alguma das paredes de sua memória. Seria tão difícil preparar uma estrutura para fotos e certificados oficiais assinados pelo prefeito, com visitas agendadas pelos hotéis logo à entrada do hóspede, e cobrados a preços módicos à sua saída? Seria difícil conseguir que cada delegação fizesse uma visita com foto oficial junto ao obelisco? Haveria melhor divulgação? Meu primeiro artigo sobre assunto é de 1986 no saudoso O Estado de Mato Grosso, propondo no local um centro de cultura sul-americana. Quem sabe para o Tricentenário? Hoje, a poucos meses da Copa é impossível pensar além desses serviços de registro de presença. Em termos do espaço, o tratamento dado por Jaime Lerner está ótimo, nada a construir, só adicionar uma bela iluminação cenográfica, apoio técnico de qualidade ao turista, manutenção e limpeza constantes. O mais importante é o centro da América do Sul, atestado por Rondon. Isso só Cuiabá tem. 
(Publicado pelo Diário de Cuiabá em 18/02/2014)

Des

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

DILMA, FICO E FERRONORTE

José Antonio Lemos dos Santos

     É aguardado hoje o lançamento oficial da safra de soja 2013/2014 de Mato Grosso com a presidenta Dilma em Lucas do Rio Verde, safra que se espera mais uma vez exitosa e recordista, como promete ser toda a safra de grãos do estado prevista em 48 milhões de toneladas, um quarto de toda a produção brasileira. Aos grãos, somam-se a pecuária, as plumas, o etanol, o biodiesel, diamantes e ouro, transformando Mato Grosso de norte a sul, de leste a oeste, numa das regiões mais dinâmicas e produtivas do planeta e que vem rendendo ao Brasil fantásticos superávits comerciais, chegando ano passado a US$ 14,4 bilhões, mais de US$ 1,2 bilhão por mês. De dólares! O Brasil teve um superávit de apenas US$ 2,56. Imaginem se Mato Grosso tivesse uma logística de transportes compatível com a admirável economia que conseguiu construir e com a riqueza que rende todos os anos ao Brasil?
     Falar de logística em Mato Grosso é tratar de uma necessidade dramática de um povo trabalhador que conseguiu fazer de seu estado o maior produtor agropecuário do país e um dos maiores produtores de alimentos do mundo, mesmo que historicamente tão desprezado pelos governos. Um povo que apesar de sua produtividade vem sendo cada vez mais sacrificado pela carência de transportes que lhe impõe perdas em fretes absurdos que solapam a competitividade de seus produtos e aumentam os preços dos insumos, bens e mercadorias trazidos de fora e que são indispensáveis à produção e à sua qualidade de vida. Perdas também pelas cargas vazadas ou tombadas nas estradas, pelos danos ambientais e, muito especialmente, pelas vidas imoladas todos os dias nesse altar sanguinolento que viraram nossas estradas, em doloroso tributo cobrado pelos cruéis deuses da incúria, irresponsabilidade e impunidade públicas. Até quando persistirá este sacrifício imposto aos mato-grossenses, todos reféns da insegurança, do terror e do medo a cada viagem pelas rodovias no estado?
     As estatísticas oficiais de acidentes se superam em dor a cada ano. Só nas rodovias federais em Mato Grosso em 2013 foram 4.567, em média 12,5 acidentes por dia vitimando 2.592 pessoas, ou seja, mais de 7 vítimas por dia em média. Dentre estas vítimas 758 tiveram ferimentos graves e 296 morreram, ou seja, 1054 mortos ou feridos gravemente no ano, quase 3 sacrificados todos os dias. Pior, estes dados só contam os óbitos ocorridos em até 24 horas após os acidentes. Reviro estes dados dolorosos para nos aproximar da dureza trágica que a frieza das estatísticas econômicas esconde. Isso só nas federais. 
     O atual patamar de desenvolvimento de Mato Grosso envolve cargas de ida e volta que extrapolam em muito os limites do modal rodoviário, e exigem a incorporação das ferrovias e hidrovias. Presidenta Dilma, traga os trilhos da FICO e as duplicações rodoviárias, mas traga também logo a continuidade Ferronorte, esta sem dúvida a solução mais viável, rápida e barata para levar a produção estadual e também para trazer qualidade de vida, objetivo maior do desenvolvimento. A partir do recém-inaugurado terminal de Rondonópolis, passando por Cuiabá e chegando a Nova Mutum são só 440 km. Mais 120 km se chega a Lucas, tudo em ambiente antropizado, conhecido ambientalmente, sem himalaias ou araguaias a transpor, e com investidores estrangeiros interessados. Metade dos 1200 km da FICO e custando menos que 1,5 superávit mensal de Mato Grosso. E logo estas duas ferrovias serão insuficientes para tudo o que Mato Grosso ainda vai produzir. Que venham depois as também já necessárias hidrovias, outras ferrovias, rodovias e aeroportos num sistema de transportes integrado rápido, seguro e sustentável que este Mato Grosso unido, forte e campeão precisa e tem direito. 
(Publicado em 11/02/2014 pelo Diário de Cuiabá)

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

TRINCHEIRA DO SANTA ROSA

Veja a situação das obras da Trincheira do Santa Rosa no dia 05/02 passado. Não dá para perceber qualquer diferença significativa de um mês para outro. Estão tendo algum problema com o lado direito da foto (lado do Big Lar), pois parece bem atrasado em relação ao lado esquerdo?Confira:

Foto  FCLS


Foto FCLS

Foto FCLS

Veja também interessante matéria e galeria fotográfica de ontem (06/02/14) do Midianews sobre a trincheira no link :  http://www.midianews.com.br/conteudo.php?sid=14&cid=187954

Compare com a situação das obras da Trincheira do Santa Rosa  no mês passado, dia 02/01/14, primeiro dia útil do ano. Havia sido liberado o tráfego na parte superior (rotatória) e na alça de conversão à direita para a Miguel Sutil para quem vem do Ribeirão do Lipa, conforme a foto do mês passado já indicava. Veja à esquerda o supermercado Extra em fase final de instalação e veja também à esquerda da foto que o leito da parte inferior da trincheira parece ter chegado ao nível definitivo. Confira:

Foto FCLS
  Veja a rotatória liberada:

Foto FCLS

Foto FCLS

Compare com a situação do mês passado (07/12/13):
Foto FCLS

Dá para comparar também com o final do mês de outubro (31/10/13):
                                                                                                              Foto FCLS

E no início de setembro (01/09/13):
01/09/13                                                                                                 Foto FCLS
                                                                                                                                                                                      

Compare a situação  a pouco mais de  7 meses, entre 31/05/13 e hoje:

31/05/13                                                                    Foto FCLS

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

ARENA REAL MADRID

mktesportivo.com

Projeto do mesmo escritório GMP Architekten que fez a Arena da Amazônia. Apesar de muito mais caro e sofisticado, a solução plástica da máscara externa lembra algum outro estádio (em fase final de construção)? Espetáculo de arquitetura ou arquitetura do espetáculo? Vale ver mais em:

http://www.mktesportivo.com/2014/01/real-madrid-apresenta-projeto-do-reformado-santiago-bernabeu/ 

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

A ARENA DE MINHA JANELA

Veja como está a Arena Pantanal vista de minha varanda hoje, 5 de fevereiro de 2014. Ontem amanheceu com o tempo fechado.  Dá para ver as membranas que farão a proteção solar das fachadas já instaladas e marcando como o elemento plástico unificador das quatro arquibancadas do edifício. Também dá para ver o pórtico norte já sendo fechado em branco. Por dentro a grama já se consolida, as cadeiras e os painéis eletrônicos estão sendo instalados. Compare com a maquete ao final das postagens e mande seu comentário. Veja:

Foto José Lemos

 Dá para comparar com a situação a 1 ano atrás (04/02/13):

Foto José Lemos



                                                                                    

Dá para comparar com a situação a 2 meses atrás, dia 4 de dezembro de 2013.   Veja:

Foto: José Lemos


E a exatos 2 anos atrás, momento de mais dúvidas que certezas. Confira:

040112                                                                                           Foto José Lemos

A 4 meses atrás, em 04/10/2013, os guindastes gigantes ainda estavam presentes na obra:

Foto: José Lemos


Era para ficar pronta em outubro de 2013. Foi prorrogado para dezembro, depois para janeiro de 2014, agora para fevereiro, com inauguração em março. Confira com a maquete para ver se está indo tudo certo:


terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

EM CIMA DA ASA

M.Minikoviski

José Antonio Lemos dos Santos

     O voo 1371 de Cuiabá para São Paulo do último dia 24 chamou a atenção da mídia nacional com seus passageiros abrindo a porta de emergência e andando em cima da asa do avião após permanecerem em solo trancados por horas na aeronave aguardando em vão uma escada para desembarcarem no Rio de Janeiro, escala causada por mau tempo no local de destino. Segundo relato de uma passageira que viajava em companhia do marido, dos pais e de 2 filhos crianças, a abertura da porta de emergência teria ocorrido quando os passageiros reclamavam de calor porque as portas estavam fechadas e o ar-condicionado, desligado.
     A empresa aérea em nota informou que o avião havia pousado às 17h50 no Aeroporto do Galeão e foi dirigido ao pátio do Terminal de Cargas, um local distante com “acesso limitado” às escadas e aos serviços de transporte, “o que impossibilitou as atividades de desembarque”. Segundo a Infraero a decolagem para São Paulo se deu às 22h22, portanto
mais de 4 horas presos em solo num avião por falta de escadas! Isso no segundo maior aeroporto do Brasil! Ainda segundo a mesma passageira, “todo mundo entende chuva e aeroporto fechado, ninguém entende ficar sem informação e sem perspectiva por horas e horas". A abertura da porta de emergência e a invasão da asa foram então um legítimo e até natural gesto de desespero e protesto em resposta à sensação concreta de falta de ar e de respeito, o mínimo que se pensava assegurado aos passageiros na compra de uma passagem. 
     Aliás, seria também caso de um passeio em cima de alguma asa as cobranças do ministro da Aviação Civil no dia anterior em sua primeira visita às obras do Aeroporto Marechal Rondon, prioritárias na matriz de responsabilidade do governo federal com a Fifa para a Copa do Mundo 2014. Vale destacar que, em princípio qualquer cobrança é válida em se tratando de obras atrasadas em um compromisso nacional tão importante. Mas, quanto a esta, vinda de onde veio, cabem algumas considerações. Será que o ministro se lembra de que o aeroporto é uma responsabilidade federal, através da Infraero? Será que ele sabe que após a escolha de Cuiabá como uma das sedes da Copa a Infraero demorou 3 anos e 7 meses para aprontar o projeto, para só então sair a ordem de serviço para as obras? Obras que na verdade só deslancharam a partir da presidenta Dilma ter trazido a aviação civil para seu gabinete e feito substituições na direção geral e local da Infraero, mas, principalmente porque o governo do estado chamou para si a execução das obras. Sem estas medidas, a ampliação do aeroporto sequer teria sido iniciada até hoje, inviabilizando a Copa do Pantanal. 
     Outro dia foi a então ministra da Casa Civil, “comandante da força-tarefa” criada para garantir a realização da Copa, quem apareceu na imprensa nacional, não na obra, falando em estrutura de lona para o Marechal Rondon, que já se encontrava coberto. Agora o ministro da Aviação Civil, em sua primeira visita a obra aparece fazendo cobranças que também deveriam lhe destinar. A presença física das altas autoridades, em especial as federais, no acompanhamento de obras essenciais como a do Aeroporto Marechal Rondon, além de necessária, sempre será bem-vinda ao hospitaleiro povo cuiabano. Mas que seja para ajudar. Neste momento em que as obras deslancham, a presença deles será importante para assegurar a continuidade desse ritmo, e até acelerá-lo se for o caso. Por exemplo, a denúncia dos repasses atrasados feita semana passada pela empreiteira é grave e tem que ser esclarecida e resolvida já. Procede a reclamação? Alguém segura o repasse? A Secopa ou a Infraero? Esta obra não pode parar de novo, nem diminuir seu ritmo. Ainda dá tempo, mas não para mais erros. 
(Publicado em 04/02/2014 pelo Diário de Cuiabá)