"FIRMITAS, UTILITAS et VENUSTAS" (Tríade Vitruviana)



terça-feira, 31 de julho de 2012

153 E 163, AS BRS IRMÃS

José Antonio Lemos dos Santos


     As BRs 153 e 163 são como duas linhas verticais que cortam paralelas de cima a baixo o território nacional. As duas, contudo, formam um par especial, pelas condições especialíssimas que cada uma apresenta. Enquanto a BR-153 corta as proximidades do centro do Brasil, a BR-163 corta o centro do continente sul-americano, localizado em Cuiabá. A BR-153 divide o país em duas partes iguais, configurando um grande eixo rodoviário longitudinal do país, e a BR-163 faz o mesmo com o continente, complementada ao sul pela Ecovia do Paraguai, potencializando aquele que um dia ainda será o grande eixo multimodal continental de transportes. 
     A diferença entre as duas é que Goiás e o Distrito Federal, através de suas forças políticas e da quantidade de técnicos oriundos dessas unidades federativas nas estruturas governamentais em Brasília, trabalharam com competência junto ao governo federal a especialidade da grande BR que corta seus territórios. Contaram ainda com o então presidente Sarney que quis fazer do Itaqui, em seu Maranhão natal, o maior e mais moderno porto do país, lançando o projeto da Ferrovia Norte-Sul para carrear a produção do centro-sul brasileiro. Assim a ideia de uma estrutura de transporte central ao país ganhou o complemento da ferrovia e foi viabilizada, apesar da forte oposição paulista na época, oposição esta que também contribuiu para segurar o trecho mato-grossense da hidrovia do Paraguai, travada até hoje.
     Já a história da BR-163, a Cuiabá-Santarém, é bem conhecida e sofrida no dia-a-dia pelos mato-grossenses. Teve início há 40 anos e até hoje não foi concluída. Seu eixo, porém, também serviu de base para homens de visão da época projetarem o futuro de forma fantástica. Na década de 80 o antigo projeto de ligação ferroviária de Cuiabá foi transformado na Ferronorte, um mega projeto ferroviário, ligando Mato Grosso ao Pará, São Paulo, Minas, Espírito Santo, Rondônia, Acre, do Atlântico ao Pacífico, do Amazonas ao Prata. A visão de Vuolo, Iglésias e Olacyr de Moraes acabou em concessão federal assinada em Cuiabá em 1989 pelo mesmo presidente Sarney, e é a mesma que ano passado foi estranhamente devolvida parcialmente pela ALL à União, e, mais esquisito ainda, a devolução foi aceita de imediato.
     As BRs 153 e 163 são irmãs como são irmãos mato-grossenses e goianos e podem, e devem, trabalhar em conjunto. Mas, lá por 2008, 2009 apareceu a proposta de uma ferrovia (FICO) cortando transversalmente as duas BRs. Com o apoio do hoje famoso Juquinha, então presidente da VALEC, a FICO surgiu como um raio já entrando no primeiro PAC, mesmo sem ter sequer seu trajeto definido, em detrimento do trecho Rodonópolis-Cuiabá da Ferronorte. Pior, foi criada alguma situação em Brasília para que a ALL devolvesse a concessão da Ferronorte após Rondonópolis. Estava evidente que no governo federal o projeto da Ferronorte havia sido trocado pela FICO, isolando Cuiabá. 
     Com Mato Grosso precisando tanto, por que trocar a ligação de Lucas a Rondonópolis de 560 Km, por uma outra de 1200 Km? Por que o sequestro de cargas de Mato Grosso para Goiás? Mas a força centro-continental é muito grande e trouxe, na contramão dessas manobras estranhas, o senador Flexa Ribeiro, do Pará, para incluir em 2010 a ferrovia Cuiabá-Santarém no Plano Nacional de Viação e os chineses para se proporem a construí-la. Melhor, não querem apenas uma esteira exportadora de soja, querem uma ferrovia também para trazer para o Brasil e ao continente os produtos industrializados do oriente e da Zona Franca de Manaus. Um assunto fundamental para o futuro de Mato Grosso e da Grande Cuiabá e especial para um ano de eleições.
(Publicado em 31/07/2012 pelo Diário de Cuiabá)

sexta-feira, 27 de julho de 2012

ARENA PANTANAL NO TÚNEL DE VENTO


BOM DIA BRASIL
Edição do dia 26/07/2012
26/07/2012 08h54 - Atualizado em 26/07/2012 08h54

MAQUETES DE ESTÁDIOS PASSAM POR TESTES EM TÚNEL DE VENTO



O objetivo é saber se as obras podem resistir a rajadas de vento e chuva, sem apresentar riscos. São 16 horas de testes no total.

Michelle Barros  São Paulo, SP

Muitas obras que estão levando riqueza ao Nordeste têm a ver com a Copa de 2014. Todos os novos estádios em construção pelo Brasil têm de passar por um teste feito pelo IPT, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas, em São Paulo. As maquetes dos estádios passam por uma série de testes. O objetivo é saber se as obras podem resistir a rajadas de vento e chuva, sem apresentar riscos.
Sabe aonde o vento faz a curva? No laboratório. É um túnel de vento - uma estrutura de madeira de 3 metros de largura e 40 de comprimento onde são testadas maquetes de futuras construções pra saber como elas responderão à ventania que possa vir.
(Ver em http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2012/07/maquetes-de-estadios-da-copa-passam-por-testes-em-tunel-de-vento.html )



quinta-feira, 26 de julho de 2012

REVENDO ARTIGOS PASSADOS

Com postagens a cada quinta feira, inicio hoje a postagem de meus artigos antigos publicados em jornais e revistas diversos,  como uma forma de rever o passado, não apenas numa visão saudosista, mas como eventual subsídio aos que se interessam em tentar compreender o que se passa hoje e àqueles que se preocupam com a construção do futuro. (As fotos são adicionadas com a postagem).


SÁBADO, 5 DE JANEIRO DE 1991

(Publicado pelo extinto Jornal do Dia)

CUIABÁ E O ANO DE 1990

José Antonio Lemos dos Santos

     Uma retrospectiva sobre o desenvolvimento de nossa cidade em 1990 não pode deixar de basear-se primeiramente nas grandes questões que se encontravam pendentes no seu alvorecer, entre elas a ligação ferroviária, a hidrelétrica de Manso e a saída para o Pacífico.
     E, 90, logo após sua posse, o presidente Collor esteve na fazenda Itamaraty, do mesmo proprietário da Ferronorte, dando a entender q importância da chamada ferrovia Leste-Oeste para o seu governo. Essa importância talvez tenha algo a ver com a denominação de “ano ferroviário” para o ano de 91 dada, em recente entrevista, pelo ministro da Infra-Estrutura, o qual, por sinal, tem como seu secretário geral o conterrâneo Simá de Freitas, nomeação destacável por si só, mas que também pode constituir mais uma evidência em favor do nosso antigo sonho ferroviário.
Ponte Rodoferroviária SP-MS, 3700 m, inaugurada em 1998  (Imagem: santafedosul.sp.gov.br)

     Destaca-se no caso da ferrovia o compromisso público do governador de São Paulo, que quer ser presidente, em iniciar a tão esperada ponte sobre o rio Paraná. Cabe ser lembrado também o dispendioso encarte na revista Veja, patrocinado por Minas Gerais, Goiás e Espírito Santo, defendendo que a ferrovia passe por seus territórios. Assim, a ligação ferroviária virou um projeto nacional, restando saber qual o seu percurso. Por que não começar por Cuiabá enquanto se discute o resto?
     Outra questão pendente era a saída para o Pacífico através da Bolívia, e as informações são de que a estrada está em construção, ainda que com dificuldades, tanto do lado do Brasil quanto da Bolívia. De qualquer forma em 90 já começaram a se tornar comuns visitas a San Matias.
     Quanto à Usina de Manso, aconteceu aquilo que de melhor poderia ter acontecido: entrou no orçamento da União. Nestes tempos de crise trata-se de algo que não pode ser menosprezado, o que infelizmente vem sendo feito. Foi uma grande conquista, cabendo agora aos políticos e às lideranças mais diretamente interessadas garantir que esses recursos sejam realmente efetivados.
     1989 deixou para 1990 o início da instalação da fábrica da Antarctica. Depois de muitas postergações a Licença Ambiental foi concedida e, ao final, não se sabe em que pé está a situação. Um estado que precisa de empregos e renda deve preparar-se para respostas mais rápidas e precisas na área do meio ambiente, principalmente a respeito de indústrias alimentícias e outros tipos de agroindústrias de impactos ambientais relativamente baixos. Se não pudermos ter esse tipo de indústria, que outro tipo de industrialização nos restaria?
     Fora estas questões advindas de anos anteriores, 1990 foi muito restrito em novidades. Foram aprovadas as novas Leis Orgânicas de Cuiabá e Várzea Grande e a prefeitura iniciou a implantação do Instituo de Pesquisas e Desenvolvimento Urbano de Cuiabá (IPDU). Tivemos finalmente as imagens da TV Universitária e a UFMT poderia fazer o mesmo com a FM Educativa.. Permanece entretanto o absurdo dos cuiabanos e varzeagrandenses não terem acesso as programações das redes Manchete e SBT.
     90 trouxe a seleção brasileira de futebol, e temos a notícia de sua volta em 91. O Muxirum Cuiabano consolidou-se como o grande movimento cultural pelos nossos valores e, na sua esteira, firmou-se a figura de Liu Arruda, criando tipos magníficos, produzindo arte das mais puras em terreno perigosamente próximo ao deboche e ao ridículo.
     Contudo a grande notícia do ano, embora tão pouco divulgada, é a da vinda do Papa João Paulo II à nossa cidade em outubro próximo. Poucas cidades começarão melhor a última década do século. Como os recursos para Manso, esta visita também pode não se efetivar, o que será bem difícil, principalmente se toda a comunidade, com suas autoridades, interessar-se objetivamente pela sua realização. 


















Imagens: vgnoticias.com.br









quarta-feira, 25 de julho de 2012

O EXEMPLO QUE VEM DO CAMPO


Veja abaixo o artigo de José Roberto Mendonça de Barros no Estadão de domingo passado. Não estamos dando atenção à grande revolução tecnológica que vem do campo, no qual Mato Grosso é uma das principais lideranças. Por exemplo, onde estão inseridas nossas universidades? Nossos professores e alunos estão frequentando esses grandes laboratórios vivos que são as nossas agricultura e pecuária? Cuiabá e Várzea Grande estão se preparando para continuar respondendo como polarizadores urbanos de uma região que é hoje uma das mais dinâmicas e produtivas do mundo?
A BUSCA DA PRODUTIVIDADE
José Roberto Mendonça de Barros - O Estado de S.Paulo 22/07/12
Em pelo menos uma área o debate econômico avançou. Existe hoje um consenso que, embora o Brasil tenha melhorado muito nos últimos vinte anos, não vivemos "um momento mágico" e que não é hora de um triunfalismo algo vazio.
É hora de reconhecer que a redução do crescimento decorre, em boa medida, de sérios problemas na oferta. O Brasil perdeu competitividade nos anos recentes, especialmente na indústria. A evidência é avassaladora, revelando estagnação na produtividade, custos elevados, inclusive na área de serviços, e baixo dinamismo tecnológico.
Os diversos rankings internacionais mostram isso claramente: embora as metodologias sempre possam sofrer certas críticas, os resultados são consistentes e sistemáticos. Por exemplo, na última edição do Índice de Competitividade Global, do World Economic Forum, nosso país aparece na 53.ª posição. Mais sério, nossa posição vem piorando nos anos recentes. É o que mostra o conhecido Doing Business, do Banco Mundial: caímos seis lugares, para um lamentável número 126.
No Índice Global de Inovação, calculado pela Organização Mundial de Propriedade Intelectual, aparecemos na 58.ªposição em 2012, resultado de uma queda de oito lugares. Em todos esses índices, um conjunto grande de indicadores é persistentemente avaliado. Por exemplo, os salários descolaram-se da produtividade, especialmente na indústria, elevando muito o custo.
Ora, isto não acaba bem, como mostra o caso atual do sul da Europa: na última década, os custos unitários do trabalho explodiram, ao contrário da Alemanha, onde rendimentos nominais subiram moderadamente e a produtividade nunca parou de melhorar. O resultado está à vista de todos.
O crescimento da produtividade depende de muitas coisas e é uma construção penosamente realizada ao longo do tempo. Já mencionei aqui, por mais de uma vez, o engano que muitos embalaram que bastaria desvalorizar o real e baixar a Selic para a coisa andar. Hoje, é visível que dependemos de muito mais.
Felizmente, em vários setores industriais começa a prevalecer a ideia de se desenvolver programas de recuperação da competitividade. Este foi o tema central do último congresso da indústria do aço, ocorrido em junho. A indústria química, petroquímica e de fertilizantes acabou de montar o Conselho de Competitividade Química.
Acredito que a observação de um caso claro de sucesso serve bem para ilustrar o ponto acima mencionado. Falo aqui na soja, item tratado com certo descuido por muitos economistas urbanos, como apenas uma simples matéria-prima ou commodity.
Como se sabe, a soja começou a se espalhar pelo Brasil a partir do Rio Grande do Sul e do Paraná, ao longo dos anos 60. O intenso desenvolvimento tecnológico permitiu que ela fosse se "tropicalizando" e hoje, importante produção existe nos Estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Bahia, Goiás e até no Piauí e Maranhão, entre outros.
No início do período, a produtividade brasileira era bem inferior à americana. Em 1990/92 , mesmo com a soja já firmemente estabelecida, nossa produção por área era 20% inferior à dos Estados Unidos. Entretanto, nosso progresso foi mais rápido, de sorte que, entre 2009 e 2011, produzimos virtualmente a mesma coisa, 2,9 toneladas por hectare. Como gostam de dizer as grandes consultorias internacionais de estratégia, a produção brasileira atende às melhores práticas. É também interessante observar que o padrão técnico do setor é bastante uniforme entre os produtores, independentemente do tamanho da produção.
Tecnologia. A trajetória acima descrita só foi possível a partir de um forte avanço tecnológico. Para descrevê-lo, bem como outros impactos da soja, utilizo aqui um excelente trabalho do pesquisador da Embrapa, D. L. Gazzoni, apresentado no VI Congresso Brasileiro de Soja, recentemente realizado em Cuiabá.
Gazzoni relaciona os principais elementos do progresso tecnológico, desenvolvidos no Brasil, e que explicam a trajetória da produtividade acima descrita: cultivares adequados às condições brasileiras; correção e adubação do solo; fixação biológica do nitrogênio (que permite redução de custos de algo como US$ 1 bilhão anuais); manejo de pragas (que possibilitou o uso 70% menor de defensivos); manejo de ervas daninhas; mecanização; desenvolvimento da revolução que foi o plantio direto, técnica que permite mais de uma safra por ano na mesma terra, o que dilui custos, especialmente de capital (por exemplo, a segunda safra de milho, a safrinha, caminha para ser mais importante que a de verão) e, mais recentemente, o desenvolvimento de sistemas de integração lavoura, pecuária e florestas, que, como aponta o autor, "representa o grau máximo na escala da sustentabilidade da exploração agropecuária". Tem muita ciência por trás desta evolução.
Os resultados da expansão da soja são bastante conhecidos: caminhamos para produzir 80 milhões de toneladas e ser o maior exportador mundial. A soja é parte de uma cadeia muito longa, quer em termos de indústrias fornecedoras, quer em termos das processadoras. Do seu grão saem algumas centenas de produtos, alimentares e outros, como o biodiesel. A soja é a principal fonte de proteína vegetal para a produção de carnes. Além da relevância do valor da produção na cadeia e da exportação, estima-se que sejam gerados mais de dois milhões de empregos diretos e outro tanto de indiretos.
Finalmente, merece ser destacado o avanço na sustentabilidade da atividade, a começar da integração lavoura, pecuária e floresta, já mencionada. O plantio direto permite reduzir a erosão e melhorar a qualidade do solo. Permitiu também elevar o sequestro de carbono: estima-se que cada hectare de soja retenha, com o plantio direto, algo como duas toneladas de carbono. O número de aplicações de inseticidas caiu de cinco para duas. A utilização de variedades transgênicas e outras diminuiu muito o uso de fungicidas e herbicidas.
Mesmo com todo este sucesso, e num período de preços excepcionalmente remuneradores, a preocupação básica do já mencionado 6.º Congresso Brasileiro de Soja foi o desafio de continuar a explorar novos limites para maior produtividade e sustentabilidade. Esses temas estavam presentes nas Aulas Magnas e nos 423 trabalhos científicos apresentados.
É impressionante notar que um setor já líder no mercado internacional busque obsessivamente caminhos para elevar a produtividade através de grande esforço de ampliação do conhecimento. Onde está a pesquisa tecnológica e a inovação da indústria brasileira?  
ECONOMISTA, SÓCIO DA MB ASSOCIADOS

terça-feira, 24 de julho de 2012

A LOGÍSTICA DA DIVISÃO

                           Transposição urbana em Cuiabá - Imigrantes- (Imagem:  topnews.com.br)


José Antonio Lemos dos Santos


     Semana passada o governador Silval Barbosa voltou a falar sobre ferrovias em Mato Grosso, e dessa vez lembrou da Ferronorte, diferente do discurso na Expoagro quando clamou ao ministro apoio só para a Fico. Mas a citação à Ferronorte ficou em Rondonópolis, mostrando de novo que lá termina o verdadeiro projeto ferroviário do governo no sul do estado. Falou também do interesse dos chineses na ligação Cuiabá-Santarém, mas não tocou no trecho Rondonópolis–Cuiabá, sem o qual a história da ferrovia dos chineses poderá repetir a da Ferronorte, isto é, vem de Santarém e pode ficar em Lucas, com suas cargas saindo direto para Goiás nos trilhos da projetada Fico. Como o maior centro produtor, consumidor e distribuidor de cargas no estado, a Grande Cuiabá serviria outra vez só para viabilizar a ferrovia. Para outros.
     Na verdade, por trás dessa questão da ferrovia estão em jogo dois projetos de futuro para Mato Grosso. Por um a ferrovia passa por Cuiabá e Várzea Grande, e pelo outro não, ou melhor, por este outro projeto a ferrovia não pode passar pela Grande Cuiabá. Como se trata também do maior reduto eleitoral do Estado, esse jogo não é aberto por seus defensores, e tem sido habilmente dissimulado até agora. 



Transposição urbana Sinop - (Imagem: PMS em skyscrapercity.com)

     O primeiro projeto tem quase 5 décadas e a cada ano se revela mais atual, mostrando a extraordinária visão de seus idealizadores. Seu traçado segue a espinha dorsal do Estado, a BR-163, até Santarém, com uma variante para Porto Velho e ao Pacífico, passando por Tangará ou Sapezal, permitindo ainda extensões para Cáceres, e mesmo para o traçado da recente Fico. Uma ferrovia para todo o Estado, mantendo a integridade geopolítica que faz de Mato Grosso um estado otimizado e o de maior sucesso no país hoje. Uma ferrovia para levar e também trazer o desenvolvimento, não apenas uma esteira exportadora de soja.
     O outro projeto parte de Goiás, é claro, e de um grupo minoritário do agronegócio mato-grossense, mas o mais poderoso, que quer avançar na dominação política do Estado. Nele se tem a Fico ao norte e a Ferronorte ao sul só até Rondonópolis, onde preveem o maior terminal de cargas do Estado, indispensável ao pretendido deslocamento geopolítico ao sul, mas que se inviabilizaria com um terminal em Cuiabá ligado a Porto Velho e Santarém. Daí a exclusão de Cuiabá. Fica muito clara a intenção de forçar uma mudança do centro geopolítico do Estado para Lucas e Rondonópolis, implodindo a atual e exitosa unidade estadual centrada em Cuiabá. Nela, quase todo o Mato Grosso platino é excluído, e o Estado ganha duas novas Ouro Preto: Cuiabá e Sinop. 

     À luz dessa intenção divisionista ficam claras também as causas de tantas demoras quanto à logística envolvendo Cuiabá. Não chega a ferrovia, não chega também a duplicação rodoviária, o gasoduto passou 4 anos parado, e o aeroporto só está saindo por causa da Copa. Ao contrário, a estranha devolução parcial da concessão pela ALL foi aceita rapidinho, e a Fico foi inventada e colocada no PAC mais rápido ainda, com a ajuda do hoje famoso Juquinha, então presidente da Valec. Qual a lógica em trocar uma ferrovia de 560 km entre Rondonópolis e Lucas, passando por Cuiabá, Rosário, Nobres e Nova Mutum, muito mais viável, por outra, de Lucas a Goiás, com mais de 1100 km, sequestrando para outro Estado parte da produção de Mato Grosso? Sem Dante e sem o senador Vuolo, o projeto da verdadeira ferrovia para Mato Grosso ficou órfão e está ameaçado por outro moldado em interesses menores. As eleições deste ano trazem ao mato-grossense a chance de refletir entre o atual Mato Grosso campeão, unido e enxuto, e outro, dividido, de volta à rabeira federativa, sem voz e sem vez. Ferrovia Rondonópolis-Cuiabá, já! E daqui para Lucas e todo Mato Grosso, urgente! 
(Publicado em 24/07/2012 pelo Diário de Cuiabá)

quinta-feira, 19 de julho de 2012

DESAPROPRIAÇÕES PARA O VLT

Tal qual prevíamos, dificilmente o VLT se viabilizaria sem desapropriações. Entretanto, definido o modal e seu projeto, o alargamento dessas avenidas precisa ser feita. O alargamento das vias estruturais já será um dos maiores legados para a Cuiabá e Várzea Grande. 




VEJA ABAIXO OS TRECHOS A SEREM DESAPROPRIADOS PELO VLT, CONFORME MATÉRIA DE HOJE DO MIDIANEWS
(A matéria de Lislaine dos Anjos completa está em www.midianews.com.br)




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Um dos imóveis que passarão pela avaliação da Diefra/Cappe será o 1º Serviço Notarial e Registral da Comarca de Várzea Grande, localizado no entroncamento das avenidas Arthur Bernardes e Filinto Muller, na Cidade Industrial.
O imóvel, de mais de 6 mil m², vai ser desapropriado para a construção de uma rotatória e de um viaduto ferroviário.
Outros imóveis que também tiveram a desapropriação anunciada pelo Estado, para adequação de capacidade e melhoria da segurança viária à travessia urbana, estão localizados no entroncamento da Rodovia dos Imigrantes (MT-407), que dá acesso ao bairro Tijucal (Contorno de Cuiabá). 
O trecho a ser desapropriado totaliza 2,9 km e vai do km 321,3 ao km 324,2.
A transferência desses imóveis para o Estado visa à execução das obras de construção do viaduto que ligará a Avenida Miguel Sutil (Cuiabá) à Avenida Dom Orlando Chaves (Várzea Grande).
Os terrenos e imóveis abaixo indicados também serão desapropriados para a implantação do VLT:
- Terreno localizado no entroncamento da Avenida Arthur Bernardes com a Avenida Filinto
Müller (Várzea Grande);
- Imóveis localizados do lado direito (sentido que leva à Cuiabá) no entroncamento da Avenida 31 de Março com a Avenida da FEB (Km Zero);
- Imóveis confrontantes com a Avenida da FEB, trecho compreendido entre a Avenida Cerrados e a Avenida 31 de Março / Ulisses Pompeo de Campos – ambos os lados;
- Imóveis confrontantes com a Avenida da FEB, trecho compreendido entre as
Avenidas Gonçalo Botelho de Campos e Dom Orlando Chaves (acesso ao bairro Cristo Rei) – Lado direito (sentido que leva à Cuiabá);
- Imóveis confrontantes com a Avenida da FEB, trecho compreendido entre a Rua Aníbal Molina Ribeiro e a Ponte Júlio Müller (Várzea Grande) – ambos os lados;
- Imóvel nº 981, localizado na Avenida XV de Novembro, entre as Travessas Paiaguás e Tuffic Affi (desapropriação parcial);
- Imóveis confrontantes com a Av. XV de Novembro, trecho compreendido entre a Av. Senador Metelo e a Rua Caetano Santana (ambos os lados);
- Imóveis confrontantes com a Avenida Tenente Coronel Duarte, no trecho compreendido entre as Praças Maria Taquara e Bispo Dom José – Lado direito (sentido que leva ao CPA);
- Imóveis confrontantes com a Avenida Tenente Coronel Duarte, no trecho compreendido entre a Avenida Generosa Ponce de Arruda e a Travessa João Dias – Lado esquerdo (sentido que leva ao CPA);
- Imóveis confrontantes com a Avenida Tenente Coronel Duarte, no trecho compreendido entre a Ladeira Pedro Góes e a Avenida Coronel Escolástico (Morro da Luz) – Lado direito (sentido que leva ao CPA);
- Imóveis confrontantes com a Avenida Tenente Coronel Duarte, no trecho compreendido entre a Rua Vila Maria (bifurcação) e o prolongamento da Rua São Francisco Caldas – Lado direito (sentido que leva ao CPA);
- Imóvel nº 1.784, localizado no prolongamento da Rua José Lacerda Cintra até a Avenida Aclimação (bairro Bosque da Saúde);
- Terreno confrontante com a Avenida Historiador Rubens de Mendonça, acesso à alça do viaduto da Avenida Miguel Sutil (desapropriação parcial) – Lado direito (sentido Centro);
- Terreno confrontante com a Avenida Historiador Rubens de Mendonça (frente) e Rua Osasco (fundo), no bairro CPA 1, ao lado direito da Escola Tiradentes (nº765);
- Imóveis confrontantes com a pista de subida da Avenida Coronel Escolástico, trecho entre a Avenida Tenente Coronel Duarte e a projeção da Travessa do Cajá – Lado esquerdo (sentido Coxipó);
- Imóveis confrontantes com a Avenida Fernando Corrêa da Costa, trecho entre a Avenida General Vale e a Rua Miranda Reis – Lado direito (sentido Coxipó);
- Imóveis confrontantes com a Avenida Fernando Corrêa da Costa, trecho compreendido entre a Rua Haiti e a Rua Alziro Zarur – ambos os lados;
- Imóvel confrontante com a Avenida Fernando Corrêa da Costa, localizado entre as Ruas Alziro Zarur e Gov. Antônio Maria Coelho, bairro Boa Esperança – lado esquerdo (sentido Coxipó);
- Imóveis confrontantes (ambos os lados) com a Avenida Fernando Corrêa da Costa, no trecho compreendido entre a Rua Singapura (bairro Shangri-lá) e a Avenida Manoel José de Arruda (Beira Rio) – ambos os lados;
- Imóveis confrontantes com a Avenida Fernando Corrêa da Costa, no trecho entre o Rio Coxipó e a Rua Antônio Dorileo – ambos os lados;
- Imóveis confrontantes com a Avenida Fernando Corrêa da Costa, no trecho entre a Rua Quatro de Agosto e a Avenida Caiapós – ambos os lados;
- Terreno compreendido entre a Avenida Fernando Corrêa da Costa (frente) e Rua dos Tamoios (fundo), bairro Parque Ohara e Av. Caiapós – Lado esquerdo (sentido Distrito Industrial).
Resistência na Prainha
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quarta-feira, 18 de julho de 2012

PROFESSOR DA USP CONTESTA O AQUECIMENTO GLOBAL


O professor da USP Ricardo Augusto Felício contesta o Aquecimento Global no Programa do Jô Soares em 02/05/20122. É importante o conhecimento dos contraditórios para que a gente possa formar melhor as nossas opiniões sobre os assuntos. E este assunto é muito rico e fundamental para a vida no planeta.

http://www.youtube.com/watch?v=winWWplmyMk



terça-feira, 17 de julho de 2012

ESTADO UNIDO DE MATO GROSSO (II)



José Antonio Lemos dos Santos 

  Volto a falar no sucesso produtivo de Mato Grosso. Na verdade aguardaria as estatísticas do primeiro semestre para tratar do assunto, mas o discurso do governador na abertura da Expoagro forçou a antecipação no artigo da semana passada. Sei que entre nós mato-grossenses tem gente enfastiada com a repetição de matérias e artigos tratando do sucesso do nosso estado. Feliz da unidade federativa que pode chegar a uma situação como esta. Alguns destes preferem falar indignados sobre aquilo que não temos, até porque em meio a tanta riqueza continua faltando muita coisa, ou quase tudo, ao povo. Comungo com a indignação destes, mas prefiro festejar aquilo que a sociedade conseguiu produzir com seus trabalhadores e empresários em todos os rincões do estado, a despeito do desamparo dos governos.


     Prefiro falar daquilo que temos, da riqueza produzida, pois é com ela que se poderá construir o que nos falta, afinal toda essa riqueza é produzida pela sociedade e a ela deve retornar como benefícios. Se não tem a riqueza, não tem como construir nada, ou pelo menos esta era a desculpa que os sucessivos governos usavam para explicar o porquê da carência de obras, equipamentos e serviços públicos para o bem estar da população. Hoje esse álibi não é mais possível, o estado é rico em produção e continua desenvolvendo em níveis extraordinários. Por isso a meu ver é tão importante divulgar esses sucessivos êxitos produtivos do estado, para que a sociedade se conscientize que pode e deve cobrar legitimamente tudo aquilo que a tem direito já que a riqueza produzida pela força de seu trabalho permite. Dinheiro tem, gerado aqui mesmo.
     Mato Grosso terminou o primeiro semestre trazendo para o Brasil um superávit comercial no valor de US$ 6,44 bilhões! Mais de 6 bilhões de dólares em seis meses, limpinhos para o Brasil, cujo superávit total no mesmo período foi de US$ 7,07 bilhões. Ou seja, não fosse Mato Grosso o Brasil praticamente ficava a ver navios no resultado de sua balança comercial neste primeiro semestre. E essa história vem se repetindo a vários anos. Mato Grosso sozinho exporta mais do que todos os estados do Centro Oeste juntos e já é o sexto maior exportador do país. Dos 162,5 milhões de toneladas de grãos produzidos no Brasil nesta safra, 38,1 milhões foram produzidos em Mato Grosso, ou seja, de cada 4 grãos produzidos no país, 1 vem de Mato Grosso. Além do mais tem o maior rebanho bovino do país.

     Sabe o que Mato Grosso tem recebido historicamente da União? Quireras! Nem o compromisso legal de reposição da Lei Kandir. Sabe quanto custará em reais o tão chorado novo Aeroporto Marechal Rondon? R$ 85,0 milhões, mesmo preço do novo Hospital Universitário, com 250 leitos. Sabe quanto custará a ferrovia ligando Rondonópolis a Cuiabá? R$ 800,0 milhões. E de Cuiabá a Lucas? Uns R$ 1,4 bilhões, mais ou menos o mesmo que o custo da duplicação rodoviária de Rondonópolis a Posto Gil. Moral da história, o superávit gerado por Mato Grosso só neste semestre daria para fazer 4 vezes todas estas obras.
     Festejar repetidas vezes a riqueza de Mato Grosso é divulgar que o estado unido e trabalhador cresceu e hoje ocupa um lugar de destaque no conjunto das unidades federativas, podendo cobrar muito mais nas negociações sobre os investimentos federais. Sou do tempo em que Mato Grosso era rabeira na federação brasileira e essa era a desculpa para a falta de investimentos. Agora Mato Grosso é líder, não tem desculpa e o povo pode ser incisivo cobrando o retorno daquilo que produz. O nefasto círculo vicioso entre a incompetência, a corrupção e o privilégio de estados tradicionais só será rompido com a intromissão organizada da sociedade que produz, que é cidadã e não é mais bobó.
(Publicado em 17/07/2012 pelo Diário de Cuiabá, Midianews)



domingo, 15 de julho de 2012

PRUITT-IGOE 40 ANOS: O FIM DO MODERNISMO?

Hoje às 15:32 hs completam 40 anos da implosão do conjunto de Pruitt-Igoe, em St. Louis, EUA, momento que marca simbolicamente o fim do Modernismo, segundo Charles Jenks.
Seria?





Coincidentemente projetado pelo grande  arquiteto Minoru Yamasaki, o mesmo do WTC. Surge como grande ativista por sua implosão Jane Jacobs.


Veja um belo texto sobre Pruitt-Igoe em http://www.arquitetonico.ufsc.br/pruitt-igoe . 

Veja também aqui no Blog do José Lemos, na coluna à direita, seção Vídeos Diversos, um filme com a implosão de Pruiit-Igoe.







quinta-feira, 12 de julho de 2012

AGRADECIMENTO


Prezado professor,
Parabéns pelo artigo “O discurso do governador”, publicado no site Mídia News na última terça (10). Excelente texto. A Aprosoja coordena o Movimento Pró-Logística, uma união de diversas entidades do setor produtivo que trabalha com o objetivo de verificar o que é possível fazer para melhorar a logística em nosso estado. Estamos empenhados na busca de soluções para este problema histórico, que atravanca o desenvolvimento da nossa economia e traz consequências diretas para a nossa população. Inclusive o tema é uma das prioridades da nossa gestão à frente da Aprosoja.
Vivemos ainda com problemas do passado que precisam ser solucionados, para não só o produtor, mas toda a população, ter um futuro melhor. Não só Mato Grosso, mas todo o Brasil, pode sim ter a maior e melhor agricultura do mundo, trabalhando sempre de forma sustentável, conseguindo atender a demanda mundial de alimentos e ainda continuando a contribuir com a estabilidade da economia brasileira.
A sua iniciativa em defender e apresentar para a sociedade a importância que o assunto da logística tem dentro do nosso estado foi vista pela nossa diretoria com bons olhos e precisamos contar com pessoas como o senhor para nos ajudar a encontrar soluções e um futuro melhor para todos.
Nossos agradecimentos
Atenciosamente,
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Carlos Fávaro
Presidente
Aprosoja - Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado de Mato Grosso

terça-feira, 10 de julho de 2012

O DISCURSO DO GOVERNADOR

José Antonio Lemos dos Santos




Em seu discurso na abertura da 48ª Expoagro o governador Silval Barbosa fez um apelo ao ministro da Agricultura para que ajudasse Mato Grosso na questão da logística. Nada mais certo, pois o estado é hoje o campeão nacional do agronegócio, o maior produtor de grãos do país, liderando a produção de soja, girassol e milho, maior produtor também de algodão e de gado, e um dos maiores em outras produções como a carne suína e de frango, o álcool e o biodiesel. Aliás, com todas as credenciais produtivas de Mato Grosso, seria até mais justo exigir do que pedir. A União faz muito tempo deve apoio a Mato Grosso. O exemplo do governador deveria ser seguido por toda a bancada federal mato-grossense, compromissando cada um em fazer ao menos um discurso por mês cobrando da União o apoio que o estado precisa e tem direito.

Nunca costumamos dar atenção aos extraordinários resultados que Mato Grosso oferece ao país através da determinação e do trabalho de sua gente. Quase um quarto (23,4%) da produção de grãos do Brasil é de Mato Grosso! E isso produzido em apenas 8% do território estadual, podendo dobrar essa sua já fantástica produção sem desmatar uma árvore sequer, como muito bem destacou o governador em seu discurso. E este ano Mato Grosso disparou. O segundo estado maior produtor de grãos, muito abaixo, é o Paraná com 19,6% e depois o Rio Grande do Sul com 12,3% da produção total. Show de produção: Mato Grosso já produz quase o dobro do Rio Grande do Sul, que tanto invejávamos como produtor.

Tem mais, de janeiro a maio deste ano Mato Grosso produziu o terceiro maior superávit comercial entre os estados brasileiros com US$ 5,37 bilhões, só perdendo para Minas Gerais com US$ 8,74 bilhões e para o Rio de Janeiro com US$ 5,44 bi. E assim tem sido. Nos últimos anos Mato Grosso vem contribuindo com cerca de 1/3 dos superávits anuais brasileiros. Isso significa que Mato Grosso traz para o país mais de 1 dólar de cada 3 que o Brasil ganha no exterior. Daria para duplicar Cuiabá – Sinop, Cuiabá – Rondonópolis, Cuiabá – Cáceres, construir uma base aérea em Cáceres, hospitais, escolas técnicas, a tão sonhada e necessária ferrovia ligando Rondonópolis a Cuiabá e Sinop, e ainda sobrar muito troco. Por ano! E o que tem ganho da União em troca? Só mais e mais momentos para chorar seus mortos e mutilidados tombados nas rodovias federais, vergonhosas e criminosas. Já tem mais de 10 anos que estão duplicando o trecho Rondonópolis – Cuiabá e só conseguiram fazer 20 km! Ainda agora assistimos a Infraero aprontar o projeto de ampliação de Aeroporto Marechal Rondon, mais de 3 após Cuiabá ter sido escolhida como sede da Copa do Pantanal! Três anos para um projeto! Só lembrando Castro Alves e indagar a Deus, meu Deus, mas que bandeira é esta que impudente sobre nós tripudia?

No dia seguinte o ministro inauguraria em Sinop o primeiro laboratório da Embrapa no estado. Depois de décadas de espetáculo em produção agropecuária, só agora Mato Grosso ganha um laboratório da Embrapa. Tomara que ajude, pois as forças produtivas do estado sozinhas já mostraram o que são capazes de fazer, e fazer muito bem, também no campo das pesquisas avançadas. Do discurso do governador só não entendi por que se limitou a apelar pela FICO. Para o estado acabou a ligação ferroviária de Cuiabá a Rondonópolis e a Sinop? E por que não pediu também a aceleração da duplicação rodoviária de Rondonópolis a Posto Gil. É bom lembrar que o maior “importador” de Mato Grosso ainda é o Brasil, e para os mato-grossenses é melhor que essa carga percorra seu estado a ser desviada para Goiás e Bahia. Além do que as rodovias e ferrovias não devem existir apenas como esteiras exportadoras, mas como canais para levar e trazer o desenvolvimento. 



(Publicado em 10/07/2012 pelo Diário de Cuiabá)

quarta-feira, 4 de julho de 2012

A ARENA DE MINHA JANELA

Veja como estão as obras da Arena Pantanal vistas de minha varanda hoje dia 4 de julho de 2012:




                                             Foto José Lemos

Dá para comparar com a situação no início do ano:




                                                                                      Foto José Lemos

E a do mes passado:





                                                                        Foto José Lemos

terça-feira, 3 de julho de 2012

DE OLHO NO AEROPORTO


José Antonio Lemos dos Santos

Desculpe a repetição, mas se não repetir não dá para registrar nas crônicas cuiabanas essa inimaginável moagem pela qual passou a ampliação do Aeroporto Marechal Rondon. Repito que em fevereiro do ano passado escrevi um artigo denominado Molecagem dedicado não à presidente Dilma, recém-empossada, mas a setores de seu governo, bem como àqueles pagos para bem representar os interesses de Cuiabá e Mato Grosso em todos os níveis políticos, em especial no federal, que haviam deixado a situação chegar onde havia chegado. Referia-me ao tratamento que o estado vinha recebendo da União nas mais diversas áreas e muito especial quanto às obras de ampliação do aeroporto de Cuiabá tendo em vista a Copa do Mundo de 2014 e Copa das Confederações em 2013, esta ainda pretendida pela cidade. Na ocasião criticava o adiamento da entrega do projeto então previsto para setembro de 2011 – já atrasado – para março de 2012, ano em que as obras já deveriam estar concluídas. Entendia ser absurdo o prazo de mais de ano para a elaboração de um projeto de ampliação, diante de um cronograma na época já exíguo para as obras. 

Passado 1 ano e 3 meses, um mês atrás, escrevi outro artigo dizendo que a situação que já era péssima havia piorado. A entrega do projeto que fora adiada para início de março de 2012 só foi feita no fim daquele mês, com o agravante de que - após mais de ano de elaboração - o tal projeto ainda iria passar por “modificações nas partes hidrossanitária e eletrônica”, com nova entrega prevista para meados de junho! Lembrava que a Infraero é uma das maiores e mais bem sucedidas empresas aeroviárias do mundo, e a empresa responsável pelo projeto foi vencedora de uma licitação nacional, portanto, no mínimo uma empresa tecnicamente respeitável. Como então seria possível aceitar que, após mais de ano de elaboração, um projeto dessa responsabilidade tenha sido entregue com problemas “nas partes hidrossanitária e eletrônica”? Perguntava se a Infraero não teve o interesse, o bom-senso ou ao menos a curiosidade técnica de dar uma passadinha na sede da empresa projetista durante esse mais de ano de projeto para saber se tudo ia dentro das especificações? Uma troca de e-mails? Mesmo sendo um projeto prioritário para o país por causa da Copa, preferiram esperar a entrega para só então verificar se havia algum erro? Por outro lado, seria possível que uma empresa idônea pudesse errar no projeto hidrossanitário de um aeroporto que nem é tão grande assim? Não acreditava em nenhuma das duas possibilidades. Seria um desrespeito às estruturas técnicas das duas empresas. 

Passou o mês de junho e nada do projeto, nem de satisfações públicas enquanto nas outras sedes os preparativos avançam. O artigo do ano passado chegou a aventar uma sabotagem contra Cuiabá como sede da Copa, e contra a própria presidenta Dilma. Porém, ontem veio a boa notícia de que finalmente foi programada para hoje a entrega pela Infraero ao governador Silval Barbosa do projeto do novo Aeroporto Internacional Marechal Rondon. Viva! Mais de três anos e um mês após Cuiabá ter sido escolhida como sede da Copa do Pantanal, enfim a obra será licitada. Ainda dá tempo, em especial com o RDC. Como gosto de lembrar, Brasília foi inaugurada em três anos e o Empire State foi feito em 451 dias. É importante destacar que as seleções podem chegar com um ou dois meses de antecedência para a necessária aclimatação, portanto, antes de junho de 2014, o que será bom para o movimento na cidade. Entretanto, foi muita moagem e gato escaldado tem medo de água fria. Vamos continuar de olho no aeroporto, torcendo para que tudo dê certo e tenhamos muitos motivos de aplausos até a conclusão da obra.

(Publicado em 03/07/2012 pelo Diário de Cuiabá)

segunda-feira, 2 de julho de 2012

COLETA SUBTERRÂNEA DE LIXO

Veja na coluna à direita do blog, na seção "Alta Tecnologia" a reportagem sobre o sistema subterrâneo de coleta de lixo em Barcelona.