"FIRMITAS, UTILITAS et VENUSTAS" (Tríade Vitruviana)



Mostrando postagens com marcador pós-modernismo. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador pós-modernismo. Mostrar todas as postagens

domingo, 22 de junho de 2014

PONTO DE TAXI


Foto José Lemos

Para mim um dos melhores exemplos do que classificamos na disciplina de História e Teoria da Arquitetura e do Urbanismo -III com Pós-modernismo Regionalista.Trata-se de um abrigo para motoristas de taxi. Mais um dos grandes projetos do arquiteto professor Ademar Poppi. Registro em foto aqui no blog um exemplar ainda em condições razoáveis de manutenção, antes que desapareça junto com tantas das coisas boas de nossa cidade. 


sábado, 7 de janeiro de 2012

RESORT EM MANSO E PÓS-MODERNISMO

O projeto do Resort Maluí (ver aqui no Blog na coluna á direita)  em Manso, sugeriu a releitura do manifesto de Robert Venturi, considerado o documento inicial do Pós-modernismo na Arquitetura. Para facilitar quem quiser rever o Manifesto coloquei o texto a seguir. Tem a ver? Ou não? Pós-modernismo autêntico ou apenas a "incoerência ou arbritariedade de uma arquitetura incompetente, nem do preciosismo intrincado do pitoresco ou do expressionismo" renegado pelo texto? Ao menos para tentar iniciar uma frutífera polêmica de férias escolares, digo que para mim trata-se de uma autêntica manifestação posmodernista em pleno coração sul-americano.
José Antonio


GENTIL MANIFESTO

Robert Venturi
(Abre o livro Complexity and Contradiction in Architecture, do autor, 1966. )


     "Gosto de complexidade e de contradição em arquitetura. Não gosto da incoerência ou arbritariedade de uma arquitetura incompetente, nem do preciosismo intrincado do pitoresco ou do expressionismo. Pelo contrá­rio, refiro‑me a uma arquitetura complexa e contraditória, baseada na riqueza e na ambigüidade da experiência moderna, inclusive na experiên­cia que é inerente à arte. Em toda parte, exceto em arquitetura, comple­xidade e contradição sempre foram reconhecidas: da comprovação da máxima inconsistência da Matemática, por Güdel, à análise de T. S. Eliot sobre a poesia 'difícil', até à definição de Joseph Albers sobre a qualidade paradoxal da pintura.”
     “Mas a arquitetura é necessariamente complexa e contraditória, até no inclusivismo dos tradicionais elementos vitruvianos: comodidade, solidez e encanto. E hoje as necessidades de programa, estrutura, equipamentos mecânicos e expressão, mesmo de edifícios simples em simples contextos, são diversas e conflitantes de modo anteriormente inimaginável. Somam‑se às dificuldades a dimensão e a escala sempre crescentes da arquitetura no planejamento urbano e regional. Acolho os problemas e exploro as incertezas. Ao abraçar contradição e complexidade tenho como objetivos tanto a vitalidade como a validade.”
     “Os arquitetos não podem mais aceitar a intimidação da linguagem puritanamente moral da arquitetura moderna ortodoxa. Gosto mais de elementos híbridos do que 'puros', de comprometidos mais do que 'limpos', dos distorcidos mais do que dos 'diretos', ambíguos mais do que 'arti­culados', dos perversos e impessoais, dos convencionais mais do que dos projetados', de acomodações em vez de 'exclusões', dos redundantes em vez dos 'simples', tanto conhecidos quanto inovadores, inconsistentes e equívocos em lugar de 'diretos e claros'. Sou pela vitalidade confusa, contra a 'unidade óbvia'. Incluo o non sequitur e proclamo a dualidade.”
     “Prefiro a riqueza de significados à clareza do significado; a função implícita à função explícita. Prefiro 'ambos, um e outro' a 'ou um ou outro'; preto e branco, e às vezes cinza, a preto ou branco. Uma arquite­tura válida evoca muitos níveis de significado e combinações de focos: seu espaço e seus elementos tornam‑se legíveis e trabalháveis de diversas formas simultaneamente.”
   "Mas uma arquitetura de complexidade e contradição tem uma obrigação especial para com o todo: sua verdade deve estar em sua totalidade ou em suas implicações de totalidade. Deve incorporar a difícil unidade da inclusão ao invés da fácil unidade da exclusão. More is not less".



(Extraído de ARQUITETURAS & TEORIAS, João Rodolfo Stroeter, Editora Nobel – 1986)

domingo, 20 de março de 2011

REVENDO A ARQUITETURA EM MILLÔR

14 - Agora que sentei aqui na minha cadeira de madeira, junto à minha mesa de madeira, colocada em cima deste assoalho de madeira, e procuro um livro feito de polpa de madeira para escrever um artigo contra o desmatamento florestal.
13 - Por que é que continuam a chamar de tráfego uma coisa que não trafega? Ou de trânsito, se não transita? Ou de hora de movimento um momento em que todos os carros estão parados?
12 - Clássico é um escitor que não se contentou em chatear apenas os contemporâneos.
11 - A cadeira de balanço é um pouco mais móvel do que os outros móveis.
10 - É evidente que Deus, o supremo arquiteto, projetou o Brasil como uma sala de estar. Mas os proprietários preferiram usá-lo como depósito de lixo.
9 - E como dizem os australianos: o canguru foi a tentativa da natureza fazer um pedestre absolutamente seguro.
8 - A buzinada é uma forma de petrificar o pedestre na frente do carro afim de poder atropelá-lo mais facilmente.
7 - Estou convencido que os animais começaram bípedes e evoluíram até ficar de quatro.
6 - Viver é desenhar sem borracha. (Muito, muito antes do computador, 1971).
5 - Não somos unânimes nem sozinhos.
4 - Se voce tem que segurar a tampa do vaso enquanto faz pipi, está num banheiro de arquitetura pós-moderna.
3 - O que voce acha pior: Átila, que por onde passava deixava deserto eterno, ou o urbanismo moderno?
2 - O fato de uma pessoa ser grande autoridade em algum assunto não elimina a possibilidade de acertar de vez em quando.
1 - Se o homem das cavernas soubesse o que ia acontecer, teria ficado lá dentro.

Extraído do livro "Millor Definitivo - A Bíblia do Caos", Millôr Fernandes, L&PM POCKET, 2002