"FIRMITAS, UTILITAS et VENUSTAS" (Tríade Vitruviana)



terça-feira, 28 de janeiro de 2014

DA COPA AO TRICENTENÁRIO

José Antonio Lemos dos Santos
     O presente é o futuro que acabou de passar e virou passado. Rapidão, a Copa do Mundo já passou em termos de planejamento. Tudo o que tinha que ser feito ou dava para ser feito já devia ter sido planejado. Se ainda não foi tem que sê-lo já, mas atrasado. Agora é executar, concluir, fazer os acabamentos, treinar procedimentos, testar sistemas, e fazer a festa da melhor maneira possível, agregando o máximo que o grande evento possa trazer para a cidade e sua gente.
     Ainda que nos limites de seus cronogramas, existem diversos projetos que avançam a tempo da Copa, sem que por isso deixem de preocupar. Mas ainda tem diversos outros, essenciais ao funcionamento da Copa, que vão exigir dos cuiabanos muita cobrança às autoridades para que fiquem prontos a tempo. Destes, lembro os Centros Oficiais de Treinamento. Sem eles as seleções não terão onde treinar nos dias que permanecerão na cidade. O estágio de suas obras atemorizam. Só para a grama ficar em condições é preciso 90 dias. Situação de alarme, também na Avenida da FEB e seu viaduto com a Orlando Chaves. Ao menos esse trecho tem que estar tinindo de bonito para a chegada dos visitantes. Seu ritmo de obras também apavora. Preocupa ainda o Fan Park, bela criação da Fifa para deixar um amplo espaço urbano como lembrança positiva da Copa nas cidades onde acontece, a ser usado depois como parque ou generosa praça de eventos e lazer. Até agora nada. Sem cobrança dura, vai ficar uma área malemá coberta com brita, como nos estacionamentos improvisados da maioria de nossas grandes festas públicas. Poeira, desconforto e vergonha. A cidade tem direito a essa lembrança urbanística. Quanto ao mais singular potencial turístico da cidade, até hoje não vi nada referente ao Centro Geodésico. Só Cuiabá tem. Embora não essencial à Copa os turistas adoram esses lugares únicos, e seria imperdoável aos cuiabanos não exibi-lo com orgulho.
     Mas o planejamento vive do futuro e a Copa já é passado. Tenho repetido que essa bem vinda Copa foi um artifício do Bom Jesus de Cuiabá para sacudir e sintonizar seus conterrâneos no novo tempo de desenvolvimento que sua terra vive, preparando-a para o Tricentenário, a grande efeméride cuiabana no século. O pique de transformações trazido pela Copa não pode parar com a conclusão do evento, pois, na verdade esse é o pique da cidade que hoje centraliza uma das regiões mais dinâmicas e produtivas do planeta, e não vai parar. O diferencial da Copa é que ela trouxe o desafio de investimentos públicos e privados em valores jamais vistos pela cidade, concentrados em curto e improrrogável prazo, e não mais cairão do céu. O próximo desafio é mantê-los em patamares próximos, pois a cidade e o estado ainda demandam grandes investimentos, recursos que o mato-grossense produz com sobra e tem direito de exigir. Mostrando que quando se quer, faz, a Copa destruiu o antigo álibi da pobreza, desculpa sempre usada pelas autoridades brasileiras para deixar de fazer o que o povo precisa.
     Para manter o pique é preciso uma nova meta que seja de todos, com prazo fixo e improrrogável como foi a Copa. E essa nova meta salta da história, o Tricentenário de Cuiabá, com letra maiúscula das efemérides, em 2019, daqui a apenas 5 anos. É preciso gerar uma nova matriz de responsabilidade não com a FIFA, mas do cuiabano com sua cidade e do mato-grossense com sua capital. Restará ainda muita coisa da Copa a ser concluída, e muitos novos projetos para desenvolver e executar até tricentésimo aniversário. Nenhum presente será melhor para Cuiabá em seus trezentos anos do que ela própria elevada a novos patamares de urbanismo e civilidade, arranjo iniciado 10 anos antes, em 2009, assim que a cidade ganhou a sede da Copa do Pantanal.
(Publicado em 28/01/2014 pelo Diário de Cuiabá, Midianews, RepórterMT, Página do Enock, Blog do José Lemos, ...)



O pres

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