"FIRMITAS, UTILITAS et VENUSTAS" (Tríade Vitruviana)



terça-feira, 18 de agosto de 2009

PEQUENAS GRANDES OBRAS

José Antonio Lemos dos Santos


     Há um conjunto de obras que são importantes para a realização da Copa do Pantanal em 2014, mas que também são indispensáveis para a Cuiabá de hoje. Dentre estas são sempre lembradas as obras de maior vulto em detrimento daquelas de pequeno porte, que nem por isso devem ser consideradas menos importantes. Ao contrário, sem a realização destas, é muito provável que as grandes obras não apresentem os resultados esperados e a cidade não funcione adequadamente por ocasião do evento. Talvez sejam sempre adiadas justamente pelo fato de serem obras “mais baratas”, portanto, em tese, mais fáceis de serem viabilizadas a qualquer momento. O fato, entretanto, é que, não sendo realizadas, problemas menores se tornam maiores podendo chegar ao colapso em alguns casos, impondo à população grandes dificuldades em conforto, segurança e qualidade de vida. Das pequenas obras cito algumas que considero as mais importantes para hoje e para a Copa.



     A primeira trata de um retorno na Avenida Miguel Sutil, entre as rótulas do Centro de Convenções e a do Santa Rosa, ficando sua localização precisa dependendo de maiores estudos dos órgãos municipais responsáveis pelo planejamento do trânsito e da cidade. Sua geometria pode suprimir em um trecho as faixas de estacionamento, bem como contar com a faixa de domínio da antiga rodovia perimetral, cedida pelo governo federal à responsabilidade da prefeitura municipal. A existência neste trecho de equipamentos residenciais, comerciais e hospitalares fortemente geradores de tráfego, certamente está entre as razões da sobrecarga da rótula do Santa Rosa e do crônico engarrafamento de veículos no sentido Centro de Convenções - Santa Rosa. Independente de pesquisas, pode-se afirmar que grande parte desse fluxo teria como destino as regiões do CPA, do Coxipó e da UFMT/UNIC e só chegam à rotula do Santa Rosa, à contragosto, por absoluta falta de alternativa. O retorno liberaria parte considerável do tráfego engarrafado, permitindo a volta pela própria Miguel Sutil, sem o sacrifício de ter que se chegar à rótula do Santa Rosa, sobrecarregando-a, para só então fazer o retorno e embicar no rumo originalmente desejado. Uma pequena obra como esta poderia tornar novamente viável aquela importante rótula.
     De forma semelhante pode ser pensado o trecho entre esta mesma rótula do Santa Rosa e a do Círculo Militar. Entre as duas cabe muito bem uma nova rótula, na interseção da Ramiro de Noronha com a Miguel Sutil. Esta nova rótula funcionaria como uma alternativa de retorno, e também como acesso à Avenida Ramiro de Noronha, via de ótimas dimensões para Cuiabá e praticamente ociosa. Articulada com a Thogo Pereira, 8 de Abril e Estevão de Mendonça, pode se transformar em importante via alternativa de distribuição central, em apoio a Avenida do Lavapés, também aliviando a carga da rótula do Santa Rosa. Com essa rótula se ligariam a Miguel Sutil e a Coronel Duarte, no Porto.
     Destaco ainda a pavimentação da via que sai da Rua Marechal Deodoro, bem em frente ao Terminal Rodoviário de Cuiabá, ligando à Rua Tereza Lobo, que também teria sua pavimentação concluída até sua saída na Avenida Miguel Sutil. Funcionaria como um generoso desafogo à Rua Jules Rimet e à chamada rótula da Rodoviária, também em colapso nas horas de pico. Esta obra poderia ser combinada com a construção de um parque urbano histórico-ambiental de 3 hectares, envolvendo a última nascente ainda viva do córrego da Prainha, chamado pelos bororos de Ikuiebô – Córrego das Estrelas, origem de Cuiabá, beneficiando a populosa região do Alvorada e Consil, uma das únicas totalmente desprovidas de área verde na cidade.
(Publicado pelo Diário de Cuiabá em 18/08/2009)

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