"FIRMITAS, UTILITAS et VENUSTAS" (Tríade Vitruviana)



terça-feira, 3 de maio de 2011

MATO GROSSO: ANIVERSÁRIO DE UM CAMPEÃO

José Antonio Lemos dos Santos

     Mês passado foram divulgadas as estimativas sobre o Valor Bruto da Produção (VBP) da agricultura brasileira para o ano de 2011, apontando que neste ano Mato Grosso quebrará a hegemonia do estado de São Paulo como o maior produtor agrícola do Brasil em valores comerciais. Os números são impressionantes. De acordo com as previsões do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) o VBP de Mato Grosso chegará em 2011 a R$ 33,41 bilhões, numa evolução de quase 55% sobre os R$ 21,38 bilhões da produção de 2010. Certamente que este desempenho se deve a fatores conjunturais favoráveis que elevaram as cotações dos principais produtos de Mato Grosso e derrubaram alguns produtos do estado de São Paulo. De uma forma ou de outra, não importa, Mato Grosso encontra-se no topo da produção agrícola nacional, seguido de São Paulo, com R$ 32,99 bilhões, Paraná, com R$ 24,95 bilhões e Rio Grande do Sul com R$ 21,07 bilhões.
     Uma notícia como essa vem a calhar como pano de fundo para a comemoração dos 263 anos da criação de Mato Grosso, no próximo dia 9 de maio. Para chegar a esta posição Mato Grosso teve que se consolidar como maior produtor de algodão, de milho e de soja, que neste ano ultrapassará a barreira das 20 milhões de toneladas. Além disso, é um dos maiores produtores de álcool e de biodiesel, e tem o maior rebanho bovino do país com 28 milhões de cabeças. Não só agrícola, é o maior produtor agropecuário brasileiro. Não é por acaso que é um dos maiores exportadores do país e o saldo em seu balanço no comércio exterior no primeiro trimestre de 2011 responde por 54,39% do saldo da balança comercial brasileira, com 1,7 bilhão de dólares. Um número imenso, que anualizado daria para construir algumas ferrovias ligando Alto Araguaia à Sinop, passando por Rondonópolis, Cuiabá e Lucas, ou duplicar algumas vezes a rodovia no mesmo trajeto. Por ano!
     Isso é Mato Grosso aos 263 anos, mesmo sem ter uma ferrovia penetrando seu território e com suas rodovias federais abandonadas. Mesmo com o gás de seu gasoduto cortado e paralisada a termelétrica que lhe dava confiabilidade energética; mesmo paralisadas as obras de seu principal aeroporto e esquecido o aproveitamento múltiplo de Manso. O maior produtor agropecuário do país só ano passado passou a ter uma unidade de pesquisa da EMBRAPA. E sem uma Base Aérea, apesar de ter 1.100 Km de fronteira e ser uma das principais rotas dos danosos tráficos internacionais que atormentam o país, machucando muito em primeiro lugar os brasileiros de Mato Grosso.
     Desde que foi criado em 1748 por D. João V, Mato Grosso tem participação incisiva na história do país, sempre só no seu isolamento centro-continental. Indo inicialmente do atual Mato Grosso do Sul até ao Acre, Mato Grosso expandiu os limites de Tordesilhas e depois conseguiu a proeza de defender e consolidar todo este imenso território como terras brasileiras, com muita bravura e sacrifícios de seus filhos. A partir do ouro que lhe dá origem, produziu diamantes, borracha, ipecacuanha, carne e agora é o maior produtor do agronegócio brasileiro e um dos maiores do mundo. Comemorar os 263 anos de Mato Grosso é antes de tudo cobrar da União tudo aquilo a que o estado tem direito e, sobretudo, homenagear a grandeza do cidadão trabalhador mato-grossense de todos os tempos e recantos do estado – autônomo, patrão e empregado - aquele que de fato faz o sucesso de Mato Grosso, apesar das dificuldades, do desamparo dos governos e do descaso de seus políticos. O sucesso de Mato Grosso e sua gente é a força de um estado unido e trabalhador, nas dimensões e condições exatas exigidas pelo século XXI. É para ser imitado, aplaudido e apoiado.

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