"FIRMITAS, UTILITAS et VENUSTAS" (Tríade Vitruviana)



terça-feira, 5 de junho de 2012

TRÊS ANOS DE COPA


TRÊS AN      
     José Antonio Lemos dos Santos


     Em fevereiro do ano passado escrevi um artigo denominado Molecagem. Talvez tenha sido o título mais ácido usado nos meus artigos e até a publicação pensei em mudá-lo, mas me convenci de seu acerto. Ressalvada a presidenta Dilma recém empossada, destacava que o título era dirigido a setores de seu governo ainda em fase de montagem, bem como àqueles que deviam representar os interesses de Cuiabá e Mato Grosso em todos os níveis políticos, em especial no federal, e que haviam deixado a situação chegar onde havia chegado.
     Referia-me ao tratamento que o estado vinha recebendo da União nas mais diversas áreas e muito especial quanto às obras de ampliação do Aeroporto Marechal Rondon tendo em vista a preparação de Cuiabá para a Copa do Mundo de 2014 e Copa das Confederações em 2013 então ainda almejada pela cidade. Na oportunidade criticava a notícia do adiamento da entrega do projeto então previsto para setembro de 2011 – já atrasado – para março de 2012, ano em que as obras já deveriam estar concluídas. Entendia ser absurdo o prazo de mais de ano para a elaboração de um projeto de ampliação em terreno conhecido, sendo que só depois do projeto pronto seria possível a licitação das obras, com todas suas previsíveis delongas, em um prazo bastante restrito. Evidente que um atraso desses já mandava para o brejo as legítimas pretensões de Cuiabá quanto à Copa das Confederações em 2013.
     Passados 1 ano e 3 meses a situação piorou. A entrega do projeto que fora adiada para início de março só foi feita no fim do mês. Mais de ano para o projeto! Pior é a notícia que depois desta entrega o projeto “passa por modificações nas partes hidrossanitária e eletrônica”, com nova entrega prevista para junho! A Infraero é uma das maiores e mais bem sucedidas empresas aeroviárias do mundo, e a empresa responsável pelo projeto foi vencedora de uma licitação nacional, portanto, trata-se no mínimo de uma empresa tecnicamente respeitável. Como depois de um ano de elaboração entregar um projeto com problemas “nas partes hidrossanitária e eletrônica”? Será que a Infraero não teve o interesse, o bom-senso ou ao menos a curiosidade de dar uma passadinha na sede da empresa projetista durante esse mais de ano de projeto para saber se tudo ia dentro das especificações? Ou ao menos uma troca de e-mails? Mesmo sendo um projeto prioritário para o país por causa da Copa, preferiram esperar a entrega para só então verificar a possibilidade de algum erro? Por outro lado, será que uma empresa idônea erraria no projeto hidrossanitário de um aeroporto que nem é tão grande assim? Não acredito. Seria um desrespeito às estruturas técnicas das duas empresas.
     Diante de sucessivos atrasos, o artigo do ano passado aventava um clima de sabotagem contra Cuiabá como sede da Copa, e contra a própria presidenta Dilma. E o que pensar hoje? Melhor nem pensar. Fim de maio fez 3 anos da escolha de Cuiabá como sede da Copa do Pantanal e até hoje a Infraero não conseguiu aprontar sequer o projeto da obra! Nas outras sedes a situação está sob controle. Sem aeroporto não tem Copa do Pantanal, nem com a cidade pintada de ouro. Será que é isso que estão querendo fazer com Cuiabá? Na cidade as demais obras da Copa finalmente decolam no rumo do tão esperado legado. Mas se antes a preocupação era garantir esse legado, agora só o legado não basta. Cuiabá quer realizar e realizará com sucesso a Copa do Pantanal em 2014, mesmo contra eventuais más-vontades poderosas. Vergonha não! O aeroporto agora só em 3 turnos e muita determinação. A responsabilidade é todinha da Infraero, que dará conta dela. A cidade ajudará. Mas quem chutará os traseiros que insistem em ser chutados?
(Publicado em 05/06/2012 pelo Diário de Cuiabá, Hipernotícias, Página do Enock)

2 comentários:

  1. Maristella Carvalho5 de junho de 2012 às 11:41

    Que molecagem da Infraero, hein José Antonio? Como dizia meu pai: "Isso é caso de polícia"... naquele tempo que polícia era Polícia, com P maiúsculo. Hoje é tudo farinha do mesmo saco. Em todo caso, só nos resta esperar contra toda esperança...
    Grande abraço
    Maristella

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  2. No mínimo pouco claro "as forças" que asseguram a inércia da INFRAERO....

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