"FIRMITAS, UTILITAS et VENUSTAS" (Tríade Vitruviana)



terça-feira, 7 de janeiro de 2020

ENERGIA DA ESPERANÇA

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                                                                           (g1.globo.com)
José Antonio Lemos dos Santos
     Cá com meus botões estive pensando sobre o quanto é importante nosso calendário trazer o Natal junto às festas de passagem de ano. Fora os acontecimentos que independem das iniciativas pessoais, como um prêmio lotérico ou a perda de um ente querido, um ano que finda sempre suscita avaliações pessoais geralmente baseadas em promessas, metas ou convicções idealizadas, ou mesmo ilusórias, estabelecidas um ano atrás quando de seu início. Como as idealizações em geral não se realizam plenamente, e muito menos as ilusões, os resultados de tais avaliações não são tão felizes quanto o esperado e às vezes até são cruéis, capazes de prejudicar as perspectivas do novo ano que chega impoluto, insípido, incolor e inodoro, novinho em folha, pronto e livre para ser usado como cada um quiser. Daí a importância do Natal estar em data próxima trazendo a lembrança do nascimento do Menino Jesus, Deus feito homem, luz e salvação, aquele que mesmo com todo o seu périplo de sofrimento e morte chegou à vitória redentora. A esperança cristã é o combustível propulsor das viradas de ano. Sem ela cada Revéillon seria pouco mais que um momento avaliatório e o ano novo só mais uma etapa quase burocrática no cronograma da vida.
     “Revéillon” é uma palavra francesa adotada no mundo ocidental para designar as festividades referentes às passagens de um ano para outro. A Internet ensina que significa “acordar”, “reanimar” e viria de uma refeição noturna que os franceses faziam para mantê-los acordados. Felizmente essa palavra não encontrou similar convincente na língua portuguesa e nem foi abrasileirada. Já pensaram como seria comemorar um “reveião”? Jamais teria o mesmo charme.
     2019 para o Brasil e para os brasileiros não foi fácil. Parece ter sido o início de uma travessia dolorosa e ainda inconclusa, mesmo que necessária, de um modelo de governo para outro radicalmente oposto exigindo da cidadania um enorme esforço para mudança de rumo na direção do novo projeto de sociedade escolhido nas eleições de 2018. Para o bem ou para o mal, eis a grande questão que polarizou visceralmente o país colocando em campos opostos não só a classe política, mas toda a população, expondo divergências em sólidas relações profissionais, de amizade e até familiares. E democracia é progredir justo com debate entre as divergências. Em Mato Grosso saudamos enfim a chegada do asfalto da Cuiabá-Santarém ao porto de Miritituba no Pará, o compromisso da Rumo em trazer seus trilhos à Baixada Cuiabana e logo à Nova Mutum, a Ferrogrão, a Fico e o Cuiabá como Bicampeão da Copa Verde. 2020, apesar do recrudescimento dos entreveros no Oriente Médio, já começa bem para o estado com a Centro-Oeste Airport assumindo o Aeroporto Marechal Rondon apostando nas potencialidades logísticas de sua localização estratégica e com foco imediato na implantação de sua primeira linha aérea internacional.
     Será? Ainda cá com meus botões, talvez por isso mesmo o Réveillon seja a única festa anual que acontece duas vezes para cada ano. Uma vez até meia-noite, ainda no ano velho, reverenciando o tempo que passa, agradecendo a Deus o privilégio de tê-lo vivido e fazendo as inevitáveis avaliações positivas e negativas, bons e maus momentos, erros e acertos, bem como as alternativas para correções de curso. Outra vez após a meia-noite, já no ano novo com suas novas esperanças, quando se saúda o novo tempo com juras de novas metas, posturas e convicções idealizadas ou ilusórias que sabiamente nunca serão totalmente realizadas. Por isso a cada início de ano já fica marcada ao seu final uma outra festa para revê-las e consertá-las para o próximo Ano Novo que nos seja dado viver. Feliz 2020!

Um comentário:

  1. Olá professor,
    Sua reflexão foi espetacular, nos resta acreditar que esse mágico momento das reflexões do ano passado e promessas para o ano que chega deveria perdurar pelo ciclo do ano todo e não cair no esquecimento algumas semanas depois.
    Poderíamos ser mais disciplinados e transformar nossas “promessas” em realidade, deixando de ser um sonhador para ser um realizador de sonhos.
    Feliz 2020

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