José Antonio Lemos dos Santos
Vivendo o melhor momento econômico de sua história, a Grande Cuiabá chega a 2012 com a perspectiva de mais um ano forte, cheio de situações extremas, positivas e negativas. Como o ano que passou e os próximos neste seu terceiro grande salto de desenvolvimento, 2012 não será um ano qualquer pois forçará seus dirigentes a decisões ou omissões importantes que marcarão a cidade do futuro, para o bem ou para o mal. Ao cidadão cabe uma participação ativa nesse processo com a crítica consciente do aplauso e da reprovação, do apoio e da cobrança, e, em especial, com a força construtiva de seu voto nas eleições deste ano. Os cuiabanos – dirigentes e cidadãos - que vivem este momento mágico da cidade tem a responsabilidade de otimizar as oportunidades positivas na construção da cidade que receberá a Copa do Pantanal e em 7 anos festejará seu tricentésimo aniversário.
No auspicioso emaranhado de situações que o ano de 2012 trará ao cuiabano, tentaria identificar dois grandes compromissos para o cidadão, dono da cidade. Primeiro, um intransigente acompanhamento ao pacote de obras que a cidade recebe como sede da Copa do Pantanal, e também como pólo de um das regiões mais dinâmicas do planeta. Segundo, as eleições municipais, afinal, elas poderão eleger o prefeito do Tricentenário de Cuiabá. Os dois compromissos se fundem, uma vez que as obras de hoje constroem a cidade da festa dos 300 anos, ela própria seu verdadeiro bolo comemorativo.
Quanto às obras, hoje merecem atenção especial o Aeroporto Marechal Rondon e o VLT. Numa visão otimista restam 2 anos para as obras, mas até agora não vieram a público seus projetos técnicos. A Infraero outro dia apresentou a maquete de um estudo preliminar e a Secopa falou em um “termo de referência” para o VLT. Dada a urgência, nessa cobrança o cidadão vai ter que clamar com a arma do voto em punho a ação dos vereadores, deputados estaduais e federais e senadores. Não tem essa de cada um se esconder em seu quadrado, municipal, estadual ou federal. A cidade é só uma e é obrigação de todos eles. O aeroporto e a mobilidade urbana são projetos imprescindíveis para a Cuiabá do futuro e para a Copa, e têm que estar executados até o final de 2013.
Quanto às eleições, a escolha dos dirigentes municipais na Grande Cuiabá – prefeitos e vereadores - é essencial pois deles dependerá a preparação da cidade para o seu Tricentenário, a mais significativa efeméride cuiabana no século, sua maior festa e maior projeto. O Bom Jesus de Cuiabá deu uma forte mãozinha arranjando a Copa do Pantanal como um poderoso instrumento nessa preparação, em termos de obras e serviços públicos, bem como treinamento e avaliação dos gestores públicos e da própria cidadania. Contando com uma muito provável reeleição, o futuro prefeito será o prefeito do Tricentenário. Mesmo não reeleito, ainda assim será responsável por 4 dos 6 anos após sua posse até 2019. A responsabilidade é grande, tanto dos eleitores como dos partidos na escolha de candidatos a altura dessa honraria.
Melhor. O Tricentenário traz também a possibilidade de Cuiabá livrar-se da desgraça de ser tratada apenas como um trampolim político, balcão eleitoral visando o governo do estado. Quando qualquer processo de planejamento urbano exige um horizonte mínimo de 20 anos, em Cuiabá é de 2, cativo ao calendário eleitoral. Nada interessa além disso. Impossível! Ser o prefeito de Cuiabá no ano do Tricentenário será um laurel político e histórico, mas exigirá a permanência no cargo, abdicando à eleição ao estado de 2018. Daí talvez Cuiabá volte a ter um governante que resgate na prefeitura seus amplos horizontes e busque apenas a honra de bem governar sua cidade.
(Publicado pelo Diário de Cuiabé em 03/01/2012)
José Antonio Lemos dos Santos, arquiteto e urbanista, é professor universitário aposentado . Troféu "João Thimóteo"-1991-IAB/MT/ "Diploma do Mérito IAB 80 Anos"/ Troféu "O Construtor" - Sinduscon MT Ano 2000 / Arquiteto do Ano 2010 pelo CREA-MT/ Comenda do Legislativo Cuiabano 2018/ Ordem do Mérito Cuiabá 300 Anos da Câmara Municipal de Cuiabá 2019.
"FIRMITAS, UTILITAS et VENUSTAS" (Tríade Vitruviana)
terça-feira, 3 de janeiro de 2012
O PREFEITO DO TRICENTENÁRIO
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sábado, 31 de dezembro de 2011
SANTUÁRIO PROFANADO
Mesmo que não se concorde total ou parcialmente com o artigo abaixo, trata-se de um belo e importante texto, principalmente para os arquitetos e urbanistas, que têm no assunto um dos principais e atuais campos de preocupação. As imagens são da internet e foram acrescentadas por mim.
SANTUÁRIO PROFANADO
Luiz Antonio Simas, O Globo
A anunciada intenção do governo do Rio de Janeiro de privatizar o Maracanã é mais um capítulo da febre tecnocrática e desumanizadora que assola nossos governantes.
Marca, lamentavelmente, a supremacia do mercado sobre a cultura — entendida como conjunto de símbolos, projeções, anseios e comportamentos que caracterizam um povo em sua cotidiana tarefa de reinventar a vida. É ela, a cultura, que nos humaniza.
Ferido por reformas que o descaracterizaram, atravessado, feito o padroeiro, por flechas suspeitas, o Maracanã é vítima da mania de modernizar o eterno, profanar o sagrado e tornar provisório, marcado pelas vicissitudes do tempo, o que já transcendeu a esse próprio tempo, o cronológico, e vive no território do mito.
Reformas e privatizações fazem parte, ainda, do contexto mais amplo de elitização do esporte, transformado em grande negócio. O futebol, que começou no Brasil restrito às elites, foi tomado pelo povo e virou a paixão da massa.
Numa macabra volta ao passado, assiste-se agora a uma nova elitização do jogo. Distante do povo, o futebol retorna, sob o manto da gestão empresarial, ao berço aristocrático de onde saiu.
Existem lugares de esquecimento, territórios do efêmero — penso nos shoppings — e lugares de memória, territórios de permanência. Esses últimos são espaços que, sacralizados pelos homens em suas geografias de ritos, antecedem a sua própria criação e parecem estar aí desde a véspera da primeira manhã do mundo.
Exemplifico.
No velho cais da Praça Quinze vivem, consagrados na memória das pedras, os marujos que, liderados por João Cândido, quebraram as chibatas da Marinha na revolta de 1910.
Na materialidade da Pedra do Sal ressoam batuques de sambas e berram os bodes imolados aos deuses que chegaram da África nos porões dos negreiros, acompanhando seu povo. Ali assombra um silêncio que grita o horror do cativeiro em suas noites.
Cada degrau da escadaria da ermida de Nossa Senhora da Penha, a mais carioca das santas, materializa os milagres e a dor de joelhos esfolados em sacrifícios de gratidão aos prodígios da Virgem.
O Maracanã era assim, como a Penha, a pedra e o cais. Nasceu estádio de futebol antes do rio que lhe nomeia; é carioca antes de Estácio de Sá; é de um tempo anterior ao tempo, como se erguido antes que a primeira flecha tupinambá cortasse o céu da Guanabara.
O Maracanã é o Santuário de Bom Jesus de Matosinhos, onde Jeremias e Daniel bailam no ar como Zizinho e Didi bailaram nas quatro linhas. É o terreiro do Opô Afonjá, onde Xangô dançou pelo corpo de Mãe Aninha como Ademir, feito raio, rasgou o campo em direção ao gol. É a primeira ponte do Capibaribe e todas as pontes de São Castilho. É a ciranda de Lia de Itamaracá e a areia da praia onde Lia cantou ciranda, pois ali, na grama verde, um anjo de pernas tortas cirandou um dia.
Isso é cultura, não mensurável pelas regras do deus mercado.
O Maracanã é mais, muito mais, do que tudo isso. É o templo onde oraram e comungaram brasileiros comuns — feito eu, meu pai e meu avô. Sempre juntos, na alegria e na tristeza, na vitória e na derrota, porque aqueles a quem os deuses da bola uniram no cimento das arquibancadas dinheiro nenhum deveria separar.
Luiz Antonio Simas é professor de História
SANTUÁRIO PROFANADO
Luiz Antonio Simas, O Globo
A anunciada intenção do governo do Rio de Janeiro de privatizar o Maracanã é mais um capítulo da febre tecnocrática e desumanizadora que assola nossos governantes.
Marca, lamentavelmente, a supremacia do mercado sobre a cultura — entendida como conjunto de símbolos, projeções, anseios e comportamentos que caracterizam um povo em sua cotidiana tarefa de reinventar a vida. É ela, a cultura, que nos humaniza.
Ferido por reformas que o descaracterizaram, atravessado, feito o padroeiro, por flechas suspeitas, o Maracanã é vítima da mania de modernizar o eterno, profanar o sagrado e tornar provisório, marcado pelas vicissitudes do tempo, o que já transcendeu a esse próprio tempo, o cronológico, e vive no território do mito.
Reformas e privatizações fazem parte, ainda, do contexto mais amplo de elitização do esporte, transformado em grande negócio. O futebol, que começou no Brasil restrito às elites, foi tomado pelo povo e virou a paixão da massa.
Numa macabra volta ao passado, assiste-se agora a uma nova elitização do jogo. Distante do povo, o futebol retorna, sob o manto da gestão empresarial, ao berço aristocrático de onde saiu.
Existem lugares de esquecimento, territórios do efêmero — penso nos shoppings — e lugares de memória, territórios de permanência. Esses últimos são espaços que, sacralizados pelos homens em suas geografias de ritos, antecedem a sua própria criação e parecem estar aí desde a véspera da primeira manhã do mundo.
Exemplifico.
No velho cais da Praça Quinze vivem, consagrados na memória das pedras, os marujos que, liderados por João Cândido, quebraram as chibatas da Marinha na revolta de 1910.
Na materialidade da Pedra do Sal ressoam batuques de sambas e berram os bodes imolados aos deuses que chegaram da África nos porões dos negreiros, acompanhando seu povo. Ali assombra um silêncio que grita o horror do cativeiro em suas noites.
Cada degrau da escadaria da ermida de Nossa Senhora da Penha, a mais carioca das santas, materializa os milagres e a dor de joelhos esfolados em sacrifícios de gratidão aos prodígios da Virgem.
O Maracanã era assim, como a Penha, a pedra e o cais. Nasceu estádio de futebol antes do rio que lhe nomeia; é carioca antes de Estácio de Sá; é de um tempo anterior ao tempo, como se erguido antes que a primeira flecha tupinambá cortasse o céu da Guanabara.
O Maracanã é o Santuário de Bom Jesus de Matosinhos, onde Jeremias e Daniel bailam no ar como Zizinho e Didi bailaram nas quatro linhas. É o terreiro do Opô Afonjá, onde Xangô dançou pelo corpo de Mãe Aninha como Ademir, feito raio, rasgou o campo em direção ao gol. É a primeira ponte do Capibaribe e todas as pontes de São Castilho. É a ciranda de Lia de Itamaracá e a areia da praia onde Lia cantou ciranda, pois ali, na grama verde, um anjo de pernas tortas cirandou um dia.
Isso é cultura, não mensurável pelas regras do deus mercado.
O Maracanã é mais, muito mais, do que tudo isso. É o templo onde oraram e comungaram brasileiros comuns — feito eu, meu pai e meu avô. Sempre juntos, na alegria e na tristeza, na vitória e na derrota, porque aqueles a quem os deuses da bola uniram no cimento das arquibancadas dinheiro nenhum deveria separar.
Luiz Antonio Simas é professor de História
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sexta-feira, 30 de dezembro de 2011
ONU INDICA BRT PARA MOBILIDADE URBANA
Sistema reduz emissões e melhora o transporte coletivo
A Organização das Nações Unidas (ONU) destacou os benefícios obtidos por cidades que implantaram o sistema BRT (Bus Rapid Transit) no seu transporte coletivo pela redução da emissão de gases tóxicos e melhora na eficiência do serviço, fatores que influenciam diretamente na qualidade de vida dos cidadãos.
Os dados apresentados no relatório “Rumo a uma Economia Verde – Caminhos para o Desenvolvimento Sustentável e a Erradicação da Pobreza”, produzido pela ONU, além de ressaltar a alternativa bem sucedida que é o BRT para a mobilidade urbana, aponta a necessidade de os governos apostarem em soluções de mobilidade baseadas em sistemas sustentáveis de transporte.
O documento produzido pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente destaca que Curitiba, primeira cidade do mundo que adotou o BRT, ainda nos anos 1970, houve redução do uso de combustíveis e, consequentemente, 30% a menos na emissão de gases tóxicos. Bogotá, na Colômbia, onde opera o conhecido sistema BRT, Transmilênio, também registrou o declínio de 14% da emissão de gases.
O BRT é um sistema de transporte público de alta capacidade que integra estações, veículos, serviços, vias expressas e sistemas de transportes inteligentes. Hoje, mais de 120 cidades no mundo tem BRT em operação e outras dezenas começam a implementá-lo. O BRT tem custos relativamente baixos e tempo de implementação curto. Ele é conhecido como metrô de superfície.
(Publicado pelo site EMBARQ Brasil http://embarqbrasil.org/ em 02/12/2011)
A Organização das Nações Unidas (ONU) destacou os benefícios obtidos por cidades que implantaram o sistema BRT (Bus Rapid Transit) no seu transporte coletivo pela redução da emissão de gases tóxicos e melhora na eficiência do serviço, fatores que influenciam diretamente na qualidade de vida dos cidadãos.
Os dados apresentados no relatório “Rumo a uma Economia Verde – Caminhos para o Desenvolvimento Sustentável e a Erradicação da Pobreza”, produzido pela ONU, além de ressaltar a alternativa bem sucedida que é o BRT para a mobilidade urbana, aponta a necessidade de os governos apostarem em soluções de mobilidade baseadas em sistemas sustentáveis de transporte.
O documento produzido pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente destaca que Curitiba, primeira cidade do mundo que adotou o BRT, ainda nos anos 1970, houve redução do uso de combustíveis e, consequentemente, 30% a menos na emissão de gases tóxicos. Bogotá, na Colômbia, onde opera o conhecido sistema BRT, Transmilênio, também registrou o declínio de 14% da emissão de gases.
O BRT é um sistema de transporte público de alta capacidade que integra estações, veículos, serviços, vias expressas e sistemas de transportes inteligentes. Hoje, mais de 120 cidades no mundo tem BRT em operação e outras dezenas começam a implementá-lo. O BRT tem custos relativamente baixos e tempo de implementação curto. Ele é conhecido como metrô de superfície.
(Publicado pelo site EMBARQ Brasil http://embarqbrasil.org/ em 02/12/2011)
terça-feira, 27 de dezembro de 2011
NOVO AEROPORTO DE CUIABÁ-VÁRZEA GRANDE
Depois de publicado aqui no blog no início de setembro, agora é oficial, noticiado pelo site da própria Infraero. Veja no link abaixo a nova estação de passageiros do Aeroporto Marechal Rondon.
http://www.youtube.com/watch?v=U7c3IteLZjA&context=C349070cADOEgsToPDskJbipgAFeR1qUsgFV4AmAQU
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terça-feira, 20 de dezembro de 2011
DESCULPAS ESFARRAPADAS
José Antonio Lemos dos Santos
Mentalizava para o Natal um artigo positivo, alvissareiro, quando na quinta-feira o ministro Aloízio Mercadante afirmou que “morrerão pessoas neste verão”, acrescentando, “e nos próximos”, por causa de deslizamentos e inundações nas cidades. Segundo o ministro, o governo não pode evitar, mesmo que funcionasse o Centro de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais – Cemaden, prometido para novembro. Disse que o Brasil está atrasado no mapeamento das áreas de risco, indispensável à operação do sistema de alerta que está sendo montado. A causa desse atraso seria a falta de geólogos para os levantamentos. Segundo ele, nenhum geólogo apareceu no concurso do Cemaden, pois estes profissionais estão absorvidos na mineração e no petróleo, que “paga melhor, imagina subir morro para ver pobre em áreas de deslizamento. Não há como competir.” Injusto, mas sobrou para os geólogos.
O ministro foi no mínimo infeliz. Os desastres de verão que vem acontecendo em nossas cidades nos últimos anos são grandes tragédias urbanas e não “mortes de pessoas”. Por isso, partida de um ministro, esta declaração não pode passar despercebida, como se fosse algum “probleminha” que tivéssemos que aturar durante alguns anos, banalizada como tantos outros dados estatísticos. Estas tragédias vão continuar causando indignação nacional enquanto se repetirem. E o país indignado continuará cobrando de seus dirigentes uma grande ação nacional emergencial no sentido de que não mais se repitam as absurdas tragédias de cada verão, absurdas porque previsíveis. Ninguém aceita.
Como urbanista, me senti ofendido. A Constituição Federal desde 1988 obriga as cidades brasileiras com mais de 20 mil habitantes a terem seu Plano Diretor. Ao longo destes quase 24 anos a grande maioria delas já dispõem deste instrumento que estabelece em suas leis específicas onde pode ou não pode construir. Seria subestimar a ciência do Urbanismo e a capacidade do Urbanismo brasileiro, admitir que os nossos Planos Diretores não partissem dessa avaliação básica. Uma das primeiras providências quando da elaboração do Plano Diretor de Cuiabá em 1990 foi a confecção de uma Carta Geotécnica com a UFMT. Não bastasse a Constituição Federal, o Brasil tem a Lei do Parcelamento Urbano de 1979, que não permite o parcelamento em terrenos alagadiços e sujeitos a inundações ou que tenham sido aterrados com material nocivo à saúde pública, ou com declividade igual ou superior a 30%, ou com condições geológicas desfavoráveis, ou ainda naquelas onde a poluição impeça soluções sanitárias suportáveis. São determinações que podem e devem ser aplicadas a partir dos Planos Diretores, e o prefeito que não cumpri-las deveria ir para a cadeia.
A ação nacional urgente prescinde de grandes sistemas de informações além dos que já subsidiam os Planos Diretores municipais. Eles podem ser aprimorados com o avanço das ações. Por exemplo, o programa “Minha Casa, Minha Vida”, do próprio governo do ministro, construiu este ano com as prefeituras de Cuiabá e Várzea Grande, cerca de 3.700 casas das quais 2.600 foram para casos de risco ou vulnerabilidade. Se isto está acontecendo na Grande Cuiabá, em outras cidades brasileiras deve estar acontecendo o mesmo. Ainda é muito pouco, mas já é considerável e inédito. São vidas protegidas, vidas preservadas, pessoas que não morrerão por deslizamento ou enchentes. O ministro parece ter confundido um projeto de seu ministério com o problema geral. Escolheu um sistema de alerta incompatível com a realidade e a urgência das nossas cidades e agora espera adaptar as cidades ao sistema. Enquanto isso vaticina, “morrerão pessoas” nos próximos verões. Até que o Cemaden funcione. Que Deus nos ajude.
(Publicado no Diário de Cuiabá em 20/12/11)
Mentalizava para o Natal um artigo positivo, alvissareiro, quando na quinta-feira o ministro Aloízio Mercadante afirmou que “morrerão pessoas neste verão”, acrescentando, “e nos próximos”, por causa de deslizamentos e inundações nas cidades. Segundo o ministro, o governo não pode evitar, mesmo que funcionasse o Centro de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais – Cemaden, prometido para novembro. Disse que o Brasil está atrasado no mapeamento das áreas de risco, indispensável à operação do sistema de alerta que está sendo montado. A causa desse atraso seria a falta de geólogos para os levantamentos. Segundo ele, nenhum geólogo apareceu no concurso do Cemaden, pois estes profissionais estão absorvidos na mineração e no petróleo, que “paga melhor, imagina subir morro para ver pobre em áreas de deslizamento. Não há como competir.” Injusto, mas sobrou para os geólogos.
O ministro foi no mínimo infeliz. Os desastres de verão que vem acontecendo em nossas cidades nos últimos anos são grandes tragédias urbanas e não “mortes de pessoas”. Por isso, partida de um ministro, esta declaração não pode passar despercebida, como se fosse algum “probleminha” que tivéssemos que aturar durante alguns anos, banalizada como tantos outros dados estatísticos. Estas tragédias vão continuar causando indignação nacional enquanto se repetirem. E o país indignado continuará cobrando de seus dirigentes uma grande ação nacional emergencial no sentido de que não mais se repitam as absurdas tragédias de cada verão, absurdas porque previsíveis. Ninguém aceita.
Como urbanista, me senti ofendido. A Constituição Federal desde 1988 obriga as cidades brasileiras com mais de 20 mil habitantes a terem seu Plano Diretor. Ao longo destes quase 24 anos a grande maioria delas já dispõem deste instrumento que estabelece em suas leis específicas onde pode ou não pode construir. Seria subestimar a ciência do Urbanismo e a capacidade do Urbanismo brasileiro, admitir que os nossos Planos Diretores não partissem dessa avaliação básica. Uma das primeiras providências quando da elaboração do Plano Diretor de Cuiabá em 1990 foi a confecção de uma Carta Geotécnica com a UFMT. Não bastasse a Constituição Federal, o Brasil tem a Lei do Parcelamento Urbano de 1979, que não permite o parcelamento em terrenos alagadiços e sujeitos a inundações ou que tenham sido aterrados com material nocivo à saúde pública, ou com declividade igual ou superior a 30%, ou com condições geológicas desfavoráveis, ou ainda naquelas onde a poluição impeça soluções sanitárias suportáveis. São determinações que podem e devem ser aplicadas a partir dos Planos Diretores, e o prefeito que não cumpri-las deveria ir para a cadeia.
A ação nacional urgente prescinde de grandes sistemas de informações além dos que já subsidiam os Planos Diretores municipais. Eles podem ser aprimorados com o avanço das ações. Por exemplo, o programa “Minha Casa, Minha Vida”, do próprio governo do ministro, construiu este ano com as prefeituras de Cuiabá e Várzea Grande, cerca de 3.700 casas das quais 2.600 foram para casos de risco ou vulnerabilidade. Se isto está acontecendo na Grande Cuiabá, em outras cidades brasileiras deve estar acontecendo o mesmo. Ainda é muito pouco, mas já é considerável e inédito. São vidas protegidas, vidas preservadas, pessoas que não morrerão por deslizamento ou enchentes. O ministro parece ter confundido um projeto de seu ministério com o problema geral. Escolheu um sistema de alerta incompatível com a realidade e a urgência das nossas cidades e agora espera adaptar as cidades ao sistema. Enquanto isso vaticina, “morrerão pessoas” nos próximos verões. Até que o Cemaden funcione. Que Deus nos ajude.
(Publicado no Diário de Cuiabá em 20/12/11)
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sexta-feira, 16 de dezembro de 2011
ÁLIBI PREVENTIVO PARA TRAGÉDIAS
Veja a notícia abaixo. O ministro deve estar desinformado (certamente não está brincando). A Constituição Federal, portanto desde 1988, obriga todas as cidades brasileiras com mais de 20 mil habitantes a terem seu Plano Diretor. E ao longo destes quase 24 anos a grande maioria delas já dispõem deste instrumento de controle urbano estabelecendo onde pode ou não pode construir. Seria subestimar a inteligência e a capacidade da ciência do Urbanismo em geral, e do Urbanismo brasileiro em particular, admitir que os nossos Planos Diretores não partissem dessa avaliação inicial. Não bastasse a Constituição Federal, o Brasil tem a Lei do Parcelamento Urbano, mais antiga ainda, que vem desde 1979 - 32 anos atrás! - que determina (ainda é vigente) não ser permitido o parcelamento urbano em "terrenos alagadiços e sujeitos à inundações ... em terrenos que tenham sido aterrados com material nocivo à saúde pública ... em terreno com declividade igual ou superior a 30% (trinta por cento) ... em terrenos onde as condições geológicas não aconselham a edificação ... em áreas de preservação ecológica ou naquelas onde a poluição impeça condições sanitárias suportáveis, até a sua correção.". O cumprimento destas determinações legais de 1979, de fácil mapeamento (nem precisa "subir morro para ver pobre em áreas de deslizamento"), já seria mais que suficiente para evitar a grande maioria dessas tragédias urbanas. Um absurdo supor que as cidades brasileiras acima de 20 mil habitantes não tenham regulamentado o uso e a ocupação do seu solo urbano. Com certeza as cidades de porte médio para cima todas tem. O que falta é responsabilidade das autoridades públicas em fazer cumprir o que já está planejado. Como urbanista me considero ofendido tecnicamente com as declarações do ministro. No caso de Cuiabá, uma das primeiras providências na elaboração de seu Plano Diretor , no início da década de 90, foi a confecção da Carta Geotécnica com a UFMT.
Sexta, 16 de dezembro de 2011, 08h20
ALERTA
MINISTRO DIZ QUE "MORRERÃO PESSOAS" DEVIDO ÀS CHUVAS NESTE VERÃO
A principal dificuldade é a falta de geólogos para fazer levantamentos das áreas de risco nos municípios.
O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aloizio Mercadante, afirmou ontem no Senado que o governo não tem como impedir mortes nesta temporada de chuvas por conta de deslizamentos em enchentes. "Morrerão pessoas neste verão. E nos próximos".
Segundo o ministro, o país não terá um sistema capaz de "impedir vítimas" mesmo que o Cemaden (Centro de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais), prometido para novembro, comece a funcionar 24 horas por dia, o que ainda não aconteceu.
"O que nós estamos fazendo é diminuir o impacto dos extremos climáticos que estão se agravando."
Mercadante afirmou que o país está atrasado no mapeamento de áreas sob risco de desastres naturais nos municípios. Essa informação é crucial para que o Cemaden, o centro que o governo está montando para produzir alertas de desastre a tempo de salvar vidas, possa fazer previsões de qualidade.
"Não queremos criar qualquer tipo de ilusão. Não há como impedir especialmente deslizamentos, em que temos entre duas e seis horas para tirar uma comunidade, uma favela, um bairro inteiro. Não temos tradição, não temos estrutura, não temos mobilidade para isso."
A principal dificuldade é a falta de geólogos para fazer levantamentos das áreas de risco nos municípios. De 251 cidades críticas, apenas 56 têm mapeamentos geológicos --e nem todas elas na escala necessária ao trabalho do sistema de alerta. Apenas 35 estão na base de dados do Cemaden hoje.
Mercadante afirmou que nenhum geólogo apareceu no concurso do Cemaden. Segundo ele, esses profissionais são todos absorvidos pelo setor de mineração e petróleo. "Paga melhor, imagina subir morro para ver pobre em áreas de deslizamento. Não há como competir."
Outro problema apontado pelo ministro é a precariedade da Defesa Civil em vários Estados, com exceções como a de Santa Catarina, que melhorou seu sistema depois da tragédia de 2008. "Houve um salto de qualidade, mas a situação da Defesa Civil é muito heterogênea."
Enquanto Mercadante falava no Senado ontem, o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, dizia que o sistema de defesa civil do país está mais preparado do que no passado para evitar mortes.
Ele disse que o governo investiu neste ano R$ 132 milhões em drenagem e R$ 120 milhões em barragens e contenção de encostas, e que realizou simulados de preparação de desastres em 12 cidades.
Bezerra disse, porém, que a preparação não cabe só ao governo federal. "É preciso envolvimento dos governos estaduais, dos municípios e também do Congresso."
MAIS CHUVA
A chuva voltou a causar estragos ontem em Minas Gerais, que registrou alagamentos e desabamentos em Belo Horizonte e região metropolitana.
No Rio Grande do Sul, o dia foi de reparos em São Jerônimo, Triunfo, Fazenda Nova e Caxias do Sul, atingidas por chuva de granizo na quarta.
Em São Paulo, a chuva ocorrida na madrugada de ontem provocou alagamentos, quedas de árvores e problemas em semáforos. Um desabamento de casa deixou quatro pessoas feridas.
(http://www.hipernoticias.com.br/TNX/conteudo.php?cid=7982&sid=171 )
Sexta, 16 de dezembro de 2011, 08h20
ALERTA
MINISTRO DIZ QUE "MORRERÃO PESSOAS" DEVIDO ÀS CHUVAS NESTE VERÃO
A principal dificuldade é a falta de geólogos para fazer levantamentos das áreas de risco nos municípios.
O ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aloizio Mercadante, afirmou ontem no Senado que o governo não tem como impedir mortes nesta temporada de chuvas por conta de deslizamentos em enchentes. "Morrerão pessoas neste verão. E nos próximos".
Segundo o ministro, o país não terá um sistema capaz de "impedir vítimas" mesmo que o Cemaden (Centro de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais), prometido para novembro, comece a funcionar 24 horas por dia, o que ainda não aconteceu.
"O que nós estamos fazendo é diminuir o impacto dos extremos climáticos que estão se agravando."
Mercadante afirmou que o país está atrasado no mapeamento de áreas sob risco de desastres naturais nos municípios. Essa informação é crucial para que o Cemaden, o centro que o governo está montando para produzir alertas de desastre a tempo de salvar vidas, possa fazer previsões de qualidade.
"Não queremos criar qualquer tipo de ilusão. Não há como impedir especialmente deslizamentos, em que temos entre duas e seis horas para tirar uma comunidade, uma favela, um bairro inteiro. Não temos tradição, não temos estrutura, não temos mobilidade para isso."
A principal dificuldade é a falta de geólogos para fazer levantamentos das áreas de risco nos municípios. De 251 cidades críticas, apenas 56 têm mapeamentos geológicos --e nem todas elas na escala necessária ao trabalho do sistema de alerta. Apenas 35 estão na base de dados do Cemaden hoje.
Mercadante afirmou que nenhum geólogo apareceu no concurso do Cemaden. Segundo ele, esses profissionais são todos absorvidos pelo setor de mineração e petróleo. "Paga melhor, imagina subir morro para ver pobre em áreas de deslizamento. Não há como competir."
Outro problema apontado pelo ministro é a precariedade da Defesa Civil em vários Estados, com exceções como a de Santa Catarina, que melhorou seu sistema depois da tragédia de 2008. "Houve um salto de qualidade, mas a situação da Defesa Civil é muito heterogênea."
Enquanto Mercadante falava no Senado ontem, o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, dizia que o sistema de defesa civil do país está mais preparado do que no passado para evitar mortes.
Ele disse que o governo investiu neste ano R$ 132 milhões em drenagem e R$ 120 milhões em barragens e contenção de encostas, e que realizou simulados de preparação de desastres em 12 cidades.
Bezerra disse, porém, que a preparação não cabe só ao governo federal. "É preciso envolvimento dos governos estaduais, dos municípios e também do Congresso."
MAIS CHUVA
A chuva voltou a causar estragos ontem em Minas Gerais, que registrou alagamentos e desabamentos em Belo Horizonte e região metropolitana.
No Rio Grande do Sul, o dia foi de reparos em São Jerônimo, Triunfo, Fazenda Nova e Caxias do Sul, atingidas por chuva de granizo na quarta.
Em São Paulo, a chuva ocorrida na madrugada de ontem provocou alagamentos, quedas de árvores e problemas em semáforos. Um desabamento de casa deixou quatro pessoas feridas.
(http://www.hipernoticias.com.br/TNX/conteudo.php?cid=7982&sid=171 )
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AGORA É HORA DE CONSTRUIR
12 de Dezembro de 2011. No início da noite da sexta-feira, 9 de dezembro, o Juiz Federal Substituto Bruno César Bandeira Apolinário, da 3ª Vara/DF na titularidade, que havia concedido medida cautelar suspendendo a posse do arquiteto Haroldo Pinheiro na presidência do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU-BR) reconsiderou sua decisão.
Atendendo solicitação do Conselho Federal de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Confea), o juiz comunicou ter apreciado e indeferido a impugnação interposta pelo arquiteto Ronaldo Tanimoto Celestino contra o resultado das eleições para os cargos de conselheiro do CAU-BR.
“Subsidiariamente, requer que os efeitos da decisão proferida sejam restringidos ao conselheiro representante do Estado do São Paulo no CAU–BR, unidade da federação pela qual saiu candidato o autor” escreveu o juiz em seu despacho. Dessa forma, é apenas com relação ao cargo de conselheiro federal por São Paulo e seu suplente – para o quais foram eleitos os arquiteto Miguel Pereira (titular), e Daniel Amor (suplente) - que o juiz irá examinar a solicitação.
“É que o requerente Ronald Tanimoto Celestino, sendo candidato ao CAU–BR como representante do Estado de São Paulo, detém legitimidade para se insurgir contra o resultado da eleição ao conselho em tela tão somente no que diz respeito à vaga destinada à representação daquela unidade da federação”, argumentou o juiz.
( http://www.arcoweb.com.br/noticias/haroldo-pinheiro-recupera-presidencia-do-cau-br.html )
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quinta-feira, 15 de dezembro de 2011
NIEMEYER, 104 ANOS
Hoje, 15 de dezembro, Oscar Niemeyer está completando 104 anos, na ativa. Falar sobre o grande mestre é pouco, e desnecessário. O melhor é dar uma espiada no seu site:
http://www.niemeyer.org.br/
terça-feira, 13 de dezembro de 2011
RESORT EM MANSO
Veja no link abaixo uns filmezinhos mostrando o projeto do resort de Manso.
http://vimeo.com/33086298
http://vimeo.com/33086298
UM BALANÇO NA COPA
José Antonio Lemos dos Santos
Um balanço rápido sobre a preparação da Copa do Pantanal e as perspectivas de legado para Cuiabá e o estado, mostra que até agora a grande resposta positiva tem vindo da iniciativa privada. Dentre seus maiores empreendimentos, destacam-se o setor hoteleiro com 15 torres (até o momento) e um sofisticado resort de R$ 63,0 milhões no Lago de Manso, a indústria imobiliária com quase 100 projetos de grande porte, muitos com várias torres, o setor comercial com o Shopping Goiabeiras triplicando sua área, em um investimento de R$ 85,0 milhões e no setor industrial a fábrica de cimento de R$ 390,0 milhões no Aguaçu. Trata-se de um considerável aporte de recursos em um curto prazo. Viriam nesse volume sem a Copa? Acho que não tão cedo. E seria mais com alguma campanha oficial externa para atração de investimentos.
Entretanto, a situação é alarmante quanto às intervenções de responsabilidade dos governos. Bem verdade que existem pontos positivos, como o andamento das obras da Arena Multiuso, o recapeamento asfáltico da cidade e a duplicação da ponte e avenida Mário Andreazza. Porém é quase só e chega ao absurdo quanto ao aeroporto e a mobilidade urbana. Com a Arena, são os três projetos fundamentais para a Copa acontecer. Até hoje a Infraero não apresentou o projeto básico da nova estação, prometido primeiro para junho, depois para setembro, depois para dezembro e agora para março do ano que vem. Seria fruto do pouco caso com que a Infraero sempre tratou Cuiabá ou o atraso na conclusão do projeto do VLT estaria atrasando a Infraero? Como a data da Copa não muda, creio que o aeroporto chegou ao limite de alerta máximo, mesmo considerando a obra em três turnos.
Quanto à mobilidade, depende muito da conclusão do projeto do VLT que também não veio à luz até agora. Já manifestei minha curiosidade técnica pela solução da integração de mais de 40 mil passageiros na Prainha sem as desapropriações no Morro da Luz. A conclusão do projeto do novo modal é também determinante para a geometria das avenidas por onde passa, que são as vias estruturais da cidade, logo, as mais importantes no contexto da mobilidade. Já as demais vias estruturais fora do trajeto do VLT chegaram a ter suas licitações suspensas pelo DNIT por motivos risíveis que mais pareciam desculpas para não fazer. Felizmente o bom senso prevaleceu e o governador assinou na semana passada um convênio de R$ 165,0 milhões com o órgão federal para as obras. Ainda bem, mesmo que o cronograma de obras tenha sido empurrado desnecessariamente para os limites da viabilidade construtiva, considerado um regime de três turnos. Ainda assim, viva!
O Dutrinha é emblemático neste quadro. Desde a demolição do Verdão foi prometida sua adaptação para voltar a ser provisoriamente o único estádio da Grande Cuiabá nas competições estaduais e nacionais. Pois bem, passaram os campeonatos do ano e o Cuiabá, sozinho, classificou-se brilhantemente para série “C” mas ainda não tem onde jogar. Pintaram os muros, derrubaram a única árvore lá existente e a prefeitura comprou o estádio como condição legal para os investimentos do estado. Porém nada de adaptação de fato. Parece que na preparação da festa máxima do futebol mundial, o futebol local foi esquecido.
São gigantes os desafios que Mato Grosso e o Brasil assumiram ao pleitearem a Copa. Sem abrir mão das críticas, resta torcer para que se realize no tempo que sobra o máximo que a Copa oportunizou, de forma limpa, bem feita e pensando no legado para o povo. No mais, a Copa expõe ao próprio país e ao mundo as entranhas de uma estrutura político-administrativa enrolada, perdulária e incompetente, que precisa ser totalmente reconstruída. Este, o maior legado até agora.
(Publicado pelo Diário de Cuiabá em 13/12/2011)
Um balanço rápido sobre a preparação da Copa do Pantanal e as perspectivas de legado para Cuiabá e o estado, mostra que até agora a grande resposta positiva tem vindo da iniciativa privada. Dentre seus maiores empreendimentos, destacam-se o setor hoteleiro com 15 torres (até o momento) e um sofisticado resort de R$ 63,0 milhões no Lago de Manso, a indústria imobiliária com quase 100 projetos de grande porte, muitos com várias torres, o setor comercial com o Shopping Goiabeiras triplicando sua área, em um investimento de R$ 85,0 milhões e no setor industrial a fábrica de cimento de R$ 390,0 milhões no Aguaçu. Trata-se de um considerável aporte de recursos em um curto prazo. Viriam nesse volume sem a Copa? Acho que não tão cedo. E seria mais com alguma campanha oficial externa para atração de investimentos.
Entretanto, a situação é alarmante quanto às intervenções de responsabilidade dos governos. Bem verdade que existem pontos positivos, como o andamento das obras da Arena Multiuso, o recapeamento asfáltico da cidade e a duplicação da ponte e avenida Mário Andreazza. Porém é quase só e chega ao absurdo quanto ao aeroporto e a mobilidade urbana. Com a Arena, são os três projetos fundamentais para a Copa acontecer. Até hoje a Infraero não apresentou o projeto básico da nova estação, prometido primeiro para junho, depois para setembro, depois para dezembro e agora para março do ano que vem. Seria fruto do pouco caso com que a Infraero sempre tratou Cuiabá ou o atraso na conclusão do projeto do VLT estaria atrasando a Infraero? Como a data da Copa não muda, creio que o aeroporto chegou ao limite de alerta máximo, mesmo considerando a obra em três turnos.
Quanto à mobilidade, depende muito da conclusão do projeto do VLT que também não veio à luz até agora. Já manifestei minha curiosidade técnica pela solução da integração de mais de 40 mil passageiros na Prainha sem as desapropriações no Morro da Luz. A conclusão do projeto do novo modal é também determinante para a geometria das avenidas por onde passa, que são as vias estruturais da cidade, logo, as mais importantes no contexto da mobilidade. Já as demais vias estruturais fora do trajeto do VLT chegaram a ter suas licitações suspensas pelo DNIT por motivos risíveis que mais pareciam desculpas para não fazer. Felizmente o bom senso prevaleceu e o governador assinou na semana passada um convênio de R$ 165,0 milhões com o órgão federal para as obras. Ainda bem, mesmo que o cronograma de obras tenha sido empurrado desnecessariamente para os limites da viabilidade construtiva, considerado um regime de três turnos. Ainda assim, viva!
O Dutrinha é emblemático neste quadro. Desde a demolição do Verdão foi prometida sua adaptação para voltar a ser provisoriamente o único estádio da Grande Cuiabá nas competições estaduais e nacionais. Pois bem, passaram os campeonatos do ano e o Cuiabá, sozinho, classificou-se brilhantemente para série “C” mas ainda não tem onde jogar. Pintaram os muros, derrubaram a única árvore lá existente e a prefeitura comprou o estádio como condição legal para os investimentos do estado. Porém nada de adaptação de fato. Parece que na preparação da festa máxima do futebol mundial, o futebol local foi esquecido.
São gigantes os desafios que Mato Grosso e o Brasil assumiram ao pleitearem a Copa. Sem abrir mão das críticas, resta torcer para que se realize no tempo que sobra o máximo que a Copa oportunizou, de forma limpa, bem feita e pensando no legado para o povo. No mais, a Copa expõe ao próprio país e ao mundo as entranhas de uma estrutura político-administrativa enrolada, perdulária e incompetente, que precisa ser totalmente reconstruída. Este, o maior legado até agora.
(Publicado pelo Diário de Cuiabá em 13/12/2011)
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
JOAQUIM MURTINHO
José Antonio Lemos dos Santos
A cidade é um centro de produção, mas sua produção vai além da economia, extrapola os bens e serviços e seu principal produto é a sua gente. A qualidade de seu povo é a melhor medida do sucesso de uma cidade. Já foi assim e devia continuar sendo. As cidades devem lembrar seus vultos como exemplos para reproduzi-los em todas as áreas do desenvolvimento humano. Nos meus tempos de escola primária, do “grupo” escolar, estudávamos suas vidas aprendendo a respeitá-los, e através deles aprendemos a respeitar ainda mais nossa gente.
Amanhã, 7 de dezembro, devíamos lembrar Joaquim Murtinho, nascido em Cuiabá em 1848. Foi engenheiro civil e médico homeopata, professor da Escola Politécnica, Deputado Federal, Senador, Ministro da Viação e da Fazenda. Para Rubens de Mendonça, foi o maior estadista e financista brasileiro no período republicano. Alguns hoje só o conhecem como nome de escolas ou ruas, aqui, no Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Campo Grande, ou ainda como nome de cidades em Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. Seu prestígio era tal que certa vez Dom Pedro II, Imperador do Brasil, tido como um dos governantes brasileiros mais cultos, assistindo a uma palestra dele sobre homeopatia, quis questioná-lo, recebendo em troca a sugestão de que quando "tivesse ímpetos de assistir a uma defesa de tese que Sua Majestade não entenda, deixe-se ficar em casa e leia uma página de Spencer".
Mudaram os tempos e mudaram muito as relações de respeito entre a autoridade política e a autoridade técnica. Hoje qualquer político ou preposto de quinto escalão ou menos acha que pode desprezar o especialista enquanto ele próprio propõe sobre questões técnicas que não entende, como a preparação de nossas cidades para a Copa. Depois quer que o especialista se responsabilize tecnicamente pelas decisões, chegando até a forçar mudanças de pareceres em função dos interesses da hora. Imagine se não fosse a República e tivéssemos imperadores. Felizmente, os bons técnicos, como Murtinho, ainda insistem em existir, convictos da importância de sua responsabilidade social como portadores do conhecimento científico e do domínio tecnológico.
Pioneiro da homeopatia no Brasil foi, porém, como Ministro da Fazenda que Murtinho ficou na história. Lembro Joelmir Betting em artigo de 1984 na Folha de São Paulo: “O saneamento da moeda nacional começou com a presença mágica do ministro Joaquim Murtinho (a partir de 1899). Murtinho só não é apostila nas escolas de economia do mundo ocidental porque nasceu no Brasil, teorizou no Brasil, e não em algum reduto da aristocracia acadêmica nos dois lados do Atlântico Norte.”
Diz mais: “Mal empossado no cargo de chanceler do Tesouro, que ele chamava de “monarca dos entulhos”, Joaquim Murtinho disparou um vigoroso “pacote” econômico, politicamente atrevido: a palavra de ordem era a de acabar, em rito sumário, com a especulação financeira do setor bancário”, e segue, “Murtinho entendia que o Brasil da virada do século não podia tolerar uma economia meramente escritural, era preciso promover o refluxo da poupança nacional do mercado de papéis e de divisas para o mercado de produtos e de serviços.” A inflação foi quase a zero gerando o “pânico bancário” de 1900, com o sistema financeiro “experimentando uma quebradeira em cascata”, diz Betting.
Aprendi com meu pai, que foi bancário orgulhoso em sê-lo, a reconhecer o valor dos bancos, mas, amargando seus juros, suas portas giratórias, e o número crescente de taxas exorbitantes, concluo esta homenagem ainda com Betting: “O “czar” Murtinho lavou as mãos enluvadas: que se quebrem todas as casas bancárias, desde que se salvem todas as fábricas, empórios e fazendas...”. Dá para esquecer?
(Publicado pelo Diário de Cuiabá em 06/12/2011)
A cidade é um centro de produção, mas sua produção vai além da economia, extrapola os bens e serviços e seu principal produto é a sua gente. A qualidade de seu povo é a melhor medida do sucesso de uma cidade. Já foi assim e devia continuar sendo. As cidades devem lembrar seus vultos como exemplos para reproduzi-los em todas as áreas do desenvolvimento humano. Nos meus tempos de escola primária, do “grupo” escolar, estudávamos suas vidas aprendendo a respeitá-los, e através deles aprendemos a respeitar ainda mais nossa gente.
Amanhã, 7 de dezembro, devíamos lembrar Joaquim Murtinho, nascido em Cuiabá em 1848. Foi engenheiro civil e médico homeopata, professor da Escola Politécnica, Deputado Federal, Senador, Ministro da Viação e da Fazenda. Para Rubens de Mendonça, foi o maior estadista e financista brasileiro no período republicano. Alguns hoje só o conhecem como nome de escolas ou ruas, aqui, no Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Campo Grande, ou ainda como nome de cidades em Mato Grosso do Sul e Minas Gerais. Seu prestígio era tal que certa vez Dom Pedro II, Imperador do Brasil, tido como um dos governantes brasileiros mais cultos, assistindo a uma palestra dele sobre homeopatia, quis questioná-lo, recebendo em troca a sugestão de que quando "tivesse ímpetos de assistir a uma defesa de tese que Sua Majestade não entenda, deixe-se ficar em casa e leia uma página de Spencer".
Mudaram os tempos e mudaram muito as relações de respeito entre a autoridade política e a autoridade técnica. Hoje qualquer político ou preposto de quinto escalão ou menos acha que pode desprezar o especialista enquanto ele próprio propõe sobre questões técnicas que não entende, como a preparação de nossas cidades para a Copa. Depois quer que o especialista se responsabilize tecnicamente pelas decisões, chegando até a forçar mudanças de pareceres em função dos interesses da hora. Imagine se não fosse a República e tivéssemos imperadores. Felizmente, os bons técnicos, como Murtinho, ainda insistem em existir, convictos da importância de sua responsabilidade social como portadores do conhecimento científico e do domínio tecnológico.
Pioneiro da homeopatia no Brasil foi, porém, como Ministro da Fazenda que Murtinho ficou na história. Lembro Joelmir Betting em artigo de 1984 na Folha de São Paulo: “O saneamento da moeda nacional começou com a presença mágica do ministro Joaquim Murtinho (a partir de 1899). Murtinho só não é apostila nas escolas de economia do mundo ocidental porque nasceu no Brasil, teorizou no Brasil, e não em algum reduto da aristocracia acadêmica nos dois lados do Atlântico Norte.”
Diz mais: “Mal empossado no cargo de chanceler do Tesouro, que ele chamava de “monarca dos entulhos”, Joaquim Murtinho disparou um vigoroso “pacote” econômico, politicamente atrevido: a palavra de ordem era a de acabar, em rito sumário, com a especulação financeira do setor bancário”, e segue, “Murtinho entendia que o Brasil da virada do século não podia tolerar uma economia meramente escritural, era preciso promover o refluxo da poupança nacional do mercado de papéis e de divisas para o mercado de produtos e de serviços.” A inflação foi quase a zero gerando o “pânico bancário” de 1900, com o sistema financeiro “experimentando uma quebradeira em cascata”, diz Betting.
Aprendi com meu pai, que foi bancário orgulhoso em sê-lo, a reconhecer o valor dos bancos, mas, amargando seus juros, suas portas giratórias, e o número crescente de taxas exorbitantes, concluo esta homenagem ainda com Betting: “O “czar” Murtinho lavou as mãos enluvadas: que se quebrem todas as casas bancárias, desde que se salvem todas as fábricas, empórios e fazendas...”. Dá para esquecer?
(Publicado pelo Diário de Cuiabá em 06/12/2011)
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domingo, 4 de dezembro de 2011
Palacete do Presidente em Cuiabá
Barão ocupa palacete como presidente da Província de MT
Romilson Dourado
O brigadeiro Manoel de Almeida Gama Lobo, o Barão de Batovi, esteve à frente do Palacete do Presidente (da Província) por 16 meses, de maio de 1884 a outubro de 1885. O palacete fica à rua Pedro Celestino com a Cândido Mariano, no centro de Cuiabá. A imagem acima pertence ao acervo do fotógrafo Eurípedes Andreatto, o Nenê. No Museu da Imagem e do Som de Cuiabá existe apenas uma cópia do negativo dessa imagem em papel 50X60 cm. Barão de Batovi foi militar e político. Participou da Guerra do Paraguai e foi presidente da província de Mato Grosso, nomeado por carta imperial. Lutou nas guerras do Sul, na Campanha contra Rosas, na luta contra Aguirre e na Guerra da Tríplice Aliança. Em 1891, já na República, foi graduado no posto de Marechal de Campo. Ele se envolveu na Revolução Federalista e, por conta disso, foi preso e sumariamente fuzilado a mando do então presidente e antigo amigo Floriano Peixoto, na Fortaleza de Anhatomirim.
http://www.rdnews.com.br/blog/post/barao-ocupa-palacete-como-presidente-da-provincia-de-mt--2
Romilson Dourado
O brigadeiro Manoel de Almeida Gama Lobo, o Barão de Batovi, esteve à frente do Palacete do Presidente (da Província) por 16 meses, de maio de 1884 a outubro de 1885. O palacete fica à rua Pedro Celestino com a Cândido Mariano, no centro de Cuiabá. A imagem acima pertence ao acervo do fotógrafo Eurípedes Andreatto, o Nenê. No Museu da Imagem e do Som de Cuiabá existe apenas uma cópia do negativo dessa imagem em papel 50X60 cm. Barão de Batovi foi militar e político. Participou da Guerra do Paraguai e foi presidente da província de Mato Grosso, nomeado por carta imperial. Lutou nas guerras do Sul, na Campanha contra Rosas, na luta contra Aguirre e na Guerra da Tríplice Aliança. Em 1891, já na República, foi graduado no posto de Marechal de Campo. Ele se envolveu na Revolução Federalista e, por conta disso, foi preso e sumariamente fuzilado a mando do então presidente e antigo amigo Floriano Peixoto, na Fortaleza de Anhatomirim.
http://www.rdnews.com.br/blog/post/barao-ocupa-palacete-como-presidente-da-provincia-de-mt--2
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COPA: RESORT EM MANSO
03/12/2011 - 21:35
Olhar Direto
Grupo investe R$ 63 mi e cria 800 empregos em mega empreendimento
Da Redação - Lucas Bólico
Foto: Reprodução
Um pequeno conglomerado de empresas investirá R$ 63 milhões em um mega empreendimento turístico localizado às margens do Lago de Manso. A estimativa é que a obra do Maluí Manso Hotel Iate Golf & Resort gere pelo menos 800 empregos, distribuídos entre operários da construção e o corpo de funcionários que trabalhará diariamente no local em funcionamento.
De acordo com Jair Serratel Nogueira, um dos sócios do empreendimento, as obras se iniciam já na próxima segunda-feira (5), com a meta de que a inauguração aconteça antes da Copa do Mundo de 2014. O empreendimento deverá abrir as portas no dia 1º de maio de 2014.
Entre 30% e 40% do quadro de funcionários deverá ser preenchido com mato-grossenses. A dificuldade maior tem sido é encontrar mão de obra qualificada para lidar com turistas de diferentes cantos do mundo. Para isso, os empresários irão qualificar, em parceria com o Sebrae e a Prefeitura de Chapada, o maior número de pessoas possível.
A mega obra será construída em uma área de 117 hectares. No total, será construído um hotel com 244 leitos, sendo 148 apartamentos e 92 bangalôs, um centro de eventos com capacidade para mil pessoas, SPA, piscinas com lâmina d’água de três mil metros quadrados, quadras poliesportivas de tênis, campo oficial para futebol, marina, porto para atracar embarcações à beira do resort, campo de golfe com nove buracos e três restaurantes.
O empreendimento cinco estrelas terá um sistema de comercialização pouco utilizado no Brasil, mas muito comum nos Estados Unidos. Será aplicado o Sistema Fracionado de Compra de Imóvel, no qual cada apartamento ou bangalô poderá ser escriturado por até 13 proprietários, que terão direito a passar quatro semanas do ano em férias no local pelo resto da vida.
Os preços variam entre R$ 34 mil e R$ 72 mil, que podem ser divididos em até 60 meses. Os preços variam de acordo com o nível do quarto ou bangalô adquirido. Mas além do lazer e das férias familiares, o Maluí também será palco de negócios.
“Terá um centro de eventos, que poderá ser usado em diferentes eventos corporativos. O espaço também poderá ser utilizado para leilões de gado. Hoje os leilões não tem muita opção, a não ser em feiras”, afirma Jair Serratel Nogueira.
O grupo responsável pela obra é composto por Jair Serratel Nogueira, as empresas Teixeira Holzmann, Euro Consultoria, Bongiolo e TBA Blairo Maggi.
Olhar Direto
Grupo investe R$ 63 mi e cria 800 empregos em mega empreendimento
Da Redação - Lucas Bólico
Foto: Reprodução
Um pequeno conglomerado de empresas investirá R$ 63 milhões em um mega empreendimento turístico localizado às margens do Lago de Manso. A estimativa é que a obra do Maluí Manso Hotel Iate Golf & Resort gere pelo menos 800 empregos, distribuídos entre operários da construção e o corpo de funcionários que trabalhará diariamente no local em funcionamento.
De acordo com Jair Serratel Nogueira, um dos sócios do empreendimento, as obras se iniciam já na próxima segunda-feira (5), com a meta de que a inauguração aconteça antes da Copa do Mundo de 2014. O empreendimento deverá abrir as portas no dia 1º de maio de 2014.
Entre 30% e 40% do quadro de funcionários deverá ser preenchido com mato-grossenses. A dificuldade maior tem sido é encontrar mão de obra qualificada para lidar com turistas de diferentes cantos do mundo. Para isso, os empresários irão qualificar, em parceria com o Sebrae e a Prefeitura de Chapada, o maior número de pessoas possível.
A mega obra será construída em uma área de 117 hectares. No total, será construído um hotel com 244 leitos, sendo 148 apartamentos e 92 bangalôs, um centro de eventos com capacidade para mil pessoas, SPA, piscinas com lâmina d’água de três mil metros quadrados, quadras poliesportivas de tênis, campo oficial para futebol, marina, porto para atracar embarcações à beira do resort, campo de golfe com nove buracos e três restaurantes.
O empreendimento cinco estrelas terá um sistema de comercialização pouco utilizado no Brasil, mas muito comum nos Estados Unidos. Será aplicado o Sistema Fracionado de Compra de Imóvel, no qual cada apartamento ou bangalô poderá ser escriturado por até 13 proprietários, que terão direito a passar quatro semanas do ano em férias no local pelo resto da vida.
Os preços variam entre R$ 34 mil e R$ 72 mil, que podem ser divididos em até 60 meses. Os preços variam de acordo com o nível do quarto ou bangalô adquirido. Mas além do lazer e das férias familiares, o Maluí também será palco de negócios.
“Terá um centro de eventos, que poderá ser usado em diferentes eventos corporativos. O espaço também poderá ser utilizado para leilões de gado. Hoje os leilões não tem muita opção, a não ser em feiras”, afirma Jair Serratel Nogueira.
O grupo responsável pela obra é composto por Jair Serratel Nogueira, as empresas Teixeira Holzmann, Euro Consultoria, Bongiolo e TBA Blairo Maggi.
sábado, 3 de dezembro de 2011
CULTURA EM UM SITE
Tenha em apenas no link abaixo (basta clicar nele) uma visão geral das artes e da cultura em geral em todos os tempos:
http://www.sabercultural.com/
Para facilitar o acesso a qualquer tempo, o link permanecerá aqui no Blog do José Lemos, na Coluna à direita, na Seção "Sites de Interesse".
http://www.sabercultural.com/
Para facilitar o acesso a qualquer tempo, o link permanecerá aqui no Blog do José Lemos, na Coluna à direita, na Seção "Sites de Interesse".
terça-feira, 29 de novembro de 2011
DIVISÃO PARA QUEM? III
José Antonio Lemos dos Santos
A posição contra novas divisões territoriais no Brasil, sobretudo em Mato Grosso, mostrada em artigos anteriores, parte da idéia de que um país que paga em média quase que 40% de tudo o que produz só para sustentar suas incompetentes e perdulárias estruturas políticas e administrativas, não poderia sequer pensar em mais governos e mais políticos. Mas é isso o que quer a classe política em geral por trás dos vários projetos de divisão que circulam pelo Brasil, cujos principais argumentos comento esticando o assunto em mais este artigo.
Ao contrário das conversas divisionistas, a situação de desamparo e abandono de muitos brasileiros e mato-grossenses, nada tem a ver com suas distâncias geométricas ou geográficas de suas capitais. No caso específico de Mato Grosso, o desenvolvimento e a exclusão estão presentes lado a lado em todo estado. Há pobreza e exclusão em bairros da capital tanto quanto em Vila Rica ou Juína. Ou até pior. Municípios da chamada Baixada Cuiabana estão entre os mais pobres e carentes do estado. Querem forçar a criação de novas pirâmides de cargos através da enganosa idéia de que o abandono é causado pela distância e que só existe nas regiões que pretendem dividir. Nada mais falso. A exclusão está em todos os lugares e é um dos maiores problemas de Mato Grosso e do Brasil. Ao contrário, este quadro desequilibrado e injusto impõe a aplicação dos recursos públicos diretamente na melhoria da qualidade de vida dos cidadãos (escolas, estradas, hospitais, etc.), ao invés de torrá-los em novas e dispendiosas estruturas estaduais.
Os divisionistas alegam ainda que os estados menores são mais desenvolvidos. Nesse ponto, Mato Grosso dá show de desenvolvimento em relação aos estados brasileiros de menores dimensões. Aliás, existem estados historicamente importantes no Brasil, bem menores que Mato Grosso que não viabilizam sequer a própria subsistência. Basta aplicar a fórmula desenvolvida no IPEA para cálculo do custo mínimo de manutenção de um estado. Ainda referente às dimensões, os divisionistas gostam de citar o tamanho dos estados americanos, mas não explicam que a divisão territorial americana aconteceu séculos atrás, nos tempos das diligências, das comunicações por fumaça e estafetas a galope.
Contudo, a maior das falácias divisionistas é atribuir o atual desenvolvimento de Mato Grosso e do Tocantins ao processo de divisão territorial que lhes deu origem. Na verdade o desenvolvimento dessas regiões começou bem antes de serem divididos, ainda na década de 50 com a política federal da integração nacional, expressa na Marcha para o Oeste e a construção de Brasília, seguido por uma forte política de investimentos na década de 70 com os Programas Especiais de Desenvolvimento tipo Prodepan, Polocentro, Polamazônia e Polonoroeste. Tais programas significaram apoio direto à economia que se instalava nessas regiões, com linhas especiais de financiamento, infra-estrutura de energia, de transporte e reforço às estruturas urbanas. Quando os estados foram divididos já se encontravam em franco desenvolvimento, a partir de uma base de infra-estrutura suficiente para que o processo deslanchasse, fruto de um trabalho anterior de planejamento e execução competente levado a cabo pela Sudeco, hoje injustamente esquecido.
As falácias são mentiras de pernas menos curtas. Mas só vão um pouquinho mais longe que as mentiras. Em pleno século XXI, na era do avião a jato, asfalto, comunicações via satélite, internet, Mato Grosso tem a dimensão territorial exata para o sucesso. Líder nacional no agronegócio, ainda com muito, muito mesmo a corrigir, Mato Grosso é a prova de que o Brasil não precisa de redivisões, com mais governos e mais políticos. Mato Grosso é para ser imitado, e não dividido.
(Publicado pelo Diário de Cuiabá em 29/11/11)
A posição contra novas divisões territoriais no Brasil, sobretudo em Mato Grosso, mostrada em artigos anteriores, parte da idéia de que um país que paga em média quase que 40% de tudo o que produz só para sustentar suas incompetentes e perdulárias estruturas políticas e administrativas, não poderia sequer pensar em mais governos e mais políticos. Mas é isso o que quer a classe política em geral por trás dos vários projetos de divisão que circulam pelo Brasil, cujos principais argumentos comento esticando o assunto em mais este artigo.
Ao contrário das conversas divisionistas, a situação de desamparo e abandono de muitos brasileiros e mato-grossenses, nada tem a ver com suas distâncias geométricas ou geográficas de suas capitais. No caso específico de Mato Grosso, o desenvolvimento e a exclusão estão presentes lado a lado em todo estado. Há pobreza e exclusão em bairros da capital tanto quanto em Vila Rica ou Juína. Ou até pior. Municípios da chamada Baixada Cuiabana estão entre os mais pobres e carentes do estado. Querem forçar a criação de novas pirâmides de cargos através da enganosa idéia de que o abandono é causado pela distância e que só existe nas regiões que pretendem dividir. Nada mais falso. A exclusão está em todos os lugares e é um dos maiores problemas de Mato Grosso e do Brasil. Ao contrário, este quadro desequilibrado e injusto impõe a aplicação dos recursos públicos diretamente na melhoria da qualidade de vida dos cidadãos (escolas, estradas, hospitais, etc.), ao invés de torrá-los em novas e dispendiosas estruturas estaduais.
Os divisionistas alegam ainda que os estados menores são mais desenvolvidos. Nesse ponto, Mato Grosso dá show de desenvolvimento em relação aos estados brasileiros de menores dimensões. Aliás, existem estados historicamente importantes no Brasil, bem menores que Mato Grosso que não viabilizam sequer a própria subsistência. Basta aplicar a fórmula desenvolvida no IPEA para cálculo do custo mínimo de manutenção de um estado. Ainda referente às dimensões, os divisionistas gostam de citar o tamanho dos estados americanos, mas não explicam que a divisão territorial americana aconteceu séculos atrás, nos tempos das diligências, das comunicações por fumaça e estafetas a galope.
Contudo, a maior das falácias divisionistas é atribuir o atual desenvolvimento de Mato Grosso e do Tocantins ao processo de divisão territorial que lhes deu origem. Na verdade o desenvolvimento dessas regiões começou bem antes de serem divididos, ainda na década de 50 com a política federal da integração nacional, expressa na Marcha para o Oeste e a construção de Brasília, seguido por uma forte política de investimentos na década de 70 com os Programas Especiais de Desenvolvimento tipo Prodepan, Polocentro, Polamazônia e Polonoroeste. Tais programas significaram apoio direto à economia que se instalava nessas regiões, com linhas especiais de financiamento, infra-estrutura de energia, de transporte e reforço às estruturas urbanas. Quando os estados foram divididos já se encontravam em franco desenvolvimento, a partir de uma base de infra-estrutura suficiente para que o processo deslanchasse, fruto de um trabalho anterior de planejamento e execução competente levado a cabo pela Sudeco, hoje injustamente esquecido.
As falácias são mentiras de pernas menos curtas. Mas só vão um pouquinho mais longe que as mentiras. Em pleno século XXI, na era do avião a jato, asfalto, comunicações via satélite, internet, Mato Grosso tem a dimensão territorial exata para o sucesso. Líder nacional no agronegócio, ainda com muito, muito mesmo a corrigir, Mato Grosso é a prova de que o Brasil não precisa de redivisões, com mais governos e mais políticos. Mato Grosso é para ser imitado, e não dividido.
(Publicado pelo Diário de Cuiabá em 29/11/11)
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Tocantins,
Vila Rica
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
BRT DO RIO
Veja no link abaixo o projeto do BRT no Rio de Janeiro, chamado "Trajeto Transcarioca".
http://www.youtube.com/watch?v=Ci92FEtol6w&feature=email
http://www.youtube.com/watch?v=Ci92FEtol6w&feature=email
domingo, 27 de novembro de 2011
MUSEU DO AMANHÃ
Veja no link abaixo, ou na seção "VISITAS DE ARQUITETURA" (a 15a. na coluna à direita) a maquete eletrônica do MUSEU DO AMANHÃ, projeto de Santiago Calatrava para o Rio de Janeiro.
http://www.youtube.com/watch?v=TwZ_YaLSzrU&feature=fvsr
E aí? Algum comentário?
http://www.youtube.com/watch?v=TwZ_YaLSzrU&feature=fvsr
E aí? Algum comentário?
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
LIVRO SOBRE TECNOLOGIA INDÍGENA GANHA PRÊMIO NACIONAL
25º Prêmio Design Museu da Casa Brasileira
Ganhar um prêmio é sempre bom, mas tem um gosto especial quando a distinção acontece além das divisas do Estado onde o trabalho foi produzido. Foi o que aconteceu com o livro “Tecnologia indígena em Mato Grosso: habitação”, do arquiteto José Afonso Botura Portocarrero. Lançado há um ano pela Entrelinhas Editora, com apoio do Sebrae-MT, a obra foi contemplada com o 25º Prêmio Design Museu da Casa Brasileira, considerado o mais importante do setor. A cerimônia de premiação, realizada em São Paulo, na noite de terça-feira (22), foi presidida pela diretora geral do MCB, Mirian Lerner, pelo secretário de Estado de Cultura de São Paulo, Andrea Matarazzo, e pelo diretor da agência DPZ, publicitário Roberto Duailibi, que foi o criador do Prêmio Design há 25 anos, quando era o diretor geral do museu.
“Estou muito contente com essa premiação, reconhecida como a mais séria e respeitada da arquitetura no Brasil. É especialmente significativo ganhar esse prêmio do Museu da Casa Brasileira pelo fato de estarmos fora do circuito Rio-São Paulo”, comentou o autor, chefe do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade de Arquitetura, Urbanismo e Tecnologia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), que viajou à capital paulista para participar da cerimônia de premiação. O autor e a Entrelinhas Editora foram premiados com o segundo lugar na categoria “trabalhos escritos publicados”. Segundo a comissão julgadora, o “livro apresenta ampla e excelente análise de objeto pouco estudado, desenvolvendo reflexões comparativas sobre as estruturas das habitações indígenas da região de Mato Grosso. Sua contribuição é fundamental para o conhecimento e principalmente para possíveis reflexões e direcionamentos em pesquisas futuras”.
Apaixonado pelo estudo das tecnologias indígenas, Portocarrero vem se dedicando ao tema como pesquisador desde o mestrado e estendeu suas pesquisas a 10 povos de Mato Grosso no doutorado, realizado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP). Ele acredita que o prêmio contribui para divulgar a importância de se pesquisar a contribuição dos indígenas para a arquitetura, a valorizá-la e preservar essa memória. “Essas tecnologias estão longe de estarem ultrapassadas e o prêmio vai fazer com que mais estudantes de arquitetura se interessem pelo assunto”, comenta o escritor, que espera que sua obra seja adotada em outros cursos de Arquitetura e Urbanismo do país.
A partir das referências do desenho cultural das casas indígenas, o arquiteto desenvolveu alguns projetos na perspectiva da etnoarquitetura, entre eles, o Espaço do Conhecimento do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Mato Grosso (Sebrae-MT), em Cuiabá. Para o superintendente do Sebrae-MT, José Guilherme Barbosa Ribeiro, é “uma honra” trabalhar com Portocarrero, “uma pessoa que sabe transformar a teoria na prática”. Ele também ficou muito feliz com o Prêmio do MCB que, na sua opinião, veio naturalmente como consequência de “uma configuração de esforços e competências”. “Quando instituições, empresas e pessoas trabalhem em conjunto em prol do bem, o reconhecimento acaba acontecendo”, comenta. Na opinião da editora Maria Teresa Carrión Carracedo, o prêmio é “um reconhecimento de que a sociedade brasileira tem muito o que aprender sobre design e sustentabilidade, além de outras áreas de conhecimento, com os povos que há milênios vivem neste território.”
“As pesquisas de Portocarrero e da Tecnoíndia trazem esta importante contribuição à cultura nacional. Estamos felizes por termos divulgado este trabalho em parceria com o Sebrae-MT”, acrescenta. A propósito, a premiação de “Tecnologia indígena em Mato Grosso: habitação” coincide com a realização da segunda Feira do Livro Indígena (Flimt), no Pavilhão das Artes, e, no final da tarde desta quinta-feira (24), o autor estará presente ao evento, juntamente com a antropóloga Maria Fátima Roberto Machado. Durante a feira estarão expostas maquetes de habitações indígenas feitas por Portocarrero.
Sobre a obra – “Tecnologia indígena em Mato Grosso: habitação” trata do desenho das habitações tradicionais de 10 povos e seus aspectos construtivos. Fartamente ilustrada com fotos e desenhos, a obra, na avaliação do arquiteto Carlos Zibel Costa (FAU-USP), orientador de José Afonso Botura Portocarrero, “nos abre em toda sua originalidade e dignidade, mas também em toda sua restrição e especificidade tecnológica e socioeconômica a Arquitetura Indígena Brasileira de cada etnia estudada”.
“Ora, é justamente esse processo que a retira do limbo empoeirado das citações históricas e dos preconceitos, convidando-as a adentrar o universo das culturas locais e das civilizações dominantes no mundo globalizado e vivo da época presente”, afirma o orientador no prefácio do livro.
No texto da apresentação, a professora doutora Maria Fátima Roberto Machado, do Departamento de Antropologia/Museu Rondon – UFMT e coordenadora do Núcleo Tecnoíndia, elogia a postura etnográfica de Portocarrero no levantamento dos desenhos das casas indígenas e o valor do material levantado por seu ineditismo.
“(...) Talvez uma das mais importantes contribuições de um intelectual comprometido com o mundo em que vive seja colocar a sua energia criadora à disposição do entendimento entre as pessoas, considerando as mais diferentes culturas e as mais diferentes condições materiais de existência”, diz Maria Fátima, numa referência ao desafio enfrentado pelo autor em suas pesquisas.
Portocarrero acredita que a premiação vai ajudar divulgar o blog do Núcleo de Estudos e Pesquisas Tecnologias Indígenas (www.nucleotecnoindia.com), do qual é um criadores.
Sobre o autor – José Afonso Botura Portocarrero nasceu em Bela Vista (hoje Mato Grosso do Sul), na fronteira com o Paraguai, e se formou como arquiteto pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de Santos (SP). Iniciou a carreira docente no Departamento de Engenharia Civil da UFMT e participou da criação do Departamento de Arquitetura e Urbanismo dessa universidade. Em 2001, apresentou dissertação sobre a casa Bororo no mestrado em História da UFMT e, cinco anos depois, teve sua tese de doutorado aprovada na FAU-USP, tendo como orientador o arquiteto Prof. Dr. Carlos Roberto Zibel Costa.
Como arquiteto, Portocarrero projetou a sede da Associação dos Docentes da UFMT (Adufmat), conhecida como a “oca”, e também elaborou o projeto do Memorial Rondon (em parceria com o arquiteto Paulo César Molina Monteiro), que começou a ser construído na borda do Pantanal, em Mimoso, distrito de Santo Antônio de Leverger, durante o segundo governo Dante de Oliveira.
Sobre o prêmio – O Prêmio Design MCB foi criado em 1986, pelo publicitário Roberto Duailibi, então à frente do Museu da Casa Brasileira, para incentivar o design em nosso país, numa época em pouca gente sabia o que era isso ou dava importância a esta atividade. Ao longo dos últimos 25 anos, o prêmio cresceu em credibilidade graças a seu caráter cultural, sem interesses comerciais, garantido pela característica da instituição que o promove – um museu dedicado ao design e à arquitetura, vinculado à Secretaria de Estado de Cultura de São Paulo.
Em 2011, houve recorde de inscrições: 810 em produtos e trabalhos teóricos, nas seguintes categorias: Equipamentos de construção, de transporte, e eletroeletrônicos, Iluminação, Mobiliário, Têxteis, Utensílios, Trabalhos escritos publicados e não publicados. Ao todo, foram premiados 33 trabalhos e os vencedores foram contemplados com inscrição gratuita no iF Product Design Award 2013, ação realizada em parceria com o Centro Design Paraná. Para celebrar os 25 anos do Prêmio Design foram lançados durante a cerimônia de premiação um site especial e o livro “21-25º Prêmio Design Museu da Casa Brasileira”, que reúne os projetos finalistas e premiados nessas cinco edições. Também foi inaugurada uma instalação interativa que disponibiliza ao público grande parte da memória do Prêmio, cuja história se mistura à do próprio design brasileiro. Os trabalhos finalistas e premiados ficarão expostos no MCB até o dia 15 de janeiro. (Entrelinhas Editora)
(Extraído do site da UFMT em 24/11/2011)
Ganhar um prêmio é sempre bom, mas tem um gosto especial quando a distinção acontece além das divisas do Estado onde o trabalho foi produzido. Foi o que aconteceu com o livro “Tecnologia indígena em Mato Grosso: habitação”, do arquiteto José Afonso Botura Portocarrero. Lançado há um ano pela Entrelinhas Editora, com apoio do Sebrae-MT, a obra foi contemplada com o 25º Prêmio Design Museu da Casa Brasileira, considerado o mais importante do setor. A cerimônia de premiação, realizada em São Paulo, na noite de terça-feira (22), foi presidida pela diretora geral do MCB, Mirian Lerner, pelo secretário de Estado de Cultura de São Paulo, Andrea Matarazzo, e pelo diretor da agência DPZ, publicitário Roberto Duailibi, que foi o criador do Prêmio Design há 25 anos, quando era o diretor geral do museu.
“Estou muito contente com essa premiação, reconhecida como a mais séria e respeitada da arquitetura no Brasil. É especialmente significativo ganhar esse prêmio do Museu da Casa Brasileira pelo fato de estarmos fora do circuito Rio-São Paulo”, comentou o autor, chefe do Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Faculdade de Arquitetura, Urbanismo e Tecnologia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), que viajou à capital paulista para participar da cerimônia de premiação. O autor e a Entrelinhas Editora foram premiados com o segundo lugar na categoria “trabalhos escritos publicados”. Segundo a comissão julgadora, o “livro apresenta ampla e excelente análise de objeto pouco estudado, desenvolvendo reflexões comparativas sobre as estruturas das habitações indígenas da região de Mato Grosso. Sua contribuição é fundamental para o conhecimento e principalmente para possíveis reflexões e direcionamentos em pesquisas futuras”.
Apaixonado pelo estudo das tecnologias indígenas, Portocarrero vem se dedicando ao tema como pesquisador desde o mestrado e estendeu suas pesquisas a 10 povos de Mato Grosso no doutorado, realizado pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAU-USP). Ele acredita que o prêmio contribui para divulgar a importância de se pesquisar a contribuição dos indígenas para a arquitetura, a valorizá-la e preservar essa memória. “Essas tecnologias estão longe de estarem ultrapassadas e o prêmio vai fazer com que mais estudantes de arquitetura se interessem pelo assunto”, comenta o escritor, que espera que sua obra seja adotada em outros cursos de Arquitetura e Urbanismo do país.
A partir das referências do desenho cultural das casas indígenas, o arquiteto desenvolveu alguns projetos na perspectiva da etnoarquitetura, entre eles, o Espaço do Conhecimento do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Mato Grosso (Sebrae-MT), em Cuiabá. Para o superintendente do Sebrae-MT, José Guilherme Barbosa Ribeiro, é “uma honra” trabalhar com Portocarrero, “uma pessoa que sabe transformar a teoria na prática”. Ele também ficou muito feliz com o Prêmio do MCB que, na sua opinião, veio naturalmente como consequência de “uma configuração de esforços e competências”. “Quando instituições, empresas e pessoas trabalhem em conjunto em prol do bem, o reconhecimento acaba acontecendo”, comenta. Na opinião da editora Maria Teresa Carrión Carracedo, o prêmio é “um reconhecimento de que a sociedade brasileira tem muito o que aprender sobre design e sustentabilidade, além de outras áreas de conhecimento, com os povos que há milênios vivem neste território.”
“As pesquisas de Portocarrero e da Tecnoíndia trazem esta importante contribuição à cultura nacional. Estamos felizes por termos divulgado este trabalho em parceria com o Sebrae-MT”, acrescenta. A propósito, a premiação de “Tecnologia indígena em Mato Grosso: habitação” coincide com a realização da segunda Feira do Livro Indígena (Flimt), no Pavilhão das Artes, e, no final da tarde desta quinta-feira (24), o autor estará presente ao evento, juntamente com a antropóloga Maria Fátima Roberto Machado. Durante a feira estarão expostas maquetes de habitações indígenas feitas por Portocarrero.
Sobre a obra – “Tecnologia indígena em Mato Grosso: habitação” trata do desenho das habitações tradicionais de 10 povos e seus aspectos construtivos. Fartamente ilustrada com fotos e desenhos, a obra, na avaliação do arquiteto Carlos Zibel Costa (FAU-USP), orientador de José Afonso Botura Portocarrero, “nos abre em toda sua originalidade e dignidade, mas também em toda sua restrição e especificidade tecnológica e socioeconômica a Arquitetura Indígena Brasileira de cada etnia estudada”.
“Ora, é justamente esse processo que a retira do limbo empoeirado das citações históricas e dos preconceitos, convidando-as a adentrar o universo das culturas locais e das civilizações dominantes no mundo globalizado e vivo da época presente”, afirma o orientador no prefácio do livro.
No texto da apresentação, a professora doutora Maria Fátima Roberto Machado, do Departamento de Antropologia/Museu Rondon – UFMT e coordenadora do Núcleo Tecnoíndia, elogia a postura etnográfica de Portocarrero no levantamento dos desenhos das casas indígenas e o valor do material levantado por seu ineditismo.
“(...) Talvez uma das mais importantes contribuições de um intelectual comprometido com o mundo em que vive seja colocar a sua energia criadora à disposição do entendimento entre as pessoas, considerando as mais diferentes culturas e as mais diferentes condições materiais de existência”, diz Maria Fátima, numa referência ao desafio enfrentado pelo autor em suas pesquisas.
Portocarrero acredita que a premiação vai ajudar divulgar o blog do Núcleo de Estudos e Pesquisas Tecnologias Indígenas (www.nucleotecnoindia.com), do qual é um criadores.
Sobre o autor – José Afonso Botura Portocarrero nasceu em Bela Vista (hoje Mato Grosso do Sul), na fronteira com o Paraguai, e se formou como arquiteto pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de Santos (SP). Iniciou a carreira docente no Departamento de Engenharia Civil da UFMT e participou da criação do Departamento de Arquitetura e Urbanismo dessa universidade. Em 2001, apresentou dissertação sobre a casa Bororo no mestrado em História da UFMT e, cinco anos depois, teve sua tese de doutorado aprovada na FAU-USP, tendo como orientador o arquiteto Prof. Dr. Carlos Roberto Zibel Costa.
Como arquiteto, Portocarrero projetou a sede da Associação dos Docentes da UFMT (Adufmat), conhecida como a “oca”, e também elaborou o projeto do Memorial Rondon (em parceria com o arquiteto Paulo César Molina Monteiro), que começou a ser construído na borda do Pantanal, em Mimoso, distrito de Santo Antônio de Leverger, durante o segundo governo Dante de Oliveira.
Sobre o prêmio – O Prêmio Design MCB foi criado em 1986, pelo publicitário Roberto Duailibi, então à frente do Museu da Casa Brasileira, para incentivar o design em nosso país, numa época em pouca gente sabia o que era isso ou dava importância a esta atividade. Ao longo dos últimos 25 anos, o prêmio cresceu em credibilidade graças a seu caráter cultural, sem interesses comerciais, garantido pela característica da instituição que o promove – um museu dedicado ao design e à arquitetura, vinculado à Secretaria de Estado de Cultura de São Paulo.
Em 2011, houve recorde de inscrições: 810 em produtos e trabalhos teóricos, nas seguintes categorias: Equipamentos de construção, de transporte, e eletroeletrônicos, Iluminação, Mobiliário, Têxteis, Utensílios, Trabalhos escritos publicados e não publicados. Ao todo, foram premiados 33 trabalhos e os vencedores foram contemplados com inscrição gratuita no iF Product Design Award 2013, ação realizada em parceria com o Centro Design Paraná. Para celebrar os 25 anos do Prêmio Design foram lançados durante a cerimônia de premiação um site especial e o livro “21-25º Prêmio Design Museu da Casa Brasileira”, que reúne os projetos finalistas e premiados nessas cinco edições. Também foi inaugurada uma instalação interativa que disponibiliza ao público grande parte da memória do Prêmio, cuja história se mistura à do próprio design brasileiro. Os trabalhos finalistas e premiados ficarão expostos no MCB até o dia 15 de janeiro. (Entrelinhas Editora)
(Extraído do site da UFMT em 24/11/2011)
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quarta-feira, 23 de novembro de 2011
MT DÁ SHOW NO PIB AGROPECUÁRIO
Veja no site abaixo o sucesso de Mato Grosso. Entre os 100 municípios com os maiores PIB's agropecuários Mato Grosso entra com 24. Entre os 10 primeiros, 6 são mato-grossenses.
http://www.terra.com.br/economia/infograficos/pib-agropecuario/
O link encontra-se também aqui no Blog do José Lemos, na 3a. Seção da coluna à direita, denominada "Maravilhas de Mato Grosso".
http://www.terra.com.br/economia/infograficos/pib-agropecuario/
O link encontra-se também aqui no Blog do José Lemos, na 3a. Seção da coluna à direita, denominada "Maravilhas de Mato Grosso".
terça-feira, 22 de novembro de 2011
O LEGADO DA COPA
José Antonio Lemos dos Santos
Outro dia soube que ao bancar a sua Copa do Mundo em 2006 a Alemanha tinha como objetivo principal a recuperação de dois valores imateriais, imensuráveis, que eles haviam perdido na trágica aventura do nazismo. O primeiro era o resgate da altivez e orgulho alemão ao hastear a sua bandeira e cantar o hino nacional, a pleno pulmões, com peito estufado e cabeça erguida. O segundo era resgatar para o mundo a tradicional figura alegre, amistosa e receptiva do povo alemão, um dos povos mais simpáticos da Europa. E a avaliação que fazem é que esse duplo objetivo foi alcançado plenamente, o que por si só teria pago com sobras tudo o que gastaram com a realização da Copa. Mesmo assim, numa demonstração de extrema seriedade com a coisa pública, persistirão com um sistema de avaliações permanentes dos resultados da Copa até 2016, ou seja, 10 anos após a realização da Copa, tendo em vista os demais objetivos e a consolidação de todos os resultados.
É fantástico o poder midiático global de uma Copa e por isso o grande interesse dos países, ricos ou pobres, por ela. Dutra, o presidente cuiabano, ao trazer a primeira Copa do Mundo para o Brasil – é bom não esquecer que foi ele que trouxe a Copa de 50 e construiu o Maracanã, queria mostrar ao mundo que o país havia deixado de ser rural e que dispunha de outras grandes cidades além do Rio de Janeiro. E hoje o que o Brasil pretende com a Copa de 2014? Já sei que para muitos será apenas uma grande oportunidade para roubalheiras homéricas, porém, embora esta possa ser uma tendência, não acredito ter sido este o objetivo que levou o Brasil e Mato Grosso a se envolverem em um compromisso internacional de tal envergadura e de tamanha exposição global. Trata-se de um evento que se realiza, desde sua preparação em uma cristaleira mundial, aos olhos de todos. Já outros, de visão bem estreita ou maliciosa, insistem em pensar que o objetivo seria apenas a realização de 4 jogos internacionais, alguns até calculando um custo absurdo para cada jogo por esse raciocínio.
Quanto a Mato Grosso e Cuiabá, em termos de objetivo nacional aceito que a inclusão foi para mostrar ao mundo que o Brasil além das praias do litoral tem o Pantanal, uma das maravilhas naturais do planeta, assim como a inclusão de Manaus foi para mostrar as belezas da Amazônia. Em termos locais, acredito que o objetivo tenha sido o legado material e imaterial a ser deixado pela Copa para a cidade e o estado, em termos de imagem, obras, serviços e promoção das pessoas com as oportunidades criadas. Por esse legado os mato-grossenses, em especial os cuiabanos, têm que estar atentos, criticando, aplaudindo e cobrando. E é por ele que não se pode esquecer a iniciativa corajosa e visionária do pleito para o estado de uma das sedes da Copa.
Passados 2 anos da escolha de Cuiabá e a menos de mil dias para a Copa, será que já podemos fazer alguma avaliação positiva ou negativa da preparação para o grande evento? É certo que uma avaliação como esta exigirá outros artigos, mas de cara pelo menos um grande legado já pode ser registrado. Trata-se da reconstrução ou resgate da auto-estima cuiabana e mato-grossense, de valor imensurável. Acostumados a ser tratados como periferia, assumimos ultimamente uma personalidade tão simplória, humilde e resignada que nos surpreendemos incrédulos ao ouvir o nome Cuiabá da boca do presidente da FIFA, simbolizando a vitória de Mato Grosso, quando da escolha das sedes da Copa de 2014. E ficamos orgulhosos constatando que podíamos sim vencer, que enfim não éramos mais o fim da fila, que estamos mais fortes e que poderíamos enfrentar outros grandes desafios. A começar pelo primeiro, a própria preparação da Copa do Pantanal. Será?
(Publicado pelo Diário de Cuiabá em 22/11/2011)
Outro dia soube que ao bancar a sua Copa do Mundo em 2006 a Alemanha tinha como objetivo principal a recuperação de dois valores imateriais, imensuráveis, que eles haviam perdido na trágica aventura do nazismo. O primeiro era o resgate da altivez e orgulho alemão ao hastear a sua bandeira e cantar o hino nacional, a pleno pulmões, com peito estufado e cabeça erguida. O segundo era resgatar para o mundo a tradicional figura alegre, amistosa e receptiva do povo alemão, um dos povos mais simpáticos da Europa. E a avaliação que fazem é que esse duplo objetivo foi alcançado plenamente, o que por si só teria pago com sobras tudo o que gastaram com a realização da Copa. Mesmo assim, numa demonstração de extrema seriedade com a coisa pública, persistirão com um sistema de avaliações permanentes dos resultados da Copa até 2016, ou seja, 10 anos após a realização da Copa, tendo em vista os demais objetivos e a consolidação de todos os resultados.
É fantástico o poder midiático global de uma Copa e por isso o grande interesse dos países, ricos ou pobres, por ela. Dutra, o presidente cuiabano, ao trazer a primeira Copa do Mundo para o Brasil – é bom não esquecer que foi ele que trouxe a Copa de 50 e construiu o Maracanã, queria mostrar ao mundo que o país havia deixado de ser rural e que dispunha de outras grandes cidades além do Rio de Janeiro. E hoje o que o Brasil pretende com a Copa de 2014? Já sei que para muitos será apenas uma grande oportunidade para roubalheiras homéricas, porém, embora esta possa ser uma tendência, não acredito ter sido este o objetivo que levou o Brasil e Mato Grosso a se envolverem em um compromisso internacional de tal envergadura e de tamanha exposição global. Trata-se de um evento que se realiza, desde sua preparação em uma cristaleira mundial, aos olhos de todos. Já outros, de visão bem estreita ou maliciosa, insistem em pensar que o objetivo seria apenas a realização de 4 jogos internacionais, alguns até calculando um custo absurdo para cada jogo por esse raciocínio.
Quanto a Mato Grosso e Cuiabá, em termos de objetivo nacional aceito que a inclusão foi para mostrar ao mundo que o Brasil além das praias do litoral tem o Pantanal, uma das maravilhas naturais do planeta, assim como a inclusão de Manaus foi para mostrar as belezas da Amazônia. Em termos locais, acredito que o objetivo tenha sido o legado material e imaterial a ser deixado pela Copa para a cidade e o estado, em termos de imagem, obras, serviços e promoção das pessoas com as oportunidades criadas. Por esse legado os mato-grossenses, em especial os cuiabanos, têm que estar atentos, criticando, aplaudindo e cobrando. E é por ele que não se pode esquecer a iniciativa corajosa e visionária do pleito para o estado de uma das sedes da Copa.
Passados 2 anos da escolha de Cuiabá e a menos de mil dias para a Copa, será que já podemos fazer alguma avaliação positiva ou negativa da preparação para o grande evento? É certo que uma avaliação como esta exigirá outros artigos, mas de cara pelo menos um grande legado já pode ser registrado. Trata-se da reconstrução ou resgate da auto-estima cuiabana e mato-grossense, de valor imensurável. Acostumados a ser tratados como periferia, assumimos ultimamente uma personalidade tão simplória, humilde e resignada que nos surpreendemos incrédulos ao ouvir o nome Cuiabá da boca do presidente da FIFA, simbolizando a vitória de Mato Grosso, quando da escolha das sedes da Copa de 2014. E ficamos orgulhosos constatando que podíamos sim vencer, que enfim não éramos mais o fim da fila, que estamos mais fortes e que poderíamos enfrentar outros grandes desafios. A começar pelo primeiro, a própria preparação da Copa do Pantanal. Será?
(Publicado pelo Diário de Cuiabá em 22/11/2011)
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terça-feira, 15 de novembro de 2011
DIVISÃO PARA QUEM? II
José Antonio Lemos dos Santos
Volta e meia as ideias divisionistas voltam à luz. Houve tempo em que tinham enorme facilidade de disseminação em Mato Grosso. Hoje, porém, o estado é forte e tem um governador que se diz convencido de que aqueles dias se foram, dispondo-se a ser o governador da integração, consolidador da unidade mato-grossense, mais produtiva a cada ano que passa. Já fui contra as propostas divisionistas por patriotismo, amor à terra natal e tudo aquilo que se aprendia nos colégios e que hoje parece tão antigo e distante. Continuo contrário às propostas divisionistas, só que agora por motivos bem concretos e pragmáticos. Entre outros, por exemplo, acho que um país que paga em impostos, em média, quase 40% do que produz só para sustentar suas ineficientes e perdulárias estruturas político-administrativas, não pode desejar, nem permitir a criação de mais governos. Ao contrário, melhor seria se discutíssemos a redução deles. Que tal a extinção das cadeiras do Senado criadas na ditadura para os senadores biônicos?
Absurdo maior tratando-se da divisão de um estado campeão em produção e desenvolvimento. Aplicando a fórmula apresentada em 2009 pelo IPEA para cálculo do custo mínimo de um estado, Mato Grosso se destacava à época com uma das melhores relações do país entre arrecadação e custos, com 2,2 de índice. Mato Grosso, após séculos amargando dificuldades, hoje além de ter condições de bancar sua subsistência, ainda lhe sobrariam recursos superiores a 120% desse valor, para investir no desenvolvimento da qualidade de vida de sua gente. Este suado e valioso superávit, fruto do trabalho duro do mato-grossense de todos os seus rincões, não pode ser desperdiçado em novas pirâmides faraônicas de cargos públicos. E é isso que interessa à classe política com suas propostas divisionistas. Não importa se o estado perca sua atual posição de líder e volte para o final da fila, sem vez e sem voz. Outro dia empurraram aos cuiabanos, à socapa, mais uma meia dúzia de novos e caros vereadores. É isso que querem!
Aqueles que por boa fé apóiam as propostas divisionistas na esperança de ter mais escolas, hospitais, estradas, segurança, vão receber para sustentar mais 3 senadores, 8 deputados federais e 24 estaduais, 20 desembargadores, 7 conselheiros do TCE e mais 8 do TRE, mais secretários, diretores, etc., todos com seus séqüitos e sinecuras. E, pior, as propostas não se limitam à criação de um, mas de dois ou três novos estados! Uma festa para os políticos, com cargos a mãos cheias para acomodação de seus cupinchas e correligionários, com mais segurança nas eleições futuras. Desperdício de recursos preciosos que deveriam ser aplicados diretamente em obras e serviços públicos, inclusive com melhoria na remuneração e qualificação dos funcionários e servidores para um melhor atendimento ao povo.
Em pleno século XXI, na era do avião a jato, asfalto, comunicações via satélite, internet, Mato Grosso prova ter a dimensão territorial exata para o êxito. Campeão nacional na produção de grãos, algodão, biodiesel, rebanho bovino, diamantes, calcário, Mato Grosso está ainda entre os maiores em diversas outras culturas, entre os maiores exportadores do país, e é um dos poucos estados superavitários na balança comercial brasileira. Embora com muito a corrigir, Mato Grosso mostra que o Brasil não precisa de redivisões, com mais governos e mais políticos. Mato Grosso é para ser imitado, e não dividido. O fabuloso esforço produtivo do mato-grossense de todas as suas regiões é para ser aplicado de fato em favor de sua qualidade de vida e não ser destinado ao ralo dos antigos ou novos currais eleitorais que precisam ser definitivamente banidos de nossa história.
(Publicados pelo Diário de Cuiabá em 15/11/2011)
Volta e meia as ideias divisionistas voltam à luz. Houve tempo em que tinham enorme facilidade de disseminação em Mato Grosso. Hoje, porém, o estado é forte e tem um governador que se diz convencido de que aqueles dias se foram, dispondo-se a ser o governador da integração, consolidador da unidade mato-grossense, mais produtiva a cada ano que passa. Já fui contra as propostas divisionistas por patriotismo, amor à terra natal e tudo aquilo que se aprendia nos colégios e que hoje parece tão antigo e distante. Continuo contrário às propostas divisionistas, só que agora por motivos bem concretos e pragmáticos. Entre outros, por exemplo, acho que um país que paga em impostos, em média, quase 40% do que produz só para sustentar suas ineficientes e perdulárias estruturas político-administrativas, não pode desejar, nem permitir a criação de mais governos. Ao contrário, melhor seria se discutíssemos a redução deles. Que tal a extinção das cadeiras do Senado criadas na ditadura para os senadores biônicos?
Absurdo maior tratando-se da divisão de um estado campeão em produção e desenvolvimento. Aplicando a fórmula apresentada em 2009 pelo IPEA para cálculo do custo mínimo de um estado, Mato Grosso se destacava à época com uma das melhores relações do país entre arrecadação e custos, com 2,2 de índice. Mato Grosso, após séculos amargando dificuldades, hoje além de ter condições de bancar sua subsistência, ainda lhe sobrariam recursos superiores a 120% desse valor, para investir no desenvolvimento da qualidade de vida de sua gente. Este suado e valioso superávit, fruto do trabalho duro do mato-grossense de todos os seus rincões, não pode ser desperdiçado em novas pirâmides faraônicas de cargos públicos. E é isso que interessa à classe política com suas propostas divisionistas. Não importa se o estado perca sua atual posição de líder e volte para o final da fila, sem vez e sem voz. Outro dia empurraram aos cuiabanos, à socapa, mais uma meia dúzia de novos e caros vereadores. É isso que querem!
Aqueles que por boa fé apóiam as propostas divisionistas na esperança de ter mais escolas, hospitais, estradas, segurança, vão receber para sustentar mais 3 senadores, 8 deputados federais e 24 estaduais, 20 desembargadores, 7 conselheiros do TCE e mais 8 do TRE, mais secretários, diretores, etc., todos com seus séqüitos e sinecuras. E, pior, as propostas não se limitam à criação de um, mas de dois ou três novos estados! Uma festa para os políticos, com cargos a mãos cheias para acomodação de seus cupinchas e correligionários, com mais segurança nas eleições futuras. Desperdício de recursos preciosos que deveriam ser aplicados diretamente em obras e serviços públicos, inclusive com melhoria na remuneração e qualificação dos funcionários e servidores para um melhor atendimento ao povo.
Em pleno século XXI, na era do avião a jato, asfalto, comunicações via satélite, internet, Mato Grosso prova ter a dimensão territorial exata para o êxito. Campeão nacional na produção de grãos, algodão, biodiesel, rebanho bovino, diamantes, calcário, Mato Grosso está ainda entre os maiores em diversas outras culturas, entre os maiores exportadores do país, e é um dos poucos estados superavitários na balança comercial brasileira. Embora com muito a corrigir, Mato Grosso mostra que o Brasil não precisa de redivisões, com mais governos e mais políticos. Mato Grosso é para ser imitado, e não dividido. O fabuloso esforço produtivo do mato-grossense de todas as suas regiões é para ser aplicado de fato em favor de sua qualidade de vida e não ser destinado ao ralo dos antigos ou novos currais eleitorais que precisam ser definitivamente banidos de nossa história.
(Publicados pelo Diário de Cuiabá em 15/11/2011)
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domingo, 13 de novembro de 2011
DIREITO AO DELÍRIO
Veja no link abaixo que bela reflexão de Eduardo Galeano:
http://www.youtube.com/watch?v=m-pgHlB8QdQ&feature=share
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sexta-feira, 11 de novembro de 2011
OBRAS DA ARENA DO PANTANAL EM 07/11/11
Veja no link abaixo a situação das obras da Arena do Pananal:
http://www.copanopantanal.com.br/?p=fotosconstrucao
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terça-feira, 8 de novembro de 2011
DIA MUNDIAL DO URBANISMO
José Antonio Lemos dos Santos
A cidade constitui a maior, mais complexa e mais bem-sucedida das invenções do homem. Surgida há 5 mil anos, com ela surge a civilização transformadora e aceleradora da evolução humana. De lá para cá o mundo foi se urbanizando e a partir de 2008 a população global urbana supera a população rural, com muitos países com percentuais superiores a 80%, como o Brasil.
Na história da cidade a grande mudança foi com a Revolução Industrial. Até então ela não fora questionada, ainda que tenha enfrentado importantes crises em seu desenvolvimento. Com a industrialização, a urbanização acelera e as cidades se desequilibram gravemente, exigindo controle e intervenções em seu desenvolvimento. Surge então a ciência do Urbanismo, que evolui e supera a etapa do urbanismo modernista da Carta de Atenas, passa pelas experiências pós-modernistas do Novo Urbanismo, e chega a uma nova Revolução, a da informática e da globalização, com os desafios da compatibilidade ambiental, da inclusão e das possibilidades das cidades inteligentes, verdes e sustentáveis.
De extrema complexidade, a cidade é comparável a um organismo vivo em dimensões imensas, que vão das pequenas vilas até as megalópoles, chegando a centenas ou milhares de quilômetros quadrados com dezenas de milhões de habitantes. A cidade é um enorme recipiente, articulado regionalmente, onde acontecem as relações urbanas em toda sua múltipla diversidade. Sua função é permitir que tais relações aconteçam da melhor forma com sustentabilidade, conforto, segurança e, sobretudo, justiça. Ajudá-las no cumprimento desta função é o objetivo do Urbanismo.
Em evolução contínua, o Urbanismo reflete a complexidade de seu objeto de trabalho e abrange os diversos campos de conhecimento que a cidade envolve. O urbanista não é mais um especialista, mas um generalista voltado a entender o organismo urbano com um todo. Não se pode tratar os problemas da cidade sem antes tratar da cidade com problemas. O urbanista precisa saber um pouco de tudo para enxergar o todo, e, em especial, saber que esse conhecimento é quase nada sem a companhia das diversas especializações técnicas nas múltiplas facetas da cidade.
8 de novembro é o Dia Mundial do Urbanismo, criado em 1949 para uma reflexão global sobre o assunto. As cidades de novo vivem uma Revolução com as perspectivas da informática, do ciberespaço, e a iminência do colapso com a água, lixo, transportes, poluição, energia, emprego, uso do solo e segurança. As cidades falhando, a civilização explode. O problema maior do século XXI são as cidades. Inaceitável que no Brasil o Urbanismo e o urbanista sejam tão desconsiderados. Como pode uma cidade como Cuiabá ter nos quadros de sua prefeitura apenas seis arquitetos? E quantos dedicados ao Urbanismo? Como pode Cuiabá extinguir seu órgão específico de planejamento urbano? Como pode uma nova lei de Uso e Ocupação do Solo Urbano ser aprovada por unanimidade em apenas um dia de tramitação na Câmara de Cuiabá? E a marginalização dos urbanistas na preparação da cidade para a Copa? A falta do Urbanismo asfixia as cidades brasileiras, estressando, mutilando e matando seus cidadãos. Mas ainda são os locais da diversidade e da inovação. Crise é risco e oportunidade, e a crise urbana é o grande desafio global e local. Ao lado da aparentemente inevitável tragédia urbana global está a oportunidade da reinvenção urbana em busca de cidades mais justas, seguras, sustentáveis e humanas.
(Publicado pelo Diário de Cuiabá em 08/11/2011)
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terça-feira, 1 de novembro de 2011
PEQUENAS GRANDES OBRAS II
José Antonio Lemos dos Santos
Já tratei do assunto 2 anos atrás e ele continua válido e urgente. Destacava que em relação à Copa eram sempre lembradas as obras de maior vulto em detrimento das de pequeno porte, que embora menores, não deveriam ser desconsideradas. Ao contrário, alertava que sem estas seria muito provável que as grandes obras, também importantes, não dessem os resultados esperados. Talvez continuem sendo postergadas pelo fato de serem obras “mais baratas”, portanto, em tese, mais fáceis de serem viabilizadas a qualquer momento. O fato, entretanto, é que, não sendo realizadas, problemas menores se tornam maiores, impondo à população situações de desconforto, insegurança e de prejuízo na qualidade de vida. De uma extensa lista de pequenas obras necessárias, como exemplos cito novamente algumas que considero entre as de melhores benefícios para hoje e para a Copa.
A primeira trata de um retorno na Avenida Miguel Sutil, entre as rótulas do Centro de Convenções e a do Santa Rosa, ficando sua localização precisa dependendo de maiores estudos dos órgãos municipais responsáveis pelo planejamento do trânsito e da cidade. Sua geometria pode suprimir em um trecho as faixas de estacionamento, bem como contar com a faixa de domínio da antiga rodovia perimetral, cedida pelo governo federal à responsabilidade da prefeitura municipal. A existência neste trecho de instalações residenciais, comerciais e hospitalares fortemente geradores de tráfego ajuda a sobrecarregar a rótula do Santa Rosa e o crônico engarrafamento de veículos no sentido Centro de Convenções - Santa Rosa. Independente de pesquisas, pode-se afirmar que grande parte desse fluxo teria como destino as regiões do CPA, do Coxipó e da UFMT/Unic e só chegam à rotula do Santa Rosa, a contragosto, por absoluta falta de alternativa. O retorno liberaria parte considerável do tráfego engarrafado, permitindo a volta pela própria Miguel Sutil, sem o sacrifício de ter que se chegar à rótula do Santa Rosa sobrecarregando-a, para só então fazer o contorno e seguir no rumo originalmente desejado. Uma pequena obra como esta poderia dar uma sobrevida àquela importante rótula e um alívio para muita gente.
De forma semelhante no trecho entre esta mesma rótula do Santa Rosa e a do Círculo Militar, cabe uma nova rótula, na interseção da Ramiro de Noronha com a Miguel Sutil. Soube que teria entrado nos planos para a Copa. Esta nova rótula funcionaria como retorno, e também como acesso à Avenida Ramiro de Noronha, via de ótimas dimensões e praticamente ociosa. Articulada com a Thogo Pereira, 8 de Abril e Estevão de Mendonça, pode se transformar em importante via alternativa de distribuição central, em apoio a Avenida do Lavapés, também aliviando a carga da rótula do Santa Rosa. Ligaria direto a Miguel Sutil à Coronel Duarte, no Porto, sem demandar o centro.
Foi boa a pavimentação da travessa que sai da Avenida República do Líbano, bem em frente ao Terminal Rodoviário de Cuiabá, ligando à Rua Tereza Lobo. Mas ficou faltando o principal, que seria sua continuidade até a Miguel Sutil. Seria um generoso desafogo à Rua Jules Rimet e à chamada rótula da Rodoviária, também em colapso nas horas de pico. Poderia ser combinada com a construção de um pequeno parque envolvendo a última nascente viva do córrego da Prainha, beneficiando a região do Alvorada e Consil, uma das únicas desprovidas de área verde na cidade. Fechando esta pequena lista de sugestões, outra obra minúscula, mas de grande resultado seria a ligação da Travessa Monsenhor Trebaure à Marechal Deodoro, dependendo apenas da desapropriação de um pequeno terreno. Ajudaria muito à Mato Grosso.
(Publicado pelo Diário de Cuiabá em 01/11/2011)
Já tratei do assunto 2 anos atrás e ele continua válido e urgente. Destacava que em relação à Copa eram sempre lembradas as obras de maior vulto em detrimento das de pequeno porte, que embora menores, não deveriam ser desconsideradas. Ao contrário, alertava que sem estas seria muito provável que as grandes obras, também importantes, não dessem os resultados esperados. Talvez continuem sendo postergadas pelo fato de serem obras “mais baratas”, portanto, em tese, mais fáceis de serem viabilizadas a qualquer momento. O fato, entretanto, é que, não sendo realizadas, problemas menores se tornam maiores, impondo à população situações de desconforto, insegurança e de prejuízo na qualidade de vida. De uma extensa lista de pequenas obras necessárias, como exemplos cito novamente algumas que considero entre as de melhores benefícios para hoje e para a Copa.
A primeira trata de um retorno na Avenida Miguel Sutil, entre as rótulas do Centro de Convenções e a do Santa Rosa, ficando sua localização precisa dependendo de maiores estudos dos órgãos municipais responsáveis pelo planejamento do trânsito e da cidade. Sua geometria pode suprimir em um trecho as faixas de estacionamento, bem como contar com a faixa de domínio da antiga rodovia perimetral, cedida pelo governo federal à responsabilidade da prefeitura municipal. A existência neste trecho de instalações residenciais, comerciais e hospitalares fortemente geradores de tráfego ajuda a sobrecarregar a rótula do Santa Rosa e o crônico engarrafamento de veículos no sentido Centro de Convenções - Santa Rosa. Independente de pesquisas, pode-se afirmar que grande parte desse fluxo teria como destino as regiões do CPA, do Coxipó e da UFMT/Unic e só chegam à rotula do Santa Rosa, a contragosto, por absoluta falta de alternativa. O retorno liberaria parte considerável do tráfego engarrafado, permitindo a volta pela própria Miguel Sutil, sem o sacrifício de ter que se chegar à rótula do Santa Rosa sobrecarregando-a, para só então fazer o contorno e seguir no rumo originalmente desejado. Uma pequena obra como esta poderia dar uma sobrevida àquela importante rótula e um alívio para muita gente.
De forma semelhante no trecho entre esta mesma rótula do Santa Rosa e a do Círculo Militar, cabe uma nova rótula, na interseção da Ramiro de Noronha com a Miguel Sutil. Soube que teria entrado nos planos para a Copa. Esta nova rótula funcionaria como retorno, e também como acesso à Avenida Ramiro de Noronha, via de ótimas dimensões e praticamente ociosa. Articulada com a Thogo Pereira, 8 de Abril e Estevão de Mendonça, pode se transformar em importante via alternativa de distribuição central, em apoio a Avenida do Lavapés, também aliviando a carga da rótula do Santa Rosa. Ligaria direto a Miguel Sutil à Coronel Duarte, no Porto, sem demandar o centro.
Foi boa a pavimentação da travessa que sai da Avenida República do Líbano, bem em frente ao Terminal Rodoviário de Cuiabá, ligando à Rua Tereza Lobo. Mas ficou faltando o principal, que seria sua continuidade até a Miguel Sutil. Seria um generoso desafogo à Rua Jules Rimet e à chamada rótula da Rodoviária, também em colapso nas horas de pico. Poderia ser combinada com a construção de um pequeno parque envolvendo a última nascente viva do córrego da Prainha, beneficiando a região do Alvorada e Consil, uma das únicas desprovidas de área verde na cidade. Fechando esta pequena lista de sugestões, outra obra minúscula, mas de grande resultado seria a ligação da Travessa Monsenhor Trebaure à Marechal Deodoro, dependendo apenas da desapropriação de um pequeno terreno. Ajudaria muito à Mato Grosso.
(Publicado pelo Diário de Cuiabá em 01/11/2011)
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quinta-feira, 27 de outubro de 2011
CAU: RESULTADO DAS PRIMEIRAS ELEIÇÕES
Resultado das primeiras eleições para o CAU-MT. Parabéns aos competidores eleitos e não eleitos, aos votantes e a todos os arquitetos e urbanistas do Brasil e em especial de Mato Grosso. Já somos parte da história do CAU.
CAU/MT Eleitores 1.274
Chapa Votos Percentual % Válidos Vagas Vagas Corrigido
Chapa 1 523 69,92 73,66 6,63 7
Chapa 2 187 25,00 26,34 2,37 2
Brancos 12 1,60 1,69 0,00 0
Nulos 26 3,48 3,66 0,00 0
Total 748 100,00 9,00 9
(Extraído de http://www.cau.org.br/noticias.php?cod=78 onde poderá ser visto os oitros resultados pelo Brasil)
CAU/MT Eleitores 1.274
Chapa Votos Percentual % Válidos Vagas Vagas Corrigido
Chapa 1 523 69,92 73,66 6,63 7
Chapa 2 187 25,00 26,34 2,37 2
Brancos 12 1,60 1,69 0,00 0
Nulos 26 3,48 3,66 0,00 0
Total 748 100,00 9,00 9
(Extraído de http://www.cau.org.br/noticias.php?cod=78 onde poderá ser visto os oitros resultados pelo Brasil)
quarta-feira, 26 de outubro de 2011
MUSEU DE HISTÓRIA DE NINGBO, CHINA
Saiu na Arcoweb:
Museu na China mistura aço, vidro, materiais locais tradicionais e materiais reciclados. Um neobrutalismo descontrutivista?
Clique no link abaixo:
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terça-feira, 25 de outubro de 2011
MATO GROSSO, BR-163 E FERRONORTE
José Antonio Lemos dos Santos
O dia 19 passado marcou os 35 anos da inauguração da BR-163. Muito embora ainda não tenha sido concluída, essa grandiosa obra construiu um estado. Graças à BR-163, Mato Grosso conseguiu enfrentar e vencer os impactos da criação do Mato Grosso do Sul e a perda de parte significativa de seu território. Quando efetivada a divisão do estado, o estado remanescente já contava com o esboço de um eixo estruturante para seu desenvolvimento. A BR-163, junto com o Prodoeste, Prodepan, Polamazônia, Polocentro e depois o Polonoroeste, programas especiais de desenvolvimento então criados pelo governo federal, gerou uma plataforma estrutural mínima que veio se ampliando e consolidando progressivamente, sobre a qual se desenvolve hoje um dos estados mais produtivos do país. Tendo vivido aquela época como técnico da Sudeco e da Comissão Especial da Divisão do Estado, no antigo Minter, entendo ter sido esta base a grande razão do sucesso de Mato Grosso, que alguns creditam apressadamente à própria divisão. Com ou sem divisão está região norte do antigo Mato Grosso explodiria em desenvolvimento.
Papel especial tem a BR-163 nesse processo, pois ela se implantou como a espinha dorsal do estado, no eixo vertical de seu território, destinada a integrá-lo de norte a sul e de leste a oeste, promovendo e distribuindo por ramificações o desenvolvimento em todo o estado. A BR-163 colocou Mato Grosso em pé, em posição para enfrentar e vencer os desafios que viriam pela frente. E venceu. Em pleno século XXI, na era do avião a jato, asfalto, comunicações via satélite, internet, Mato Grosso prova ter a dimensão territorial exata para o êxito, alcançando títulos nacionais de maior produtor de grãos, algodão, biodiesel, maior rebanho bovino, diamantes, ouro, calcáreo, e é um dos maiores exportadores do país.
Em 1989, sai concessão federal para um amplo sistema ferroviário tendo Cuiabá como centro, ligando São Paulo e Minas ao Pará e Rondônia, ganha pela Ferronorte. O principal eixo desse sistema seria o trecho entre Cuiabá e Santarém com bifurcação prevista a oeste em direção a Porto Velho e ao Pacífico. Poderia ser através de Cáceres, ou de Tangará, ou mesmo de Lucas/Sapezal. Que visão extraordinária dos planejadores de então! A leste se chegaria ao Araguaia e daí a Goiás, e até ao porto da Bahia. Tratava-se de um projeto de grande visão, coerente com o que já vinha sendo desenvolvido com as BRs 163, 364, 70 e 158 e as demais intervenções dos programas federais de desenvolvimento. O sistema ferroviário viria para consolidar a nova disposição geopolítica do estado, que já se mostrava exitosa, como um sistema logístico para levar e trazer o desenvolvimento, não apenas como uma esteira exportadora de soja. À ferrovia Cuiabá-Santarém, cabia o papel de reforçar a ainda incipiente espinha dorsal do Estado, que se formava celeremente ao longo do eixo da BR-163.
Por alguns anos a Ferronorte foi abandonada pelos governantes em favor de outra ferrovia no sentido horizontal, a Fico, desagregadora do estado, agora suspensa por irregularidades já antevistas desde seu início. Acertadamente o governador Silval, que quer ser o governador da integração, abraça de novo o projeto da Ferronorte, logo aparecendo grupos chineses dispostos a investir na ferrovia Cuiabá-Santarém, não só para exportar, mas também para trazer para o Brasil os produtos chineses e da Zona Franca de Manaus. A hora é de seguir urgente com os trilhos. De Rondonópolis até Cuiabá (200 Km), de Cuiabá a Lucas (360 Km), já está muito perto. E de Lucas, seguir a Sinop e Santarém. Já!
(Publicado pelo Diário de Cuiabá em 25/10/2011)
O dia 19 passado marcou os 35 anos da inauguração da BR-163. Muito embora ainda não tenha sido concluída, essa grandiosa obra construiu um estado. Graças à BR-163, Mato Grosso conseguiu enfrentar e vencer os impactos da criação do Mato Grosso do Sul e a perda de parte significativa de seu território. Quando efetivada a divisão do estado, o estado remanescente já contava com o esboço de um eixo estruturante para seu desenvolvimento. A BR-163, junto com o Prodoeste, Prodepan, Polamazônia, Polocentro e depois o Polonoroeste, programas especiais de desenvolvimento então criados pelo governo federal, gerou uma plataforma estrutural mínima que veio se ampliando e consolidando progressivamente, sobre a qual se desenvolve hoje um dos estados mais produtivos do país. Tendo vivido aquela época como técnico da Sudeco e da Comissão Especial da Divisão do Estado, no antigo Minter, entendo ter sido esta base a grande razão do sucesso de Mato Grosso, que alguns creditam apressadamente à própria divisão. Com ou sem divisão está região norte do antigo Mato Grosso explodiria em desenvolvimento.
Papel especial tem a BR-163 nesse processo, pois ela se implantou como a espinha dorsal do estado, no eixo vertical de seu território, destinada a integrá-lo de norte a sul e de leste a oeste, promovendo e distribuindo por ramificações o desenvolvimento em todo o estado. A BR-163 colocou Mato Grosso em pé, em posição para enfrentar e vencer os desafios que viriam pela frente. E venceu. Em pleno século XXI, na era do avião a jato, asfalto, comunicações via satélite, internet, Mato Grosso prova ter a dimensão territorial exata para o êxito, alcançando títulos nacionais de maior produtor de grãos, algodão, biodiesel, maior rebanho bovino, diamantes, ouro, calcáreo, e é um dos maiores exportadores do país.
Em 1989, sai concessão federal para um amplo sistema ferroviário tendo Cuiabá como centro, ligando São Paulo e Minas ao Pará e Rondônia, ganha pela Ferronorte. O principal eixo desse sistema seria o trecho entre Cuiabá e Santarém com bifurcação prevista a oeste em direção a Porto Velho e ao Pacífico. Poderia ser através de Cáceres, ou de Tangará, ou mesmo de Lucas/Sapezal. Que visão extraordinária dos planejadores de então! A leste se chegaria ao Araguaia e daí a Goiás, e até ao porto da Bahia. Tratava-se de um projeto de grande visão, coerente com o que já vinha sendo desenvolvido com as BRs 163, 364, 70 e 158 e as demais intervenções dos programas federais de desenvolvimento. O sistema ferroviário viria para consolidar a nova disposição geopolítica do estado, que já se mostrava exitosa, como um sistema logístico para levar e trazer o desenvolvimento, não apenas como uma esteira exportadora de soja. À ferrovia Cuiabá-Santarém, cabia o papel de reforçar a ainda incipiente espinha dorsal do Estado, que se formava celeremente ao longo do eixo da BR-163.
Por alguns anos a Ferronorte foi abandonada pelos governantes em favor de outra ferrovia no sentido horizontal, a Fico, desagregadora do estado, agora suspensa por irregularidades já antevistas desde seu início. Acertadamente o governador Silval, que quer ser o governador da integração, abraça de novo o projeto da Ferronorte, logo aparecendo grupos chineses dispostos a investir na ferrovia Cuiabá-Santarém, não só para exportar, mas também para trazer para o Brasil os produtos chineses e da Zona Franca de Manaus. A hora é de seguir urgente com os trilhos. De Rondonópolis até Cuiabá (200 Km), de Cuiabá a Lucas (360 Km), já está muito perto. E de Lucas, seguir a Sinop e Santarém. Já!
(Publicado pelo Diário de Cuiabá em 25/10/2011)
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domingo, 23 de outubro de 2011
SAGRADA FAMÍLIA
Nada melhor para um domingo do que uma visita à Catedral da Sagrada Família de Gaudi, em Barcelona, ao som da Ave Maria na voz de Celine Dion. Muito belo e muito doido. Basta acessar p link abaixo.
http://www.youtube.com/watch?v=43DoArF9hgI
http://www.youtube.com/watch?v=43DoArF9hgI
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sexta-feira, 21 de outubro de 2011
O CAU SOMOS TODOS NÓS
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
O RIO EM 360 GRAUS
VALE A PENA - QUE BELEZA!
A imagem tem 138.286 x 36.532 Pixels, ou seja,mais de 5 Gigapixels "reais".
Esta gigafoto do Rio de Janeiro , composta a partir de 685 clicks cobre 190 graus de visão, foi produzida no dia 10 de janeiro de 2011.
Cliquem no link:
http://multimedia.odiaonline.net/
e depois acompanhem alguns detalhes clicando nas fotos embaixo.
A imagem tem 138.286 x 36.532 Pixels, ou seja,mais de 5 Gigapixels "reais".
Esta gigafoto do Rio de Janeiro , composta a partir de 685 clicks cobre 190 graus de visão, foi produzida no dia 10 de janeiro de 2011.
Cliquem no link:
http://multimedia.odiaonline.net/
e depois acompanhem alguns detalhes clicando nas fotos embaixo.
terça-feira, 18 de outubro de 2011
CAU: POR UMA NOVA ARQUITETURA
José Antonio Lemos dos Santos
Na faculdade leciono História e Teoria da Arquitetura e do Urbanismo e a primeira de minhas aulas é sobre um texto do psicanalista alemão Erich Fromm explicando que o homem ao surgir rompeu uma situação de equilíbrio com a natureza, e a partir daí passou a viver situações de necessidades diversas, algumas das quais fundamentais à sua sobrevivência. O desenvolvimento da inteligência permitiu-lhe inventar formas de suprir suas necessidades garantindo o sucesso da espécie humana, justo aquela cujo indivíduo “é, ao nascer, o mais desamparado dos animais”. Às necessidades vitais ligadas à sede, fome, equilíbrio térmico, segurança, junta-se a necessidade do abrigo, sem o qual o homem também não sobrevive. Esta é a essência da Arquitetura, o atendimento às necessidades do abrigo, fundamental à sobrevivência humana desde que o homem deixou a barriga materna, o Jardim do Éden ou o ventre da mãe Natureza.
A Arquitetura não é fútil, não é luxo, mas uma das artes – capacidade de fazer - mais necessárias à sobrevivência humana. Seu desenvolvimento é uma conquista e patrimônio de toda a humanidade, e o abrigo digno virou um direito universal do ser humano sacramentado em nossa Constituição. Seu desfrute, entretanto, está muito longe da universalidade. Ao mesmo tempo em que assistimos às maravilhas da arquitetura e do urbanismo contemporâneos, vergonhosamente convivemos com cidadãos do Brasil e do mundo se abrigando em condições subumanas, inferiores às paleolíticas. Milhões subvivendo pelas ruas, debaixo de pontes, viadutos, marquises ou banco de praças. Milhões em barracos construídos com restos da sociedade, no pau-a-pique, instalados em locais impróprios, áreas de risco, encostas, áreas inundáveis, etc.. Este é o maior dos desafios da Arquitetura e do arquiteto cidadão do mundo. No Brasil, por exemplo, o verão chega e nos lembra das repetidas e absurdas tragédias das viradas de ano. O que foi feito de sério para evitá-las? Quantos morrerão agora? Onde?
No próximo dia 26 os arquitetos de todo o Brasil estarão escolhendo os primeiros dirigentes do seu novo Conselho de Arquitetura e Urbanismo – CAU. Fruto de uma luta de mais de meio século, o CAU não foi criado para ser apenas mais um órgão de classe. Os arquitetos e urbanistas do Brasil convenceram a sociedade brasileira a criar em lei o CAU – corporativo, mas não corporativista - para ser uma ferramenta dela, da sociedade, em prol da efetivação no Brasil desse direito universal ao espaço seguro, sustentável, belo, saudável e antes de tudo digno. A técnica e a arte da Arquitetura e do Urbanismo têm que estar disponíveis a todos, não apenas para uma parcela da sociedade. Esta a meu ver a primeira e hercúlea responsabilidade do CAU.
Vamos votar todos para exigir das autoridades a presença e a responsabilidade dos arquitetos e urbanistas nos assuntos que envolvem a Arquitetura e o Urbanismo, com remuneração e condições técnicas viabilizadoras do correto exercício profissional. Cobrar a implantação imediata da Lei da assistência técnica pública e gratuita aos cidadãos de baixa renda. Nossas cidades e a moradia de seus habitantes não podem mais prescindir dos suportes técnicos especializados e tratadas apenas como um butim de negociação na politicagem que assola o país. Re-dignificar a Arquitetura. As primeiras eleições para o CAU serão o início de outra luta, a luta por uma nova Arquitetura e um novo Urbanismo, buscando a justiça de uma distribuição mais equânime de sua produção e de seus avanços, não mais para alguns.
(Publicado pelo Diário de Cuiabá em 18/10/2011)
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sábado, 15 de outubro de 2011
65 ANOS DE CINEMA
VEJAM QUE TRABALHO CATALOGRÁFICO!!!!!
Sensacional !!!!!!!!!!!!!!!!! Entrem no link, cliquem no filme que escolherem e depois no vídeo e verão os filmes na íntegra.
Para pessoas especiais - todos os filmes! Uma preciosidade!
Um presente para você. Sabe aquele filme que gostou, mas cujo título não lembra ??? Nem dos nomes dos atores e das atrizes ??? Pois bem, tudo o que quiser saber (ou lembrar) sobre filmes estrangeiros em 65 anos está catalogado e ao seu alcance. Ficha completa . Antes de pegar um filme na locadora, consulte este site. Um trabalho de alta qualidade! Acesse o link abaixo:
http://www.65anosdecinema.pro. br/index.htm
Sensacional !!!!!!!!!!!!!!!!! Entrem no link, cliquem no filme que escolherem e depois no vídeo e verão os filmes na íntegra.
Para pessoas especiais - todos os filmes! Uma preciosidade!
Um presente para você. Sabe aquele filme que gostou, mas cujo título não lembra ??? Nem dos nomes dos atores e das atrizes ??? Pois bem, tudo o que quiser saber (ou lembrar) sobre filmes estrangeiros em 65 anos está catalogado e ao seu alcance. Ficha completa . Antes de pegar um filme na locadora, consulte este site. Um trabalho de alta qualidade! Acesse o link abaixo:
http://www.65anosdecinema.pro.
sexta-feira, 14 de outubro de 2011
CUIABÁ NA SAPUCAÍ
Leia a notícia abaixo. Acho uma boa estratégia de marketing para a cidade, principalmente se as obras da Copa estiverem em fase de conclusão em 2013. Aliás, o maior marketing da cidade serão as obras sendo inauguradas uma a uma. Agora uma brincadeirinha: após a leitura da notícia responda a enquete que coloco após a matéria.
Escola de samba vai homenagear Cuiabá no carnaval de 2013
13/10/2011
Cuiabá, a sede da Copa do Pantanal, será tema de enredo da escola de samba Beija Flor de Nilópolis no Carnaval de 2013, no Rio de Janeiro. A informação foi passada nesta quarta-feira (12) pelo prórpio Neguinho da Beija Flor, que fez show reservado em Cuiabá.
Segundo o cantor, apesar de Cuiabá ser o tema central, a escola também vai falar de Mato Grosso, Chapada dos Guimarães e Pantanal Mato-grossense. Uma boa mídia espontânea para o estado, que será uma das sedes da Copa do Mundo de 2014.
Fonte: Copa no Pantanal/Com Repórter MT
ENQUETE:
1 - QUEM SERÁ O DESTAQUE NO PRINCIPAL CARRO ALEGÓRICO DA BEIJA-FLOR?
(Respostas como comentário no Blog ou por e-mail)
r
Escola de samba vai homenagear Cuiabá no carnaval de 2013
13/10/2011
Cuiabá, a sede da Copa do Pantanal, será tema de enredo da escola de samba Beija Flor de Nilópolis no Carnaval de 2013, no Rio de Janeiro. A informação foi passada nesta quarta-feira (12) pelo prórpio Neguinho da Beija Flor, que fez show reservado em Cuiabá.
Segundo o cantor, apesar de Cuiabá ser o tema central, a escola também vai falar de Mato Grosso, Chapada dos Guimarães e Pantanal Mato-grossense. Uma boa mídia espontânea para o estado, que será uma das sedes da Copa do Mundo de 2014.
Fonte: Copa no Pantanal/Com Repórter MT
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1 - QUEM SERÁ O DESTAQUE NO PRINCIPAL CARRO ALEGÓRICO DA BEIJA-FLOR?
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quarta-feira, 12 de outubro de 2011
CUIABÁ DEBATE A COPA DE 2014
(Do site do SINAENCO)
Depois de passar por oito cidades-sede da Copa, o Road Show promovido pelo Sinaenco e pelo Portal 2014 chega a Cuiabá, em evento a ser realizado no dia 19 de outubro, no Deville Hotel.
Na pauta do encontro, o andamento das obras da Arena Pantanal, a infraestrutura turística da cidade e as questões que envolvem o aeroporto e a mobilidade urbana.
Para conhecer detalhes do evento, que é gratuito, e se inscrever, clique aqui.
Depois de passar por oito cidades-sede da Copa, o Road Show promovido pelo Sinaenco e pelo Portal 2014 chega a Cuiabá, em evento a ser realizado no dia 19 de outubro, no Deville Hotel.
Na pauta do encontro, o andamento das obras da Arena Pantanal, a infraestrutura turística da cidade e as questões que envolvem o aeroporto e a mobilidade urbana.
Para conhecer detalhes do evento, que é gratuito, e se inscrever, clique aqui.
terça-feira, 11 de outubro de 2011
AMBULANTES, CAMELÔS E TRANSEUNTES
José Antonio Lemos dos Santos
Ainda que comemorando as vitórias seguidas do Cuiabá Esporte Clube e do Cuiabá Arsenal, rumo à série C do Campeonato Brasileiro e ao bicampeonato nacional de futebol americano respectivamente, não há como deixar de comentar a questão dos camelôs na capital de Mato Grosso. Vale lembrar que, em princípio, ambulantes e camelôs são iguais conceitualmente, ambos exercendo seu pequeno comércio ambulando ou camelando, isto é, transitando de um lugar para outro sem ter um ponto fixo no espaço urbano. Junto a eles sempre esteve o transeunte, o cidadão no exercício de um de seus direitos básicos, o de ir e vir, a pé ou não. Os três têm como qualidade original o uso do espaço público de forma itinerante, transitando. Até aí, tudo bem. Só que em momentos de fragilidade no gerenciamento urbano a relação entre essas figuras entra em desequilíbrio gerando um sério conflito urbano.
Meu primeiro trabalho no assunto foi como superintendente do finado IPDU, em 1993, quando o então prefeito Dante de Oliveira cobrou uma solução permanente para esse problema que entravava o centro de Cuiabá. Vendo de cima já não se enxergava os pisos da Rua de Baixo e das praças da República e Caetano de Albuquerque, cobertas por lonas e plásticos coloridos emendados. Nos espaços públicos do centro de Cuiabá encontrava-se de tudo. De calçinhas, calções, óculos e bonés até roda-gigante, bancas de jogos, drogas, armas, etc., em barracas, algumas com telefone (só fixo então), luz elétrica e até nota fiscal. Para ir do Palácio do Comércio até a Travessa João Dias, o cidadão tinha que caminhar por baixo das lonas, meio recurvado, submetido ao mau-cheiro e ao risco de pisar em coisas desagradáveis. Não gosto de falar mal de minha cidade e só descrevo a situação para lembrar os que já se esqueceram dela e para os novos evitarem que aconteça novamente.
A situação extrapolava o urbanismo físico, colocando em cheque os demais segmentos urbanos, em especial as áreas social, sanitária, a segurança pública e o comércio. Não se tratava mais de uma questão de fiscalização e retirada de ocupantes ilegais de áreas públicas. Envolvia centenas de famílias de trabalhadores, a maioria fazendo um trabalho honesto, ainda que ilegal e o assunto não podia ser mais resolvido de “orelhada”. Foram então iniciados estudos que apontaram algumas conclusões importantes. Primeiro, os ambulantes verdadeiros que usam os logradouros vendendo loterias, flores, pipoca ou artesanatos, não eram problema, pois a legislação municipal de posturas tratava a questão a contento. Segundo, o verdadeiro problema era um vultoso comércio de produtos industrializados realizado através de micros pontos de venda (barracas), patrocinado por alguns grandes atacadistas externos. Explorando a miséria do povo, essa forma ilegal de comércio domina com rapidez os centros das grandes cidades diante de qualquer descuido das prefeituras quanto ao gerenciamento urbano. Além da ilegalidade, coloca em risco os transeuntes e compete deslealmente com o comércio local estabelecido. Pior, na época cada 4 barracas equivaliam à demissão de um comerciário com carteira assinada.
O fato é que a negligência da prefeitura havia criado um grave problema social envolvendo milhares de cidadãos e exigindo tratamento sério e digno. Os estudos culminaram em um Plano Setorial do Comércio Alternativo para Cuiabá que serviu de base para uma firme e convicta ação pública de relocação dos pequenos comerciantes, já com o prefeito Meirelles em 95, e que deveria ser o início da implantação de uma política para o setor. Assim surgiram o Shopping Popular e as galerias populares como ferramentas para uma política pública de promoção social contínua. Mas aí o assunto estica demais para só um artigo.
(Publicado pelo Diário de Cuiabá em 11/10/2011)
sexta-feira, 7 de outubro de 2011
STEVE NO ANDAR DE CIMA
CRIATIVIDADE
Homenagem de estudante de design a Jobs vira hit na internet
06/10/2011
Reprodução | ||
Homenagem do estudante de design Jonathan Mak a Steve Jobs |
O desenho se espalhou na internet, atraindo centenas de milhares de posts, além de aparecer em bonés e camisetas comercializadas no eBay. O logo chegou a ser usado como foto do perfil do ator Ashton Kutcher no Twitter.
"Foi um dia maluco para mim", disse Mak à Reuters. "Estou animado e assustado ao mesmo tempo."
O estudante contou que recebeu uma oferta de emprego por causa do desenho. "Realmente estou sem palavras", afirmou ele no Twitter.
O co-fundador da Apple, que criou produtos revolucionários e mudou a maneira como o mundo aborda a comunicação pessoal e usa os computadores, morreu na quarta-feira, aos 56 anos.
Mak, que inicialmente criou o logo depois que Jobs deixou o comando da Apple em agosto, disse que o design não havia feito tanto sucesso até ser novamente divulgado na quinta-feira.
"Originalmente, eu ia colocar o logo preto modificado sob um fundo branco", explicou Mak, que prestou homenagem a Jobs na loja da Apple em Hong Kong.
"Mas não pareceu melancólico o suficiente. Eu queria que fosse uma homenagem muito silenciosa. É a compreensão calada de que está faltando uma peça à Apple agora. "Ele mais ou menos sugere a sua ausência."
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quinta-feira, 6 de outubro de 2011
STEVE JOBS MORREU
(Transcrevo abaixo e-mail recebido por mim e que retrata também meus sentimentos):
Faz tempo que não sinto a perda de uma pessoa publica de modo tão intenso somo estou sentindo a morte de Steve Jobs. Diversas vezes, nos anos 90, acompanhei a opinião do mercado de que ele podia ser tudo menos um empresário de sucesso, e vi, com admiração, como ele revolucionou o mercado criando novos paradigmas a partir de opiniões pessoais sobre o que um usuário comum gostaria de ter, e principalmente USAR, sem que estes mesmos usuários sequer sonhassem nisto.
Faz tempo que não sinto a perda de uma pessoa publica de modo tão intenso somo estou sentindo a morte de Steve Jobs. Diversas vezes, nos anos 90, acompanhei a opinião do mercado de que ele podia ser tudo menos um empresário de sucesso, e vi, com admiração, como ele revolucionou o mercado criando novos paradigmas a partir de opiniões pessoais sobre o que um usuário comum gostaria de ter, e principalmente USAR, sem que estes mesmos usuários sequer sonhassem nisto.
Deixo aqui meus sentimentos em relação à perda do Edison do século 21, pois no fundo esperava que ele ainda tivesse condições de puxar cada vez mais coelhos maravilhosos de sua cartola mágica.
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terça-feira, 4 de outubro de 2011
VISIBILIDADE A LONGO PRAZO
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