"FIRMITAS, UTILITAS et VENUSTAS" (Tríade Vitruviana)



sexta-feira, 4 de abril de 2014

A ARENA DE MINHA JANELA

Após ter sido realizado seu primeiro jogo teste no dia 02/04/2014 passado, entre Mixto e Santos, posto a última foto desta série de acompanhamento da construção da Arena Pantanal a partir da varanda de meu apartamento. Veja:
Foto José Lemos

Compare com a maquete ao final das postagens e mande seu comentário. 


 Dá para comparar com a situação a 1 ano atrás (04/03/13):

Foto José Lemos
                                                                                    

E com 2 anos atrás, dia 4 de março de 2012, momentos de mais dúvidas que certezas.   Veja:
Foto: José Lemos



Era para ficar pronta em outubro de 2013. Foi prorrogado para dezembro, depois para janeiro de 2014, agora para março, com inauguração ainda em março. O primeiro grande jogo Mixto x Santos pela Copa Brasil, no dia 02/04/2014, com meia carga de público por exigência do primeiro teste, mas com metade das cadeiras instaladas. Depois Luverdense x Vasco, pela série C do Campeonato Brasileiro. Confira com a maquete para ver se ficou parecida:


terça-feira, 1 de abril de 2014

PRAÇA DEVOLVIDA, VITÓRIA CIDADÃ

José Antonio Lemos dos Santos

     No início de agosto de 2012 o noticiário local denunciava a aprovação pela Câmara de Cuiabá de projeto de lei do executivo autorizando a venda de 4 áreas públicas localizadas nos bairros Alvorada, Cidade Alta, Jardim Vitória e Jardim Cuiabá. Bem em frente à Arena Pantanal, palco da Copa, em uma delas encontrava-se a Policlínica do Verdão, excluída do pacote pelo prefeito da época após denúncia do fato em alguns de meus artigos. O promotor de Justiça Carlos Eduardo da Silva de imediato investigou o assunto e em outubro ainda de 2012 o Ministério Público Estadual pediu à Justiça que fosse decretada a indisponibilidade dos imóveis colocados à venda, pedido atendido no último dia 25 de março de 2014 pelo juiz Rodrigo Roberto Curvo, com a anulação da Lei Municipal 5574/12, o cancelamento da venda e a determinação da devolução do valor pago pelo terreno do Jardim Cuiabá, o único que chegou a ser vendido. Claro que os demais só não foram vendidos pela repercussão que o caso alcançou.
     Sem dúvida, fatos bem sucedidos como este de defesa e recuperação do patrimônio público contra a sanha daqueles que deveriam protegê-lo, demonstram que ainda podemos ter alguma esperança no pouquinho que ainda resta da República que pensávamos estar construindo. Aqui e ali alguns homens sérios ocupando cargos que sempre deveriam ser ocupados por pessoas desse jaez, aliados a uma pequena parcela de cidadãos ativos e vigilantes que ainda não entregaram a palha e a rapadura de vez, e apoiados por uma parte da imprensa que ainda acredita ser o quarto poder das verdadeiras democracias, formam um conjunto que às vezes chega a resultados como o que acaba de acontecer em Cuiabá. Tem que ser comemorado. Parece tão pouco, mas é muito.
     As áreas públicas que pretendiam sorrateiramente alienar, são áreas que seriam subtraídas daquelas destinadas e indispensáveis à qualidade de vida do cidadão, por isso previstas nas leis de parcelamento a partir de criteriosos parâmetros urbanísticos. As áreas públicas em um loteamento são propriedades em condomínio do cidadão que adquiriu cada lote, e por extensão propriedade de todos os habitantes da cidade, e devem ter na prefeitura um fiel depositário em nome do povo, e não seu dono, com poder de fazer com elas o que bem entender. Infelizmente, as cidades, e Cuiabá em especial, vêm ao longo das décadas perdendo suas áreas destinadas às praças, áreas verdes ou equipamentos urbanos, patrimônio não só dos cidadãos de hoje, mas de seus filhos, netos e todas as gerações de descendentes que pagarão muito caro por nossa atual irresponsabilidade urbana e ambiental.
     Agiu bem o Ministério Público Estadual ao tomar imediata iniciativa no caso e a Justiça dando o justo e correto desfecho que dela se esperava. Grande também o papel da imprensa noticiando o andamento do caso, desde a estranhamente veloz tramitação na Câmara de Vereadores onde teve quem confessasse ter votado sem sequer ter lido o projeto, até agora na decisão judicial. Através da imprensa a cidadania pode expressar toda sua indignação, e teve participação decisiva agindo na cobrança de posições e impulsionando o bom resultado com a anulação da Lei e da venda realizada. Só acredito que vamos ter cidades realmente voltadas para o bem estar e a qualidade de vida de sua população quando a cidadania assumir que a cidade é sua e não de qualquer El-Rey de plantão. Quando a cidadania assumir que as autoridades são funcionários públicos, isto é, seus funcionários, e que não cabe a ninguém mais ficar esperando, mas correr atrás, cobrar, exigir, fiscalizar, propor, criticar e também ter coragem para aplaudir quando for o caso. E este é um destes. Raríssimos.
(Publicado em 01/04/2014 pelo Diário de Cuiabá, ...)

terça-feira, 25 de março de 2014

A NAVE POUSOU

Foto: EdsonRodrigues/Secopa

José Antonio Lemos dos Santos

     Duas semanas atrás ao chegar em casa à noite fui à varanda e me surpreendi com a Arena Pantanal resplandecente em seu primeiro teste de iluminação. Tenho a regalia de uma ótima vista da cidade e nela a Arena me permitindo acompanhar sua construção desde o início. Com todo respeito ao também belo Verdão demolido, é claro que ao ver maravilhado a Arena iluminada pela primeira vez, bati logo uma foto que por deficiência do fotógrafo saiu tremida, mas, sem querer, expressando bem a emoção do momento, logo postada em meu blog.
     Tratei sempre a Arena Pantanal como uma espaçonave intergalática prestes a pousar em Cuiabá. Finalmente pousou linda, cintilante, como um objeto totalmente novo acomodando-se na malha de luzes noturnas da cidade. Agora recebe seus últimos ajustes para os inestimáveis voos que a justificaram pela imensidão das potencialidades mato-grossenses no espaço globalizado do esporte, da cultura, da educação, do turismo e, até, da saúde e da segurança públicas. O esporte é uma das formas mais sublimes de expressão da vida e, investir no esporte é investir na vida saudável, pois o corpo é sua principal ferramenta, sem espaço para as drogas e outros descaminhos, raízes da violência, do crime e da degradação humana. Além disso, o futebol é uma das mercadorias mais valorizadas e consumidas no planeta, um mercado de trabalho que fascina os jovens acenando-lhes como um caminho de realização profissional e pessoal, o único realmente competitivo diante das tentações fáceis do mundo do crime. Mente sã em corpo são.
     Mas para essa nave voar e trazer seus benefícios é preciso antes entendê-la e aprender pilotá-la. Não mais um estádio de futebol, mas uma arena multiuso como as que se instalam hoje pelo planeta, um novo tipo de edifício resultante das demandas e possibilidades técnicas do mundo moderno com o avião a jato, a internet, a fibra ótica e a TV via cabo e satélite. A arena moderna é filha do tempo atual, irmã das lan houses. São complexas plataformas midiáticas globais para eventos que extrapolam o interesse local e chegam ao nível da audiência planetária, como numa Copa do Mundo ou num show do Rolling Stones. Sua viabilidade está em plateias nacionais ou mundiais através de direitos de transmissão, publicidade e pacotes de viagens, não mais só pelas bilheterias locais. Assim, transforma-se também em poderosa ferramenta de promoção das potencialidades dos locais onde se instala. Um inovador instrumento de política de desenvolvimento.
     Só que se trata de uma estrutura grande, sofisticada e cara. Para administrá-la será preciso uma estrutura especializada e, no caso da Arena Pantanal, seria ideal que fosse gerida em conjunto com o Ginásio Aecim Tocantins. Sua gestão deve trabalhar tendo como pano de fundo as potencialidades atrativas naturais do Pantanal, Amazônia e cerrado no centro do continental, bem como as paisagens artificiais “high-tech” das “plantations” e campos criatórios mato-grossenses, disputando pelo Brasil e o mundo a agenda internacional de eventos esportivos, culturais e de negócios, com um ano ou dois de antecedência.
     O mundo hoje é midiático, globalizado e plano. Só é periferia quem quer. Quem não estiver na vitrine global, não existe, morre. As arenas estão sendo inventadas e construídas para colocar um país, uma cidade ou região aos olhos do mundo, fazendo seu marketing, mostrando o que tem a oferecer ao planeta. E Mato Grosso tem muito a oferecer. Será preciso aproveitar as experiências semelhantes já desenvolvidas no mundo e as que começam a surgir no Brasil. Aqui mesmo em Cuiabá já existe a experiência do SEBRAE com o Centro de Eventos do Pantanal, que poderia ser um bom começo neste grande desafio da Arena Pantanal. 

(Publicado em 25/03/2014 pelo Diário de Cuiabá)

sábado, 15 de março de 2014

A ARENA DE MINHA JANELA

Veja na foto tirada agora, dia 15/04/14 às 18h:15, com o meu celular da Arena iluminada, certamente em um de seus primeiros testes, senão o primeiro, de iluminação com todos ou boa parte de seus refletores. Show. A foto é péssima, mas fica como um registro.

Foto José Lemos

terça-feira, 11 de março de 2014

LISTAS OCULTAS

José Antonio Lemos dos Santos

     Que me perdoem de novo os especialistas em política, mas, como qualquer cidadão incorporo a majestade do eleitor, principal agente da democracia, a quem deve sempre preocupar os destinos de sua cidade e da nação. Assim, deixo um pouco as obras da Copa, as questões regionais e urbanas para abordar outra vez um assunto que me incomoda há muitos anos e que tem a ver com a tão necessária Reforma Política. Refiro-me às eleições proporcionais, ou melhor, a forma como ela é praticada no Brasil, que me parece desvirtuar as intenções de voto do cidadão. É comum se ouvir que o cidadão não sabe votar e que é dele a culpa pelos políticos que o país tem e, em consequência, pela qualidade dos governantes de nossas cidades. Coitado. Desrespeitado e maltratado, paga a conta e ainda leva injustamente a culpa.
     Como todos sabemos, no Brasil temos dois tipos de eleições, as majoritárias e as proporcionais, e é importante que existam as duas. Nas majoritárias vence o candidato que tiver mais voto. É simples e todo mundo sabe em quem está votando. Nas proporcionais já não é tão simples assim. O cidadão escolhe um candidato e seu voto pode eleger outro, muitas vezes até eleger um que ele não queria ver eleito. Nas eleições proporcionais o objetivo é eleger a divisão proporcional do poder político entre as diversas correntes partidárias representadas nas listas de candidatos de cada partido, proporção esta expressa no número de cadeiras parlamentares que cada corrente conquistar. Estas cadeiras são ocupadas pelos candidatos mais votados em cada corrente, os quais, na maioria das vezes não são aqueles escolhidos diretamente pelo eleitor. Por isso os mandatos das eleições proporcionais são dos partidos e não dos candidatos. Esta é a beleza das eleições proporcionais, mas também seu grande mal entre nós.
     Em suma, o eleitor pode escolher um bom candidato e eleger sem querer outro do mesmo partido ou coligação a qual pertence o candidato escolhido. O eleito pode até ser um que o eleitor quisesse banido da vida pública. E é o que geralmente acontece, pois as listas dos candidatos discriminadas por partido ou coligação não são mostradas aos eleitores, deixando o eleitor sem saber quem seu voto pode eleger de fato. As listas de candidatos dos partidos são montadas habilmente pelos seus caciques de forma a garantir suas próprias eleições ou de seus escolhidos, não necessariamente os da vontade do eleitor. Do eleitor eles só querem as cadeiras. Por que esse sistema não é bem explicado ao povo? Por que as listas não são divulgadas claramente? Enquanto isso, prevalece à falsa ideia de que as eleições proporcionais são iguais às majoritárias e, assim, as coisas continuam como estão com o povo sendo enganado no seu próprio voto, elegendo e legitimando muitos daqueles que não gostaria de ver reeleitos.
     As eleições proporcionais são importantes desde que devidamente explicadas, e, muito especialmente, desde que mostrando ao eleitor a lista de candidatos que seu voto pode de fato eleger. Podia ser no verso dos “santinhos” dos candidatos, em vez das usuais imagens de santos, calendários, receitas ou escudos de times de futebol. É fácil culpar o eleitor pela qualidade de nossas bancadas, se não lhe é dado saber em quem de fato está votando. A publicação massiva das listas discriminadas dos candidatos, da mesma forma como é feita a divulgação dos nomes dos candidatos, seria uma boa e fácil providência enquanto a Reforma não vem. Com ela o eleitor veria que junto a seu candidato escolhido pode ter outro ou outros que ele não quer eleger, mas que na maioria das vezes ganha a cadeira com seu voto de boa fé. Aí os partidos pensariam muito antes de colocar alguns nomes em suas listas. 
(Publicado em 11/03/2014 pelo Diário de Cuiabá, Midianews, RepórterMT, JornalOeste)

segunda-feira, 10 de março de 2014

ENTREVISTA NO HIPERNOTÍCIAS

HiperNotícias/Mike Toscano

Veja no link abaixo entrevista dada por mim no site HiperNotícias (link abaixo)  respondendo a perguntas desafiadoras. Falo sobre o momento da cidade, perspectivas, efeitos da Copa, planejamento, etc..

http://www.hipernoticias.com.br/TNX/conteudo.php?sid=180&cid=33867

quarta-feira, 5 de março de 2014

A ARENA DE MINHA JANELA

Veja como estava a Arena Pantanal vista de minha varanda no dia 4 de março de 2014. Estão sendo envelopados os pórticos com algum tipo de membrana branca. Dá para notar que a área do entorno imediato à Arena já está em fase final, com gramados e palmeirinhas. Não dá para ver mas, por dentro o gramado já recebeu as traves com o sistema eletrônico de confirmação se a bola entrou ou não, bem como começam a ser feitas as marcações e a instalação dos refletores. Os telões estão instalados. Segue a instalação das cadeiras, ainda com 12 mil instaladas. Compare com a maquete ao final das postagens e mande seu comentário. Veja:

Foto José Lemos


 Dá para comparar com a situação a 1 ano atrás (04/03/13):

Foto José Lemos
                                                                                    

E com 2 anos atrás, dia 4 de março de 2012, momentos de mais dúvidas que certezas.   Veja:
Foto: José Lemos






Era para ficar pronta em outubro de 2013. Foi prorrogado para dezembro, depois para janeiro de 2014, agora para março, com inauguração ainda em março. O primeiro grande jogo Mixto x Santos pela Copa Brasil, no dia 02/04/2014. Depois Luverdense x Vasco, pela série C do Campeonato Brasileiro, no dia 09/04. Confira com a maquete para ver se está indo tudo certo:


terça-feira, 4 de março de 2014

SÍMBOLOS E MONUMENTOS

RenêDiozG1

José Antonio Lemos dos Santos


    No último dia 23 de fevereiro o Governo do Estado e a Mitra 

Arquidiocesana entregaram restaurados os relógios e os sinos da 

Basílica do Bom Jesus de Cuiabá. Com os relógios já funcionando a 

alguns dias, os sinos voltaram a badalar às 10h:30 daquela manhã, 

depois de 20 anos. As torres também teriam sido reformadas por dentro 

permitindo visitas agendadas ao campanário e à cripta, a qual, como 

poucos sabem, guarda os jazigos de vultos históricos, como Paschoal 

Moreira Cabral, Miguel Sutil e Dom Aquino. Não fosse a Copa, sabe 

quando isto teria acontecido? Nunca. À bem da verdade lembro que na 

administração José Meirelles foi feita uma reforma patrocinada pela 

colônia sírio-libanesa, doadora dos relógios originais. Porém, durou 

pouco, pois a aparelhagem exige manutenção especializada permanente 

que tem custos, problema que espero ter sido equacionado desta vez. 
RenêDiozG1


     Todas as cidades têm símbolos e monumentos que as marcam, seus 

cartões-postais. Podem ser naturais ou construídos, religiosos, 

públicos, comerciais. Nova York foi marcada por muito tempo pelo 

Empire State, São Paulo pelo edifício do Banespa. Paris tem a Torre 

Eiffel, e o Rio o Cristo Redentor e o Pão de Açúcar. O carinho com que 

cada um desses ícones é tratado em cada cidade expressa de imediato 

aos visitantes o grau de civilidade de seus habitantes, medido pelo 

carinho com que os cidadãos cuidam de sua própria cidade. Os ícones 

urbanos interessam a todos. Já pensaram a estátua do Cristo Redentor 

caindo aos pedaços? No caso de um elemento menor como um relógio 

público numa igreja matriz, numa estação ferroviária ou obelisco, pode 

até ser que seu funcionamento nem chame tanta atenção de um visitante 

como chamaria seu eventual estado de abandono. Uma fonte ou chafariz 

abandonados como depósito de água podre e lixo, marcará para sempre em 

negativo aquela cidade e sua gente na memória do visitante.

     Representando as potencialidades turísticas de todo Mato Grosso, 

Cuiabá está a 100 dias de receber a Copa e com ela milhares de 

turistas, tendo sua imagem distribuída para o mundo todo. Não dá para 

errar. É preciso destacar e mostrar bem as coisas que nos são caras e 

belas. Em junho do ano passado fiz um artigo festejando a iluminação 

do belíssimo Redentor da Igreja do São Gonçalo no Porto, com seus 

3,6m, colocado sobre um globo lá no alto do campanário, a 36 metros 

de altura. É uma obra arquitetônica exemplar que encanta a todos, 

independente de religião, e merecia um tratamento daquele. Mas, na 

outra noite a iluminação já havia sumido. Não valeu o artigo elogioso.

     Agora novas esperanças com os relógios da Matriz revitalizados, 

bem como com a reforma que também está sendo feita na Igreja do Bom 

Despacho. Que esta forma de cuidar os ícones da cidade se alastre 

para outros de seus pontos queridos. Ainda nos monumentos religiosos 

destacaria as Igrejas do Rosário, da Guadalupe e da Boa Morte, a 

Presbiteriana da 13 de Junho, a Mesquita do Morro da Luz e o Grande 

Templo. A lista seguiria com o conjunto formado pela Praça da 

República e Jardim Alencastro e seus principais edifícios, em especial 

os Palácios da Instrução e Alencastro, com a fonte luminosa à sua 

frente. Iria além com o Centro Geodésico, o obelisco do Cinquentenário 

da Retomada de Corumbá na Praça do Porto, o Museu do Rio e o Aquário 

Muncipal, a Estação de Satélites do INPE, o Parque Mãe Bonifácia, 

a Praça das Bandeiras e os painéis de Humberto Spindola no Palácio 

Paiaguás. Tudo bem arrumado, sinalizado, seguro e iluminado, com 

calçadas e bocas-de-lobo íntegras e limpas, quem sabe até interligados 

por um programa de city-tour que há tanto tempo Cuiabá merece. E que 

assim permanecesse para sempre, com nossa eterna cobrança. Amém.

(Publicado em 04/03/2014  pelo Blog do José Lemos) 


Veja no link abaixo os velhos sinos sendo badalados novamente. Mas com badalos
pós-modernos: 
http://www.mt.gov.br/sala-de-imprensa/tv-paiaguas/sinos-e-relogios-da-igreja-matriz-de-cuiaba-voltam-a-funcionar-apos-20-anos/104973

sábado, 1 de março de 2014

UMA NOITE EM 67

franciscopetros.blogspot.com

     Para os que viveram essa época é bom rever este belíssimo documentário. Emocionante. Para os que não viveram é muito bom ver a história viva rompendo paradigmas de fato e sem blá-blá-blás. Mais do que um festival de música, mais do que belas músicas, mais do que simples artistas, a história sendo construída com palmas, vaias, participação. Beleza.
Veja no link abaixo:

http://www.youtube.com/watch?v=FOsXaaW4Pkk

terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

QUEM DEFENDERÁ A FERRONORTE?

cargapesada.com.br

José Antonio Lemos dos Santos

     Não dá para acreditar quando alguém diz que quer resolver um problema de extrema urgência e elevados custos, mas ao invés de escolher a solução mais viável, rápida e barata prefere outra com o dobro das dimensões, custos e dificuldades. É o caso da logística em Mato Grosso, que vem causando pesadas perdas à produção e ao ambiente, e, em especial, perdas de vidas humanas. Com toda essa urgência não dá para comparar os 560 Km da continuidade da Ferronorte de seu terminal operante em Rondonópolis até Lucas do Rio Verde, com os 1200 Km da FICO de lá até a inoperante Norte-Sul e o inexistente porto de Ilhéus. 
     Na verdade, por trás dessa questão da ferrovia estão em jogo dois projetos de futuro para Mato Grosso. Por um a ferrovia passa por Cuiabá, e pelo outro busca-se afastar o norte do sul mato-grossense, com Cuiabá no meio, isolada. Como Cuiabá é o maior reduto eleitoral do estado, esse jogo não pode ser aberto e tem sido habilmente dissimulado por seus defensores. O primeiro projeto, a Ferronorte, tem quase 5 décadas e a cada ano é mais atual, mostrando a grande visão de seus idealizadores, os saudosos senador Vicente Vuolo e o professor Domingos Iglesias. Seu traçado vai até Santarém pela espinha dorsal do estado, a BR-163, com uma variante para Porto Velho e Pacífico, comportando outras extensões como para Cáceres, e mesmo para a Fico. Uma ferrovia de fato para todo o estado, reforçando a integridade geopolítica que faz de Mato Grosso um estado otimizado e o de maior sucesso produtivo no país hoje. Uma ferrovia para levar e também trazer o desenvolvimento, não apenas uma esteira exportadora de soja.
     O outro projeto surgiu com o avanço do agronegócio no estado e a afirmação política de algumas de suas lideranças. Por ele a Ferronorte para em Rondonópolis e é complementado com a Fico, cortando o estado horizontalmente ao norte, sequestrando nossas cargas e empregos para Goiás e Rondônia. Basta lembrar do mapa do Estado para entender a intenção de dividir a economia mato-grossense, deslocando artificialmente o centro geopolítico do estado de Cuiabá para dois polos, Lucas e Rondonópolis, forçando uma futura divisão do próprio estado. Quase todo o Mato Grosso platino fica excluído, inclusive Cuiabá e Cáceres com todas as potencialidades de seu porto e ZPE.
     O problema deste projeto oficial é a Grande Cuiabá, o maior centro de carga de ida e volta do estado. Um terminal ferroviário em Cuiabá, ligado a Cáceres, Lucas, Porto Velho e aos portos do Pará inviabilizará o terminal de Rondonópolis como o maior do estado, indispensável ao pretendido deslocamento geopolítico ao sul. Daí a necessidade de se isolar Cuiabá. Já o projeto da Ferronorte ficou órfão politicamente sem o senador Vuolo e Dante. Quem a defenderá hoje? Difícil. A Fico hoje foi abraçada pela classe política que trabalha por ela com um eloquente e covarde discurso de fingimento e omissão em relação à Ferronorte, em especial aqueles que não cresceram com o estado e para os quais a única chance de sobrevida política é reduzir Mato Grosso às suas próprias mediocridades. Mudos! Para estes a logística, a população e o produtor são secundários, só lhes interessa mais poder, mais cargos públicos, tudo pago pelo povo. 
     A Ferronorte não exclui a FICO, o inverso sim. Mas pode até ser as duas. Em 70, na ligação asfáltica de Cuiabá o dilema era se seria por Goiânia ou Campo Grande. Foram feitas as duas e foi um sucesso. Mas hoje enquanto nos calamos o projeto excludente avança. Quem defenderá a Ferronorte, a continuidade do atual Mato Grosso, unido, enxuto e campeão, contra a ideia de rasgá-lo em dois ou mais, de volta ao fim da fila federativa, de novo sem poder, sem vez e sem voz? 
(Publicado em 25/02/2014 pelo Diário de Cuiabá, Blog do José Lemos, ...)

domingo, 23 de fevereiro de 2014

OS RELÓGIOS DA MATRIZ

Foto José Lemos

Quem diria! Mais um milagre da Copa. Os relógios e os sinos da Catedral de Cuiabá funcionando e acertados. A inauguração será hoje, dia 23/02/14 às 9h:00. O principal relógio de uma cidade é um símbolo para ela. Pode estar em um templo religioso, uma estação ferroviária, um obelisco, ou outro lugar destacado. Seu funcionamento pode até nem ser tão importante para a vida dos cidadãos nem chamar tanta atenção do visitante, mas o seu abandono, seu desleixo salta aos olhos como uma expressão da falta de carinho dos habitantes para com sua cidade.

Foto José Lemos

Sem a Copa, sabe quando veríamos esta cena com os relógios funcionando? Eu não sei. Nosso desafio é que não deixemos que seja abandonado de novo, cobrando que outros símbolos da cidade sejam revitalizados e mantidos dignamente.
Sem reduzir meus aplausos à restauração já feita, falta agora dar um trato geral no edifício. Veja na foto abaixo as ferragens expostas em uma das torres.
Foto José Lemos

terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

A COPA E O CENTRO DA AMÉRICA

viagem.uol

José Antonio Lemos dos Santos

     Desde que surgiram em 1851 com a Exposição Universal de Londres, os grandes eventos internacionais objetivam promover a venda de alguma coisa. Na época era fazer uma mostra da produção da indústria inglesa, reunindo em um só lugar produtos, produtores e consumidores de todo o mundo. A grande atração acabou sendo o próprio edifício onde se realizou o evento, o Palácio de Cristal, de dimensões jamais vistas, todo em estrutura metálica e vidro, abrindo caminho para a nova arquitetura que mais tarde se consolidaria como Arquitetura Modernista. Quando Dutra, o presidente cuiabano, construiu o Maracanã e trouxe a Copa do Mundo de 1950, seu objetivo era mostrar ao mundo um novo país que deixava de ser rural começando a ser industrializado, apto a receber as atenções dos investidores internacionais. 
     Agora ao estender a Copa 2014 para o Pantanal e Amazônia o Brasil buscou mostrar ao mundo as belezas desses ecossistemas e promover seu potencial turístico em nível internacional, objetivo, aliás, que parece ter sido marginalizado pelos próprios gestores da Copa. Em comparação às obras da mobilidade urbana, tão importantes para Cuiabá, pouca coisa foi desenvolvida no turismo. Sorte é que as atrações naturais de Mato Grosso são tão poderosas, que mesmo marginalizadas nas atenções oficiais, elas mesmo se promovem, aliás, como sempre fizeram. Nesta reta final para o grande evento, fundamental é que os governos não atrapalhem e que invistam ainda no que puder ser feito em termos segurança, informação e conforto ao turista. É o que dá! 
     Além do Pantanal, Mato Grosso tem as belezas naturais do Cerrado e da Amazônia, assim como – por que não? - as belezas das paisagens artificiais das grandes plantações e dos grandes campos criatórios, ricos em capital, tecnologia e polêmicas, sérias e não sérias, como as que sempre acompanham os avanços pioneiros. Porém, dentre todas as joias turísticas de Mato Grosso a de maior potencial é o centro geodésico da América do Sul, que, no entanto, não é lembrada nas programações para a Copa. O centro do continente sul-americano só existe um, está aqui e precisa ser explorado como gerador de empregos, renda e cultura. De quebra ainda leva junto o nome de Rondon, pantaneiro reconhecido mundialmente como um dos maiores vultos da história humana, que identificou e demarcou aquele lugar mágico. Por falar em Rondon, não dava para preparar alguma referência lá no local onde nasceu, talvez na parte já levantada de seu memorial em Mimoso? 
     Voltando ao centro da América do Sul, não temos o direito de negar a um turista que vem lá do outro lado do mundo ao menos a informação de que ele esteve no centro exato de um continente e a possibilidade de registrar essa sua presença em uma foto certificada a ser pendurada em alguma das paredes de sua memória. Seria tão difícil preparar uma estrutura para fotos e certificados oficiais assinados pelo prefeito, com visitas agendadas pelos hotéis logo à entrada do hóspede, e cobrados a preços módicos à sua saída? Seria difícil conseguir que cada delegação fizesse uma visita com foto oficial junto ao obelisco? Haveria melhor divulgação? Meu primeiro artigo sobre assunto é de 1986 no saudoso O Estado de Mato Grosso, propondo no local um centro de cultura sul-americana. Quem sabe para o Tricentenário? Hoje, a poucos meses da Copa é impossível pensar além desses serviços de registro de presença. Em termos do espaço, o tratamento dado por Jaime Lerner está ótimo, nada a construir, só adicionar uma bela iluminação cenográfica, apoio técnico de qualidade ao turista, manutenção e limpeza constantes. O mais importante é o centro da América do Sul, atestado por Rondon. Isso só Cuiabá tem. 
(Publicado pelo Diário de Cuiabá em 18/02/2014)

Des

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

DILMA, FICO E FERRONORTE

José Antonio Lemos dos Santos

     É aguardado hoje o lançamento oficial da safra de soja 2013/2014 de Mato Grosso com a presidenta Dilma em Lucas do Rio Verde, safra que se espera mais uma vez exitosa e recordista, como promete ser toda a safra de grãos do estado prevista em 48 milhões de toneladas, um quarto de toda a produção brasileira. Aos grãos, somam-se a pecuária, as plumas, o etanol, o biodiesel, diamantes e ouro, transformando Mato Grosso de norte a sul, de leste a oeste, numa das regiões mais dinâmicas e produtivas do planeta e que vem rendendo ao Brasil fantásticos superávits comerciais, chegando ano passado a US$ 14,4 bilhões, mais de US$ 1,2 bilhão por mês. De dólares! O Brasil teve um superávit de apenas US$ 2,56. Imaginem se Mato Grosso tivesse uma logística de transportes compatível com a admirável economia que conseguiu construir e com a riqueza que rende todos os anos ao Brasil?
     Falar de logística em Mato Grosso é tratar de uma necessidade dramática de um povo trabalhador que conseguiu fazer de seu estado o maior produtor agropecuário do país e um dos maiores produtores de alimentos do mundo, mesmo que historicamente tão desprezado pelos governos. Um povo que apesar de sua produtividade vem sendo cada vez mais sacrificado pela carência de transportes que lhe impõe perdas em fretes absurdos que solapam a competitividade de seus produtos e aumentam os preços dos insumos, bens e mercadorias trazidos de fora e que são indispensáveis à produção e à sua qualidade de vida. Perdas também pelas cargas vazadas ou tombadas nas estradas, pelos danos ambientais e, muito especialmente, pelas vidas imoladas todos os dias nesse altar sanguinolento que viraram nossas estradas, em doloroso tributo cobrado pelos cruéis deuses da incúria, irresponsabilidade e impunidade públicas. Até quando persistirá este sacrifício imposto aos mato-grossenses, todos reféns da insegurança, do terror e do medo a cada viagem pelas rodovias no estado?
     As estatísticas oficiais de acidentes se superam em dor a cada ano. Só nas rodovias federais em Mato Grosso em 2013 foram 4.567, em média 12,5 acidentes por dia vitimando 2.592 pessoas, ou seja, mais de 7 vítimas por dia em média. Dentre estas vítimas 758 tiveram ferimentos graves e 296 morreram, ou seja, 1054 mortos ou feridos gravemente no ano, quase 3 sacrificados todos os dias. Pior, estes dados só contam os óbitos ocorridos em até 24 horas após os acidentes. Reviro estes dados dolorosos para nos aproximar da dureza trágica que a frieza das estatísticas econômicas esconde. Isso só nas federais. 
     O atual patamar de desenvolvimento de Mato Grosso envolve cargas de ida e volta que extrapolam em muito os limites do modal rodoviário, e exigem a incorporação das ferrovias e hidrovias. Presidenta Dilma, traga os trilhos da FICO e as duplicações rodoviárias, mas traga também logo a continuidade Ferronorte, esta sem dúvida a solução mais viável, rápida e barata para levar a produção estadual e também para trazer qualidade de vida, objetivo maior do desenvolvimento. A partir do recém-inaugurado terminal de Rondonópolis, passando por Cuiabá e chegando a Nova Mutum são só 440 km. Mais 120 km se chega a Lucas, tudo em ambiente antropizado, conhecido ambientalmente, sem himalaias ou araguaias a transpor, e com investidores estrangeiros interessados. Metade dos 1200 km da FICO e custando menos que 1,5 superávit mensal de Mato Grosso. E logo estas duas ferrovias serão insuficientes para tudo o que Mato Grosso ainda vai produzir. Que venham depois as também já necessárias hidrovias, outras ferrovias, rodovias e aeroportos num sistema de transportes integrado rápido, seguro e sustentável que este Mato Grosso unido, forte e campeão precisa e tem direito. 
(Publicado em 11/02/2014 pelo Diário de Cuiabá)

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014

TRINCHEIRA DO SANTA ROSA

Veja a situação das obras da Trincheira do Santa Rosa no dia 05/02 passado. Não dá para perceber qualquer diferença significativa de um mês para outro. Estão tendo algum problema com o lado direito da foto (lado do Big Lar), pois parece bem atrasado em relação ao lado esquerdo?Confira:

Foto  FCLS


Foto FCLS

Foto FCLS

Veja também interessante matéria e galeria fotográfica de ontem (06/02/14) do Midianews sobre a trincheira no link :  http://www.midianews.com.br/conteudo.php?sid=14&cid=187954

Compare com a situação das obras da Trincheira do Santa Rosa  no mês passado, dia 02/01/14, primeiro dia útil do ano. Havia sido liberado o tráfego na parte superior (rotatória) e na alça de conversão à direita para a Miguel Sutil para quem vem do Ribeirão do Lipa, conforme a foto do mês passado já indicava. Veja à esquerda o supermercado Extra em fase final de instalação e veja também à esquerda da foto que o leito da parte inferior da trincheira parece ter chegado ao nível definitivo. Confira:

Foto FCLS
  Veja a rotatória liberada:

Foto FCLS

Foto FCLS

Compare com a situação do mês passado (07/12/13):
Foto FCLS

Dá para comparar também com o final do mês de outubro (31/10/13):
                                                                                                              Foto FCLS

E no início de setembro (01/09/13):
01/09/13                                                                                                 Foto FCLS
                                                                                                                                                                                      

Compare a situação  a pouco mais de  7 meses, entre 31/05/13 e hoje:

31/05/13                                                                    Foto FCLS

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

ARENA REAL MADRID

mktesportivo.com

Projeto do mesmo escritório GMP Architekten que fez a Arena da Amazônia. Apesar de muito mais caro e sofisticado, a solução plástica da máscara externa lembra algum outro estádio (em fase final de construção)? Espetáculo de arquitetura ou arquitetura do espetáculo? Vale ver mais em:

http://www.mktesportivo.com/2014/01/real-madrid-apresenta-projeto-do-reformado-santiago-bernabeu/ 

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

A ARENA DE MINHA JANELA

Veja como está a Arena Pantanal vista de minha varanda hoje, 5 de fevereiro de 2014. Ontem amanheceu com o tempo fechado.  Dá para ver as membranas que farão a proteção solar das fachadas já instaladas e marcando como o elemento plástico unificador das quatro arquibancadas do edifício. Também dá para ver o pórtico norte já sendo fechado em branco. Por dentro a grama já se consolida, as cadeiras e os painéis eletrônicos estão sendo instalados. Compare com a maquete ao final das postagens e mande seu comentário. Veja:

Foto José Lemos

 Dá para comparar com a situação a 1 ano atrás (04/02/13):

Foto José Lemos



                                                                                    

Dá para comparar com a situação a 2 meses atrás, dia 4 de dezembro de 2013.   Veja:

Foto: José Lemos


E a exatos 2 anos atrás, momento de mais dúvidas que certezas. Confira:

040112                                                                                           Foto José Lemos

A 4 meses atrás, em 04/10/2013, os guindastes gigantes ainda estavam presentes na obra:

Foto: José Lemos


Era para ficar pronta em outubro de 2013. Foi prorrogado para dezembro, depois para janeiro de 2014, agora para fevereiro, com inauguração em março. Confira com a maquete para ver se está indo tudo certo:


terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

EM CIMA DA ASA

M.Minikoviski

José Antonio Lemos dos Santos

     O voo 1371 de Cuiabá para São Paulo do último dia 24 chamou a atenção da mídia nacional com seus passageiros abrindo a porta de emergência e andando em cima da asa do avião após permanecerem em solo trancados por horas na aeronave aguardando em vão uma escada para desembarcarem no Rio de Janeiro, escala causada por mau tempo no local de destino. Segundo relato de uma passageira que viajava em companhia do marido, dos pais e de 2 filhos crianças, a abertura da porta de emergência teria ocorrido quando os passageiros reclamavam de calor porque as portas estavam fechadas e o ar-condicionado, desligado.
     A empresa aérea em nota informou que o avião havia pousado às 17h50 no Aeroporto do Galeão e foi dirigido ao pátio do Terminal de Cargas, um local distante com “acesso limitado” às escadas e aos serviços de transporte, “o que impossibilitou as atividades de desembarque”. Segundo a Infraero a decolagem para São Paulo se deu às 22h22, portanto
mais de 4 horas presos em solo num avião por falta de escadas! Isso no segundo maior aeroporto do Brasil! Ainda segundo a mesma passageira, “todo mundo entende chuva e aeroporto fechado, ninguém entende ficar sem informação e sem perspectiva por horas e horas". A abertura da porta de emergência e a invasão da asa foram então um legítimo e até natural gesto de desespero e protesto em resposta à sensação concreta de falta de ar e de respeito, o mínimo que se pensava assegurado aos passageiros na compra de uma passagem. 
     Aliás, seria também caso de um passeio em cima de alguma asa as cobranças do ministro da Aviação Civil no dia anterior em sua primeira visita às obras do Aeroporto Marechal Rondon, prioritárias na matriz de responsabilidade do governo federal com a Fifa para a Copa do Mundo 2014. Vale destacar que, em princípio qualquer cobrança é válida em se tratando de obras atrasadas em um compromisso nacional tão importante. Mas, quanto a esta, vinda de onde veio, cabem algumas considerações. Será que o ministro se lembra de que o aeroporto é uma responsabilidade federal, através da Infraero? Será que ele sabe que após a escolha de Cuiabá como uma das sedes da Copa a Infraero demorou 3 anos e 7 meses para aprontar o projeto, para só então sair a ordem de serviço para as obras? Obras que na verdade só deslancharam a partir da presidenta Dilma ter trazido a aviação civil para seu gabinete e feito substituições na direção geral e local da Infraero, mas, principalmente porque o governo do estado chamou para si a execução das obras. Sem estas medidas, a ampliação do aeroporto sequer teria sido iniciada até hoje, inviabilizando a Copa do Pantanal. 
     Outro dia foi a então ministra da Casa Civil, “comandante da força-tarefa” criada para garantir a realização da Copa, quem apareceu na imprensa nacional, não na obra, falando em estrutura de lona para o Marechal Rondon, que já se encontrava coberto. Agora o ministro da Aviação Civil, em sua primeira visita a obra aparece fazendo cobranças que também deveriam lhe destinar. A presença física das altas autoridades, em especial as federais, no acompanhamento de obras essenciais como a do Aeroporto Marechal Rondon, além de necessária, sempre será bem-vinda ao hospitaleiro povo cuiabano. Mas que seja para ajudar. Neste momento em que as obras deslancham, a presença deles será importante para assegurar a continuidade desse ritmo, e até acelerá-lo se for o caso. Por exemplo, a denúncia dos repasses atrasados feita semana passada pela empreiteira é grave e tem que ser esclarecida e resolvida já. Procede a reclamação? Alguém segura o repasse? A Secopa ou a Infraero? Esta obra não pode parar de novo, nem diminuir seu ritmo. Ainda dá tempo, mas não para mais erros. 
(Publicado em 04/02/2014 pelo Diário de Cuiabá)