"FIRMITAS, UTILITAS et VENUSTAS" (Tríade Vitruviana)



terça-feira, 21 de maio de 2013

LUVERDENSE, CÂMARA E AMÉRICA DO SUL

Foto José Lemos

José Antonio Lemos dos Santos

     Viva o Luverdense que na semana passada em Salvador eliminou da Copa do Brasil o poderoso Bahia, time da série “A” do Campeonato Brasileiro, jogando com o regulamento de forma amadurecida em uma exibição de gala reconhecida pelos narradores da TV soteropolitana digna da beleza da nova Arena Fonte Nova. Um feito memorável para um time de um estado que é criticado por acolher uma das sedes da Copa do Mundo sem ter um time entre os da elite do futebol brasileiro. O Mixto também já havia vencido no Dutrinha o Vitória, também classe “A” e campeão baiano. E olha que o Luverdense foi o terceiro colocado no campeonato de Mato Grosso, mostrando que o mato-grossense gosta mesmo do futebol e está a altura da fantástica Arena Pantanal. Aliás, quando os cotovelos doloridos criticam os 42 mil lugares da nova Arena, sempre esquecem que o antigo Verdão tinha 55 mil lugares, e lotava. 
     Mas neste artigo quero tratar da proposta do presidente da Câmara Municipal de Cuiabá de construção de uma nova sede para o legislativo cuiabano que, embora sem esta intenção, caminha no mesmo rumo da antiga ideia de um centro de cultura sul-americana a ser criado no exato centro geodésico da América do Sul, como uma alternativa de ocupação digna daquele espaço e de aproveitamento de um dos mais ricos potenciais geradores de emprego e renda para Cuiabá. Recorda diversos artigos em que tratei do tema, desde o publicado em 1986 no saudoso “O Estado de Mato Grosso”, capeando caderno especial sobre o assunto. 
     A ideia era, e ainda é, criar naquele espaço um centro referencial para a cultura sul-americana. Um lugar onde se desenvolvessem estudos, exposições, congressos, festivais e outras atividades sobre as manifestações populares autênticas do continente como, por exemplo, cursos das diversas línguas pré-colombianas (quíchua, aimará, guarani e outras), a gastronomia, danças, oficinas de ensino e fabricação de instrumentos musicais como a belíssima harpa paraguaia, o charango, as flautas andinas, a nossa viola de cocho, etc. Talvez até um local para encontros comerciais e cúpulas políticas continentais. No mínimo poderia ser feita uma festa anual simples comemorando, em um grande abraço sul-americano, a cultura popular do continente com barracas de cada país, musica, dança, comidas típicas, lembrando Simon Bolívar, pioneiro da integração continental. 
     Estivesse o centro geodésico em qualquer outra cidade, há muito seria atração turística importante, gerando renda e cultura em favor de sua gente, ainda mais nesta época em que a integração do continente é tão propalada e a qual o governo federal parece dedicar especial carinho. Cuiabá tem a exclusividade de ter o marco geodésico continental instalado pelo Marechal Rondon, reconhecido mundialmente como um dos maiores personagens da humanidade, e um espaço físico praticamente pronto para ser ocupado. 
Foto José Lemos

     Mas é preciso pensar grande, isto é, pensar à altura do significado mágico daquele pedaço de terra do antigo Campo D’Ourique. Nesse sentido, seria preciso buscar o apoio do Itamaraty na criação de uma fundação de caráter internacional, com apoio das embaixadas dos países do continente. Junto às belezas do Pantanal, da Chapada, das termas de São Vicente, da Amazônia, da fantástica agropecuária e a visibilidade da Copa, a criação de um centro cultural sul-americano no centro da América do Sul transformará Cuiabá em um pacote múltiplo de atrações extremamente vantajoso ao investimento do turista nacional e internacional. Empregos, renda e desenvolvimento, principalmente cultural, é o que Cuiabá e Mato Grosso ganharão com o aproveitamento dessa extraordinária riqueza. Um dia acontecerá. E pode ser agora. 

(Publicado em 21/05/2013 pelo Diário de Cuiabá)

terça-feira, 14 de maio de 2013

PARA ONDE VAI A FICO?

Mato invade a Norte-Sul em Goiás em matéria do Valor Economico, link  ao final do artigo.
 (Foto:Ruy Baron/Valor)

José Antonio Lemos dos Santos

     De novo, antes que alguns levem a conversa para esse lado, repito que não sou contra a Ferrovia da Integração do Centro-Oeste – FICO, desde que explicada de forma inequívoca sua viabilidade neste momento de emergência, em lugar da continuidade do traçado da Ferronorte a partir de Rondonópolis. Nem sou contrário à chegada da ferrovia a Lucas do Rio Verde, muito pelo contrário, como brasileiro e mato-grossense, quero que os trilhos cheguem lá o mais rápido possível, aliás, essa foi a razão de meu protesto quando foi anunciada a paralisação da Ferronorte em Rondonópolis, a 560 Km de Lucas, trocados pelos 1200 Km da FICO. Também não sou contra o agronegócio e poucos têm escrito mais do que eu festejando seu sucesso. E nem adianta me intrigar contra os conterrâneos e amigos do norte e médio-norte mato-grossense, junto aos quais torcerei nesta quarta pelo Luverdense, jogando em Salvador, confiante em novo avanço na Copa do Brasil. 
     Reitero meu respeito pessoal a Francisco Vuolo, atual secretário de Logística do estado pelo seu histórico de luta, de seu saudoso pai e de sua família pela chegada da ferrovia em Mato Grosso e em especial a Cuiabá. Mas o andamento da questão ferroviária nos âmbitos federal e estadual exige explicações oficiais convincentes sobre o que de fato está ocorrendo nessa área vital para Cuiabá, para o estado e para o país. No atual estágio de desenvolvimento de Mato Grosso a questão mais urgente é a incorporação do modal ferroviário à sua logística de transporte não só para levar a produção do estado, mas também para trazer qualidade de vida à sua população em forma de fretes menores para seus suprimentos, mercadorias e insumos diversos. Esse assunto já extrapolou a economia e envolve hoje o meio ambiente e em especial a segurança nas rodovias, cujos limites de suporte foram superados de forma irreversível como mostram as crescentes estatísticas de acidentes com as quais o povo mato-grossense convive dolorosamente. 
     Neste quadro de gravidade e urgência logísticas, já era incompreensível a ideia de se trocar a ligação férrea de 560 km em ambiente antropizado de Lucas a Rondonópolis, onde a ferrovia encontra-se pronta, por uma outra de 1200 km, desviando a produção mato-grossense para Campinorte em Goiás em trajetos pouco conhecidos ambientalmente e indefinidos, ainda com 3 alternativas segundo o próprio secretário Vuolo. Agora ficou ainda mais difícil de entender essa troca diante da recente matéria do Fantástico (link abaixo) expondo ao Brasil que a Ferrovia Norte-Sul não existe e nem sequer há previsão de operação diante de inúmeros problemas envolvendo sua construção. E é para a Norte-Sul que querem levar a FICO. Seria essa a solução?
     Enquanto isso, temos a ferrovia prontinha em Rondonópolis, a 560 Km de Lucas, em condições imediatas de chegar aos mercados internos do país e ao portos do sudeste, só aguardando (outro absurdo!) uma licença do Ibama para funcionar. Pior, há mais de 2 anos grupos chineses oficializaram interesse em investir de imediato nos trilhos ligando Rondonópolis não só à Lucas, mas a Santarém, passando pela Grande Cuiabá, Nobres, Nova Mutum, Sorriso, Sinop, Matupá, derramando suas potencialidades de progresso e qualidade de vida por todo Mato Grosso, ao longo do eixo da BR-163, coluna vertebral do estado. Depois de cobrado pelos chineses por uma posição oficial, só agora, mais de 2 anos após, o governo federal anunciou a licença para início dos estudos de viabilidade econômica, com previsão de duração de 1 ano. Depois mais 5 para construção, se tudo der certo. Enquanto isso, os produtores perdem muito, o ambiente degrada e as pessoas sofrem a dor das mortes e mutilações de pessoas queridas. Não dá para entender. 

(Publicado em 14/05/2013 pelo Diário de Cuiabá)

Link da matéria do Valor Economico de 15/04/2013:
http://www.valor.com.br/brasil/3086122/erros-e-abandono-marcam-tracado-da-ferrovia-norte-sul

Link da reportagem do Fantástico de 21/04/2013:
http://g1.globo.com/fantastico/quadros/brasil-quem-paga-e-voce/noticia/2013/04/deficiencia-estrutural-nos-portos-e-ferrovias-faz-brasil-desperdicar-bilhoes.html

quinta-feira, 9 de maio de 2013

VÁRZEA GRANDE SHOPPING


Divulgação

Grande Cuiabá ganhará shopping de 

R$ 200 mi em 2015

Várzea Grande Shopping tem inauguração prevista para o 1º trimestre; 

complexo será de multiuso, incluindo hotel e centro de convenções

terça-feira, 7 de maio de 2013

MATO GROSSO, 265 ANOS

www.cuiabaesporteclube.com.br


José Antonio Lemos dos Santos

     Depois de amanhã, 9 de maio, deveríamos comemorar com muita festa e orgulho o 265° aniversário de Mato Grosso, data que lembra o ano de 1748, quando o rei de Portugal, dom João V, através de Carta Régia determina a criação de duas Capitanias, “uma nas Minas de Goiás e outra nas de Cuiabá”. A Capitania das Minas de Cuiabá virou a Capitania de Mato Grosso e para governá-la foi designado Dom Antonio Rolim de Moura, que tomou posse e permaneceu em Cuiabá por cerca de um ano, até que Vila Bela fosse construída. Morou no centro histórico de Cuiabá, próximo à praça que tem o seu nome e que é popularmente conhecida como Largo da Mandioca. Depois chegou a ser o Vice-Rei do Brasil, o governante maior do país na época, já que El-Rey ficava em Portugal. Seria possível pensar na reconstrução da casa de Rolim de Moura, criando uma nova atração no centro histórico? 
     Sei que existem aqueles que acham que não temos nada a comemorar, pois em Mato Grosso faltam escolas, faltam hospitais, não tem esgoto, não tem estradas, não tem ferrovias, não tem, não tem... São os que só enxergam o que falta. E é importante que existam pessoas assim, em especial aqueles que nessa visão produzem uma critica positiva. Eu já sou da turma que prefere enxergar aquilo que existe, em especial, aquilo que foi produzido pelo trabalho do povo, patrões e empregados, apesar de todas as dificuldades, apesar de tudo aquilo que nos falta. Mato Grosso é hoje o maior produtor agropecuário do país, liderando o país em algodão, milho, girassol, soja e também é um dos maiores produtores de ouro, diamante, madeira, álcool, biodiesel, carnes de frango, suíno, peixe, gado, com um rebanho bovino de quase 30 milhões de cabeças. Mato Grosso não produz armas, bombas atômicas, mísseis, aviões de guerra, como muitos daqueles que nos criticam. Mato Grosso é um dos maiores produtores de alimentos do mundo e com muito orgulho ajuda a matar a fome de um planeta cada vez mais carente de alimentos.
     Para chegar a esta posição Mato Grosso contou com a extensão e diversidade produtiva de seu território e, principalmente, com o trabalho determinado e sofrido de sua gente em todos os seus cantos e recantos. Comemorar os 265 anos de Mato Grosso é festejar a grande obra do mato-grossense que ano passado produziu um superávit comercial de US$ 13,0 bilhões para o Brasil que daria para construir vários hospitais, escolas, ferrovias, duplicações rodoviárias e melhorar em muito a qualidade dos serviços públicos. Mato Grosso mês passado entupiu literalmente o Brasil de grãos, mostrando ao mundo que o país não se preparou em termos de infraestrutura para tudo o que o estado produz, num descompasso que já custa muito caro aos brasileiros em termos econômicos, ambientais e de sacrifício de vidas humanas.
     Comemorar os 265 anos de Mato Grosso, não é ufanismo idiota nem deitar em berço esplêndido, é festejar a riqueza construída e, antes de tudo cobrar, em especial da União, tudo aquilo que o povo que a produz tem direito. É ter vibrado domingo passado com Cuiabá e Mixto na final do campeonato mato-grossense de futebol, com o Dutrinha lotado, e ainda torcer unidos pelo Luverdense depois de amanhã na Taça do Brasil. A pobreza sempre foi o álibi dos maus governantes e agora Mato Grosso é rico sim. Essa desculpa não vale mais. O mato-grossense tem que festejar com alegria, orgulho e muitas cobranças. O sucesso de Mato Grosso é a força do trabalho de seu povo unido na grandeza e diversidade de seu território, nas dimensões exatas exigidas pelo século XXI, o século da internet, da TV a cabo, do asfalto, do avião a jato. Ainda que tenha muito a consertar, Mato Grosso é para ser festejado, imitado e, principalmente, aplaudido. Viva Mato Grosso! 
(Publicado em 07/05/2013 pelo Diário de Cuiabá)

domingo, 5 de maio de 2013

JACQUES TATI


Casa do filme MEU TIO   -  criterion.com

Veja no link abaixo uma bela discussão sobre Jacques Tati, uma ótima oportunidade para saber mais sobre esse diretor francês, um ácido crítico do modernismo. Quem sabe até um estímulo para ver ou rever seus filmes:

http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=_Bydo23lMD8

www3.eca.usp.br

sábado, 4 de maio de 2013

A ARENA DE MINHA JANELA


Veja como está a Arena Pantanal vista de minha varanda hoje, 4 de maio de 2013. Os pórticos começam (estruturas brancas entre as arquibancadas) voltam a ser erguidos.

Foto: José Lemos

Dá para comparar com a situação no mês passado (04/04/13):

Foto: José Lemos

Ou com o mês de março (04/03/13):

Foto: José Lemos





Ou no início do ano passado (14/01/12):
Foto: José Lemos


É para ficar pronta em outubro de 2013. Confira com a maquete para ver se está indo tudo certo:

Veja no link abaixo uma seleção de fotos do G1 das obras vistas internamente postadas anteontem (02/05/13):


Veja também abaixo reportagem de 04/03/2013 do OlharDireto sobre o andamento da obra (atualizada):


MONTAGEM DA ARQUIBANCADA TERMINA; EM MAIO COMEÇA O PLANTIO DA GRAMA

Da Redação - Darwin Júnior 04/03/2013 - 18:12 

Foto: Darwin Júnior

 O consórcio construtor da Arena Pantanal, estádio de Cuiabá que receberá quatro jogos do Mundial 2014, acaba de encerrar mais uma etapa da obra: a montagem das arquibancadas. Os trabalhos foram concluidos no final de semana com a instalação das últimas filas do Setor Sul. De acordo com a Secretaria Extraordinária da Copa (Secopa), os trabalhos agora irão se concentrar na cobertura e partes hidráulicas e elétricas. A obra já está 62% concluída.

Daqui a 60 dias, um novo estágio terá início: o plantio da grama. Em maio terá início a instalação do sistema de drenagem para o escoamento da água. O Comitê Organizador Local da Copa (COL) recomendou o planio da grama do tipo Bermuda, da variedade 'celebration', que é a mais indicada para estádios localizados em cidades de clima quente. Mais quatro sedes irão utilizar o mesmo tipo de grama: Manaus, Salvador, Fortaleza e Brasília.

Confira esta matéria na íntegra no Olhar Copa


Reveja a reportagem do Bom Dia Mato Grosso do dia 4 de janeiro passado sobre as obras:

http://g1.globo.com/videos/mato-grosso/bom-dia-mt/t/edicoes/v/novo-turno-de-trabalho-e-implantado-na-construcao-da-arena-pantanal/2326756/

quinta-feira, 2 de maio de 2013

terça-feira, 30 de abril de 2013

CUIABÁ E A COPA



José Antonio Lemos dos Santos

     Às 20h de hoje, 30 de abril, será lançado no Sesc-Arsenal o livro “Cuiabá e a Copa - A preparação”, reunindo meus artigos sobre os primeiros 40 meses da Copa em Cuiabá, publicados desde fevereiro de 2009 quando da primeira visita oficial da comissão da Fifa para escolha das sedes do Mundial de 2014, até junho de 2012 quando passam a faltar 2 anos para o primeiro jogo da Copa do Pantanal. Contente com o Dutrinha revivendo no domingo passado seus dias gloriosos com o clássico Mixto x Cuiabá, trago aos leitores uma coletânea de 93 textos abrangendo esse momento especial da cidade motivado pelo megaevento do futebol, momento muito dinâmico, denso em ações e omissões, aplausos e críticas, proposições e discussões sobre o futuro de Cuiabá. Na verdade, um assunto que ultrapassa o futebol e a própria Copa, forçando uma revisão, meio que na marra, de nossos conceitos, métodos e estruturas públicas, em especial da gestão urbana em todas as suas áreas e escalões, bem como obrigando a própria cidadania a uma autocrítica sobre sua participação na condução do destino da cidade. 
     O lançamento do livro neste momento tem a pretensão de ainda poder ajudar como um subsídio crítico no grande e difícil esforço de preparação da cidade para ser palco de uma Copa do Mundo em que toda a cidadania está empenhada tentando fazer com que essa oportunidade seja aproveitada como uma etapa na construção da cidade do futuro, que desejamos com melhores padrões de qualidade de vida, bela, justa, sustentável e plena em perspectivas de desenvolvimento para sua gente. É de fato pretensioso, mas não há como escapar desta responsabilidade de todos em ao menos tentar ajudar a cidade neste momento, responsabilidade hoje assumida pela maioria da população. A descrença inicial parece ter sido superada por um desejo de colaboração na grande obra, ao menos ao suportar os desvios, engarrafamentos e buracos com uma especial compreensão, sofrida, mas acompanhada de uma pontinha de orgulho diante da evolução das obras públicas e privadas.
     Ótimo se a pretensão do livro for alcançada, um pouco que seja. Se não, que fique então como um registro desse momento ímpar na vida de Cuiabá, um álbum de artigos, como o velho álbum de fotografias que de vez em quando a gente folheia revendo momentos queridos ou apenas importantes de nossas vidas. Colocados um ao lado do outro em uma coletânea, os artigos ganham movimento e sentido, permitindo a reconstrução de uma história contínua conforme vista pelo autor, antes contada em textos tratando de momentos aparentemente isolados. Juntos os artigos além de relembrar cada momento descrito, permitem sua concatenação, avaliar a evolução, comparar situações, rever os casos esquecidos, as idas e vindas, os acertos e erros, aferir rumos. A leitura do livro lembrará Dutra, o cuiabano que trouxe a Copa de 50 para o Brasil e, com as emoções de cada ocasião, episódios como os da expectativa pela escolha da sede e a alegria de ganhá-la, o último jogo do Verdão e sua demolição, a escolha do local da nova Arena, a mudança do VLT, a batalha pelo aeroporto, o fim da AGECOPA, e outros. 
     Mesmo sem a Copa, Cuiabá estaria vivendo agora seu momento histórico de desenvolvimento mais importante. A Copa veio turbinar ainda mais este dinamismo que precisa ser muito bem compreendido e acompanhado por suas autoridades, líderes e cidadãos em geral. Certa vez disse meio brincando que a Copa teria sido um artifício do Bom Jesus de Cuiabá para dar uma sacudidela em sua gente elevando-a à altura da cidade que estão construindo e de seu maior desafio que será a preparação para o Tricentenário daqui a 6 anos. Estou cada vez mais acreditando nisso. E aí a experiência da Copa valerá muito. 
(Publicado em 30/04/2013 pelo Diário de Cuiabá)

sábado, 27 de abril de 2013

HOMENAGEM AO MARACANÃ

globoesporte,globo.com



No link abaixo, conheça tudo sobre o velho e o novo Maracanã, que reabre hoje:

http://globoesporte.globo.com/futebol/especial-maracana/2-construcao-do-estadio.html#/1

quarta-feira, 24 de abril de 2013

ESTAÇÃO ANTÁRTICA

PINIweb.com.br


16/Abril/2013

Projeto do Estúdio 41, de Curitiba, vence concurso para reconstrução de estação científica do Brasil na Antártica


Grupo coordenado por Fábio Henrique Faria propôs a criação de blocos para a distribuição dos usos da edificação


Rodrigo Louzas

O Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) e a Marinha do Brasil anunciaram o resultado do Concurso Estação Antártica Comandante Ferraz, que seleciona o melhor projeto de arquitetura para as novas instalações da base brasileira. Em primeiro lugar, ficou o projeto dos profissionais do Estúdio 41, de Curitiba, coordenado pelo arquiteto Fábio Henrique Faria e tendo como coautores Emerson Jose Vidigal, Eron Costin e João Gabriel de Moura Rosa Cordeiro. Os vencedores ganham, além do projeto contratado, um prêmio de R$ 100 mil.

Leia mais em : http://www.piniweb.com.br//construcao/arquitetura/projeto-do-estudio-41-de-curitiba-vence-concurso-para-reconstrucao-281019-1.asp

terça-feira, 23 de abril de 2013

COPA, O LEGADO AVANÇA

Foto Midianews


José Antonio Lemos dos Santos

     Feliz com o Luverdense subindo na Copa do Brasil e com Cuiabá e Mixto decidindo o Campeonato Mato-grossense, repito que sou um entusiasta da Copa em Cuiabá desde quando esta era só uma remota possibilidade. A expectativa da Copa do Pantanal deixar em Cuiabá um forte legado é entusiasmante, ainda que jamais tenha pensado que ela fosse resolver todos os problemas cuiabanos, ou que fossem viabilizados todos os projetos que oportunizaria, e muito menos que todos os viabilizados fossem concluídos a tempo para a Copa. Contudo, sendo Cuiabá a menor das sedes no país, é nela que um evento global como esse ocasionará proporcionalmente maiores impactos positivos. 
     Nessa perspectiva, após quase 4 anos da escolha de Cuiabá como sede da Copa do Pantanal, como cidadão transeunte e baseado nos noticiários já dá para estimar a quantas anda o esperado legado, um legado não só de investimentos públicos, mas também privados. Aliás, foi do setor privado que vieram as primeiras respostas ao desafio da Copa. Muito mais ágil e desembaraçado que o setor público, de imediato o segmento hoteleiro tomou a iniciativa desencadeando uma série de novos empreendimentos, ampliações, e mesmo resgate de antigos projetos, alguns já inaugurados, outros com obras em andamento. Como exemplo cito a revitalização das obras do Hotel Global, paradas há décadas, e o magnífico resort em Manso em construção. Da iniciativa privada vieram ainda a instalação de novas redes comerciais com grandes lojas, a ampliação já concluída do mais antigo shopping comercial de Cuiabá e o lançamento de outros dois grandes shoppings, um destes o primeiro em Várzea Grande. Grande destaque são os R$ 400 milhões da fábrica de cimento inaugurada este mês no Aguaçu. Só estes investimentos privados já validariam a Copa do Pantanal em Cuiabá. 
Foto Midianews

     Já o setor público custou a deslanchar por motivos que não cabem neste artigo, mas dentre estes a ausência de um sistema de planejamento urbano em Várzea Grande e a desestruturação do insipiente que existia em Cuiabá, justo quando mais seria útil. De fato nem tudo aquilo que a Copa oportunizou foi viabilizado, como um teleférico na Chapada, e muito do que chegou a ser planejado foi depois abandonado, como o trecho final da Avenida Parque do Barbado. Mas a cidade virou um canteiro de obras públicas e privadas, muitas em ritmo de três turnos, infernizando a vida de muita gente, como já se previa, drama amenizado pelo encantamento das obras tomando forma dia a dia diante dos olhos, muitos ainda incrédulos. A Copa está viabilizando obras que continuariam a ser enroladas no tempo como o aeroporto, ou que jamais sairiam como as magníficas interseções em trincheiras e viadutos da Miguel Sutil, Fernando Correa, CPA e FEB, a implantação do VLT, os Centros Oficiais de Treinamento na UFMT e em Várzea Grande, a duplicação da Mário Andreazza, o recém- assumido Contorno Oeste do Rodoanel ligando o Trevo do Lagarto à estrada da Guia, dentre muitas outras obras e serviços em implantação. O legado positivo avança. 
     Será importante que todas as obras fiquem prontas e funcionando bem para o grande evento global, com a cidade sendo exibida para o mundo. Esse esforço tem que ser perseguido e cobrado sempre. Porém, caso algumas não fiquem prontas a tempo, é fundamental que atinjam um patamar de irreversibilidade a partir do qual terão que ser concluídas, mesmo após a Copa. Contudo, o maior benefício da Copa para Cuiabá não está nas obras, mas na chacoalhada que está dando em seus habitantes, cidadãos, líderes e autoridades, elevando-os à altura dos desafios e oportunidades do momento histórico de desenvolvimento que a cidade vive, discutindo projetos, pensando e construindo o futuro.
(Publicado em 23/04/2013 pelo Diário de Cuiabá)

segunda-feira, 22 de abril de 2013

A FERROVIA NORTE- SUL NO FANTÁSTICO

Veja no link abaixo para onde querem levar a FICO (Ferrovia de Integração do Centro-Oeste), um projeto de ferrovia com 1200 Km ligando Lucas do Rio Verde a Goiás (Campinorte). Enquanto isso, abandonam a alternativa da Ferronorte ligando Lucas aos trilhos que já estão prontos e em condições de funcionamento em Rondonópolis, com 560 Km, ligados ao sistema ferroviário do sul/sudeste brasileiro:

http://g1.globo.com/fantastico/quadros/brasil-quem-paga-e-voce/noticia/2013/04/deficiencia-estrutural-nos-portos-e-ferrovias-faz-brasil-desperdicar-bilhoes.html

sábado, 20 de abril de 2013

ALUNOS DE ARQUITETURA E URBANISMO NA TV

Veja  no link abaixo matéria do JORNAL DA MANHÃ da TV Record com alunos da Arquitetura e Urbanismo da UNIC pesquisando habitações de interesse social em Várzea Grande:

http://gazetadigital.com.br/video/play/id/14730/programa/1

quinta-feira, 18 de abril de 2013

terça-feira, 16 de abril de 2013

LOGÍSTICA DO ABSURDO


José Antonio Lemos dos Santos

     Como diria o Odorico Paraguaçu, de Dias Gomes, começo este artigo com a alma lavada e enxaguada nas águas da vitória do Mixto sobre o poderoso Vitória baiano, porém com a barba de molho para o jogo de volta hoje à noite. Mesmo que a classificação não venha, viva o Mixto e os mixtenses, o time esteve impecável naquela noite memorável. Entretanto, neste artigo quero tratar indignado de outro assunto, aliás, o mesmo da semana passada, a questão dos transportes em Mato Grosso, em especial a expansão da ferrovia no estado.
     Sábado passado, dia 13, o site RDNews trouxe matéria de Valérya Próspero sobre o projeto da ferrovia Cuiabá-Santarém, informando que os chineses estão pedindo celeridade no processo, chegando a ameaçar a aplicar em outro estado os R$ 10,0 bilhões  que pretendem investir na obra. Os chineses estiveram aqui pela primeira vez há 2 anos quando visitaram o governador Silval manifestando interesse em investir na obra e inclusive foram com ele por terra até Santarém. Antes, em junho daquele mesmo ano, 2011, o estado, com a VALEC e ANTT já haviam assinado compromisso para início imediato dos estudos. Em dezembro do ano passado os chineses voltaram aqui reiterando as intenções de investimento quando foi prometido que no começo de 2013 seriam iniciados os estudos de viabilidade econômica, aqueles que se iniciariam em 2011. Até agora, abril de 2013, nada, “nem o estudo para fazer o processo de concessão da ferrovia foi iniciado”, o que teria motivado a cobrança de rapidez nos processos, conforme a matéria.
campoverdenews

     O incrível é que o secretário de Logística do estado, meu amigo Francisco Vuolo, filho do eterno senador Vicente Vuolo, o “pai da ferrovia”, tenha dito que “se os chineses desistissem da empreitada não estaria tudo perdido, pois, com os rumores de recuo, outros grupos da China, Rússia, Espanha e Coréia do Sul se interessaram”. Apesar de confiar na força atrativa de investimento do estado e da altíssima viabilidade do projeto em questão, nada recomendaria tamanha tranquilidade, afinal são 10,0 bilhões de reais que não se encontra por aí a toda hora. Ademais a logística constitui o principal problema do estado, problema que extrapola em muito a questão econômica, envolvendo a área ambiental, a qualidade de vida do povo e, principalmente, mortes, muitas mortes e mutilações rodoviárias evitáveis que martirizam o mato-grossense cotidianamente. Diz ainda o secretário que ”quem emperrou a documentação foi a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que, até agora, não liberou a licença necessária” para os estudos que, segundo ele, serão iniciados ainda este ano pela UFSC, com prazo de conclusão de 1 ano. Estou surpreso, pois vem sendo passada a ideia de que estes estudos já estavam em andamento faz tempo. O interessante é que na semana passada houve uma audiência pública na Câmara dos Deputados, com a presença inclusive da ANTT, e não ouvi falar de nenhuma cobrança sobre essa tal licença.
     Os fatos mostram não existir um real interesse oficial na solução da logística do estado. Querem a FICO de 1200 Km que beneficia Goiás e Bahia. Enquanto isso, os trilhos de Rondonópolis estão a 560 Km de Lucas do Rio Verde, centro de carga do agronegócio do médio norte mato-grossense com investidores com pressa em estendê-los até lá. Uma ferrovia ligando Lucas aos portos do Sudeste é uma solução imediata e não desprezível para Mato Grosso, sem prejuízo de outras. Mas nossas zelosas autoridades, estaduais e federais, insistem em enrolar. Pura moagem! Pouco somam se o produtor perde, se o ambiente é prejudicado, se vai baixar o custo de vida ou se as pessoas morrem, e lembram afinal o Justo Veríssimo, de Chico Anísio: “O povo que se exploda!”
(Publicado em 16/04/2013 pelo JornalOeste, TurmaDoÊpa, CuiabáMais, BlogDoJoâoBosquo e em 17/04/13 pelo Diário de Cuiabá)

sábado, 13 de abril de 2013

BASÍLICA DE SÃO PEDRO

tesoridiroma.net


Faça uma visita virtual ao som de belo Canto Gregoriano, ao fantástico edifício Renascentista/Barroco do Vaticano criado pela genialidade de Bramante, Michelângelo, Rafael, Maderna, Bernini: 


Faça outras visitas aqui mesmo no Blog do José Lemos na coluna à direita, na segunda seção VISITAS DE ARQUITETURA.

quarta-feira, 10 de abril de 2013

QUEM DEFENDERÁ MATO GROSSO?

José Antonio Lemos dos Santos

     Está marcada para hoje (10/04) em Brasília na Comissão de Viação e Transportes da Câmara dos Deputados uma audiência pública requerida pelo deputado federal Valtenir Pereira para esclarecer e discutir os projetos ferroviários para Mato Grosso. Convidados o ministro dos transportes e demais autoridades federais da área, a audiência enfocará as alternativas de ligação do médio-norte mato-grossense ao sistema ferroviário nacional: a Fico ligando aos trilhos de Goiás em Campinorte numa distância de 1200 km, e a continuidade da Ferronorte, ligando aos trilhos mato-grossenses em Rondonópolis, a 560 km, e a Santarém ao norte, passando por Sorriso e Sinop. 
     A expectativa é saber quem irá defender Mato Grosso contra os interesses que usam o gravíssimo problema da logística em Mato Grosso, que degrada o ambiente, gera deseconomias e mortes, para fazer geopolítica contra o estado, propondo o desvio para Goiás de cargas produzidas aqui, levando para o estado vizinho os benefícios do trajeto e conexões de um modal moderno e eficiente, em detrimento de importantes cidades mato-grossenses. Trata-se de uma discussão que envolve a mais importante decisão política a ser tomada na história do estado, pois dela dependerá sua própria integridade físico-territorial, um dos motivos de ser um dos estados de maior sucesso em desenvolvimento no país, um estado a ser imitado e não dividido. 
     Central ao continente, a demanda permanente de Mato Grosso é abrir caminhos em todas as direções e modais de transportes. Toda alternativa é válida, e todas acontecerão a seu tempo, discutidas e priorizadas à luz de interesses autênticos do povo mato-grossense, verdadeiro produtor da imensa riqueza que encanta e alimenta o Brasil e o mundo. Assim deve ser também com a Fico. Desviando as cargas para Goiás, sua construção antes da ligação ferroviária de Lucas a Rondonópolis, praticamente inviabiliza esta que é uma alternativa mais rápida, mais curta e mais barata, que além de levar a produção mato-grossense para os mercados internos nacionais e para os portos de exportação, servirá também no retorno para o abastecimento do estado. Mercadorias, insumos e produtos diversos, com fretes menores que os rodoviários, e mesmo passageiros, mais que econômico, é qualidade de vida, razão principal de qualquer processo de desenvolvimento. 
     Em curto prazo uma alternativa inviabiliza a outra. A falsa inviabilidade do traçado Lucas-Cuiabá-Rondonópolis é forjada na ainda inexistente Fico, com a carga do médio norte sendo desviada para Goiás. Mas o contrário também é válido, isto é, a ligação de Lucas a Rondonópolis também inviabiliza a FICO. O prefeito de Lucas em recente entrevista disse temer que a pavimentação da BR-163 até Santarém com duplicação até Sinop possa atrasar a FICO: “Pode criar um hiato de inviabilidade num curto prazo”. Se a rodovia é uma ameaça à Fico, conforme um dos maiores conhecedores da região, maior ameaça ainda é a ferrovia, um modal de muito maior capacidade. Este o principal motivo pelo qual a ligação ferroviária Rondonópolis-Lucas, passando por Cuiabá desgosta alguns interesses que querem a FICO de qualquer jeito. 
     Nesta audiência cabe esperar a presença das autoridades públicas e lideranças empresariais do estado, governador, prefeitos, câmaras municipais, em especial de Cuiabá e Várzea Grande, bancadas estaduais e federais, ligadas não só ao agronegócio, mas também à indústria e comércio, entidades de classe e clubes de serviços dos municípios em risco de marginalização logística. O momento pode ser decisivo e o assunto diz respeito diretamente à vida de todos os mato-grossenses. Será que teremos ao menos um, além do promotor do evento? Veremos. 
(Publicado em 10/04/2013 pelo Diário de Cuiabá)

domingo, 7 de abril de 2013

A ARENA DA SACADA DA CÁSSIA


Veja a Arena Pantanal no começo de abril da sacada privilegiada (do outro lado da rua da Arena) da arquiteta Cássia Abdallah. Confere que as gruas não estão presentes:
Foto Cássia Abdallah


Dá para comparar com a foto do mês de março (05/03), do mesmo local. As gruas não estavam presentes:

Foto Cássia Abdallah

quinta-feira, 4 de abril de 2013

A ARENA DE MINHA JANELA


Veja como está a Arena Pantanal vista de minha varanda hoje, 4 de abril de 2013, foto às 13 hs, pois o dia amanheceu nublado. Dá para notar a ausência das gruas e guindaste, sumidas desde fevereiro mas presentes na foto de janeiro (conferir abaixo). Ainda não teria sido resolvida a questão da empresa fornecedora dos guindastes? Como serão erguidos os pórticos e coberturas?
Foto: José Lemos

Dá para comparar com a situação no mês passado, dia nublado (04/03/13):
Foto: José Lemos

E com o mês de fevereiro:
Foto José Lemos

Em janeiro com duas duas gruas e um guindaste:
Foto José Lemos


Ou no início do ano passado (14/01/12):
Foto: José Lemos


É para ficar pronta em outubro de 2013. Confira com a maquete para ver se está indo tudo certo:

Veja abaixo reportagem de hoje (04/03/2013) do OlharDireto sobre o andamento da obra (atualizada):

MONTAGEM DA ARQUIBANCADA TERMINA; EM MAIO COMEÇA O PLANTIO DA GRAMA

Da Redação - Darwin Júnior 04/03/2013 - 18:12 

Foto: Darwin Júnior

 O consórcio construtor da Arena Pantanal, estádio de Cuiabá que receberá quatro jogos do Mundial 2014, acaba de encerrar mais uma etapa da obra: a montagem das arquibancadas. Os trabalhos foram concluidos no final de semana com a instalação das últimas filas do Setor Sul. De acordo com a Secretaria Extraordinária da Copa (Secopa), os trabalhos agora irão se concentrar na cobertura e partes hidráulicas e elétricas. A obra já está 62% concluída.

Daqui a 60 dias, um novo estágio terá início: o plantio da grama. Em maio terá início a instalação do sistema de drenagem para o escoamento da água. O Comitê Organizador Local da Copa (COL) recomendou o planio da grama do tipo Bermuda, da variedade 'celebration', que é a mais indicada para estádios localizados em cidades de clima quente. Mais quatro sedes irão utilizar o mesmo tipo de grama: Manaus, Salvador, Fortaleza e Brasília.

Confira esta matéria na íntegra no Olhar Copa


Reveja a reportagem do Bom Dia Mato Grosso do dia 4 de janeiro passado sobre as obras:

http://g1.globo.com/videos/mato-grosso/bom-dia-mt/t/edicoes/v/novo-turno-de-trabalho-e-implantado-na-construcao-da-arena-pantanal/2326756/

terça-feira, 2 de abril de 2013

CUIABÁ 300-6

Arquiteto Moacyr Freitas


blog.cabcuiaba.com.br

José Antonio Lemos dos Santos

     Às vésperas do tricentésimo aniversário de fundação, Cuiabá vive o melhor momento econômico de sua história. Plena em vitalidade, pujante, vive seu terceiro salto de desenvolvimento, previsto desde o final dos anos 80 para ser o salto da qualidade, impondo a seus líderes, administradores e cidadãos desafios seguidos e crescentes que exigem a compreensão correta de seu novo momento e o atendimento de renovadas e sempre ampliadas demandas por infraestrutura e serviços. Lembra o poeta Carmindo de Campos que vi em pessoa declamar: “Cuiabá minha velha e lendária cidade, você está remoçando ...”.



     Comemorando 294 anos no próximo dia 8, Cuiabá continua a contagem regressiva anual para o Tricentenário, sua maior efeméride no século. Em termos de planejamento a Copa já passou, agora é preparar a cidade para os 300 anos. E resta pouco tempo, só 6 anos! O aniversário de Cuiabá festeja uma cidade que nasceu entre as pepitas de um corguinho com muito ouro, tanto que era chamado pelos nativos de Ikuiebo, Córrego das Estrelas. E o Córrego das Estrelas desembocava em um belo rio, num lugar de grandes pedras chamado de Ikuiapá, lugar onde se pesca com flecha-arpão, em bororo. E a cidade floresceu bonita, Cuiabá, célula-mater do oeste brasileiro, mãe original de tudo o que sucedeu neste ocidente do imenso Brasil, mãe de cidades e estados. 
JornalVidaENatureza

     No curto ciclo do ouro, Cuiabá chegou a ser a mais populosa cidade do Brasil. O fim do metal selaria seu destino como o das cidades-fantasmas garimpeiras não fosse a localização mágica, centro do continente, cuja expectativa de riqueza atraía Portugal. Quando o limite entre as duas coroas ibéricas deixou de ser Tordesilhas, Cuiabá vira o bastião português em terras então espanholas e dá seu primeiro salto de desenvolvimento, o da sobrevivência. Continuou viva e logo Portugal criou a Capitania de Mato Grosso, sediada em Cuiabá enquanto se construía a capital Vila Bela. Mesmo voltando a ser capital, por quase três séculos sobreviveu à duras penas, período heroico que forjou uma gente corajosa e sofrida, mas alegre e hospitaleira, criadora de um dos mais ricos patrimônios culturais do Brasil e com proezas que merecem melhor tratamento pela história oficial brasileira. Como um astronauta contemporâneo, vanguarda humana na imensidão do espaço, ligado à nave só por um cordão, assim Cuiabá sobreviveu por séculos, solta na vastidão centro-continental, ligada à civilização apenas pelo cordão platino dos rios Cuiabá e Paraguai.
     Até que na década de 60 a cidade vibra de novo, vira o “portal da Amazônia” e sua população decuplica no salto da quantidade, expandindo-se como base de ocupação da Amazônia meridional, sem a menor preparação ou apoio da União. Sozinha e sem recursos, apoiando uma região ainda vazia economicamente, Cuiabá explodiu em todos os sentidos, despreparada para tão grande e súbita demanda.
     No raiar do novo milênio, Cuiabá vive seu terceiro salto de desenvolvimento, o salto da qualidade. Não é mais o centro de um vazio. Ao invés, polariza uma das regiões mais dinâmicas do planeta, que ajudou a ocupar e construir, e que hoje não só lhe cobra o apoio, mas também a empurra para cima, em um sadio processo de simbiose regional ascendente. Aos 294 anos, Cuiabá vibra em desenvolvimento, impulsionada pelo dinamismo regional, conectada ao mundo e turbinada pela Copa. Mais que reverenciar o passado e festejar o presente é forçoso cuidar do futuro, num choque de adrenalina e competência que coloque cidadãos, líderes e dirigentes à altura da cidade que temos para enfim prepará-la para o Tricentenário com alta qualidade de vida, ainda mais bela, justa, democrática e sustentável. 

(Publicado em 02/04/2013 pelo Diário de Cuiabá)