"FIRMITAS, UTILITAS et VENUSTAS" (Tríade Vitruviana)



terça-feira, 23 de novembro de 2010

A "CONQUISTA" DA INFRAERO

A "CONQUISTA" DA INFRAERO
José Antonio Lemos dos Santos


Tenho acompanhado diariamente o site da Infraero esperando boas notícias a respeito das obras no Aeroporto Marechal Rondon. Não tem sido tarefa agradável, pois as boas notícias restringem-se sempre ao movimento do nosso aeroporto, maior a cada mês, com mais taxas de embarque para a Infraero. Mas, infelizmente, mais dificuldades para os passageiros. Nada referente às obras devidas pela empresa. Para ser justo, no dia 5 passado apareceu notícia da abertura, dois dias antes, da licitação para o projeto da ampliação do aeroporto. Uma grande notícia, mesmo que não tenha merecido destaque específico dentre as notícias do site e ainda que um ano e meio atrasada, no mínimo. Veio escondida em uma outra encabeçada pela estranha manchete: “Infraero conquista licença prévia para obras de ampliação do Aeroporto de Cuiabá”.
O termo “conquista” ficou esquisito e se repete mais duas vezes no corpo da matéria. A impressão que passa é que a Infraero esteve lutando contra dificuldades criadas por Mato Grosso para o reinício das obras do Aeroporto Marechal Rondon, necessárias mesmo sem a Copa e paralisadas há muito tempo, só por culpa da empresa. Pela notícia parece que Mato Grosso estaria atrapalhando a empresa na realização de suas obrigações. Mas a história é clara e se alguém tem culpa nesse atraso absurdo, essa culpa é da negligência da Infraero com um problema que se arrasta desde o final da década passada. Mato Grosso não pode passar de vítima a culpado.
Segundo a empresa, a “conquista” refere-se à licença ambiental prévia para realização de obra de reforma e ampliação do aeroporto, emitida pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente do (sic) Mato Grosso. O que teria a ver o atraso na licitação de projeto com essa licença para obras? Por que essa licitação só sai 1 ano e meio após a definição de Cuiabá como uma das sedes da Copa do Mundo de 2014? A grande manchete seria: “Infraero licita projeto para o aeroporto de Cuiabá!”. Mas com esse destaque o Brasil veria o grande atraso da empresa em relação à Copa. Misturando os dois assuntos a matéria disfarça o atraso e sugere que a empresa aguardava ansiosamente tal licença para desenvolver o projeto, e que o motivador desse atraso seria o próprio governo do estado através da Sema. A Sema precisa trazer sua versão ao público, inclusive se a falta de licença prévia para obra impediria a realização de projetos arquitetônicos pela empresa.
A insistência no caso do aeroporto é sua imprescindibilidade à realização em Cuiabá da Copa das Confederações em 2013 e da Copa do Mundo em 2014. Esses dois eventos são essenciais como compensação pelo admirável esforço que a cidade e o estado estão fazendo e ainda terão que fazer pela Copa. Não basta a Copa do Pantanal, Mato Grosso não pode abrir mão da Copa das Confederações. Insisto também porque confio na determinação dos governos federal e estadual em cobrir de êxito o grandioso evento internacional que traz para o Brasil e para Mato Grosso as atenções do mundo inteiro. Enfim, por ainda ser tecnicamente possível o aeroporto ficar pronto em tempo hábil. Sempre é bom lembrar que Brasília foi feita em 3 anos e o Empire State em 451 dias. O aeroporto precisa estar pronto em dezembro de 2012 para a Copa das Confederações e faltam 2 anos. Mas é preciso que o empenho político da união e do estado com a realização em Cuiabá da Copa das Confederações e da Copa do Pantanal chegue com urgência à Infraero. A hora de cobrar é agora, depois será tarde.
(Publicado no Diário de Cuiabá em 18/11/2010)

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