"FIRMITAS, UTILITAS et VENUSTAS" (Tríade Vitruviana)



terça-feira, 6 de maio de 2014

ESTADO UNIDO DE MATO GROSSO

Aprosoja

José Antonio Lemos dos Santos

     Na próxima sexta, 9 de maio, deveríamos comemorar com muita festa e orgulho o 266° aniversário de Mato Grosso, data que lembra o ano de 1748, quando o rei de Portugal, dom João V, através de Carta Régia, determina a criação de duas Capitanias, “uma nas Minas de Goiás e outra nas de Cuiabá”. A Capitania das Minas de Cuiabá virou a Capitania de Mato Grosso e para governá-la foi designado dom Antonio Rolim de Moura, que tomou posse e permaneceu em Cuiabá por cerca de um ano, até que Vila Bela fosse construída. Morou no centro histórico de Cuiabá, próximo à praça que tem o seu nome e que é popularmente conhecida como Largo da Mandioca. Depois chegou a ser o vice-rei do Brasil, o governante maior no país na época, já que El-Rey ficava em Portugal. Que tal pensar na reconstrução da casa de Rolim de Moura na Mandioca, uma nova atração no centro histórico de Cuiabá? 
     Sei que existem aqueles que acham que não temos nada a comemorar, alegando que em Mato Grosso faltam escolas, hospitais, não tem esgoto, não tem rodovias nem ferrovias, não tem, não tem... São os que só enxergam o que falta. E é bom que existam pessoas assim, em especial os que com essa visão produzem uma crítica positiva. Eu já sou da turma que prefere enxergar aquilo que existe, em especial aquilo que foi produzido pelo trabalho do povo, patrões e empregados, apesar de todas as dificuldades, apesar de tudo aquilo que nos falta. Mato Grosso é hoje o maior produtor agropecuário do país, liderando o país em algodão, milho, girassol e soja e também é um dos maiores produtores de ouro, diamante, madeira, álcool, biodiesel, carnes de frango, suíno, peixe e gado, com um rebanho bovino de quase 30 milhões de cabeças. Mato Grosso não produz armas, bombas atômicas, mísseis, aviões de guerra, como muitos daqueles que nos criticam. Ao contrário, é um dos maiores produtores de alimentos do mundo e com muito orgulho ajuda a matar a fome de um planeta cada vez mais carente de alimentos.
     Para chegar a esta posição Mato Grosso conta com a extensão e diversidade produtiva de seu território e, principalmente, com o trabalho determinado e sofrido de sua gente em todos os cantos. Comemorar os 266 anos de Mato Grosso é festejar a grande obra do mato-grossense que ano passado produziu um superávit comercial de US$ 14,4 bilhões para o Brasil que daria para construir vários hospitais, escolas, ferrovias, duplicações rodoviárias e melhorar em muito a qualidade dos serviços públicos. Mato Grosso literalmente vem entupindo o Brasil de grãos, mostrando ao mundo que o país não se preparou para o tanto que este estado produz, num descompasso que já custa muito caro em termos econômicos, ambientais e de vidas humanas aos mato-grossenses em especial. 
     Comemorar os 266 anos de Mato Grosso não é ufanismo idiota nem se deitar em berço esplêndido, é festejar a riqueza construída e, antes de tudo, cobrar tudo aquilo a que o povo que a produz tem direito. É vibrar com as exibições do Mixto, Luverdense e Cuiabá na Arena Pantanal, palco fantástico da Copa. É ver o cuiabano torcendo pelo Luverdense e o Luverdense torcendo pelo Cuiabá. É ver hoje Mato Grosso rico espantando a pobreza que sempre foi o álibi dos maus governantes. A desculpa da pobreza não vale mais. O mato-grossense tem que festejar com alegria, orgulho e muitas cobranças. O sucesso de Mato Grosso é a força do trabalho de seu povo unido na grandeza e diversidade de seu território, nas dimensões exatas exigidas pelo século XXI, o século da internet, da TV a cabo, do asfalto, do avião a jato... Ainda que tenha muito a consertar, Mato Grosso é para ser festejado, imitado e, sobretudo, aplaudido. Viva Mato Grosso, unido e cada vez mais forte! 
(Publicado em 06/05/2014 pelo Diário de Cuiabá, ...)

Um comentário:

  1. No Midianews:
    "NMSilva 06.05.14 10h51
    Sugiro que o autor desse texto também inclua, que os moradores do interior de MT também queriam comemorar a chegada de mais investimentos de bilhões de reais, que, nesses últimos anos, foram parar em apenas dois municípios. O interior não o que comemorar nessa data. Se precisarmos ir para a Capital, temos que ter coragem para encarar estradas congestionadas e esburacadas. Aeroportos no interior, quando têm, estão ociosos e sem investimentos. Nossa Capital e Várzea Grande estão em situação caótica. Em suma: comemorar o quê??"

    ResponderExcluir

Digite aqui seu comentário.