Foto CarolinaHollandG1
José Antonio Lemos dos Santos
Apesar de atrasado aplaudo a direção da ONG internacional “Global Sanctuary for Elephants” por ter escolhido Chapada dos Guimarães como sede de seu primeiro Santuário de Elefantes na América Latina, bem no coração da América, já estando no local as simpáticas Guida e Maia ensaiando os primeiros passos livres do cativeiro que as sacrificou por toda a vida. Bem vindas! Só conheço o projeto pelo noticiário, gostei do que vi e torço para que dê certo. O risco é logo aparecer algum luminar afirmando ter encontrado chifre em cabeça de elefante. A ótima notícia, coisa rara, emocionou o Brasil. Que esse exemplo dê aos nossos animais silvestres machucados pela antropização regional seu centro de recuperação esperado desde 74, tempos do projeto do CPA, para ser também um zoológico didático para deleite das crianças que hoje se encantam com os animais cuidados pela UFMT.
Gostei em especial da visitação pública via internet, globalizando suas possibilidades de acessos através de visitas virtuais e de arrecadação, evitando a presença física de humanos no ambiente criado para os elefantes viverem em paz. Com a tecnologia atual só é periférico quem quiser, essa uma das lições contemporâneas, e fica para trás quem não a compreender. Um pedaço de terra no meio do cerrado da Chapada foi transformado em um espaço global com chance de arrecadar muito e assegurar a sustentabilidade do belo projeto.
Foto JoséLemos
Porém o santuário traz outras lições e nos remete à Arena Pantanal. Não pelo “elefante branco” em que alguns quererem transformá-la, mas pelo conceito de globalização que parece ainda não assimilado pelos seus responsáveis. Não é o caso mais de discutir se a Arena devia ser construída ou não, mas de viabilizá-la sob pena de omissão lesiva ao patrimônio público. As novas arenas multifuncionais vão além dos antigos estádios e não podem ser confundidas com estes, assim como o santuário dos elefantes não se confunde como um zoológico comum. É um novo tipo de espaço, fruto de um programa de necessidades novo gerado a partir de demandas e possibilidades técnicas do mundo moderno, da internet, da fibra ótica e da TV via satélite. A arena moderna e o santuário global são filhos do tempo atual, irmãos dos iPads. As atuais arenas são complexas plataformas midiáticas globais para eventos de apelo supra local, podendo chegar à audiências planetárias, como na Copa do Mundo. Sua viabilização está em plateias regionais, nacionais e mundiais com direitos de transmissão e publicidade pela TV ou Internet, não mais só pela bilheteria local.
Para gerir um equipamento tão complexo e valioso é evidente a necessidade de uma estrutura especializada, tendo sempre como foco o esporte e o futebol profissional, mas como pano de fundo as atrações turísticas de Mato Grosso, seu circuito de cultura e lazer, bem como a rede hoteleira ampliada pela Copa, propondo projetos e disputando a agenda internacional de eventos com um ano ou mais de antecedência. A experiência do SEBRAE-MT com o Centro de Convenções poderia ser aproveitada na Arena, agregando o Ginásio Aecim Tocantins e gerando um núcleo articulado fomentador de grandes eventos em Mato Grosso.
Mato Grosso tem o privilégio de uma dessas estruturas high-tech, uma potencial ferramenta de estado para promoção do desenvolvimento regional, de interesse direto para Cuiabá e Várzea Grande. O mundo hoje é globalizado e não existe quem não estiver na vitrine planetária. As arenas estão sendo inventadas para colocar um país, cidade ou região aos olhos do mundo, levando suas potencialidades, produtos e belezas aos olhos globais, gerando emprego, renda e qualidade de vida. Visão ampla e interesse público são os desafios.
(Publicado em 22/1016 pelo Midianews, Página do Enock, FolhaMax, ...)
COMENTÁRIOS
No MidiaNewa:
Carlos Nunes 22.10.16 09h05: |
"Pois é, elefantas e elefantes brancos. Numa cidade em que o futebol acabou faz tempo, hoje não enche mais estádios como antigamente, torraram dinheiro para fazer a Arena Pantanal...enquanto o nosso Hospital Central ficou parado na construção há décadas - aí morreram crianças, idosos, até por falta de UTI's. Quantos morreram? Bem, como o Datena diz: são pobres, são invisíveis, ninguém sabe. Outro dia, aqui em Cuiabá, uma senhora "pobre" levou um tombo em casa, e teve traumatismo craneano, precisava urgentemente de UTI...e não tinha vaga, como doença não espera vaga aparecer - MORREU. É mais uma invisível. Sinceramente, não seria melhor ter pego toda a dinheirama que torraram no elefante branco Arena Pantanal, e aplicado na conclusão do Hospital Central, e feito vários outros nos 141 municípios de MT. Outro fato foi narrado: um cuiabano foi passear num determinado município, e lá teve um grave enfarte, precisou também de UTI, e nesse município, pior ainda, nem tinha UTI, colocaram num carro para leva-lo pra outra cidade, e ele morreu no caminho. Puxa vida! Cardíacos, hipertensos, etc, não podem nem passear em determinados municípios de MT, porque se tiverem um "ataque" MORREM. Enquanto isso, está lá o elefante branco Arena Pantanal, numa cidade onde futebol dos bons...acabou faz tempo. Ou não? Em terra de cegos que não querem ver...quem tem plano de saúde está salvo (mais ou menos), e quem é cliente do SUS - Salve-se se puder, irmã da Segurança - Salve-se quem Puder." |
Olá professor! Parabéns pela sensibilidade com esta causa tão linda! Sou apaixonada por esse projeto e por todos que tenham como objetivo a melhoria do bem estar animal e também da conscientização da preservação das espécies e do nosso planeta, consequentemente quem tem a ganhar somos nós mesmos, não é mesmo!? Um grande abraço!
ResponderExcluirGostaria somente de emendar o Comentário do Sr. Carlos, acima, quero dizer que concordo plenamente com o gasto desnecessário em todo o Brasil com uma série de obras para a Copa. Quanto ao noso caso em específico entendo que o dinheiro que fora gasto na Arena Pantanal não poderia ser utilizado para a construção ou conclusão de Hospitais, visto que foi um dinheiro carimbado pelo BNDES para fim específico e caso fosse utilizado para outro fim teria que vir por outro caminho o que faria com que custasse muito mais caro para a dívida pública do Estado.
ResponderExcluirÉ pena que nosso Governador não está demonstrando ser um Gestor de qualidade, pois a arrecadação do Estado somente sobe e no entanto temos constantemente choro e reclamações dos Secretários de Planejamento e Fazenda.Assim mostra que esta Equipe pode ser muito boa para ordenar, mas cumprir o básico, por exemplo o RGA dos Servidores Públicos nada.