"FIRMITAS, UTILITAS et VENUSTAS" (Tríade Vitruviana)



terça-feira, 23 de dezembro de 2008

A FORÇA ECONÔMICA DE CUIABÁ

José Antonio Lemos dos Santos


     Por mais que alguns insistam em difundir a falsa idéia de que Cuiabá não produz nada, que Cuiabá só tem funcionários públicos, a realidade salta aos olhos de forma eloqüente e indiscutível, como nos mostram os dados do IBGE, divulgados pelo Diário de Cuiabá no último dia 17, em matéria de Marianna Peres. A insuspeita pesquisa mostra uma realidade dinâmica e de acentuado crescimento, comprovando tudo o que o simples bom senso percebe nas ruas, no comércio, indústrias, etc., mesmo nos dias de hoje, em plena crise global.
     Sem contar Várzea Grande que forma com Cuiabá um mesmo núcleo urbano, segundo os dados do IBGE a economia cuiabana apresentava em 2006 um PIB de R$ 7,12 bilhões, o 42º entre os mais de 5 mil municípios brasileiros, sendo o segundo maior do Centro-Oeste! Já o PIB per capita salta de R$ 7,75 mil em 2002 para R$ 13,24 mil em 2006, com um crescimento espetacular de 70,8%, já considerando o ano de 2006, de forte crise, especialmente em nossa região. “Mesmo sob o ‘ápice da crise’, a renda média de 2006 na Capital ficou 4,8% acima da média brasileira, que foi de R$ 12,68 mil”, ressalta a matéria.
     Em termos de Mato Grosso, a matéria jornalística informa que “as riquezas produzidas na Capital são o maior contribuinte ao PIB do Estado, que em 2006 somou R$ 35,38 bilhões”, isto é, mais de 20% da economia estadual (exatos 20,12%)! Isto, repito, sem contar Várzea Grande, que forma com Cuiabá uma mesma cidade. “Ah, mas essa proporção já foi muito maior no passado”, repetem os que insistem em promover uma falsa decadência cuiabana. Correto, quando só existia Cuiabá no estado, a economia cuiabana era 100% da economia do estado, e de lá para cá essa proporção (número relativo) só vem decrescendo, à medida que acontece o desejável e extraordinário desenvolvimento do interior mato-grossense. Mas os números absolutos crescem sempre, tanto na capital quanto no interior, com uma realidade impulsionando a outra mutuamente, numa simbiose ascendente de sucesso.
     Os dados divulgados corrigem também uma afirmação que já foi válida, mas que nos dias atuais revela-se totalmente incorreta, qual seja, a de que a economia cuiabana depende da administração pública. Segundo a mesma pesquisa, com um grau de participação estatal oscilando entre 10 e 13%, Cuiabá atualmente situa-se em 16º lugar entre as capitais nesse quesito, mostrando que a economia local já alcançou sua autonomia em relação ao estado, que ainda tem participação significativa, mas muito longe de uma relação de dependência. Na década de 70 chegava a 60%! Daí a lenda.
     Cuiabá e interior, centro polarizador e seu hinterland, são duas faces de uma mesma moeda que é a região. No nosso caso, uma das regiões mais dinâmicas do planeta. Não há como dissociar o desenvolvimento de uma e de outra. Quanto mais cresce o interior mais cresce a capital, e vice-versa. Qualquer crescimento, estagnação ou queda na economia regional se refletirá em todas as dimensões regionais. Os atuais tempos globais apontam para dificuldades na economia, que serão melhor enfrentadas se considerado o conjunto regional, em um esforço colaborativo entre as cidades do estado.
     Os dados do IBGE trazem esclarecimentos há muito necessários e surgem como importante presente natalino para Cuiabá. Só uma correta leitura da realidade regional possibilitará que as autoridades e lideranças locais situem-se de fato à altura de nossa cidade, de forma a prepará-la adequadamente para continuar desempenhando seu papel polarizador, ajudando a promover o desenvolvimento regional e recebendo os benefícios desse desenvolvimento.
(Publicado pelo Di[ário de Cuiabá em 23/12/2008)

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