"FIRMITAS, UTILITAS et VENUSTAS" (Tríade Vitruviana)



terça-feira, 24 de abril de 2012

NABABESCAS MOAGENS

José Antonio Lemos dos Santos

     A recente queda do senhor Éder Moraes, até então secretário da Secopa, lembrou-me de imediato o impeachement de Collor, então todo poderoso presidente do Brasil. Tento explicar, mas antes é bom esclarecer que não votei no ex-presidente. Aliás, fizemos na mesma escola em Brasília o segundo grau, chamado de “científico”, e já naquela época não votei nele para o diretório acadêmico. Foi talvez sua única derrota eleitoral, ainda que por um só voto, cuja autoria foi disputadíssima após a eleição. Como todos sabem, o ex-presidente Collor fez muitas coisas erradas. O que nem sempre é lembrado é que fez também algumas coisas certas. E ele caiu justamente pelas poucas, mas importantes, coisas certas que fez, como a abertura do Brasil ao mercado internacional, não negociar com o Congresso e o fantástico programa dos CAICs, inspirado em Darcy Ribeiro, escolas produzidas em série para funcionarem em tempo integral, do qual tive o privilégio de participar como arquiteto junto à sua coordenação em Brasília.
     Quanto ao senhor Éder Moraes, também é bom dizer que não me é simpático como homem público e inclusive lhe critiquei diversas vezes em artigos por atitudes à frente da Secopa. Porém, durante sua gestão, e podia ser com outro, os projetos da Copa do Pantanal continuaram andando e nas últimas semanas foram abertas licitações e dadas ordens de serviços para muitas obras importantes. Sem contar as obras que virão, contando só com as que estão em andamento e mais aquelas que já estão licitadas, com ordem de serviço e recursos empenhados, isto é, prontas para iniciar, só estas obras já configuram o maior pacote de obras urbanas concentradas no tempo em Cuiabá e Várzea Grande. Por isso ele caiu. Não se trata de defendê-lo, ao contrário, quero obras e não essas nababescas moagens públicas do entra-e-sai, do seis por meia-dúzia, que assistimos e pagamos, e que sempre terminam em pizza.
     Éder Moraes caiu como cairá qualquer político que ficar à frente desse extraordinário pacote de obras no maior colégio eleitoral do Estado. Nem é preciso explicar. Quem ficar politicamente à frente desse pacote de obras, e ser competente para realizá-lo, será o próximo governador do Estado. No mínimo entrará mais forte na disputa, pois terá um palanque bilionário de obras como base de sua candidatura. Convenhamos ser um risco muito grande para os demais pretendentes ao governo, que já existem e estão se preparando na surdina. Qualquer um que seja, vai que o “cara” da Secopa consiga executar as obras. E aí? Uma séria ameaça. Por via das dúvidas, pau nele, seja quem for ou quem vier. Ainda que não tenha algum “rabo-preso” – difícil! - lhes criarão um ou mais. Uns cairão antes de subir. Absurdo mas este é o preço político das obras, exacerbado neste caso da Copa com tantas obras concentradas. Mas o que esperar da antiga cultura política brasileira, não apenas cuiabana, cuja máxima é não colocar azeitona na empadinha dos outros, ainda que as azeitonas sejam obras ou serviços fundamentais para a qualidade de vida do povo?
     Como político, para o governador Silval a Copa é a velha faca de dois gumes: consolidação ou fracasso. É ele quem está à frente da Copa do Pantanal para o certo ou o errado. Agora é fazer ou fazer. É hora de um técnico liderando a Secopa, em especial arquiteto ou engenheiro, um técnico que seja do governador antes de tudo, de sua confiança e bancado politicamente por ele, com muita experiência em obras públicas mesmo assim com reputação preservada, que possa ter foco exclusivo nas obras. Como foi Sátyro Castilho para Fragelli na construção do CPA. A chance da despolitização da Copa é agora, caminho único para a viabilização máxima de suas oportunidades e de seu legado.
(Publicado em 24/04/2012 pelo Diário de Cuiabá, Midianews, Hipernotícias, ODocumento, EFNotícias, PNBOnLine, EscritaArquitetura, TurmadoEpa, BlogdoJoãoBosquo, NotíciasNX, RepórterMT, AraguaiaDigital, RufanoBombo, AImprensadeCuiabá, Mederovsk, BioMozer )

quinta-feira, 19 de abril de 2012

SHOW DE ABÓBADAS

                                                               Saint-Séverin, Paris (Wikipédia)

Veja no link abaixo a bela seleção de abóbadas da revista Casa Vogue (matéria enviada por Silvia Antunes):

http://casavogue.globo.com/lazer-cultura/top-10-as-mais-belas-cupulas-de-igrejas/ 

terça-feira, 17 de abril de 2012

A VOLTA DA TERMELÉTRICA

José Antonio Lemos dos Santos



     Todo cidadão deseja viver em uma grande cidade, e não em uma cidade apenas grande. Viver em um grande estado, e não em um estado apenas grande. À cidadania interessa uma cidade e um estado capazes antes de tudo de oferecer qualidade de vida, com empregos, renda e infraestruturas econômicas e sociais dignas e efetivas para seus habitantes. Para tanto umas das condições essenciais é a energia. Um estado ou uma cidade sem energia, ainda que grandes, seriam semelhantes a uma anta anêmica, grande, fraca, doentia. Teríamos uma sociedade sem dinamismo e uma gente sem perspectivas, sem futuro.
     Lembro de quando trabalhava na Comissão Especial da Divisão do Estado, em 1978, no Ministério do Interior, e do diagnóstico da Fundação João Pinheiro para Programa de Desenvolvimento de Mato Grosso – PROMAT que já identificava a carência energética como um dos principais gargalos para o desenvolvimento do estado remanescente, até então alimentado por Cachoeira Dourada (GO), a 800 Km daqui. Depois de tentar infrutiferamente a viabilização da Usina do Funil, optou-se pela energização da Barragem de Manso, cujas obras tinham início marcado para aquele ano. Ao “açudão” inicial de proteção da cidade contra novas enchentes como a de 74, foram agregadas ao projeto outras finalidades como a geração de energia, controle de vazão, psicultura, turismo e irrigação de 50 mil hectares na Baixada Cuiabana, dando origem assim ao Aproveitamento Múltiplo de Manso (APM de Manso) pioneiro nesse tipo de projeto multi-finalitário no Brasil.
     Acontece que a seguir o projeto de Manso foi paralisado. Assim, já na administração Frederico Campos em 1992, o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano de Cuiabá chegou a determinar ao prefeito a promoção de ações visando o “aproveitamento energético da bacia do Rio Cuiabá”. Seu sucessor Dante Oliveira cumpriu a lei e foi atrás dessa e outras soluções alternativas para a questão energética de Cuiabá, que de tão grave se dizia “ventou em Jataí, a luz apaga aqui”. Já como governador, com seu prestígio viabilizou Manso e a termelétrica de 480 MW com gás boliviano, um mega empreendimento internacional da finada ENRON envolvendo quase US$ 1,0 bilhão, até hoje o maior empreendimento privado em Mato Grosso, um projeto jamais sonhado pelo estado.
     O projeto da termelétrica é tão fantástico que ainda hoje muita autoridade sequer entendeu sua real dimensão. A Termelétrica de Cuiabá é mais que uma geradora de energia limpa e barata, embora só isso já fosse de enorme importância para o estado. Muito mais do que a geração de energia, é ela que viabiliza o transporte do gás boliviano em quantidade suficiente para ser um diferencial favorável para Cuiabá, Várzea Grande, com perspectivas de expansão para o estado. Só o gás já faria uma revolução no estado. Além de energia barata e limpa, o gás é também matéria-prima para diversas indústrias e deveria estar sendo usado na atração de novas empresas. Mas não, para nossas prefeituras o complexo gasoduto/termelétrica de US$ 1,0 bilhão parece estar em Marte, não mexem uma palha pelo aproveitamento dessa extraordinária vantagem comparativa que a Grande Cuiabá dispõe, como não mexeram quando o gás foi cortado por absurdos e inacreditáveis quase 5 anos. Graças porém ao empenho no caso do governador Silval Barbosa o gás voltou em setembro do ano passado e no último fim de semana a termelétrica voltou a funcionar. Como viabilizar um projeto de distribuição dessa riqueza às indústrias existentes e como utilizá-la para atrair novos investimentos? Como resgatar a confiança na continuidade de fornecimento do gás veicular? Eis um tema fundamental e desafiador para os candidatos nas eleições municipais deste ano.
(Publicado em 17/04/2012 pelo Diário de Cuiabá)

quarta-feira, 11 de abril de 2012

PREVENDO O FUTURO

Competição revela 25 conceitos insanos para os prédios do futuro

      Premiação da revista eVolo destaca ideias que mudam a forma como interagimos com o ambiente e as comunidades a que pertencemos.
Por Felipe Gugelmin em 6 de Março de 2012

 http://www.tecmundo.com.br/conceito/20244-competicao-revela-25-conceitos-insanos-para-os-predios-do-futuro.htm

                                                                      (Fonte da imagem: eVolo)

     Estabelecida em 2006, a Skycraper Competition da revista eVolo premia as ideias que melhor representam os edifícios do futuro. O objetivo é mostrar como novas tecnologias, materiais e noções estéticas podem ser incorporados às construções para torná-las mais compatíveis com um ambiente caracterizado pela globalização, flexibilidade, adaptabilidade e pela revolução digital.A cada edição do prêmio, são reveladas ideias que, se não totalmente malucas, mudam bastante o que estamos acostumados a chamar de prédios. O vencedor de 2012 foi o “Himalaya Water Tower”, construção localizada no topo de uma cadeia de montanhas, capaz de armazenar água e regular os nutrientes do ambiente que a rodeia.

                                                                (Fonte da imagem: eVolo)
     Outra ideia que se destaca foi batizada como “Monument to Civilization: Vertical Landfill for Metropolises”, uma torre gigantesca que atua como um depósito de lixo. Além de acumular materiais indesejáveis, o local os utiliza para gerar energia elétrica para os demais edifícios da região. A construção também tem o objetivo de poupar dinheiro no transporte de dejetos, que não precisariam mais ser levados até áreas distantes.Segundo a eVolo, a escolha dos vencedores foi baseada em sua capacidade de estabelecer discussões entre os espaços públicos e privados, mostrando a responsabilidade individual e coletiva na criação de uma comunidade adaptável e dinâmica. O prêmio prioriza novos talentos, cujas ideias vão mudar a arquitetura e a relação que temos com a natureza. Confira em nossa galeria as imagens dos 20 prédios futurísticos escolhidos em 2012.

terça-feira, 10 de abril de 2012

CUIABÁ 300-7

José Antonio Lemos dos Santos


     Comemorando os 293 anos de Cuiabá retomo a contagem anual regressiva para o tricentenário da cidade, como faço desde 2009. Agora, só faltam 7 anos. Aniversário de Cuiabá é festejar uma cidade que brotou entre as pepitas de um corguinho com tanto ouro, que era chamado pelos nativos de Ikuiebo, córrego das estrelas. E o córrego das estrelas desaguava em um belo rio, num lugar de grandes pedras onde se pescava com flecha-arpão, e que se chamava Ikuiapá, lugar onde se pesca com flecha-arpão, em bororo. E a cidade floresceu bonita e se chamou Cuiabá, célula-mater do oeste brasileiro, mãe original de tudo o que veio a suceder na região, mãe de cidades e de estados.
     No breve tempo que durou o ouro, Cuiabá chegou a ser a mais populosa cidade do Brasil. Mas o metal acabou rápido e seu destino seria o das cidades-fantasmas garimpeiras não fosse a localização mágica, centro do continente, cuja expectativa de riqueza interessava a Portugal. Então, o papa decide que o limite entre as duas coroas ibéricas não seria mais dado por Tordesilhas, mas pela posse das terras. Aí Cuiabá vira um bastião português e sobrevive como apoio aos interesses lusos em terras então espanholas em seu primeiro salto de desenvolvimento, o da sobrevivência, que lhe permitiu continuar viva.
     Logo Portugal criou a Capitania de Mato Grosso com sua sede instalada em Cuiabá, enquanto era construída a futura capital Vila Bela. Por dois séculos sobreviveu a duras penas, mesmo tendo voltado a ser capital, período heroico em que forjou uma gente brava, sofrida, mas alegre e hospitaleira, capaz de produzir um dos mais ricos patrimônios culturais do Brasil, com vultos e proezas que merecem ser melhor tratados e destacados pela história oficial brasileira. Como um astronauta contemporâneo, vanguarda humana na imensidão do espaço, ligado à nave apenas por um cordão prateado, assim Cuiabá sobreviveu por séculos, solta na vastidão centro-continental, ligada à civilização apenas pelo cordão platino dos rios Cuiabá e Paraguai.
     Até que na década de 60 a cidade vibra novamente, transforma-se no “portal da Amazônia” e em pouco tempo sua população decuplica. Foi o salto da quantidade, a expansão necessária para ser a base de ocupação da Amazônia meridional, a qual se deu sem a menor preparação ou apoio da União, que lhe era devido pela função estratégica que desempenhava. Sozinha e sem recursos, apoiando uma região ainda vazia economicamente, Cuiabá explodiu em todos os sentidos, inclusive em sua estrutura urbana, despreparada para tão grande e súbita demanda.
     No alvorecer do novo milênio, Cuiabá está em seu terceiro salto de desenvolvimento, agora o salto da qualidade. Não é mais o centro de um vazio. Ao contrário, polariza uma das regiões mais dinâmicas do planeta, que ajudou a construir e que hoje não apenas lhe demanda o apoio, mas também a empurra para cima cobrando sempre mais, em um sadio e maduro processo de simbiose regional ascendente.
     A sete anos do tricentenário, sua data mais significativa no século, Cuiabá vive o melhor momento de sua história, impulsionada pelo desenvolvimento regional, linkada ao mundo e turbinada como uma das sedes da Copa do Mundo de 2014. Nos seus 293 anos, mais do que reverenciar o passado e festejar o presente, é forçoso cuidar melhor do futuro. A Copa é um estratagema do Bom Jesus de Cuiabá para forçar nosso olhar para frente, para o positivo e o construtivo, um choque de adrenalina e capacitação, impelindo a nos colocar, cidadãos, políticos e dirigentes, à altura da cidade que temos. A cidade disparou; nós, ainda não. As eleições deste ano testarão como estamos para encarar toda esta dinâmica do presente e as enormes potencialidades do futuro.

domingo, 8 de abril de 2012

ANIVERSÁRIO DE CUIABÁ: 293 ANOS

                                                                      www.skyscrapercity.com

Aproveite para relembrar o Hino de Cuiabá em uma versão moderna, simpática e de grande qualidade:
http://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=jMjDH9Y0WJU#t=40s
 













www.skyscrapercity.com
 
 
















                                                                     www. espacoturismo.com.br

sábado, 7 de abril de 2012

MANHÃ ENSOLARADA

Foto: José Lemos   
Quando o sol do início da manhã transforma o asfalto de preto em prata, com a Chapada ao fundo, é prenúncio de um dia tipicamente cuiabano. Aproveitem. Feliz Páscoa!

sexta-feira, 6 de abril de 2012

CRYSTAL LAGOONS EM CUIABÁ

Crystal Lagoons desenvolve três projetos no Brasil de US$ 500 




     A empresa Crystal Lagoons anunciou investimentos de US$500 milhões em três projetos imobiliários no Brasil e que abrangem a construção de 3.200 moradias.
     A Crystal Lagoons, ligada ao que criou San Alfonso del Mar (complexo imobiliário localizado em um balneário turístico do centro do Chile), Fernando Fischmann, se associou para esses projetos no Brasil com o fundo de capitais chileno-brasileiro BC Genera, grupo criado para o desenvolvimento de produtos imobiliários no Brasil.
     O primeiro dos complexos residenciais estará localizado em Mato Grosso, na cidade de Cuiabá, sede do próximo Mundial de Futebol 2014. Abrange a construção de 1.250 unidades, entre casas e apartamentos, uma lagoa cristalina navegável de dois hectares, rodeada de areias brancas em um terreno de 36 hectares. Essa obra representa um investimento de US$200 milhões e, está previsto, que sua construção comece em abril de 2012.
     O segundo projeto, no Mato Grosso do Sul, terá 600 moradias e a terceira iniciativa será construída em Brasília, com 1.350 unidades (casas e apartamentos). Ambos possuirão uma lagoa cristalina navegável onde será possível praticar esportes náuticos, como caiaque e iatismo.
     A Crystal Lagoons tem 180 projetos em 45 países dos cinco continentes e que estão ligados a investimentos imobiliários de US$100 bilhões.
Fonte:http://www.khl.com/magazines/construcao-latino-americana/detail/item66947/Crystal-Lagoons-desenvolve-tres-projetos-no-Brasil-de-US$500-milhoes/
 
 
(Nota do Blog do José Lemos: Extraído de http://www.skyscrapercity.com/showthread.php?t=803592&page=245    na seção Notícias de Mato Grosso do Sul)
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     Para quem não se atinou à dimensão da coisa, é só lembrar que esse grupo é proprietário do San Afonso del Mar, no Chile, complexo residencial e turístico das fotos abaixo:




infosurhoy.com
 

quinta-feira, 5 de abril de 2012

A ARENA DE MINHA JANELA

Veja como estão as obras da Arena Pantanal vistas de minha varanda hoje dia 5 de abril de 2012.

                                                                Foto: José Lemos
Compare com a situação no início do ano:

                                                                   Foto: José Lemos

Para tirar dúvida se a obra está "andando", veja a situação em agosto do ano passado:

                                                                    Foto: José Lemos

quarta-feira, 4 de abril de 2012

ZAHA HADID


No link abaixo uma entrevista curtinha da AU mas vale para conhecer um pouco da grande arquiteta, vangaurdista na arquitetura mundial e com a qual temos muito a admirar, muito a discutir e, principalmente, muito a aprender:

http://www.piniweb.com.br//construcao/arquitetura/entrevista-zaha-hadid-diz-que-niemeyer-foi-seu-precursor-255084-1.asp

Vale a oportunidade também para dar um passeio no seu site:

http://www.zaha-hadid.com/

terça-feira, 3 de abril de 2012

LUZES DA COPA

José Antonio Lemos dos Santos

Foto Patrícia Parente

     Dias atrás, subindo a Avenida do CPA fui surpreendido com todas as janelas iluminadas no grande hotel da esquina com a Miguel Sutil, há muito tempo em construção. Como cuiabano e arquiteto fiquei emocionado, afinal, aquele grandioso edifício de belíssima arquitetura já parecia estar condenado a se tornar uma imensa ruína em um dos pontos visualmente mais importantes da cidade. Fascinado com a inesperada visão, pedi à minha filha, que me acompanhava no carro, que fizesse uma foto com seu celular. Pela rapidez da ação e o movimento de veículos na avenida naquela hora a foto ficou meio tremida, mas valeu como um registro daquele momento do dia 22 de março. Para mim, as primeiras luzes do brilho que será a Copa do Pantanal em 2014.
     Provavelmente os proprietários daquela obra tenham sempre se empenhado em retomar a construção, pois arriscavam-se a ser responsáveis por um mastodonte abandonado marcando negativamente a paisagem de um dos principais cartões postais de Cuiabá. Como cuiabanos, claro que não era o que pretendiam. Além de um audacioso empreendimento hoteleiro, aquela obra iniciada há tanto tempo destinava-se a ser um elemento embelezador da cidade, um ornato citadino, e não um monstrengo em ruínas. Veio então a Copa apontando para um salto nas demandas sobre a cidade, em especial, no ramo da hotelaria, um considerável estímulo adicional para a viabilização da retomada das obras, assim como para a reciclagem de outros antigos edifícios e a construção de novas torres no mesmo período. Até outro dia, fora o resort de Manso, eram 15 torres em construção e algumas já inauguradas. Outros empreendimentos são aguardados, uma vez que, além de sua consolidação como uma das sedes da Copa do Mundo de 2014, Cuiabá polariza hoje uma das regiões mais dinâmicas e produtivas do planeta, com negócios e interesses ligados em todo o mundo, por conseqüência com uma demanda hoteleira sempre aquecida.
     Mesmo que alguns empreendimentos do gênero impulsionados pela Copa já estejam em pleno funcionamento - gerando conforto aos visitantes, e emprego e renda aos habitantes da cidade - o velho edifício ainda inconcluso tem um significado especial pelo seu porte, qualidade arquitetônica, localização e forte presença na paisagem cuiabana por tanto tempo, mesmo quando com as obras paralisadas. Ainda que em testes, as luzes acessas de suas janelas simbolizam muito bem o início da colheita dos frutos da Copa. A grandiosa ruína, que parecia irreversível, está viva de novo e recupera seu destino de grande empreendimento hoteleiro e um dos mais belos edifícios de cidade. Em meio a tantos problemas, as luzes lembram que em breve todas as obras da Copa também estarão iluminadas e em funcionamento.
     Sou cada vez mais otimista com o legado da Copa para Cuiabá e Mato Grosso, ainda que com preocupações pontuais com as essenciais obras do aeroporto e dos eixos principais da mobilidade urbana. Mesmo que a cidade não aproveite todas as oportunidades trazidas pela Copa, receberá um volume de investimentos que jamais veria nas próximas décadas sem ela, investimentos públicos e privados, estes também significativos, que não podem ser desprezados. Aliás, a iniciativa privada saiu na frente e já temos as luzes de seus primeiros resultados. Por outro lado, nestas últimas semanas grandes e importantes obras públicas receberam suas ordens de serviço e começam a sair do papel, além da Arena e do sistema Mário Andreazza, iniciadas há mais tempo. O estímulo e a cobrança, os aplausos e as críticas da cidadania, às vezes necessariamente duras, tem grande importância no que já está acontecendo e no muito que ainda vai acontecer.
(Publicado em 03/04/2012 pelo Diário de Cuiabá, Turma do Êpa e Hipernotícias, e no dia 04/04/12 pelo Midianews)

sexta-feira, 30 de março de 2012

ESCLARECIMENTOS

Autorizado pelo Rafael Detoni (Secopa), posto seu atencioso e-mail enviado ontem com esclarecimentos sobre a questão da Rua XV:

"Zé Lemos, boa noite
De fato a Lays está correta. A implantação do VLT na Av. XV de Novembro vai gerar a redução de capacidade ao tráfego geral. As faixas de tráfego laterais à Via Permanente (VLT) deverão atender à necessidade de acesso ao solo. É possível até que se permaneça com algumas vagas de estacionamento nos trechos onde o passeio atualmente é mais largo (sem comprometer o disposto na legislação municipal, é claro).
O fluxo de passagem no sentido Cuiabá - Várzea Grande volta a ser pela Tenente Coronel Duarte onde hoje temos três faixas de rolamento por sentido, capazes de absorver a demanda com proibição de estacionamentos ao longo da via (pelo menos nos horários de pico).
o retorno da mão dupla na XV vai gerar uma nova ordem nas ruas transversais que interligam-na à Tenente Coronel Duarte, com exceção da Senador Metelo e Major Gama. No Volume 03 do Anteprojeto (que pode ser acessado direto do site da Secopa), há um conjunto de pranchas denominado "Plano de circulação viária atual" e "Plano de circulação viária futuro". Neles é possível ver as alterações do trânsito em função dos VLTs.
Espero ter contribuído para esta dúvida e coloco-me a disposição para demais esclarecimentos.
Abraços
Rafael Detoni"

quinta-feira, 29 de março de 2012

RUA XV COM MÃO DUPLA?

Alguém saberia explicar ou ouviu alguma explicação oficial sobre como funcionaria o principal acesso da cidade com a volta da mão dupla na XV de Novembro, no Porto, com as canaletas para o VLT e uma pista de rolamento em cada sentido para os veiculos de pneus? A prancha a seguir foi extraída do site da Secopa.

terça-feira, 27 de março de 2012

O JOGO DO EMPURRA

José Antonio Lemos dos Santos

     Ao cidadão comum soa muito estranha essa história do governo federal querer barrar o financiamento do VLT recorrendo a casos antiqüíssimos, do tempo da extinção da Sanemat. Também a falta de informações claras sobre o assunto por parte do governo do estado ajuda a aumentar a estranheza, a ponto do cidadão pensar coisas incríveis em se tratando de assunto de tão elevada responsabilidade pública. Ao leigo nos costumes políticos atuais, este caso lembra o antigo jogo infantil do “empurra-empurra”, não por acaso semelhante ao que acontece ultimamente no país quando se trata da identificação de responsabilidades no mau trato das coisas públicas. Como eu disse em algum artigo, fizeram o governador montar em um porco do qual não tem jeito de descer. Pintaram para o povo um VLT tão lindo que não dá para fazer e um BRT tão feio que não pode mais ser assumido. Não dá mais tempo para fazer nenhum, e ninguém quer ficar com a culpa.
     A saída imaginada pelos experts do Paiaguás seria empurrar a culpa para o governo federal levando uma proposta de 1,2 bilhão sem projeto, o que, é claro, não poderá ser tecnicamente aprovado. Quem em Brasília vai botar sua assinatura como responsável técnico autorizando a união a conceder um empréstimo dessa monta sem projeto? Já caiu um ministro por causa disso. Sendo assim, se o governo federal vetar o empréstimo ficará aos olhos do povo local com a culpa de não se fazer o VLT de Cuiabá. O estado lavaria as mãos com o discurso de que teria feito todo o necessário, mas Brasília foi que não quis fazer. “Por fatos que não são inerentes ao governo do estado de Mato Grosso, nós não podemos ser responsabilizados”, como já nos avisou o secretário da Secopa na última audiência sobre o VLT.
     Uma situação como esta não se restringe apenas a um projeto bem ou mal apresentado, mas envolve outros aspectos, dentre os quais a questão política, pois o governador de Mato Grosso é do PMDB, um dos principais sustentáculos da administração da presidenta Dilma. Como bobó é a única coisa que não tem nos altos escalões de Brasília, teriam bolado uma estratégia de devolver a culpa para o estado "descobrindo" essa tal pendência dos tempos da Sanemat. Assim, o governo federal evita entrar no mérito do projeto do estado e fica impossibilitado de liberar o empréstimo, não por uma decisão sua, mas por uma providencial inadimplência do estado de Mato Grosso. Como quem diz, se não fosse essa pendência do Estado o governo federal liberaria o empréstimo numa boa. Assim o PMDB não pode reclamar e o governo federal se livraria de uma situação constrangedora junto à população local, cujo imaginário foi totalmente encantado pelas vantagens reais ou fantasiosas do VLT. E a barra federal ficaria limpa. Vamos ver quem vai ganhar, pois quem vai perder, e já está perdendo, a gente já sabe.
     Triste viver situações que nos levam a pensar tão pequeno sobre as coisas da nossa República, sonhada para ser cada dia mais forte, honrada e respeitada. O renitente atraso da Infraero nos projetos do Aeroporto Marechal Rondon, do mesmo modo leva o cidadão a olhar meio enviesado, achando também ter algo errado. Preferia estar falando nas obras da Copa que o próprio governo estadual através da Secopa começa a tirar do papel com licitações e ordens de serviço, como as da Miguel Sutil, as obras viárias do entorno da Arena Pantanal e das pontes do Coxipó que receberam suas ordens de serviço na semana passada. Ou das outras que já estão em andamento há mais tempo como o recapeamento asfáltico da cidade, o sistema Mário Andreazza ou a própria Arena, cuja evolução acompanho da varanda aqui de casa. Mas não dá, os projetos do eixo principal da mobilidade e o aeroporto preocupam.
(Publicado em 27/03/20122 pelo Diário de Cuiabá)

sexta-feira, 23 de março de 2012

VISITA ÀS PIRÂMIDES

Clique no link abaixo e faça uma visita de 360 graus às pirâmides do Egito.

http://www.airpano.ru/files/Egypt-Cairo-Pyramids/start_r.html

Vale ver.

terça-feira, 20 de março de 2012

BRASÍLIA EM 1967

Clique no link abaixo e dê um passeio por Brasília no ano de 1967. Muito bom. Histórico. Eu já estava lá. Vivi isso. Hoje uma das coisas mais fantásticas que acho de Brasília é a evolução da arborização urbana, e esse filme é muito bom para comparar com a situação atual.

http://vodpod.com/watch/2897955-urban-planning-video-driving-around-braslia-in-1967-listening-to-kraftwerk

Quem não teve oportunidade de viver esse momento de Brasília, aproveite e compare com a Brasília de hoje. Quem viveu, relembre e aproveite também para comparar e ver como a cidade evoluiu.

domingo, 18 de março de 2012

MOBILIDADE HIGH TECH

Veja no link abaixo está bike da VolksWagen, dobrável e motorizada.

Veja também no outro link abaixo está novidade da Honda. Interessante.

quarta-feira, 14 de março de 2012

CATEDRAL DE COLONIA

Catedral de Colonia, Alemanha
rioresiste.blogspot.com

Visite no link abaixo a Catedral de Colonia, ao som de ótima música. Isso é Arquitetura.

terça-feira, 13 de março de 2012

ANIVERSÁRIO NA INFRAERO

José Antonio Lemos dos Santos


     Em artigos anteriores tenho repetido que dois dos mais importantes projetos para a cidade e para a Copa já ultrapassaram os limites do preocupante e atingem as raias do risco total em função dos prazos até 2014. Um é o da mobilidade urbana, especificamente nos projetos vinculados aos eixos do VLT, até hoje sem projeto; outro é o aeroporto, até hoje sem licitação das obras de sua estação de passageiros. Enquanto o caso da mobilidade tem sido bastante comentado, o do aeroporto não. Parece que a opinião pública e os meios informativos entenderam que o assunto está suficientemente bem acompanhado pela Infraero, apoiada nesse projeto pelo Estado desde o ano passado. Pois é, aconteceu mais um atraso no projeto do aeroporto, que todos já imaginavam pronto e que só faltava a licitação da obra. Qual o que. Semana passada a Infraero acatou pedido da empresa Globe Engenharia de adiar para dia 27 próximo a entrega do projeto executivo para as obras de ampliação do Aeroporto Marechal Rondon, que era prevista para o começo deste mês. Cerca de 15 dias de atraso podem parecer nada, mas são críticos diante do prazo que se tem até a Copa.
     Olhado ao longo do histórico das ampliações do Marechal Rondon o temor aumenta. Aos iniciantes em Aeroporto Marechal Rondon, é bom lembrar que a Infraero tem sido madrasta com o nosso aeroporto e desde as três últimas décadas o aeroporto funciona subdimensionado. A situação seria corrigida quando um cuiabano de saudosa memória, Orlando Boni, assumiu em 2002 a direção da empresa e determinou a elaboração de um projeto de qualidade, bem como um Plano Diretor para o aeroporto, compatível com seu movimento, já acelerado naquela época. Foi projetada então uma estação para 1,0 milhão de passageiros por ano, e as obras foram tocadas até enquanto permaneceu aquela direção do órgão. Ainda bem que deixou quase concluído o módulo “A” (atual ala de embarque) e o setor administrativo, o módulo “C” (atual ala(?) de desembarque), pois as obras foram paralisadas e só concluídas nos módulos iniciados graças à intervenção na época do Conselho Deliberativo do Aglomerado Urbano através de uma Moção de Repúdio, assinada pelos então governador do estado e os prefeitos de Cuiabá e Várzea Grande. E é o que temos até hoje, uma estação para 1,0 milhão de passageiros/ano construída pela metade, acrescida pelo emergencial “puxadinho”, concluído também depois de muitos atrasos. Isso para mais de 2,5 milhões de passageiros usuários em 2011!
     A Copa trouxe a esperança de que a situação do Marechal Rondon fosse resolvida. Qual o que. A abertura da licitação para o projeto da ampliação do aeroporto só saiu a 3 de novembro de 2010, ano e meio após a escolha de Cuiabá como uma das sedes da Copa, dando até a impressão que a Infraero torcia contra a cidade. A Ordem de Serviço para o projeto só saiu 2 meses e meio depois, com prazo de execução de 6 meses para o projeto básico, que seria junho, passou para julho e depois para setembro quando foi publicada a maquete eletrônica. O projeto executivo que já fora adiado para o início de março, sofre agora mais uma prorrogação para final de março, 17 meses após sua licitação! Imagine se o aeroporto não fosse peça importante para a Copa do Mundo, um projeto nacional, compromisso internacional do país. A bem da verdade há que se ressaltar o novo elã dado à Infraero pelo presidente Gustavo Matos que no próximo dia 24 de março completa um ano de administração. Que o projeto completo do novo Aeroporto Marechal Rondon, que se arrastava por décadas, seja o marco simbólico dessa comemoração, sinal concreto de um novo tempo para a Infraero. Se possível já acompanhado pelo lançamento da licitação para as obras.
(Publicado em 13/03/2012 pelo Diário de Cuiabá, Midianews, HíperNotícias, Turma do Êpa)

segunda-feira, 12 de março de 2012

A CIDADE SE ESVANECE

Sérgio Magalhães

     A República brasileira herdou do Império uma capital quase colonial. Com cerca de quatrocentos mil habitantes, o Rio era uma cidade grande para a época, importante, a maior do país, com presença internacional. Mas sua estrutura urbanística era modesta, mesmo composta em associação com uma
geomorfologia monumental, e sua infraestrutura era incipiente.
     É nas primeiras décadas do século XX que o Rio se transforma urbanisticamente como metrópole. A cidade republicana constrói duas grandes estruturas espaciais, a do Centro e a da Orla, ambas extraordinariamente fortes –que se justapõem. A primeira tem o Centro histórico como núcleo, e se organiza a partir das grandes obras do prefeito Pereira Passos. Constituiu-se como a verdadeira estrutura espacial da cidade porque construiu o centro moderno e o porto, promoveu a interligação Centro-zona Sul, através da avenida Beira Mar, e a interligação Centro-zona Norte, expandindo o sistema de trens urbanos.
Emerge daí a “Cidade Maravilhosa”. No mesmo entendimento, implanta-se, depois, a área de negócios e de administração pública, no Castelo, e consolida-se a zona Norte como o principal lugar industrial do país. O
Aterro do Flamengo é o coroamento paisagístico dessa estrutura moderna focada no Centro e de interesse metropolitano.
     Quase simultaneamente, a cidade constrói outra estrutura urbanística complementar, ordenada pela descoberta do mar como lugar de prazer. Do Flamengo ao Leblon compõem-se quinze quilômetros do binômio orla-cidade, disponíveis para a interação social e a beleza. Concebeu-se em simbiose a arquitetura da cidade e a praia. Não é um balneário, é cidade; a praia é pública, de acesso republicano, bem diferente do que se apresentava nos países desenvolvidos à época. O espaço cidade-praia, em uso todo o ano, é
lugar denso, cosmopolita e metropolitano.
     Ambas as estruturas, a do Centro e a da Orla, sustentam uma cidade metropolitana de grande multiplicidade espacial (seus bairros tem identidade e morfologia próprias), com ambientes urbanos de grande vitalidade, que produz forte e original cultura, inserida no contexto mundial como uma de suas principais metrópoles.
     Todavia, desde as décadas finais do século XX, nota-se um enfraquecimento estrutural importante da metrópole. Desconstruído o sistema de transporte sobre trilhos, em benefício do automóvel e do ônibus, as relações intra-metropolitanas se esclerosam. Não há transporte de alto rendimento que atenda adequadamente aos deslocamentos casa-trabalho, majoritariamente vinculados ao Centro. Expande-se a ocupação em variadas direções, segundo conveniências quaisquer, sobretudo imobiliárias, com a baixa densidade típica do rodoviarismo. A expansão exagerada cria demanda insustentável por infraestrutura e por serviços públicos –mas não produz cidade. Constrói condomínios, shoppings, guetos, engarrafamentos, poluição –mas vida urbana, não.
     Assim, prevalecem as facilidades de ocasião. Com 12 milhões de habitantes, a cidade metropolitana não está institucionalizada; apesar de preocupantes indicadores sociais, não conta com políticas públicas de transporte, saneamento, habitação, saúde, educação, urbanismo, que articulem os esforços dos diversos municípios e agentes públicos; faltam-lhe instrumentos políticos e técnicos que possam ajustar interesses conflitantes, sem permitir hegemonias senão as democraticamente constituídas. E igualmente grave: não projeta o seu futuro.
     Mesmo tendo estruturas urbanísticas mais bem conformadas, o Rio  dispersou-se tanto que, em poucos anos, trocou de posição com São Paulo: de cidade 15% mais densa, está 15% menos densa. (Lembremos: densidade não é sinônimo de espigão, mas de bom aproveitamento do solo.) . Ocorre que São Paulo nas últimas décadas tem se reestruturado urbanisticamente e investido em transporte de alto rendimento. A capital paulista constrói não uma linha de metrô, mas uma rede, que tem o Centro como núcleo, com 12 linhas de metrô e trem, mais de 30 estações de integração, e investe em 4 anos R$ 22 bilhões.
     Curitiba, que se notabilizou como criadora do sistema de ônibus em corredor expresso, o BRT, optou por substituí-lo, implantando um sistema de metrô subterrâneo. Com 1,7 milhão de habitantes, a capital paranaense fortalece o seu Centro, quer ser uma cidade mais compacta, mais densa. Dispersa, a cidade escasseia, a mobilidade paradoxalmente diminui (e aumentam os engarrafamentos). Sem densidade adequada, a vida urbana se esvanece; o cobertor dos serviços públicos não cobre a cidade inteira.
     A metrópole do século XXI pede uma estrutura urbanística em acordo com a sustentabilidade ambiental, econômica e social. Ela tem precedentes: a cidade do convívio e da beleza, que a República herdou e soube estruturar maravilhosamente.
*Sérgio Magalhães* é arquiteto. Email: smc@centroin.com.br
(Artigo publicado por O Globo em 12/03/12 - enviado pelo autor)