José Antonio Lemos dos Santos
Desde que Cuiabá foi escolhida como uma das sedes da Copa do Mundo de 2014 tenho repetido que essa surpreendente e não sonhada regalia foi um artifício do Senhor Bom Jesus de Cuiabá para dar uma sacudida em nós cuiabanos forçando-nos a entrar no ritmo dos novos tempos de sua cidade, condição para compreendê-la e prepará-la para o seu Tricentenário. Da escolha em 2009 até hoje 5 anos se passaram rapidamente, a Copa chegou e já virou passado em termos de planejamento. Para a Copa do Pantanal, resta-nos concluir as obras que ainda possam ser concluídas a tempo e correr para o abraço na recepção aos visitantes, fazendo a festa da melhor maneira possível.
A Copa nos fez olhar para o futuro, pensar em projetos para a cidade, correr contra o tempo, discutir obras - seus avanços e transtornos - torcer para tudo dar certo, e esse redirecionamento de perspectiva foi bom e precisa ser cultivado como um dos principais legados do grande evento. Cuiabá não pode perder este pique e para não perdê-lo é fundamental o estabelecimento já de um novo objetivo macro, com data fixa, o Tricentenário, escrito com inicial maiúscula como são tratadas as efemérides. Está bem aí a 5 anos, tempo muito curto como nos ensinou duramente a Copa, com relógios e calendários correndo cada vez mais rápidos. É preciso agir desde agora estabelecendo já uma nova matriz de responsabilidade com metas e projetos a serem alcançados em 2019, nos moldes da que foi feita para a Copa, agora a matriz do Tricentenário, pactuada não mais com a Fifa, mas entre os cuiabanos e sua cidade, os mato-grossenses e sua capital, os brasileiros e a cidade que alargou os horizontes ocidentais do Brasil.
Arrisco-me a iniciar com algumas propostas óbvias. A primeira seria concluir ainda dentro do atual governo as obras da matriz da Copa que não ficarem prontas para o evento, o máximo que for possível. A permanência do governador Silval Barbosa até o final de seu mandato foi um gesto fundamental de responsabilidade e visão pública. As obras da Copa correm o risco de dependerem da grandeza ou da mesquinhez política do futuro governador, já que temos a tradição canalha dos governantes não darem continuidade às obras dos antecessores no absurdo raciocínio de que favoreceriam o concorrente. Não só param as obras como prejudicam o funcionamento das que foram concluídas e para isso usam de explicações verdadeiras ou não, tais como corrupção ou mudança de prioridades. Param as obras, mas não punem os supostos corruptos. Punem o povo. E estão descobrindo que obras públicas dão muito trabalho e polêmicas e é muito mais confortável não fazê-las.
Uma outra proposta para matriz do Tricentenário seria a revitalização do Centro Histórico de Cuiabá, com rebaixamento da fiação, expandido a toda a área central da cidade, trabalhando o passado dentro de uma perspectiva de futuro, como deve ser feito. Este é um projeto que vem rolando há décadas e que parece estar bem avançado em termos de viabilização pela prefeitura, estado e união. Mas para aprontar e funcionar em 2019 é preciso começar já. Assim também o projeto do atual prefeito de um centro administrativo municipal, no qual só ressalvo que o atual Palácio Alencastro seja preservado como gabinete oficial do prefeito e sede simbólica do poder político de Cuiabá, sob pena de matar o centro histórico da cidade. Importante também seria presentear a cidade com um órgão moderno para o planejamento urbano contínuo de longo prazo de forma que a cidade não evolua mais aos saltos de curto prazo. São muitas as alternativas de projetos a serem avaliadas, com os pés no chão. 2019 já começou. Não dá para subestimar o tempo, o único recurso realmente não renovável.
(Publicado em 29/04/2014 pelo Diário de Cuiabá, ...)
Desde que Cuiabá foi escolhida como uma das sedes da Copa do Mundo de 2014 tenho repetido que essa surpreendente e não sonhada regalia foi um artifício do Senhor Bom Jesus de Cuiabá para dar uma sacudida em nós cuiabanos forçando-nos a entrar no ritmo dos novos tempos de sua cidade, condição para compreendê-la e prepará-la para o seu Tricentenário. Da escolha em 2009 até hoje 5 anos se passaram rapidamente, a Copa chegou e já virou passado em termos de planejamento. Para a Copa do Pantanal, resta-nos concluir as obras que ainda possam ser concluídas a tempo e correr para o abraço na recepção aos visitantes, fazendo a festa da melhor maneira possível.
A Copa nos fez olhar para o futuro, pensar em projetos para a cidade, correr contra o tempo, discutir obras - seus avanços e transtornos - torcer para tudo dar certo, e esse redirecionamento de perspectiva foi bom e precisa ser cultivado como um dos principais legados do grande evento. Cuiabá não pode perder este pique e para não perdê-lo é fundamental o estabelecimento já de um novo objetivo macro, com data fixa, o Tricentenário, escrito com inicial maiúscula como são tratadas as efemérides. Está bem aí a 5 anos, tempo muito curto como nos ensinou duramente a Copa, com relógios e calendários correndo cada vez mais rápidos. É preciso agir desde agora estabelecendo já uma nova matriz de responsabilidade com metas e projetos a serem alcançados em 2019, nos moldes da que foi feita para a Copa, agora a matriz do Tricentenário, pactuada não mais com a Fifa, mas entre os cuiabanos e sua cidade, os mato-grossenses e sua capital, os brasileiros e a cidade que alargou os horizontes ocidentais do Brasil.
Arrisco-me a iniciar com algumas propostas óbvias. A primeira seria concluir ainda dentro do atual governo as obras da matriz da Copa que não ficarem prontas para o evento, o máximo que for possível. A permanência do governador Silval Barbosa até o final de seu mandato foi um gesto fundamental de responsabilidade e visão pública. As obras da Copa correm o risco de dependerem da grandeza ou da mesquinhez política do futuro governador, já que temos a tradição canalha dos governantes não darem continuidade às obras dos antecessores no absurdo raciocínio de que favoreceriam o concorrente. Não só param as obras como prejudicam o funcionamento das que foram concluídas e para isso usam de explicações verdadeiras ou não, tais como corrupção ou mudança de prioridades. Param as obras, mas não punem os supostos corruptos. Punem o povo. E estão descobrindo que obras públicas dão muito trabalho e polêmicas e é muito mais confortável não fazê-las.
Uma outra proposta para matriz do Tricentenário seria a revitalização do Centro Histórico de Cuiabá, com rebaixamento da fiação, expandido a toda a área central da cidade, trabalhando o passado dentro de uma perspectiva de futuro, como deve ser feito. Este é um projeto que vem rolando há décadas e que parece estar bem avançado em termos de viabilização pela prefeitura, estado e união. Mas para aprontar e funcionar em 2019 é preciso começar já. Assim também o projeto do atual prefeito de um centro administrativo municipal, no qual só ressalvo que o atual Palácio Alencastro seja preservado como gabinete oficial do prefeito e sede simbólica do poder político de Cuiabá, sob pena de matar o centro histórico da cidade. Importante também seria presentear a cidade com um órgão moderno para o planejamento urbano contínuo de longo prazo de forma que a cidade não evolua mais aos saltos de curto prazo. São muitas as alternativas de projetos a serem avaliadas, com os pés no chão. 2019 já começou. Não dá para subestimar o tempo, o único recurso realmente não renovável.
(Publicado em 29/04/2014 pelo Diário de Cuiabá, ...)
Em Midianews (290414:
ResponderExcluir"NMSilva 29.04.14 10h32
Trecho do texto do autor deste artigo: "Não dá para subestimar o tempo, o único recurso realmente não renovável." O que ele se esquece de enfatizar é que esse "recurso não renovável" foi subestimado desde o início do projeto há anos atrás. Não só por falta de gestores profissionais à frente dos trabalhos, mas também por falta de ética e lisura com o dinheiro público. O discurso feito por esse senhor é oportuno nessa época de eleição. A população está cheia de conversa mole. Quer resultados. O próximo governador deve, não só olhar para a Cuiabá e Várzea Grande, mas também pro interior, que está mais parecendo território de guerra (em ruínas)"