"FIRMITAS, UTILITAS et VENUSTAS" (Tríade Vitruviana)



terça-feira, 19 de maio de 2009

SEJA BEM VINDA A BASE AÉREA

José Antonio Lemos dos Santos


     Na semana passada foi noticiado que o Ministério da Defesa e a FAB instalarão em Cáceres uma Base Aérea do CIOPAER, com apoio do governo do estado. Alvíssaras! Tomara que a realização dessa notícia seja imediata. O Diário de Cuiabá me tem permitido discutir este assunto há quase 10 anos em vários artigos destacando a importância do espaço aéreo mato-grossense para a prática dos diversos tipos de tráfico e sua importância fundamental para o equacionamento dos problemas de segurança pública, não só de Mato Grosso – em especial da região de Cáceres e da Grande Cuiabá, mas de todo o Brasil.
     É de ressaltar que jamais será suficientemente enaltecido o trabalho que, com todas as dificuldades e riscos, vem sendo feito pelas polícias militar e civil do estado, Polícia Federal, polícias rodoviárias federal e estadual, e pelo Exército, bem como a importância dos governos continuarem incrementando essas ações terrestres na fronteira. Mas, na questão da nossa fronteira é indispensável lembrar que Mato Grosso é um dos únicos estados do Brasil a não dispor de uma Base Aérea. Mato Grosso do Sul tem, Goiás tem, vizinha a de Brasília, e Rondônia tem duas! Considerando os 1.100 quilômetros de fronteira do estado – dos quais 700 em fronteira seca, e que seu território equivale a mais de 10% do território nacional, o absurdo dessa situação salta aos olhos. O problema se agrava na medida em que toda a fronteira nacional esteja protegida, inclusive por Bases Aéreas, e é previsível que as rotas do crime migrem para o único grande “rombo” ainda existente nas fronteiras brasileiras, que fica justamente na nossa fronteira. Como parece estar acontecendo.
     Temo que os esforços corajosos e abnegados de nossos policiais não resultem nos resultados que são capazes se não tiverem uma cobertura aérea sistemática e ostensivamente poderosa, a visão do alto, indispensável para uma vigilância eficiente e eficaz que todos esperam. Por mais determinação política, boa vontade e equipamentos de uma estrutura militar terrestre, é fácil entender a impossibilidade de se querer tomar conta só por terra de uma extensão tão ampla como esta, que além da parte seca – mais de 700 quilômetros - tem as áreas do pantanal, com rios, várzeas, e as grandes lagoas e baías.
     Este assunto, há quase 10 anos, motivou a Assembléia Legislativa, através de iniciativa do deputado Carlos Brito, a consultar oficialmente o Ministério da Defesa sobre a possibilidade da instalação de uma Base Aérea em Cáceres, tendo recebido uma resposta animadora dependente de maiores estudos, segundo notícias da época, assunto este continuado de forma bem sucedida pelo deputado João Malheiros, que nos traz agora a boa nova da instalação da base. Lúcida decisão, pois Cáceres tem uma posição estratégica privilegiada, à montante do Pantanal, próxima aos maiores núcleos urbanos do Estado, assim como uma localização central em termos da fronteira a ser vigiada, dispondo de uma pista asfaltada de 1.850 x 30 metros, capaz de descer Boeing 737, prontinho para uso imediato... e ocioso, o qual poderá ser cedido, doado, emprestado, ou até, sei lá, dado como contrapartida ao urgente esforço nacional pela segurança pública.
     Pena que uma providência aparentemente tão óbvia tenha demorado tanto quando uma das principais prioridades do povo brasileiro e mato-grossense é a segurança pública nas nossas cidades. Além do que penso ser um absurdo, que um estado das dimensões e importância de Mato Grosso, fronteiriço, ser até hoje um dos únicos a não contar com a presença da Força Aérea Brasileira, através de uma Base Aérea.
(Publicado pelo Diário de Cuiabá em 19/05/2009)

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