Foto José Lemos
Com quase 16 mil pessoas fui no sábado passado à Arena Pantanal assistir ao primeiro Fla x Flu que se realizava em Mato Grosso. Na verdade, fui como arquiteto e diletante articulista que se interessa pela Arena Pantanal desde quando foi decidida sua construção e o antigo Verdão ainda existia. Já fui tricolor, contudo hoje só torço pelo Cuiabá Esporte Clube e pelo sucesso do futebol mato-grossense, que por sinal está indo muito bem na Copa Verde e na Copa do Brasil deste ano. Reservo minha torcida aos times locais que precisam muito mais do apoio do torcedor do estado do que os grandes times do futebol brasileiro e mundial para os quais não temos a menor importância, como aliás demonstrou o Flamengo, mandando para Cuiabá aquilo que nem sequer pode ser reconhecido como um time (?) de reservas, mas um amontoado. Pouco se importaram os dirigentes flamenguistas com seus apaixonados torcedores deste lado do Brasil, muitos dos quais vieram de muito longe de carro ou ônibus com suas famílias devidamente uniformizadas, embandeiradas, orgulhosas em poder ver e mostrar ao vivo a seus pequerruchos sob chuva o clube de sua paixão. Levaram de 4 e foi pouco. Sinto por eles, decepcionados com seu clube do coração.
Não fosse o pouco tempo para divulgação e as constantes chuvas que abençoaram Cuiabá na última semana, chuvas de dia inteiro como no dia do jogo, a Arena seria pequena. Ainda assim 15.844 torcedores fizeram uma grande festa com alegria e civilidade, mesmo com as torcidas misturadas, aliás, modo de dizer pois praticamente só tinha flamenguista. Cercado de flamenguistas nas grimpas da arquibancada superior da Arena, lá estava meu irmão tricolor pulando e gritando a cada gol sem nenhum problema. Por este Brasil afora, em quantos estádios ou arenas poderíamos contar o mesmo e, importante, com final feliz? À saída também tudo em paz. Mas nosso complexo de pequi roído vai querer lembrar da festa por um estranho roubo no vestiário do Poconé que jogou depois. Já pensaram se o buraco que o Neymar pisou no gramado chic francês fosse no bom gramado da Arena Pantanal?
Enfim, pela primeira vez senti um clima simpático por parte da mídia, dos políticos e do próprio estado, em relação à promoção de um evento na Arena Pantanal tratando-a como um bem público valioso que precisa ser explorado em toda sua potencialidade e não mais criticado. Ouvi cronistas comentando que um evento como esse não beneficia só seu empresário, mas movimenta hotéis, bares, restaurantes, postos de combustíveis, os ambulantes da praça do entorno e mesmo o comércio de um modo geral pois os torcedores de fora aproveitam a estada e fazem uso de diversos serviços locais, sendo que alguns acabam até ficando mais de um dia na cidade. Sem dúvida esta é a visão correta.
Imagino que uma próxima evolução seria a conjunção de um evento desse porte na Arena com outras programações culturais, religiosas, comerciais, etc. coincidentes na cidade. Em vez de isolados, poderiam se beneficiar com a sinergia da realização conjunta, contando com o grande público trazido pela Arena, divulgação comum e outras ações integradas otimizadoras dos investimentos de cada evento específico.
Foto José Lemos
Seus olhos estavam brilhando forte ao escrever este texto, Professor José Antônio! Eu posso apostar!
ResponderExcluirAté arrepiei lendo esse texto. Muitas coisas (emoções) se passaram na minha mente. A Arena Pantanal foi um investimento surreal, imagina se os governantes/empresários usassem todo o seu potencial? Matariam dois coelhos com um tiro só, porque movimentariam o comércio (e o bolso deles) e ainda proporcionariam mais uma forma de lazer para o povo mato-grossense. Uma pena tanto potencial ser desperdiçado.
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