"FIRMITAS, UTILITAS et VENUSTAS" (Tríade Vitruviana)



quarta-feira, 21 de julho de 2010

Perguntas à INFRAERO

Importante a reunião da semana passada entre a AGECOPA e a INFRAERO sobre a situação do projeto do aeroporto destinado a atender a Copa do Pantanal em 2014. Em artigo do mesmo dia tratei da preocupação que o assunto envolve, pois trata-se de um projeto indispensável à realização do grande evento, em especial após o presidente da CBF dar prioridade máxima aos aeroportos. A INFRAERO trouxe boas novas na reunião, contudo, questões fundamentais sobre a situação específica do aeroporto para a Copa ficaram sem respostas.
Uma das boas notícias foi o anúncio da inauguração ainda naquela semana do terminal de cargas. A outra foi a licitação, também naquela semana, da construção do Módulo Operacional Provisório (MOP) para desembarque de passageiros, que aconteceu no dia 16. Lembro que na década de 80 ou 90 Mato Grosso perdeu uma linha internacional ligando Cuiabá a Santa Cruz de La Sierra por falta de um espaço de 7 x 4 para alfandegagem de cargas, pois a linha não se sustentava só com o transporte de passageiros. Desnecessário comentar quanto à urgência da solução ainda que provisória através do MOP para o atual muquifo de desembarque. São ótimas essas notícias, só que nenhuma diretamente relacionada à Copa, e sim a antigos débitos da INFRAERO com Mato Grosso. O problema atual é o novo aeroporto para a Copa 2014. Este é o foco. O que interessa agora são as providências que colocarão o Aeroporto Marechal Rondon em condições para a Copa do Pantanal até dezembro de 2012, prazo para o teste da Copa das Confederações.
Justo aí as notícias não são esclarecedoras. Na referida reunião foi confirmada a “previsão” do lançamento no próximo mês de agosto do edital para ampliação e reforma do Terminal de Passageiro, obra orçada em R$ 85,0 milhões. Como não foi mostrado nenhum projeto do novo terminal, ficou a dúvida se essa licitação é para a obra ou para o projeto? Se for para obra, já existiria o projeto. Existindo o projeto, por que então não foi mostrado, como é normal acontecer em obras desse tipo? Como será o aeroporto? Por outro lado, se a licitação for para o projeto, aí estaremos em uma situação crítica de cronograma. Neste caso, mesmo na mais otimista das hipóteses é necessário prever ao menos um ano para o início das obras, restando apenas 1 ano e meio para concluí-las. Aliás, se a obra iniciasse hoje o prazo já seria exíguo. Ainda bem que o presidente Lula disse que no Brasil pode-se trabalhar o ano inteiro, e se necessário trabalhará em até 4 turnos para vencer o grande desafio nacional que é a Copa.
Historicamente Cuiabá não tem tido sorte com os órgãos administradores dos aeroportos no país, em especial a INFRAERO, exceto quando presidida pelo cuiabano Orlando Boni. Os mais antigos conhecem a história contada de boca sobre a primeira estação de passageiros digna desse nome em Várzea Grande, que só teria sido construída após um pitoresco episódio envolvendo a bela e elegante, então primeira dama do país, dona Maria Tereza Goulart, quando o avião presidencial precisou fazer uma escala em Cuiabá e ela indagou sobre o toalete. Daí saiu um belo aeroporto, compatível com a época. Diz a lenda que os azulejos no painel parede de um jardim da fachada principal reproduziam o padrão que estampava o vestido da primeira dama naquela sua proveitosa visita. Ainda assim, não me recordo se ela voltou à terra de Rondon. De lá para cá, só reformas quando não tinha mais outro jeito e ampliações sempre aquém das demandas. Escaldado tem medo de água fria. Mesmo com a Copa do Mundo e a determinação de trabalho redobrado do presidente da República, é melhor insistir na cobrança agora para evitar o leite derramado depois.
(Publicado no Diário de Cuiabá em 20/07/2010

2 comentários:

  1. vale uma coluna visando a crítica ao inicio das obras de sinalização urbana por meio de faixas nas ruas e placas de sinalização.

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  2. vale ler uma coluna crítica às novas obras de sinalização por meio de pintura nas ruas e placas indicadoras...

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