"FIRMITAS, UTILITAS et VENUSTAS" (Tríade Vitruviana)



quarta-feira, 18 de agosto de 2010

INFRAERO, a diferença

Infraero, a diferença
José Antonio Lemos dos Santos

A reunião do Fórum Estadual de Turismo com a INFRAERO no último dia 10 poderá no futuro ser conhecida como a mais importante de todas as realizadas na preparação da Copa do Pantanal. A INFRAERO não trouxe as esperadas boas notícias e justamente pelo que deveria ter mostrado e não mostrou, acabou confirmando uma situação absurda já aventada em artigos anteriores: fora os galpões provisórios, até agora a INFRAERO não preparou nada objetivamente para o aeroporto Marechal Rondon. Ainda que péssima, melhor que se conheça a realidade a tempo de se tomar as providências necessárias à colocação do Marechal Rondon em condições operacionais dignas em 2014.
A Copa de 2014 é um projeto nacional liderado pelo presidente Lula que disse outro dia à FIFA, em alto e bom som, que o Brasil mostrará ao mundo que é capaz de realizar uma Copa, ainda que tenha que trabalhar dia e noite, sábado e domingo, em quantos turnos forem necessários. Os atrasados que se virem, pois o presidente vai cobrar. Cuiabá é uma das sedes da Copa e é fundamental nesse grande projeto, quer alguns queiram ou não. Será um fiasco global alguma falha na Copa, ainda mais por irresponsabilidade de uma estatal federal, ligada ao presidente. Nem ele, nem o Brasil, nem Mato Grosso merecem.
Recordo o site da INFRAERO em 21 de maio de 2009, mais de ano atrás e dez dias antes da escolha das sedes, noticiando que a “previsão para o reinício das obras, já descontados os prazos das licitações das mesmas, é outubro de 2010 e término em maio de 2012. Replanejamos a retomada das obras respeitando todos os prazos médios que realmente ocorrem em outras obras. O novo aeroporto de Goiânia estará pronto dois anos antes do primeiro jogo da Copa do Mundo aqui em Goiânia, caso a cidade seja mesmo sede de jogos”, segundo palavras do presidente da empresa na época em reunião no dia anterior com a Federação das Indústrias de Goiás, cujos dirigentes elogiaram a “rapidez” do presidente da empresa. Mas isso foi em Goiânia.
Já no último dia 13, o site da empresa trata de nova reunião em Goiânia na qual são confirmados os prazos da reunião de 2009, com o reinício das obras do aeroporto em outubro de 2010. E acrescenta que a obra do terminal de lá terá duas etapas: a “primeira, com conclusão prevista para 2012, contemplará além de todo o sistema de pátio e pistas, o Terminal de Passageiros, com capacidade para 2,4 milhões de passageiros/ano, dotado de quatro pontes de embarque e 11 posições para aeronaves comerciais. Já a segunda fase, com conclusão prevista para 2014, ampliará a capacidade de atendimento a passageiros do Terminal para 3,7 milhões/ano. O Terminal passará a contar com oito pontes de embarque e capacidade para atender até 17 aeronaves comerciais simultaneamente. Esta estrutura atenderá à demanda prevista até o ano de 2020.”
Quanta diferença! A reunião do último dia 10 em Cuiabá, sequer foi noticiada pelo site da empresa. Para uma demanda de 4,0 milhões de passageiros em 2014 a INFRAERO imagina o principal aeroporto de Mato Grosso com uma capacidade de 2,3 milhões, ainda sem projeto. Essa estrutura não atenderá nem a demanda do ano que vem. Para uma idéia, agora em julho o Marechal Rondon recebeu 208.200 passageiros. Anualizado dá cerca de 2,1 milhões de passageiros. Quanta diferença no tratamento a dois aeroportos iguais em movimento. Imaginem se Cuiabá não fosse escolhida pela FIFA. Incompetência? Este assunto merece continuidade e aprofundamento da apreciação do Ministério Público Federal e deve ser levado urgentemente ao próprio presidente Lula, traído em sua confiança junto com Mato Grosso e Cuiabá.


(Publicado pelo Diário de Cuiabá em 17/08/2010)


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