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quarta-feira, 22 de agosto de 2012

SERÁ QUE AGORA SAI?

CENTRO HISTÓRICO (DIÁRIO DE CUIABÁ 22/08/12)

Calçadas livres e fios no subsolo

Obra está orçada em R$ 110,9 milhões e no projeto será contemplada ainda a rede de saneamento básico da área central


Foto: Guilherme Silveira/DC

STÉFANIE MEDEIROS
Da Reportagem
Mais visíveis que as próprias casas, a fiação do Centro Histórico de Cuiabá será aterrada no ano que vem. O convênio foi assinado ontem e tem a participação dos governos Federal, do Estado e Municipal. Serão aproximadamente de 14 quilômetros de fios elétricos realocados para o subsolo. A obra está orçada em R$ 110,9 milhões. 


O projeto básico está pronto, porém o projeto executivo está em fase de licitação. As obras incluem além do rebaixamento da fiação, o recapeamento do asfalto, a instalação da rede de saneamento básico e recuperação da fachada das casas que tiverem algum tipo de danos com a construção. 

Os recursos vão ser liberados à medida que as fases do projeto sejam conclusas. O dinheiro vem Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), por meio do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), bem como do Município e governo de Mato Grosso. 

A superintendente do IPHAN, Marina Lacerda, disse que os benefícios da obra não se resumem ao aspecto estético. Eles também favorecem o trânsito das pessoas no centro da cidade. Atualmente com 400 casas tombadas como patrimônio histórico, o centro possui calçadas muito estreitas, que têm quase todo o espaço ocupado por postes. “Como a fiação vai ficar no subsolo, os postes vão ser retirados. As calçadas não vão aumentar”, explicou. 



Moradora de uma das antigas casas, localizadas na rua Pedro Celestina, Elza Vitória Pacheco, de 85 anos, contou que se mudou para o local no dia de casamento dela, há 65 anos. 

A fachada branca de janelas azuis ainda guarda a lembrança de como era o centro de Cuiabá naquela época. Elza explicou que tudo era muito simples, sem fiação elétrica e com pouquíssimos postes. “Todas as casas aqui eram de famílias e todo mundo se conhecia. Agora a maioria é comércio ou escritório, e ninguém sabe quem é quem, muito menos se falam”. 

Outro ponto que ela destacou é a falta de árvores no centro da cidade. No fundo de sua casa ainda existem pés de acerola, mamão, manga, que antes também podiam ser vistos emoldurando as ruas. Quando questionada sobre o aterramento da fiação elétrica, embora acredite que isso seja uma mudança positiva, disse que não acha que vai trazer de volta a beleza e simplicidade de antigamente. 

Antigo vizinho de Elza, atualmente morador de São Paulo, Benildo Borges, de 75 anos, afirmou que a fiação e os postes estragam a beleza que restou dos tempos de sua infância. “É horrível todos esses fios aqui. O centro histórico ainda é bonito, mas precisa ser restaurado, porque a cidade sofre com o estado em que ele se encontra”, explicou. 

Além da questão estética, Borges ainda ressaltou os perigos da fiação nas pequenas ruas do centro. De acordo com ele, o tempo em que está na cidade foi o suficiente pra ver que não é seguro passar de carro, muito menos andar pela região. “Cuiabá está precisando de mais espaço. Tem que dar um jeito nessa situação”, disse. 


3 comentários:

  1. Pois é...
    Já estava na hora disso acontecer! Afinal, essas fiações acabavam estragando a beleza dos patrimônios. Mas ainda espero que essa idéia se espalhe por toda a cidade.

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  2. FINALMENTE!
    Espero que essa ideia se espalhe pela cidade toda.

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  3. Poderiam aproveitar e fazer a rede de hidrantes urbanos também de vez de esperar algum patrimônio pegar fogo.

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