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José Antonio Lemos dos Santos
Às vésperas do dia 5 de fevereiro quando se comemoraria os 17 anos do Aquário Municipal de Cuiabá, impossível não lembrar um pouco da história daquele equipamento público, em especial, por conta do projeto Orla do Porto em desenvolvimento pela prefeitura municipal, iniciado na administração anterior. Um dos equipamentos urbanos mais queridos da população, sendo inclusive adotado como um dos cartões postais da cidade, o Aquário é um dos projetos que mais me agradou, desde sua elaboração até a continuidade de visitação intensa nos seus primeiros 10 anos, quando ainda era bem tratado, com a alegria das crianças, surpresas diante dos peixes colocados bem à altura de seus olhos ou disputando a ração que jogavam no tanque externo. Satisfação estendida aos semblantes dos pais e mães, avos e avós, acompanhantes extasiados com a felicidade de seus pequenos, ou mesmo encantados com a visão de uma espécie que, mesmo adultos, ainda não tinham conhecido ao vivo, cuja beleza plástica nunca haviam percebido a não ser na panela como protagonista de muitas das maravilhas da culinária cuiabana. Um passeio que também era uma aula para crianças e adultos.
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E depois do projeto, a construção e a maratona para coleta dos exemplares de todas as espécies da bacia pantaneira que iriam ocupar o aquário. No dia da inauguração o professor doutor Francisco Machado ainda mergulhava no Pantanal atrás de um certo camarão e uma espécie de acará que faltavam. A poucas horas da inauguração o prefeito trazia pessoalmente de seus tanques de criação as piraputangas e pacus. Ao mesmo tempo técnicos e funcionários do antigo IPDU produziam os últimos detalhes, tudo sempre com a presença de Teruo Izawa, o anjo do Aquário, que nunca deixou seus peixes, muitas vezes sem ganhar nada, sem jamais receber o justo e merecido reconhecimento da prefeitura.
Milhares de pessoas estiveram na inauguração do Aquário, que recebeu em seus primeiros 10 anos mais de 1 milhão de visitantes. Sua manutenção nunca foi equacionada na prática, apesar de idealizado como uma estrutura autossustentável junto ao Museu do Rio, sustentabilidade que viria da venda de lembranças relacionadas ao rio e sua cultura, como chaveiros, bonés, camisetas, fotos, livros diversos e CDs, etc., e de parcerias com as secretarias de educação do município e do estado em troca do baita equipamento educativo disponibilizado. Buscou-se ainda as faculdades de veterinária da cidade. Faltou definição do órgão municipal que se responsabilizasse pela continuidade de funcionamento do Aquário e insistisse na sua sustentabilidade. Agora o antigo Aquário Municipal é envolvido por um projeto maior, mais ambicioso, ainda em execução. Que seu sucessor lhe esteja à altura, aprenda com seus erros e vá além propiciando também muitas alegrias e conhecimentos aos turistas e à população cuiabana de todas as idades.
Olá José Antonio! Sempre que leio seus artigos é como se tivesse acabado de ter uma excelente aula sobre cultura cuiabana e urbanística desta cidade. Muito obrigada por nos dar tanto conhecimento dos belos projetos e também das dificuldades enfrentadas. Através dos seus artigos tenho conhecido cada vez mais e melhor Cuiabá e seus políticos também... Obrigada, amigo!
ResponderExcluirMaravilhosas informações no artigo...o “novo” projeto alem de nada autentico, passa por cima da identidade da arquitetura cuiabana, deviam criar a complementação harmonizando com o Aquário atual, acho um pecado “engoli-lo”, devíamos nos unir lutar para criarem leis que impedem que governantes despreparados e oportunistas decidam partidos arquitetônicos por nós especialistas...Admiro seu positivismo, e procuro ele também, mas esse projeto em especifico me revolta!!!
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