Hélio Cesar Monti - é superintendente da Eletrobrás Eletronorte em MT.
A humanidade sempre foi uma grande dependente de energia. Desde os primórdios,
luta e desenvolve formas variadas de garantir seus subsídios energéticos, fator
preponderante na sobrevivência da espécie humana.O problema de
suprimento energético tem motivado pesquisas nas mais variadas frentes científicas
ao longo dos séculos, mais intensamente nos últimos 50 anos.
Hoje, predomina ainda a ‘economia do carbono‘, na qual os hidrocarbonetos, em
especial o petróleo, atendem a maior parte da demanda mundial. Mas, de alguns anos para
cá, com o aumento exponencial no consumo e com a inevitável perspectiva de
redução das reservas, a sociedade começou se preocupar em buscar
alternativas ao ‘ouro negro‘. Para tornar a situação mais crítica, com o
acréscimo na queima de combustível fóssil, a biosfera começou a se
deteriorar rapidamente,levando a uma aceleração nas ações em direção a uma
matriz energética mais limpa e ecológica.Uma das vertentes, até há
algum tempo, tratadas secundariamente neste universo, é a da
‘eficiência energética‘. Porém, hoje, a preocupação com a com o desperdício de
energia é crescente. No Brasil perde-se por ano, especificamente em energia elétrica, o
equivalente à produção de uma Itaipu. As perdas energéticas se dão em razão de vários
fatores. Por exemplo, a utilização individual de veículos automotores, movidos a combustível
não renovável,como acontece nos dias de hoje, é uma das formas menos eficientes de se usar
energia.
Um carro com peso médio de 500 kg exige um gasto energético em combustível
excessivamente alto, principalmente quando usado para transportar apenas uma única
pessoa de 75 kg de peso médio. A energia equivalente gasta neste caso seria suficiente
para transportar dezenas de pessoas, no mesmo percurso, num transporte coletivo público
movido a eletricidade, por exemplo. Isso é ineficiência em alto grau e é o que mais se vê
nas ruas, deforma mais intensa nos países em desenvolvimento nos quais contingentes cada
vez maiores de pessoas ascendem rapidamente de classe social, passando a ter acesso a bens
duráveis, entre os quais o carro é o mais desejado.Enquanto no caso do carro de uso
individual, desloca-se cerca de 7 kg para transportar 1 kg, no caso de um ônibus coletivo,
que esteja transportando em media 25 pessoas, desloca-se apenas 1,5 kg para transportar 1 kg. É
uma diferença imensa e um grande desperdício de energia com o agravante de ser energia fóssil,
poluente, finita e não renovável.
Este é apenas uma entre incontáveis situações em que o homem desperdiça energia
cada vez mais cara e rara. Políticas públicas são necessárias para corrigir distorções graves
como essa e conduzir a humanidade a patamares mais civilizados e altruístas no gasto
energético.
(Publicado em 01/07/2013 em A Gazeta)
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